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Nas suas origens, o Pentecostes era uma festa agrícola judaica em que se ofereciam a Deus os melhores feixes da colheita. Era uma festa não só de alegria e de encontro das famílias, como também de partilha com os mais necessitados.
Era celebrada sete semanas (cinquenta dias) depois da Páscoa, encerrando as solenidades pascais. Por isso, também se chamava Festa das Semanas.
A partir das reformas de Esdras e Neemias, em meados do século V a.c., a Festa de Pentecostes passou a celebrar o Dom da Lei no Sinai, a festa da Aliança entre Deus e o povo.
Com base nas tradições e nos costumes judaicos a respeito de Pentecostes, Lucas construiu sua narrativa para falar de um novo Pentecostes: a presença do Espírito Santo guiando a missão dos evangelizadores no anúncio da Palavra de Deus.
Assim, cinquenta dias após a Páscoa, a Festa de Pentecostes celebra o dom do Espírito Santo enviado por Deus à Igreja.
A promessa de Jesus aos seus discípulos se realiza: “Mas recebereis o poder do Espírito Santo que virá sobre vós, para serdes minhas testemunhas em Jerusalém, por toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra” (At 1,8).
Jerusalém é o lugar onde termina o “tempo de Jesus” e começa o “tempo da Igreja”. Os “atos” de Jesus começam na Galiléia e terminam em Jerusalém. Os “atos” dos apóstolos começam em Jerusalém e vão até os confins do mundo.
Portanto, Jerusalém é ponto de chegada e ponto de partida. É o lugar da manifestação do Espírito Santo de Deus, que encoraja os apóstolos para a missão.
No dia de Pentecostes, os discípulos estavam reunidos em Jerusalém. Depois dos acontecimentos da Páscoa, ficaram cheios de medo. Viviam juntos, desligados do mundo, mas eis que o Espírito Santo, dom de Deus, veio sobre eles.
Assim, aquele grupo de homens e mulheres amedrontados adquiriu a consciência de ser uma comunidade, uma Igreja, isto é, o corpo místico de Cristo. Todos sentiram que Jesus estava entre eles, mais ainda do que antes, porque, na realidade, Jesus não mais estava com eles, estava neles.
Então a Igreja se manifestou publicamente e começou a difundir o Evangelho mediante a pregação.
Nos dias que antecedem Pentecostes, a oração é o melhor caminho para se entrar em intimidade com o Espírito Santo e cultivar sua amizade. Se nos deixarmos conduzir pelo Espírito Santo, nossa oração será espontânea, contínua e brotará como uma fonte de água fresca que jorra da rocha.
Ao invocarmos o Espírito de Amor, enchemos a alma de alegria plena e inundamos o coração de paz inalterável.
Crer no Espírito Santo, entretanto, não é só crer na existência de uma terceira pessoa na Trindade, mas crer também na sua presença entre nós, em nosso próprio coração.
Crer no Espírito Santo significa bendizê-lo, adorá-lo e glorificá-lo em nós mesmos e no outro.
Fonte: www.paulinas.org.br
Dia de Pentecostes
Pentecostes, do grego, pentekosté, é o quinquagésimo dia após a Páscoa. Comemora-se o envio do Espírito Santo à Igreja. A partir da Ascensão de Cristo, os discípulos e a comunidade não tinham mais a presença física do Mestre.
Em cumprimento à promessa de Jesus, o Espírito foi enviado sobre os apóstolos. Dessa forma, Cristo continua presente na Igreja, que é continuadora da sua missão.
A origem do Pentecostes vem do Antigo Testamento, uma celebração da colheita (Êxodo 23, 14), dia de alegria e ação de graças, portanto, uma festa agrária.
Dia de Pentecostes
Nesta, o povo oferecia a Deus os primeiros frutos que a terra tinha produzido. Mais tarde, tornou-se também a festa da renovação da Aliança do Sinai (Ex 19, 1-16).
No Novo Testamento, o Pentecostes está relatado no livro dos Atos dos Apóstolos 2, 1-13. Como era costume, os discípulos, juntamente com Maria, mãe de Jesus, estavam reunidos para a celebração do Pentecostes judaico.
De acordo com o relato, durante a celebração, ouviu-se um ruído, “como se soprasse um vento impetuoso”. “Línguas de fogo” pousaram sobre os apóstolos e todos ficaram repletos do Espírito Santo e começaram a falar em diversas línguas.
Pentecostes é a coroação da Páscoa de Cristo. Nele, acontece a plenificação da Páscoa, pois a vinda do Espírito sobre os discípulos manifesta a riqueza da vida nova do Ressuscitado no coração, na vida e na missão dos discípulos.
Podemos notar a importância de Pentecostes nas palavras do Patriarca Atenágoras (1948-1972): “Sem o Espírito Santo, Deus está distante, o Cristo permanece no passado, o evangelho uma letra morta, a Igreja uma simples organização, a autoridade um poder, a missão uma propaganda, o culto um arcaísmo, e a ação moral uma ação de escravos”.
O Espírito traz presente o Ressuscitado à sua Igreja e lhe garante a vida e a eficácia da missão.
Dada sua importância, a celebração do Domingo de Pentecostes inicia-se com uma vigília, no sábado. É a preparação para a vinda do Espírito Santo, que comunica seus dons à Igreja nascente.
O Pentecostes é, portanto, a celebração da efusão do Espírito Santo. Os sinais externos, descritos no livro dos Atos dos Apóstolos, são uma confirmação da descida do Espírito: ruídos vindos do céu, vento forte e chamas de fogo.
Para os cristãos, o Pentecostes marca o nascimento da Igreja e sua vocação para a missão universal.
Fonte: www.comshalom.org
Dia de Pentecostes
A palavra Pentecostes de origem grega significa quinquagésimo. A Festa de Pentecostes é denominada em hebraico de Shavuot, que é o plural de semana. Por isso, é também conhecida como Festa das Semanas, por ser celebrada sete semanas após a Páscoa.
Deus decretou três festas anuais, as quais deveriam ter santa convocação, ou seja, onde todos os varões deveriam apresentar-se no Tabernáculo, ou posteriormente no Templo (Dt 16.16): A Festa dos Pães Asmos, relacionada com a Páscoa (Dt 16.1-8); a Festa das Semanas, Festa das Primícias ou Festa do Pentecostes, relacionada com as primícias da colheita de grãos, especialmente a do trigo e cevada (Dt 16.9-12; Ex 23.16; 34.22); e a Festa dos Tabernáculos ou Festa da Colheita, relacionada com o fim da colheita (Dt 16.13-16).
A Festa de Pentecostes ou das Semanas era comemorada no verão, no dia seis de Sivã, no principio da sega do trigo. Na mesma época, dava-se o amadurecimento dos figos, tâmaras, cerejas e ameixas. Segundo a Lei, todo o povo de Israel deveria trazer um molho das primícias de sua sega ao sacerdote, o qual era oferecido como oferta de movimento ao Senhor, a fim de serem aceitos diante de Deus. Por esta razão, este dia é também denominado de Festa das Primícias (Lv 23.9-14).
A Festa de Pentecostes era uma festa de agradecimento pelos primeiros frutos da terra, e ao mesmo tempo, uma súplica para que a benção de Jeová repousasse sobre o restante dos meses de colheita que adviriam.
Sete semanas eram contadas a partir da Páscoa e no quinquagésimo dia, era celebrada a Festa do Pentecostes, onde havia santa convocação (Lv 23.15-21).
No dia desta solenidade, dois pães eram oferecidos em oferta de movimento ao Senhor e sacrifícios em agradecimento e reconhecimento do absoluto domínio de Deus, o Todo-Poderoso sobre Israel.
Os dois pães apontavam para os judeus e gentios, que receberiam o revestimento do Espírito Santo, uma vez regenerados através do sangue de Jesus, o Sumo-Sacerdote. Em tempos mais tarde, a Festa de Pentecostes também passou a observar a entrega da Lei (Torah) a Moisés no Sinai.
É interessante lembrar, que no dia em que Moisés desceu do monte com as Tábuas da Lei, três mil almas morreram devido à desobediência e adoração ao bezerro de ouro.
No entanto, no dia de Pentecostes, três mil almas receberam vida, ao receber a Cristo, o Cordeiro de Deus (Jr 31.33). A Festa das Primícias apontava para Jesus e sua ressurreição, como as primícias dos que dormem (1Co 15.20).
Porque seu sacrifício foi aceito diante do Pai, a colheita tem sido abundante durante todos os séculos. Se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto (Jo 12.24). Durante o tempo neotestamentário, muitos judeus devotos de vários países iam a Jerusalém para observar a Festa da Páscoa e ficavam até a Festa de Pentecostes.
Daí a razão, de haver em Jerusalém judeus, varões religiosos de todas as nações que estão debaixo do céu. (At 2.5b) Por isso, foi de grande importância a observância da palavra de Jesus, em que os discípulos ficassem em Jerusalém até que do alto fossem revestidos de poder (Lc 24.49).
A festividade judaica do dia de Pentecostes assumiu outro rumo com a descida do Espírito Santo, sobre o cento e vinte que se encontravam reunidos no cenáculo, transformando a mente, coração e comportamento dos apóstolos, para o desafio da pregação do Evangelho. Jerusalém se tornou naquele ano, o local determinado para a inauguração da Igreja viva de Jesus e a base de lançamento das missões transculturais, a qual se espalhou até os confins da terra.
A Pessoa do Espírito Santo
Para que possamos entender a pessoa e a atuação do Espírito Santo na vida da Igreja e, por conseguinte, de cada um dos crentes, é fundamental que tenhamos um conceito correto a respeito de quem é o Espírito Santo e qual o seu papel no plano da salvação e no relacionamento entre Deus e os homens.
A primeira verdade bíblica a respeito do Espírito Santo é a de que Ele é Deus, ou seja, é uma das pessoas da Trindade Divina. É importante salientarmos isto, porque não são poucos os movimentos e ensinadores que, dizendo-se até mesmo evangélicos ou crentes, andam negando e distorcendo esta verdade bíblica, confundindo o Espírito Santo com uma força impessoal, com uma emanação do poder divino, uma influência ou algo similar.
A Bíblia apresenta o Espírito Santo logo em seu limiar, quando nos mostra o Espírito de Deus se movendo sobre a face das águas, em meio ao caos que existia antes da criação da luz (Gn.1:2) e mencionará o Espírito Santo até o seu final, quando o revela orando juntamente com a Igreja, pedindo a volta de Jesus (Ap.22:17).
Pessoa é uma palavra equívoca, ou seja, que tem diversos significados, significados que são diferentes uns dos outros.
Assim, por exemplo, no senso comum, pessoa quer dizer “gente”, enquanto que, no direito, pessoa significa “sujeito de direitos e obrigações”. Em teologia, pessoa significa ser, ou seja, algo que tem existência própria, uma entidade que se distingue das demais.
A Bíblia mostra-nos, com clareza, que o Espírito Santo é uma pessoa, pois menciona atitudes e ações do Espírito que somente uma pessoa pode ter. Mas a Bíblia não mostra apenas que o Espírito Santo é uma pessoa, mas também mostra que esta pessoa é divina. E como podemos saber que esta pessoa retratada na Bíblia é divina? Porque, em primeiro lugar, as Escrituras, expressamente, dizem que o Espírito Santo é Deus (At.5:3,4).
A Bíblia também confere ao Espírito Santo atributos que são divinos, que somente Deus tem. A Bíblia, também, dá-nos conta de que o Espírito Santo é, dentre as pessoas da Trindade, aquela que atua diretamente no interior do homem e que zela pela Igreja do Senhor enquanto ela se encontra na dimensão terrena, ou seja, é a pessoa da Trindade que acompanha o cotidiano, o dia-a-dia do cristão.
É, aliás, este um dos aspectos mais relevantes da atual dispensação, ou seja, do atual período de tratamento de Deus com o homem. Através da obra expiatória do Filho no Calvário, aceita pelo Pai, temos livre acesso a Deus, acesso este que é mantido e sustentado pelo Espírito Santo.
Conhecer a pessoa e a obra do Espírito Santo, portanto, é, simplesmente, termos conhecimento de como Deus orienta e guia o nosso relacionamento com Ele, relacionamento este tornado possível pelo perdão dos nossos pecados mediante o sangue de Jesus.
Fonte: www.sepoangol.org
Dia de Pentecostes
Para os judeus Pentecostes era uma festa de grande alegria, pois era a festa das colheitas.
Ação de graças pela colheita do trigo
Vinha gente de toda a parte: judeus saudosos que voltavam a Jerusalém, trazendo junto com eles os pagãos amigos e prosélitos.
Dia de Pentecostes
Assim eram oferecidas as primícias das colheitas no templo.
A festa também era conhecida como a festa das setes semanas por ser celebrada sete semanas depois da festa da páscoa, no quinquagésimo dia.
Daí surgiu o nome Pentecostes, que significa quinquagésimo dia.
No primeiro pentecostes, depois da morte de Jesus, cinquenta dias depois da a páscoa, o Espírito Santo desceu sobre a comunidade cristã de Jerusalém na forma de línguas de fogo: todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas.
As primícias da colheita aconteceram naquele dia, pois foram muitos os que se converteram e foram recolhidos para o Reino.
Pentecostes é o símbolo do Cenáculo, onde os Apóstolos se reuniram, pela primeira vez, à espera do Espírito Santo.
No Cenáculo, desde a fundação, a comunidade cristã aí se reúne, para ser conduzida pelo Sopro Inspirador, compartilhando o amor de Cristo.
Fonte: www.mundodastribos.com
Dia de Pentecostes
A FESTA DE PENTECOSTES NO ANTIGO TESTAMENTO
No antigo calendário israelita estão relacionadas três festas (Ex 23.14-17; 34.18-23): a primeira é a Páscoa, celebrada junto à dos Ázimos ou Asmos; a segunda é a Festa das Colheitas ou Semanas que, a partir do domínio Grego, recebeu o nome de Pentecostes; finalmente, a festa dos Tabernáculos ou Cabanas. As duas primeiras celebrações foram adotadas pelo cristianismo, porém, a terceira foi relegada ao esquecimento.
Este estudo abordará a Festa das Colheitas ou Semanas, a partir de sua celebração no culto israelita. Seria extremamente exaustivo tentar abordar a origem dessa festa a partir dos cananeus, ou de outros povos do Antigo Oriente Médio. Todavia, é perfeitamente justo suspeitar que o costume de realizar a Festa das Colheitas pertencia aos cananeus. Há três razões que substanciam esta suspeita:
1.Os agricultores sedentários cananeus dominavam os férteis vales de Canaã quando os hebreus chegaram à Canaã;
2.Originalmente, os hebreus ou israelitas não eram agricultores, mas pastores de ovelhas, vivendo como semi-nômades nas montanhas centrais e estepes localizadas nas periferias das ricas regiões agrícolas de Canaã;
3.Pouco a pouco, o povo israelita veio tornar-se agricultor e sedentário.
No Antigo Testamento, a liturgia mais desenvolvida dessa festa encontra-se em Lv 23.15-21. Porém, Dt 16.9-15 mostra uma outra liturgia que reflete um diferente período e, consequentemente, um novo ambiente de celebração. Este estudo tomará como base essas duas liturgias.
Do nome
Pentecostes não é o nome próprio da segunda festa do antigo calendário bíblico, no Antigo Testamento (Ex 23.14-17; 34.18-23). Originalmente, essa festa é referida com vários nomes:
1.Festa da Colheita ou Sega – no hebraico hag haqasir. Por se tratar de uma colheita de grãos, trigo e cevada, essa festa ganhou esse segundo nome. Provavelmente, hag haqasir Festa da Colheita é o nome original (Ex 23.16).
2.Festa das Semanas – no hebraico, hag xabu´ot. A razão desse nome está no período de duração dessa celebração: sete semanas. O início da festa se dá, cinquenta dias depois da Páscoa, com a colheita da cevada; o encerramento acontece com a colheita do trigo (Dt 34.22; Nm 28.26; Dt 16.10).
3.Dia das Primícias dos Frutos – no hebraico yom habikurim. Este nome tem sua razão de ser na entrega de uma oferta voluntária, a Deus, dos primeiros frutos da terra colhidos naquela sega (Nm 28.26). Provavelmente, a oferta das primícias acontecia em cada uma das três tradicionais festas do antigo calendário bíblico. Na primeira, Páscoa, entregava-se uma ovelha nascida naquele ano; na segunda, Colheita ou Semanas, entregava-se uma porção dos primeiros grãos colhidos; e, finalmente, na terceira festa, Tabernáculos ou Cabanas, o povo oferecia os primeiros frutos da colheita de frutas, como uva, tâmara e figo, especialmente.
4.Festa de Pentecostes. As razões deste novo nome são várias: (a) nos últimos trezentos anos do período do Antigo Testamento, os gregos assumiram o controle do mundo, impondo sua língua, que se tornou muito popular entre os judeus. Os nomes hebraicos – hag haqasir e hag xabu´ot – perderam as suas atualidades e foram substituídos pela denominação Pentecostes, cujo significado é cinquenta dias depois (da Páscoa). Como o Império Grego assumiu o controle do mundo, em 331 anos antes de Jesus, é provável que o nome Pentecostes ganhou popularidade a partir desse período.
Vale a pena uma observação. Além da Festa da Colheita ou Semanas hag haqasir ou hag xavu´ot, o antigo calendário israelita apontava uma terceira festa que acontecia no período do Outono, isto é, nos meses de setembro e outubro. Na verdade, essa festa era também da colheita, porém, sega das frutas, especialmente, uva, figo e tâmara. A Bíblia Hebraica tem dois nomes para essa festa: Festa dos Tabernáculos ou Cabanas hag hasucot e Festa da Colheita hag ha`asip (a palavra asip colheita vem do verbo asap que significa colher e reunir.
Da cerimônia
Enquanto a Páscoa era uma festa caseira, Colheita ou Semanas ou Pentecostes era uma celebração agrícola, originalmente, realizada na roça, no lugar onde se cultivava o trigo e a cevada, entre outros produtos agrícolas. Posteriormente, essa celebração foi levada para os lugares de culto, particularmente, o Templo de Jerusalém. Os muitos relatos bíblicos não revelam, com clareza, a ordem do culto, mas é possível levantar alguns passos dessa liturgia:
1.a cerimônia começava quando a foice era lançada contra as espigas (Dt 16.9). É bom lembrar que deveria ser respeitada a recomendação do direito de respigar dos pobres e estrangeiros (Lv 23.22; Dt 16.11);
2.a cerimônia prosseguia com a peregrinação para o local de culto (Ex 23.17);
3.o terceiro momento da festa era a reunião de todo o povo trabalhador com suas famílias, amigos e os estrangeiros (Dt 16.11). Essa cerimônia era chamada de “Santa Convocação” (Lv 23.21). Ninguém poderia trabalhar durante aqueles dias, pois eram considerados um período de solene alegria e ação de graças pela proteção e cuidado de Deus (Lv 23.21);
4.no local da cerimônia, o feixe de trigo ou cevada era apresentado como oferta a Deus, o Doador da terra e a Fonte de todo bem (Lv 23.11).
5.Os celebrantes alimentavam-se de parte das ofertas trazidas pelos agricultores;
6.As sete semanas de festa incluíam outros objetivos, além da ação de graças pelos dons da terra: reforçar a memória da libertação da escravidão no Egito e o cuidado com a obediência aos estatutos divinos (Dt 16.12).
Observação
Era ilegal usufruir da nova produção da roça, antes do cerimonial da Festa das Colheitas (Lv 23.14).
Características da celebração
1.A Festa das Colheitas era alegre e solene (Dt 16.11);
2.A celebração era dedicada exclusivamente a Javé (Dt 16.10);
3.Era uma festa ecumênica, aberta para todos os produtores e seus famíliares, os pobres, os levitas e os estrangeiros (Dt 16.11). Enfim, todo o povo apresentava-se diante de Deus. Reconhecia-se e afirmava-se o compromisso de fraternidade e a responsabilidade de promover os laços comunitários, além do povo hebreu;
4.Agradecia a Deus pelo dom da terra e pelos estatutos divinos (Dt 15.12);
5.Era uma “Santa Convocação”. Ninguém trabalhava (Lv 23.21);
6.Era celebrado o ciclo da vida, reconhecendo que a Palavra de Deus estava na origem da vida ” da semente ” da árvore ” do fruto ” do alimento ” da vida…
Observação
A Festa da Colheita não celebra um mito, mas a ação de Deus que cria e sustenta a vida do mundo criado.
Principais motivos da Festa das Colheitas
A Festa das Colheitas (Cabanas ou Pentecostes) não era uma cerimônia neutra, isto é, os celebrantes não se reuniam para um simples lazer ou diversão. Toda a cerimônia buscava reafirmar e aprofundar o sentido da fé em Javé, o Deus Criador e Libertador.
Aprender a fraternidade
Ao ler todas as reportagens sobre a Festa das Colheitas (Semanas ou Pentecostes) é possível captar partes da cerimônia e, consequentemente, sua legislação. Um dos detalhes marcantes dessa “Santa Convocação” é o fortalecimento da fraternidade entre os trabalhadores do campo, incluindo a população israelita, os servos e estrangeiros.
Aprender a ter compromisso com Deus e com a comunidade
Ao celebrar a festa, toda a comunidade aprendia a ser responsável para com a vontade de Deus e com o próximo – não somente com os irmãos de sangue e fé. O ritual da festa ensinava, pedagogicamente, que Deus é o Criador e Sustentador das leis que regem o mundo. Ele fez uma distribuição comunitária da terra e manda a chuva para hebreus e gentios, bons e maus, homens e mulheres, jovens e crianças. O ritual da festa entendia que o grande problema da humanidade é a falta de amor uns para com os outros.
Aprender a repartir os dons
Primitivamente, o povo bíblico convivia com as leis divinas de modo feliz, sem lhe causar sofrimento. Por exemplo, a festa das Colheitas ensinou a comunidade de trabalhadores do campo que se deveria entregar o excedente de sua produção agrícola para Javé, a fim de que essa oferta seja compartilhada com os menos favorecidos (Lv 25.6-7, 21-22). A pedagogia dessa lei possui uma profunda sabedoria, pois ela tem como alvo educar o povo dentro dos princípios da solidariedade e igualdade social.
Aprender a agradecer
Ao agradecer a Deus pelo dom da terra – para morar, plantar e alimentar dos frutos produzidos nela – o povo descobria os mistérios da graça divina. Ser grato pela “terra que mana leite e mel”, pela cevada, trigo e outros grãos que sustentam vida representam uma alegria de enormes proporções. Além da terra, os celebrantes eram ensinados a agradecer a Deus pela instrução que disciplina e ordena a vida comunitária.
Conclusão
A Festa da Colheita ou Semanas tomou o nome de Festa de Pentecostes, a partir do Período Grego (fim do século IV antes de Cristo em diante).
Todas as festas, ao longo da história do povo bíblico, sofreram metamorfoses. São modificações e adaptações, perfeitamente normais, sofridas ao longo da história, sem contudo, perderem as colunas principais de sua estrutura de sustentação. Por exemplo, na formação cultural de Israel ocorreram metamorfoses que se refletem no nome. Assim:
… hebreu » israelita » judeu » judeu da diáspora …
Com a Festa da Colheita ou Semanas, também, ocorreram transformações significativas:
… Festa da Colheita » Festa das Semanas » Festa de Pentecostes.
A troca do nome da festa
Originalmente, a festa recebeu o nome “Festa da Colheita”, porque se tratava de uma cerimônia que girava em torno de uma sega de grãos, após o período de formação e maturação. O nome “Festa das Semanas” também faz sentido, porque ele diz respeito às sete semanas de duração da festa quando se processava a colheita de trigo e cevada.
Como parte da forte influência exercida pela cultura grega sobre os judeus, a partir do século IV, antes de Cristo, o nome “pentecostes” – cujo significado é “cinquenta dias depois” – foi usado para substituir o nome da Festa das Colheitas ou Festa das Semanas. O livro Atos dos Apóstolos usa o nome Pentecostes (At 2.1).
Da natureza e do local da festa
Originalmente, a festa das Colheitas era agrícola. Era uma reunião de agricultores que se prolongava por sete semanas. O longo tempo de duração da festa e o nome “colheita” sugerem que os agricultores reuniam-se, originalmente, para uma sega em mutirão. Como na época dessa celebração (maio/junho) não há chuva, em Israel, os celebrantes, que moravam longe do local da colheita, se abrigavam em tendas.
Contudo, o livro de Deuteronômio apresenta duas novidades à festa: a memória da libertação do Egito e a recomendação de estudar os estatutos (a Torá de Javé) durante as sete semanas de festa. Além disso, ele fornece uma outra informação: o nome da festa para o livro de Deuteronômio é Semanas e o local é o templo de Jerusalém (16.9-12). A centralização das festas foi parte da política reformista do reinado de Josias (640-609 a.C.).
Quanto ao relato do livro Atos dos Apóstolos, o nome da festa é Pentecostes e o local é a cidade de Jerusalém, não especificando se a reunião foi realizada no Templo ou próxima a ele. Quanto ao número de pessoas presentes à festa, é possível crer que os relatos de Levítico (23.15-22) e Deuteronômio (16.9-12) sugerem um limite máximo de pessoas bem inferior ao número indicado no livro de Atos dos Apóstolos (2.1-13).
A “ecumenicidade” da festa
Basicamente, a festa, tanto no período do Antigo Testamento como no Novo Testamento, era cosmopolita, isto é, ela reunia pessoas de todas as raças e condições sociais (conforme Dt 16.11 e At 2.1-13). O que varia entre os dois relatos é a quantidade de pessoas presentes no evento: o relato de Atos dos Apóstolos fala que uma multidão estava reunida em Jerusalém, enquanto que o relato de Deuteronômio refere-se a uma presença bem menor.
A fraternidade da festa
A fraternidade era estimulada, entre os agricultores, na Festa das Colheitas, conforme os textos de Levítico e Deuteronômio. Contudo, essa fraternidade é descrita, em sua plenitude, na reunião reportada no livro de Atos dos Apóstolos, através da palavra grega koinonia comunhão (At 2.42-47). Essa comunhão entre os trabalhadores do campo, na prática, forma o mutirão para colher o trigo pronto para a ceifa.
O estudo da Bíblia na festa
Quando mais necessitava de uma disciplina comunitária, a festa das Colheitas, ou Semanas, agregou a prática de estudar a Tora (Pentateuco). No relato de Atos dos Apóstolos, há uma ausência de informação sobre o estudo da Torá.
Jerusalém como local da festa
Tudo leva a crer que, originalmente, a Festa das Colheitas, ou Semanas, era realizada na roça, particularmente, no campo de trigo. No projeto de reforma, empreendido pelo rei Josias, no século VII a.C., todas as festas foram levadas para o Templo em Jerusalém. Por que Jerusalém?
Jerusalém é a sede do governo, a capital política e espiritual;
Jerusalém é uma cidade que possui uma carga fortíssima de tradição (Sl 48);
Jerusalém encarna-se todas as contradições e conflitos;
Jerusalém é o centro de todas as tensões da vida judaica:
em Jerusalém, sente-se amor dentro da condição de ódio;
em Jerusalém, nasce a esperança em meio ao desespero;
em Jerusalém, o povo acredita que se dará a plenitude da vida;
No Novo Testamento, o sentido de Jerusalém atinge o sentido universal.
Assim, A escolha da cidade de Jerusalém, para celebrar a Festa das Colheitas, não é arbitrária.
Ensinando a importância da terra
Terra é uma palavra muito significativa na Bíblia, particularmente no Antigo Testamento (AT). Há duas importantes palavras hebraicas para terra: a primeira é adamah terra, solo, chão. Originalmente, Adamah carregava o sentido de “solo vermelho”, arável e cultivável. Conforme o livro de Gênesis – “… Javé Eloim modelou o ‘adam ser humano com o pó da ‘adamah terra” (2.7) -o ser humano possui uma estreita relação com a terra.
Essa ligação fica mais íntima quando se pensa no alimento. O alimento, como gerador da vida, tem a ver diretamente com o trabalho do adam ser humano e a fertilidade do adamah terra. Por isso entre o ser humano e a terra não poderá acontecer violência. Tanto o ‘adam ser humano como a’ adamah terra são posses de Javé, e ambos estão sob o cuidado dEle (Gn 2.6). A segunda palavra hebraica para terra é eres, um substantivo feminino que ocorre 2.500 vezes, no A.T.
Seu significado é amplo: (a) no sentido cósmico, eres possui o significado de terra em oposição ao céu, o mar e a água (SI 89.11); (b) no sentido físico, eres carrega o significado de solo, sobre o qual o ser humano vive, planta e colhe os frutos (Dt 26.9); (c) no sentido geográfico, eres designa determinadas regiões e zonas (Jr 16.13); (d) no sentido político, eres indica a soberania de determinados clãs, tribos, estados e povos (Is 9.1) e, por fim, (e) o sentido teológico, quando eres é definida como posse de Deus (Lv 25.23). Como uma propriedade divina (Os 9.3), a terra espera de seu usuário uma forte disciplina e uma profunda espiritualidade. Para tanto, a violência contra a terra é considerada uma desobediência a Javé (Jr 2.7).
Resumindo
Pentecostes é uma festa adotada pelo Cristianismo ao Judaísmo. Em primeiro lugar, a palavra festa (hag, no hebraico) significa fazer um círculo. Isso revela o sentido primitivo de festa, isto é, uma reunião comunitária (Êx 5.1). Nela, o povo celebrante reunia, especialmente, para estudar os textos sagrados que, mais tarde, viriam a ser a Bíblia.
Em segundo lugar, o nome Pentecostes vem da língua Grega e significa cinquenta dias depois, a saber, da festa da Páscoa. Originalmente, esta festa possuía três nomes hebraicos: festa das Semanas, festa das Colheitas ou Dia das Primícias. Estes três nomes revelam um pouco do conteúdo da festa: era agrícola e situada no período das colheitas.
A troca de nome para Pentecostes deu-se a partir do período grego (333-63 anos antes de Cristo), quando a Grécia dominou culturalmente o mundo. O mais primitivo motivo desta festa foi gratidão a Deus pelo dom da terra. Posteriormente, o povo bíblico incorporou o motivo de gratidão pela doação da Torá (450 anos antes de Cristo).
A Torá é a instrução divina por excelência, contida no Pentateuco (cinco primeiros livros da Bíblia). Provavelmente, a festa de Pentecostes, descrita em Atos dos Apóstolos 2, celebrava a doação da Torá. Os salmos 19 e 119 mostram que a manifestação do Espírito Santo está diretamente relacionada ao estudo da Torá.
Fonte: www.metodista.br
Dia de Pentecostes
SIGNIFICADO PENTECOSTES
O que significa Pentecostes?
É uma palavra que vem do grego e significa “quinquagésimo”. É o 50° dia depois da Páscoa. É a solenidade da vinda do Espírito Santo. Junto com Natal e Páscoa, forma o tripé mais importante do Ano Litúrgico. Esse detalhe ajuda a compreender por que Pentecostes pertence ao Ciclo da Páscoa.
Qual é a cor litúrgica de Pentecostes e seu significado?
O vermelho domina essa solenidade, associado ao fogo, símbolo do amor. 0 Espírito Santo é chamado de “Espírito do amor”.
Como surgiu a festa de Pentecostes?
Antes de ser uma festa dos cristãos, Pentecostes foi festa dos judeus, e sua origem se perde nas sombras do passado. Antes de se chamar assim, tinha outros nomes, e era uma festa agrícola. Em Êxodo 23,14-17 é chamada de festa da Colheita, a festa dos primeiros feixes de trigo colhidos. Em Êxodo 34,22 é chamada de festa das Semanas. Por que “festa das semanas”? A explicação é dada pelo Levítico (23,15-21): calculavam-se 7 semanas a partir do inicio da colheita do trigo. 7 semanas = 49 dias.
Com o tempo, ela perdeu sua ligação com a vida dos agricultores, recebeu o nome grego de Pentecostes e se tomou festa cívico-religiosa. No tempo de Jesus, celebrada 50 dias apos a Páscoa, ela recordava a dia em que no Monte Sinai, Deus entregou as tábuas da Lei a Moises. Os Atos dos Apóstolos fazem coincidir a vinda do Espírito Santo com a festa judaica de Pentecostes.
Quem recebeu o Espírito Santo no dia de Pentecostes?
O episodio de Pentecostes é narrado por Lucas em Atos 2,1-11. Sem muita reflexão, seriamos tentados a responder que apenas os Doze apóstolos é que receberam o Espírito Santo. Mas lendo com atenção o contexto desse acontecimento poderemos ter surpresas.
De fato, Lucas disse, antes que viesse o Espírito: “Os apóstolos voltaram para Jerusalém, pois se encontravam no chamado monte das Oliveiras, não muito longe de Jerusalém: uma caminhada de sábado. Entraram na cidade e subiram para a sala de cima, onde costumavam hospedar-se. Ai estavam Pedro e João, Tiago e Andre, Filipe e Tome, Bartolomeu e Mateus, Tiago, filho de Alfeu, Simão Zelote e Judas, filho de Tiago.
Todos eles tinham os mesmos sentimentos e eram assíduos na oração, junto com algumas mulheres, entre as quais Maria, mãe de Jesus, e com as irmãos de Jesus. Nesses dias, ai estava reunido um grupo de mais ou menos cento e vinte pessoas” (Atos 1,12-15a). No dia de Pentecostes, já com Matias substituindo o traidor Judas, Lucas afirma que “todos eles estavam reunidos no mesmo lugar” (2,1). Na fala depois de terem recebido o Espírito Santo, Pedro cita a profeta Joel, que previa a efusão do Espírito sobre todas as pessoas: “Nos últimos dias, diz o Senhor, eu derramarei o meu Espírito sobre todas as pessoas.
Os filhos e filhas de vocês vão profetizar, os jovens terão visões e os anciãos terão sonhos. E, naqueles dias, derramarei o meu Espírito também sobre meus servos e servas, e eles profetizarão” (2,17-18; veja Joel 3,1-5). Não se pode, portanto, afirmar que somente os Doze ap6stolos e que receberam o Espírito.
0 fenômeno de falar em línguas surgiu em Pentecostes?
O dom de falar línguas estranhas era um fenômeno restrito praticamente às comunidades cristãs de Corinto. Esse dom tem pouco a ver com a Pentecostes de Atos 2,1-11. Lá em Corinto, as pessoas rezavam a Deus em línguas estranhas,
todas juntas, sem que alguém compreendesse coisa alguma. Paulo põe ordem nessa “babel”, mandando que orem um por vez, com interprete (1 Coríntios 12-14).
Em Atos as coisas são bem diferentes: “Todos ficaram repletos do Espírito Santo, e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que falassem. Acontece que em Jerusalém moravam judeus devotos de todas as nacões do mundo. Quando ouviram barulho, todos se reuniram e ficaram confusos, pois cada um ouvia, na sua própria língua, os discípulos falarem. Espantados e surpresos, diziam: ‘Esses homens que estão falando, não são todos galileus? Como é que cada um de nós os ouve em sua própria língua materna? … E cada um de nós em sua própria língua os ouve anunciar as maravilhas de Deus!'” (2,4-8.11).
Lucas montou a cena de Pentecostes sobre o molde da entrega da Lei a Moises, ou seja, sobre o molde do Pentecostes judaico. Compare Atos 2,1-11 com Êxodo 19,1-20,21, e anote as coincidências. Em Êxodo, todo o povo reunido ao redor do monte; em Atos, o mundo inteiro reunido em Jerusalém. No Êxodo, relâmpagos, trovões, nuvem escura etc., símbolos de teofania (= manifestação de Deus); nos Atos, vento forte, línguas como de fogo, símbolos teofânicos (= manifestação do Espírito de Deus).
Qual a mensagem de Pentecostes?
A mensagem vem , sobretudo das leituras dessa solenidade, que são sempre as mesmas: Atos 2,1-11; 1 Coríntios 12,3b-7.12-13; João 20,19-23.
Eis alguns temas que deveriam ser aprofundados.
1. O supremo dom do Pai e de Jesus a humanidade é o Espírito Santo.
2. Soprando sobre os discípulos, Jesus esta recriando a humanidade mediante o sopro do Espírito.
3. Recebendo o Espírito de Jesus, os cristãos recebem igualmente a mesma missão.
4. O Espírito é dado a todos. Ninguém fica sem ele, e ninguém o possui plenamente.
5. O Espírito leva a humanidade a formar uma só família, no amor, diferentemente de Babel-confusão, em que as pessoas não se entendem.
Fonte: www.paroquiasaopauloapostolo.com.br
Dia de Pentecostes
A Festa
A Festa de Pentecostes ou das Semanas, como a chama o Pentateuco, era para os judeus a «Festa das Primícias» de trigo ou a «Festa da colheita». A Festa, de origem estritamente agrícola, assumiu sucessivamente um sentido histórico-salvacional, ligado às Alianças. Esta acepção, a partir da segunda metade do século II a. C, foi assumida pela Sinagoga que, por sua vez, centrou memória na Aliança do Sinai.
Pentecostes» Ícone de Theófanes de Creta – 1546
Monastério Stavronikita – Monte Athos – Grécia)
A Igreja Primitiva, por sua vez, não preservou para si estas memórias judaicas, porque teve sua experiência própria: a descida do Espírito Santo. O período sagrado dos cinquenta dias, recorda o tempo de espera e a efusão do Espírito Santo sobre os Apóstolos, ocorrida no quinquagésimo dia após a celebração da Páscoa da Ressurreição, marcando o inicio da missão evangelizadora.
O Pentecostes, dia do nascimento da Igreja, é o momento em que o verdadeiro significado da Cruz e da Ressurreição de Cristo se manifesta e a nova humanidade retorna à comunhão com Deus.
A Festa da Aliança do Sinai, que se celebra no mundo hebreu, recordando a entrega das Tabuas da Lei, se converteu, com o cristianismo, na festa dos Dons das Línguas, porque, através delas, cada povo ou nação pode receber o anúncio e retornar à primitiva unidade que se rompeu em Babel.
Desde o dia de Pentecostes, a Igreja tomou consciência da Nova Páscoa, segundo havia predito o próprio Senhor: O consolador, o Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará cada coisa e vos recordará tudo o que eu vos disse.
Pela herança da tradição primitiva da Igreja, os cinquenta dias, após a Páscoa constituem uma só festa, celebrados com grande júbilo, porque formavam um único acontecimento e tinham a mesma importância do domingo em que celebramos a Ressurreição com toda a solenidade.
Na segunda metade do século IV, a celebração indiferenciada do Mistério pascal, sofreu algumas modificações, obedecendo a ordem cronológica dos eventos da salvação, segundo a narração dos Atos dos Apóstolos.
Naquela época, como se deduziu do relato de Egeria, em Jerusalém, o ultimo domingo da cinquentena se celebrava, conjuntamente, tanto o envio do Espírito Santo sobre os Apóstolos, como a Ascensão. Em outras Igrejas, contudo, ia-se estabelecendo a festa da Ascensão no quadragésimo dia após a Páscoa e no quinquagésimo dia, a Festa da descida do Espírito Santo.
A Iconografia
A iconografia, para a Festa de Pentecostes, é constante, ainda que se registrem variantes mais ou menos significativas, que foram discutidas por teólogos e historiadores da Arte. A mais importante é a presença da Mãe de Deus no centro da reunião dos Apóstolos.
A presença da Mãe de Deus no cenáculo é encontrada inicialmente na iconografia dos primeiros séculos como, por exemplo, no Evangeliário sírio de Rábula de 587 e que, mais tarde, foi proposta novamente ao final do século XVI.
Sua presença tem sido explicada de diversos modos: referindo à narração dos Atos dos Apóstolos ou no sentido dedutivo, isto é, tendo presente que o evento aconteceu em Sião, lugar onde a Virgem vivia, supõe-se que ela participava do grupo dos Apóstolos.
As razões de sua ausência na iconografia bizantina e na ocidental, durante muito tempo, também têm suas explicações: Maria concebeu pelo Espírito Santo, logo foi transformada por ele, estando plena do Espírito Santo; os textos litúrgicos não oferecem indicações relacionadas, de forma clara e pontual sobre a sua presença e papel, no momento da descida do Espírito Santo.
Posteriormente, a re-introdução da presença de Maria na Descida do Espírito Santo, pelo Ocidente e sucessivamente por alguns filões iconográficos bizantinos, trouxe como consequência novo significado para o Ícone de Pentecostes e o crescimento do culto mariano.
O Cenáculo e as línguas de fogo
O Cenáculo e as línguas de fogo
Na parte superior do ícone estão pintadas duas casas, semelhantes a torres. Desde modo, quer se dar a entender que a cena se desenvolveu no piso superior, onde aconteceu a Ultima Ceia, que após a Ressurreição do Senhor se converteu em lugar de encontro dos discípulos e de reunião e de oração dos Apóstolos.
Os edifícios, simétricos, apresentam aberturas somente na parte superior, seguindo as direções das línguas de fogo que são emanadas da esfera celeste, donde partem doze raios.
Aparecendo em línguas de fogo, o Espírito o faz recordar as palavras de salvação que Cristo recebeu do Pai e transmitiu aos Apóstolos. Assim se entoa no Cânon das Matinas da Festa.
Os Apóstolos começaram a anunciar a Palavra a partir do momento em que receberam o Espírito Santo e, por estarem unidos, representavam a unidade espiritual dos Sínodos futuros. De forma análoga os ícones que representam os Concílios Ecumênicos reproduzem o mesmo esquema iconográfico.
O Rei
No centro do semi-circulo, imerso na obscuridade, aparece um ancião, com trajes régios e que segura entre suas mãos um grande lenço branco. Em alguns ícones, sobre ele, aparecem doze rolos que simbolizam as pregações apostólicas. O significado desta figura não é unívoco. Parece ter tomado forma a partir do século X. Anteriormente, em seu lugar figurava um aglomerado de povos, de distintas línguas e nacionalidades, como narra os Atos dos Apóstolos.
Quando seu nome é indicado, é chamado de O Kosmos (o mundo). O velho Rei, pretendia representar o conjunto dos povos e nações que tinham na pessoa do Imperador Bizantino, seu ponto de referência. Tal significado, fruto da evolução conceitual de caráter histórico-político, pode ser mais direto e imediato se o enquadrarmos na estrutura que a rodeia, na assim chamada «Bema Sírio».
Na tradição arquitetônica das Igrejas Sírias e caldéias, encontramos, com efeito, um elemento do qual resta hoje somente algum sinal: o ambão ou o bema no centro da Igreja.
Trata-se de uma tribuna em forma de ferradura colocado no centro da Igreja em frente ao abside e o santuário. Sobre este acontecia a liturgia da Palavra, o anuncio à Jerusalém e ao mundo, onde tomavam acentos os celebrantes.
O Rei, então, no centro do semicírculo é o mundo, posto que ele detém o mandato celeste sobre a terra.
O ancião está representado de forma a lembrar a figura do rei David, que representa os muitos profetas e justos que desejaram ver o que vistes e não viram, e escutar o que escutastes, e não escutaram.
Em outros casos, o Rei é identificado com o Profeta Joel. O motivo é de natureza litúrgica. Pois, na grande vésperas de Pentecostes, a segunda Leitura vetero-testamentária está extraída precisamente de Joel: «Eu infundirei meu espírito sobre vós, e profetizarão vossos filhos e vossas filhas, e vossos anciãos terão sonhos, e vossos moços terão visões.
Profecia esta que foi mencionada por Pedro para justificar o comportamento dos Apóstolos frente aos homens da Judéia e a todos aqueles que se encontravam em Jerusalém depois da descida do Espírito Santo.
Os Doze
Os Doze
Os doze estão em geral dispostos nas duas alas do semicírculo e entre os dois grupos está um lugar vazio. O trono vazio simboliza o trono preparado para a segunda vinda de Cristo. Neste caso, a representação assume o significado do Juízo Final, onde os doze se sentarão para julgar as tribos de Israel. Há ícones onde aparece a pomba, símbolo do Espírito Santo; ela é o sinal tangível da realização da economia da salvação com a manifestação trinitária.
O Mistério de Pentecostes, com efeito, não é a encarnação do Espírito, mas a efusão dos dons que comunicam a graça incriada à pessoa humana, a cada membro do corpo de Cristo. A unidade que se realiza na comunhão eucarística é por excelência, um dom do Espírito Santo.
Fonte: www.ecclesia.com.br
Dia de Pentecostes
Comemoração litúrgica – Domingo seguinte à Ascensão do Senhor
Os judeus tinham uma festa de Pentecostes, que se celebrava 50 dias após a páscoa. Nesta festa, recordavam o dia em que Moisés subiu ao monte Sinai e recebeu as tábuas da Lei, contendo os ensinamentos dirigidos ao povo de Israel.
Celebravam assim, a aliança do Antigo testamento que o povo estabeleceu com Deus: Eles se comprometeram a viver segundo seus mandamentos e Deus se comprometeu a estar sempre com eles.
Vinham pessoas de todos os cantos para a festa de Pentecostes no Templo de Jerusalém. Deus havia prometido mandar seu espírito em ocasiões diversas: Durante a Última Ceia, Jesus lhes promete a seus apóstolos o seguinte: Eu rogarei ao Pai e Ele vos dará outro Consolador, para que fique eternamente convosco.
O Espírito da verdade, quem o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conhecereis, porque ficará convosco e estará em vós. (Jo 14, 16-17)
Mais adiante lhes disse: Disse-vos estas coisas, permanecendo convosco. Mas o Consolador, que é o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, ele vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar tudo o que vos tenho dito (Jo 14, 25-26)
Ao terminar a cena, volta a fazer a mesma promessa: Contudo, digo-vos a verdade, a vós convém que eu vá; se eu não for, não virá a vós o Consolador; mas, se eu for, vo-lo enviarei. Ele, quando vier, arguirá o mundo do pecado, da justiça e do juízo. Sim, do pecado, porque não creram em mim; da justiça, porque vou para o Pai e vós não mais me vereis; Enfim, do juízo, porque o príncipe deste mundo já está julgado.
Tenho ainda muitas coisas a vos dizer, mas vós não as podeis suportar agora. Quando, porém, vier o Espírito da verdade, conduzir-vos-á à verdade integral. Pois, não há de falar de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e anunciar-vos-á as coisas que estão por vir. Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu e vo-lo anunciará. (Jo 16, 7-14)
No calendário do ano litúrgico, comemora-se Pentecostes no domingo subsequente à festa da Ascensão de Jesus. O significado do termo para os católicos, representa a festa celebrada pela Igreja 50 dias após a Ressurreição de Jesus (Páscoa).
Depois da Ascensão de Jesus, encontravam-se os apóstolos reunidos com a Mãe de Deus. Era o dia da festa de Pentecostes. Os apóstolos tinham medo de sair para pregar. Repentinamente, escutou-se um forte vento e línguas de fogo pousaram sobre cada um deles. Cheios do Espírito Santo, passaram a falar em línguas desconhecidas.
Nesses dias, haviam muitos estrangeiros em Jerusalém, que vinham de todas as partes do mundo para celebrar a festa de Pentecostes judia. Cada um ouvia falar os apóstolos em sua própria língua e compreendiam perfeitamente o que eles falavam. Todos eles, nesses dias, não tiveram medo e saíram a pregar ao mundo os ensinamentos de Jesus.
O Espírito Santo lhes concedeu forças para a grande missão que tinham de cumprir: Levar a Palavra de Jesus a todas as nações e batizar todos os homens em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
O Espírito Santo de Deus é a terceira pessoa da Santíssima Trindade. A Igreja nos ensina que o Espírito Santo é o amor que existe entre o Pai e o Filho. Este amor é tão grande e perfeito que forma uma terceira pessoa.
O Espírito Santo enche nossas almas no Batismo e depois, de maneira perfeita, na Confirmação. Com o amor divino de Deus dentro de nós, somos capazes de amar a Deus e ao próximo. O Espírito Santo nos ajuda a cumprir nosso compromisso de vida com Jesus.
Sinais do Espírito Santo – O vento, o fogo e a pomba
Estes símbolos nos revelam o poder que o Espírito Santo nos dá: O vento é uma força invisível, porém, real. Assim é o Espírito Santo. O fogo, é um elemento que limpa. O Espírito Santo é uma força invisível e poderosa que habita em nossos corações e purifica nosso egoísmo para dar espaço ao amor. A pomba representa a simplicidade e a pureza que devemos cultivar em nosso coração.
Nomes do Espírito Santo
O Espírito tem recebido diversos nomes ao longo do Novo testamento: O Espírito de Verdade, o Advogado, o Paráclito, o Consolador, o Santificador.
Missão do Espírito Santo
1. O Espírito Santo é santificador: Para que o Espírito Santo possa cumprir com sua função, é necessário que nos entreguemos totalmente a Ele e deixemo-nos conduzir docilmente por suas inspirações, para que possamos nos aperfeiçoar e crer todos os dias na santidade.
2. O Espírito Santo mora em nós: Em João 14, 16, encontramos a seguinte passagem: Eu rogarei ao Pai e Ele vos dará outro Consolador, para que fique eternamente convosco. Também em I Coríntios 3, 16: Não sabeis que sois templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?.
E por esta razão é que devemos respeitar nosso corpo e nossa alma. Está em nós, porque é o doador da vida e do amor. Se nos entregarmos à sua ação amorosa e santificadora, fará maravilhas em nós.
3. O Espírito Santo ora em nós: Necessitamos de um grande silêncio interior e de uma profunda pobreza espiritual para pedir que ore em nós o Espírito Santo. Deixar que Deus ore em nós sendo dóceis ao Espírito. Deus intervém por aqueles que o amam.
4. O Espírito Santo nos leva a verdade plena: Ele nos fortalece para que possamos ser testemunhas do Senhor, nos mostra a maravilhosa riqueza da mensagem cristã, nos enche de amor, de paz, de gozo, de fé e crescente esperança.
O Espírito Santo e a Igreja
Desde a fundação da Igreja no dia de Pentecostes, o Espírito Santo é quem a constrói, anima e santifica, lhe dá vida e unidade e a enriquece com seus dons. O Espírito Santo segue trabalhando na Igreja de muitas maneiras distintas, inspirando, motivando e impulsionando os cristãos, em forma individual ou como Igreja num todo, ao proclamar a Boa Nova de Jesus.
Por exemplo, inspira ao Papa a levar suas mensagens apostólicas à humanidade; inspira o bispo de uma diocese a promover determinado apostolado, etc.
O Espírito Santo assiste especialmente ao Representante de Cristo na Terra, o Papa, para que guie retamente a Igreja e cumpra seu trabalho de pastor do rebanho de Jesus Cristo.
O Espírito Santo constrói, santifica, dá vida e unidade à Igreja.
O Espírito Santo tem poder de nos animar e nos santificar e lograr êxito em nossos atos que, por nossas forças, jamais realizaríamos. Isto o faz através de seus sete dons.
Os sete dons do Espírito Santo
Estes dons são graças de Deus e, só com nosso esforço, não podemos fazer com que cresçam e se desenvolvam. Necessitam de uma ação direta do Espírito Santo para podermos atuar dentro da virtude e perfeição cristã.
No Espírito Santo, Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, reside o Amor Supremo entre o Pai e o Filho. Foi pelo Divino Espírito Santo que Deus se encarnou no seio de Maria Santíssima, trazendo Jesus ao mundo para nossa salvação. Peçamos à Maria, esposa do Espírito Santo, que interceda por nós junto a Deus concedendo-nos a graça de recebermos os divinos dons, apesar de nossa indignidade, de nossa miséria. Nas Escrituras, o próprio Jesus quem nos recomenda: “Pedi e se vos dará. Buscai e achareis. Batei e vos será aberto” (Mt VII, 7s).
1. Fortaleza
Por essa virtude, Deus nos propicia a coragem necessária para enfrentarmos as tentações, vulnerabilidade diante das circunstâncias da vida e também firmeza de caráter nas perseguições e tribulações causadas por nosso testemunho cristão. Lembremo-nos que foi com muita coragem, com muito heroísmo, que os santos desprezaram as promessas, as blandícias e ameaças do mundo. Destes, muitos testemunharam a fé com o sacrifício da própria vida. O Espírito Santo lhes imprimiu o dom da Fortaleza e só isto explica a serenidade com que encontraram a morte! Que luta gloriosa não sustentaram! Agora gozam de perfeita paz, em união íntima com Jesus, de cuja glória participam. Também nós, havemos de combater diariamente para alcançar a coroa eterna. Vivemos num mundo cheio de perigos e tentações. A alma acha-se constantemente envolta nas tempestades de paixões revoltadas. Maus exemplos pululam e as inclinações do coração constantemente dirigem-se para o mal. Resistir a tudo isto requer em primeiro lugar muita oração, força de vontade e combate resoluto. Por esta virtude, a alma se fortalece para praticar toda a classe de atos heróicos, com invencível confiança em superar os maiores perigos e dificuldades com que nos deparamos diariamente. Nos ajuda a não cair nas tentações e ciladas do demônio.
2. Sabedoria
O sentido da sabedoria humana reside no reconhecimento da sabedoria eterna de Deus, Criador de todas as coisas que distribui seus dons conforme seus desígnios. Para alcançarmos a vida eterna devemos nos aliar a uma vida santa, de perfeito acordo com os mandamentos da lei de Deus e da Igreja. Nisto reside a verdadeira sabedoria que, como os demais, não é um dom que brota de baixo para cima, jamais será alcançada por esforço próprio. É um dom que vem do alto e flui através do Espírito Santo que rege a Igreja de Deus sobre a terra. Nos permite entender, experimentar e saborear as coisas divinas, para poder julgá-las retamente.
3. Ciência
Nos torna capazes de aperfeiçoar a inteligência, onde as verdades reveladas e as ciências humanas perdem a sua inerente complexibilidade. Nossas habilidades com as coisas acentuam-se progressivamente em determinadas áreas, conforme nossas inclinações culturais e científicas, sempre segundo os desígnios divinos, mesmo que não nos apercebamos disso. Todo o saber vem de Deus. Se temos talentos, deles não nos devemos orgulhar, porque de Deus é que os recebemos. Se o mundo nos admira, bate aplausos aos nossos trabalhos, a Deus é que pertence esta glória, a Deus, que é o doador de todos os bens.
4. Conselho
Permite à alma o reto discernimento e santas atitudes em determinadas circunstâncias. Nos ajuda a sermos bons conselheiros, guiando o irmão pelo caminho do bem. Hoje, mais do que nunca está em foco a educação da mocidade e todos reconhecem também a importância do ensino para a perfeita formação da criança. As dificuldades internas e externas, materiais e morais, muitas vezes passam pelo dom do Conselho, sem disto nos apercebermos. É uma responsabilidade, portanto, cumprir a vontade de Deus que destinou o homem para fins superiores, para a santidade. Para que possamos auxiliar o próximo com pureza e sinceridade de coração, devemos pedir a Deus este precioso dom, com o qual O glorificaremos aos mostrarmos ao irmão as lições temporais que levam ao caminho da salvação. É sob a influência deste ideal que a mãe ensina o filhinho a rezar, a praticar os primeiros atos das virtudes cristãs, da caridade, da obediência, da penitência, do amor ao próximo.
5. Entendimento
Torna nossa inteligência capaz de entender intuitivamente as verdades reveladas e naturais, de acordo com o fim sobrenatural que possuem. A aparente correlação não significa que quem possui a sabedoria, já traga consigo o entendimento por consequência (ou vice-versa). Existe uma clara distinção entre um e o outro. Para exemplificar: Há fiéis que entendem as contemplações do terço, mas o rezam por obrigação ou mecanicamente (Possuem o dom do entendimento). Há outros que, por sua simplicidade, nunca procuraram entender o seu significado, mas praticam sua reza com sabor, devoção e piedade, ignorando seu vasto sentido (possuem o dom da Sabedoria). Este exemplo, logicamente, se aplica às ciências naturais e divinas, logo ao nosso dia-a-dia. Não sendo um consequencia do outro, são distintamente preciosos e complementam-se mutuamente, nos fazem aproximar de Deus com todas as nossas forças, com toda a nossa devoção e inteligência e sensível percepção das coisas terrenas, que devem estar sempre direcionadas às coisas celestes.
6. Piedade
É uma graça de Deus na alma que proporciona salutares frutos de oração e práticas de piedade ensinadas pela Santa Igreja. Nos dias de hoje, considerando a população mundial, há poucas, muito poucas pessoas que acham prazer em serem devotas e piedosas; as poucas que o são, tornam-se geralmente alvo de desprezo ou escárneo de pessoas que tem outra compreensão da vida. Realmente, é grande a diferença que há entre um e outro modo de viver. Resta saber qual dos dois satisfaz mais à alma, qual dos dois mais consolo lhe dá na hora da morte, qual dos dois mais agrada a Deus. Não é difícil acertar a solução do problema. Num mundo materialista e distante de Deus, peçamos a graça da piedade, para que sejamos fervorosos no cumprimento das escrituras.
7. Temor de Deus
Teme a Deus quem procura praticar os seus mandamentos com sinceridade de coração. Como nos diz as Escritura, devemos buscar em primeiro lugar o reino de Deus, e o resto nos será dado por acréscimo. O mundo muitas vezes sufoca e obscurece o coração. Todas as vezes que transigências fizemos às tentações, com certeza desprezamos a Deus Nosso Senhor. Quantas vezes preferimos a causa dos bens miseráveis deste mundo e esquecemo-nos de Deus! Quantas vezes tememos mais a justiça dos homens do que a justiça de Deus! Santo Anastácio a este respeito dizia: “A quem devo temer mais, a um homem mortal ou a Deus, por quem foram criadas todas as coisas?”. Não esqueçamos, portanto, de pedir ao Deus Espírito Santo a graça de estarmos em sintonia diária com os preceitos do Criador. Por este divino dom, torna-se Deus a pessoa mais importante em nossa vida, onde a alma docemente afasta-se do erro pelo temor em ofendê-Lo com nossos pecados.
Fonte: www.paginaoriente.com
Dia de Pentecostes
Religião Mosaica
O Pentecostes é o nome de uma festa do antigo calendário bíblico, (Ex 23.14-17; 34.18-23). Originalmente, essa festa é referida com vários nomes:
Festa da Colheita ou Sega – no hebraico hag haqasir. Por se tratar de uma colheita de grãos, trigo e cevada, essa festa ganhou esse nome.(Ex 23.16).
Festa das Semanas – no hebraico, hag xabu´ot. A razão desse nome está no período de duração dessa celebração: sete semanas. O início da festa se dá, cinquenta dias depois da Páscoa, com a colheita da cevada; o encerramento acontece com a colheita do trigo (Dt 34.22; Nm 28.26; Dt 16.10).
Dia das Primícias dos Frutos – no hebraico yom habikurim. Este nome tem sua razão de ser na entrega de uma oferta voluntária, a Deus, dos primeiros frutos da terra colhidos naquela sega (Nm 28.26). Provavelmente, a oferta das primícias acontecia em cada uma das três tradicionais festas do antigo calendário bíblico.
Na primeira, Páscoa, entregava-se uma ovelha nascida naquele ano; na segunda, Colheita ou Semanas, entregava-se uma porção dos primeiros grãos colhidos; e, finalmente, na terceira festa, Tabernáculos ou Cabanas, o povo oferecia os primeiros frutos da colheita de frutas, como uva, tâmara e figo, especialmente.
Festa de Pentecostes. As razões deste novo nome são várias: (a) nos últimos trezentos anos do período do Antigo Testamento, os gregos assumiram o controle do mundo, impondo sua língua, que se tornou muito popular entre os judeus.
Os nomes hebraicos – hag haqasir e hag xabu´ot – perderam as suas atualidades e foram substituídos pela denominação Pentecostes, cujo significado é cinquenta dias depois (da Páscoa). Como o Império Grego passou a ter hegemonia em 331 a.C., é provável que o nome Pentecostes tenha ganhado popularidade a partir desse período.
Da cerimônia
Miniatura de 1200d.C.
Enquanto a Páscoa era uma festa caseira, Colheita ou Semanas ou Pentecostes era uma celebração agrícola, originalmente, realizada na roça, no lugar onde se cultivava o trigo e a cevada, entre outros produtos agrícolas. Posteriormente, essa celebração foi levada para os lugares de culto, particularmente, o Templo de Jerusalém.
Os muitos relatos bíblicos não revelam, com clareza, a ordem do culto, mas é possível levantar alguns passos dessa liturgia
A cerimônia começava quando a foice era lançada contra as espigas (Dt 16.9). É bom lembrar que deveria ser respeitada a recomendação do direito de respigar dos pobres e estrangeiros (Lv 23.22; Dt 16.11);
A cerimônia prosseguia com a peregrinação para o local de culto (Ex 23.17);
o terceiro momento da festa era a reunião de todo o povo trabalhador com suas famílias, amigos e os estrangeiros (Dt 16.11). Essa cerimônia era chamada de “Santa Convocação” (Lv 23.21). Ninguém poderia trabalhar durante aqueles dias, pois eram considerados um período de solene alegria e ação de graças pela proteção e cuidado de Deus (Lv 23.21);
No local da cerimônia, o feixe de trigo ou cevada era apresentado como oferta a Deus, o Doador da terra e a Fonte de todo bem (Lv 23.11).
Os celebrantes alimentavam-se de parte das ofertas trazidas pelos agricultores;
As sete semanas de festa incluíam outros objetivos, além da ação de graças pelos dons da terra: reforçar a memória da libertação da escravidão no Egito e o cuidado com a obediência aos estatutos divinos (Dt 16.12).
Características da celebração
A Festa das Colheitas era alegre e solene (Dt 16.11);
A celebração era dedicada exclusivamente a Javé (Dt 16.10);
Era uma festa ecumênica, aberta para todos os produtores e seus famíliares, os pobres, os levitas e os estrangeiros (Dt 16.11). Enfim, todo o povo apresentava-se diante de Deus.
Reconhecia-se e afirmava-se o compromisso de fraternidade e a responsabilidade de promover os laços comunitários, além do povo hebreu;
Agradecia a Deus pelo dom da terra e pelos estatutos divinos (Dt 15.12);
Era uma “Santa Convocação”. Ninguém trabalhava (Lv 23.21);
Era celebrado o ciclo da vida, reconhecendo que a Palavra de Deus estava na origem da vida ” da semente ” da árvore ” do fruto ” do alimento ” da vida…
Pentecostalismo
Pentecostes é o símbolo do Cenáculo, onde os Apóstolos se reuniram, pela primeira vez, à espera do Espírito Santo. No Cenáculo, desde a fundação, a comunidade cristã aí se reúne, para ser conduzida pelo Sopro Inspirador, compartilhando o amor em Cristo.
Atualmente o 50.º dia após a Páscoa é considerado pelos cristãos o dia de Pentecostes. Pentecostes é quando o Espírito Santo visita os apóstolos e desce sobre eles, na forma de fogo (mera representação).
A partir daí os apóstolos passam a pregar o Evangelho em línguas estranhas: Há ação do Espírito Santo no ser humano sempre que este se converte dos seus pecados, pelo arrependimento, e passa a crer em Jesus Cristo como único e suficiente Senhor e Salvador, pedindo a Deus que lhe revista e encha do Espírito Santo.
Tal experiência é chamada de batismo no Espírito Santo. Isto tem ocorrido durante toda a história do cristianismo, sendo enfatizado, especialmente, em meados do século XX com o surgimento das primeiras Igrejas Protestantes Pentecostais, as quais enfatizam os dons do Espírito, ou pelos membros da Renovação Carismática Católica (RCC) que, seguindo a doutrina e as diretrizes de sua Igreja, fazem o mesmo.
Fonte: pt.wikipedia.org
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