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A Igreja
A Igreja celebra Corpus Christi (Corpo de Deus) como festa de contemplação, adoração e exaltação, onde os fiéis se unem em torno de sua herança mais preciosa deixada por Cristo, o Sacramento da sua própria presença.
A solenidade do Corpo de Deus remonta o século XII, quando foi instituída pelo Papa Urbano IV em 1264, através da bula Transiturus, que prescreveu esta solenidade para toda a Igreja Universal.
Corpus Christi
A origem da festa deu-se por um fato extraordinário ocorrido ao ano de 1247, na Diocese de Liége Bélgica. Santa Juliana de Cornillon, uma monja agostiniana, teve consecutivas visões de um astro semelhante à lua, totalmente brilhante, porém com uma incisão escura. O próprio Jesus Cristo a ela revelou que a lua significava a Igreja, a sua claridade as festas e, a mancha, sinal da ausência de uma data dedicada ao Corpo de Cristo. Santa Juliana levou o caso ao bispo local que, em 1258, acabou instituindo a festa em sua Diocese.
O fato, na época, havia sido levado também ao conhecimento do bispo Jacques de Pantaleón que, quase duas décadas mais tarde, viria a ser eleito Papa (Urbano IV), ou seja, ele próprio viria a estender a solenidade a toda a Igreja Universal.
O fator, que deflagrou a decisão do Papa, e que viria como que a confirmar a antiga visão de Santa Juliana, deu-se por um grande milagre ocorrido no segundo ano de seu pontificado: O milagre eucarístico de Bolsena, no Lácio, onde um sacerdote tcheco, Padre Pietro de Praga, colocando dúvidas na presença real de Cristo na Eucaristia durante a celebração da santa Missa, viu brotar sangue da hóstia consagrada. (Semelhante ao milagre de Lanciano, ocorrido no início do Século VIII).
O fato foi levado ao Papa Urbano IV, que encarregou o bispo de Orvietro a levar-lhe as alfaias litúrgicas embebidas com o Sangue de Cristo.
Instituída para toda a Igreja, desde então, a data foi marcada por concentrações, procissões e outras práticas religiosas, de acordo com o modo de ser e de viver de cada país, de cada localidade.
No Brasil, a festa foi instituída em 1961. A tradição de enfeitar as ruas com tapetes ornamentados originou-se em Ouro Preto, Minas Gerais e a prática foi adotada em diversas dioceses do território nacional. A celebração de Corpus Christi consta da santa missa, da procissão e da adoração do Santíssimo.
Lembra a caminhada do povo de Deus, que é peregrino, em busca da Terra Prometida. No Antigo Testamento, esse povo foi alimentado com o maná no deserto e hoje, ele é alimentado com o próprio Corpo de Cristo. Durante a missa, o celebrante consagra duas hóstias, sendo uma consumida e a outra apresentada aos fiéis para adoração, como sinal da presença de Cristo vivo no coração de sua Igreja.
Reflexões
Os católicos tem plena convicção da presença real de Cristo na Eucaristia. Jesus está verdadeiramente presente, de dia e de noite, em todos os Sacrários do mundo inteiro. Contudo, nos parece que esta certeza já não reside com tanta intensidade no coração do homem moderno.
O maior Tesouro que existe sobre a terra, “que possui o valor do próprio Deus”, a Eucaristia, Cristo a deixou para os homens …. de graça! Se mesmo na condição de pecadores, assombramo-nos com o descaso a tão valioso Sacramento, impossível assimilar o sentimento de Deus ante a indiferença dos homens com a Eucaristia.
Ao contrário do que se imagina, a Igreja está mais preocupada em pregar e difundir a Sã Doutrina, do que com o número de ovelhas em seu aprisco. A Igreja não trabalha baseada em dados estatísticos, mas com a difusão do Evangelho. Nesse sentido, lembremos que houve debandada geral da turba quando Jesus revelou publicamente: “Minha carne é verdadeiramente comida e meu Sangue, verdadeiramente bebida”.
Ao ouvir isto, o povo escandalizado deu as costas à Jesus; todos evadiram-se, restando apenas doze. Jesus não deu maiores explicações, nem correu atrás da multidão desolada, pelo contrário, simplesmente perguntou aos doze: “Quereis vós também retirar-vos?”.
No que São Pedro respondeu: “A quem iríamos nós, Senhor? Só Tu tens palavras de vida eterna” (Cf. Jo 6, 52 – 68). Portanto, é absolutamente claro que: “Jesus não depende das multidões, as multidões é que dependem d’Ele”, assim como “A Igreja de Cristo não depende dos fiéis, os fiéis é que dependem dela para chegarem a Cristo” (Livro Oriente)
Ao aproximarmo-nos do Santo Sacrário, tenhamos a confiança de dizer “Meu Senhor e meu Deus”, certos de que Ele está ali, Vivo, Real e Verdadeiro a ouvir nossas preces e a contemplar nossa fé. E esta fé, é uma formidável bem-aventurança que recebemos de Jesus, por intermédio das dúvidas levantadas por São Tomé, a quem o Mestre disse: “Creste, porque me viste. Felizes aqueles que crêem sem ter visto!” (Jo 21, 29)
Origem das comemorações
Tudo começou com a religiosa Juliana de Cornellon, nascida na Bélgica, em 1193. Segundo alegou, teve insistentes visões da Virgem Maria ordenando-lhe a realização de uma grandiosa festa. Juliana (mais tarde Santa Juliana) afirmava que a festa seria instituída para honrar a presença real de Jesus na hóstia, ou seja, o corpo místico de Jesus na Santíssima Eucaristia. Ainda quando era bispo, o papa Urbano IV teve conhecimento dessas visões e resolveu estendê-la à Igreja Universal, o que então já era uma verdadeira festa. Pela bula Transituru do Mundo, publicada em 11 de agosto de 1264, Urbano IV a consagrou em todo o mundo, com uma finalidade tríplice:
Prestar as mais excelsas honras a Jesus Cristo
Pedir perdão a Jesus Cristo pelos ultrajes cometidos pelos ateus
Protestar contra as heresias dos que negavam a presença de Deus na hóstia consagrada
No Brasil
No Brasil, a festa de Corpus Christi chegou com os colonizadores portugueses e espanhóis. Na época colonial, a festa tinha uma conotação político-religiosa. É que dias antes das procissões, as câmaras municipais exigiam que as casas de moradia e de comércio fossem enfeitadas com folhas e flores. Na época, quando o Brasil ainda era uma colônia, participavam da procissão membros de todas as classes, incluindo os escravos, os leigos das ordens terceiras e os militares.
Durante muitos anos, o entrosamento do povo com o governo, e vice-versa, foi praticamente completo. Um exemplo que comprova esse fato ocorreu em 16 de junho de 1808, quando D. João VI acompanhou a primeira procissão de Corpus Christi, realizada no Rio de Janeiro.
As procissões
O que marca a festa de Corpus Christi são as procissões, quando ocorrem as ornamentações das ruas com tapetes feitos de vários tipos de materiais, como papel, papelão, latinhas de bebidas, serragem colorida, isopor, etc.
Desenhos são elaborados nessa ornamentação com as figuras de Jesus, do cálice da Ceia e da Virgem Maria. Utilizam-se toneladas de materiais para formar os tapetes vistosos e admirados pelos que acompanham as procissões.
O mais importante
O momento mais solene da festividade de Corpus Christi é quando o hostiário, onde estão depositadas as hóstias ainda não consagradas, é conduzido nas procissões por um líder da alta hierarquia católica. No momento em que o hostiário passa, um silêncio profundo é observado por todos os presentes e, de uma extremidade a outra, toca-se a sineta que anuncia a passagem do cortejo. As reações das pessoas são as mais variadas. Algumas se comovem ao extremo e choram, outras se ajoelham diante do hostiário.
De ponto em ponto, há uma parada, quando, então, se entoam cânticos tradicionais. Segundo a liderança romana, as ornamentações são feitas para que o Corpo de Cristo possa passar por um local digno, para ser visto por todas as pessoas. Representa uma manifestação pública da fé na presença real de Jesus Cristo na Eucaristia.
Eucaristia
Ensinando sobre a Eucaristia, diz a Igreja Católica: A Eucaristia é um Sacramento que, pela admirável conversão de toda a substância do pão no Corpo de Jesus Cristo, e de toda a substância do vinho no seu precioso sangue, contém verdadeira, real e substancialmente o Corpo, o Sangue, a Alma e a Divindade do mesmo Jesus Cristo Nosso Senhor, debaixo das espécies de pão e de vinho, para ser nosso alimento espiritual.
Ensina, ainda, que na Eucaristia está o mesmo Jesus Cristo que se encontra no céu. Esclarece também que essa mudança, conhecida como transubstanciação, ocorre no ato em que o sacerdote, na santa missa, pronuncia as palavras de consagração: Isto é o meu Corpo; este é o meu sangue.
O catecismo católico traz uma pergunta com relação ao Sacramento da Eucaristia nos seguintes termos: Deve-se adorar a Eucaristia?. E responde: A Eucaristia deve ser adorada por todos, porque ela contém verdadeira, real e substancialmente o mesmo Jesus Cristo Nosso Senhor.
O que diz a Bíblia?
Os católicos procuram justificar a festa de Corpus Christi com a Bíblia citando partes dela que supostamente dão base para o dogma da Eucaristia. Os textos mais frequentemente são os de Mateus 26.26-29; Lucas 22.14-20 e João 6.53-56.
Essa doutrina é contrária ao bom senso e ao testemunho dos sentidos: o bom senso não pode admitir que o pão e o vinho oferecidos pelo Senhor aos seus discípulos na Ceia fossem a sua própria carne e o seu próprio sangue, ao mesmo tempo em que permanecia em pé diante deles vivo, em carne e osso.
É manifesto que Jesus, segundo seu costume, empregou uma linguagem simbólica, que queria dizer: Este pão que parto representa o meu corpo que vai ser partido por vossos pecados; o vinho neste cálice representa o meu sangue, que vai ser derramado para apagar os vossos pecados. Não há ninguém, de mediano bom senso, que compreenda no sentido literal estas expressões simbólicas do Salvador. A razão humana não pode admitir tampouco o pensamento de que o corpo de Jesus, tal qual se encontra no céu (Lc 24.39-43; Fp 3.20-21), esteja nos elementos da Ceia.
Biblicamente, a Ceia é uma ordenança e não uma Eucaristia; era empregado o pão e não a hóstia; é um memorial, como se lê em 1Coríntios 11.25,26, e sua simbologia está em conformidade com o método de ensinamento do Senhor Jesus, que usou muitas palavras de forma figurada: Eu sou a luz do mundo (Jo 8.12); Eu sou a porta (Jo 10.9); Eu sou a videira verdadeira (Jo 15.1). Quando Jesus mencionou na última Ceia os elementos pão e vinho, não deu qualquer motivo para se crer na transubstanciação.
A Festa de Corpus Christi é a celebração em que solenemente comemoramos a instituição do Santíssimo Sacramento da Eucaristia. Propriamente é a Quinta-feira Santa o dia da instituição, mas a lembrança da Paixão e Morte do Salvador não permite expansões de alegria.
Por isso, é na Festa de Corpus Christi que agradecemos e louvamos a Deus pelo inestimável dom da Eucaristia, na qual o próprio Senhor se faz presente como alimento que fortifica nossa alma, nos santifica e nos concede a vida eterna junto à Santíssima Trindade. A Eucaristia é fonte e centro de toda a vida cristã. Nela está contido todo o tesouro espiritual da Igreja, isto é, o próprio Cristo, nossa Páscoa.
A Festa surgiu no séc. XIII, na diocese de Liège, na Bélgica, por iniciativa da freira Juliana de Mont Cornillon, que recebia visões nas quais o próprio Jesus pedia uma festa anual em honra do sacramento da Eucaristia. Em 1247, realizou-se a primeira procissão eucarística pelas ruas de Liège, como festa diocesana, tornando-se depois uma festa litúrgica celebrada em toda a Bélgica.
Em 11 de agosto de 1264, o Papa Urbano IV decretou, pela Bula Transiturus, a instituição da Festa de Corpus Christi, mas a celebração só ganhou caráter universal no séc. XIV, quando o Papa Clemente V confirmou a Bula de Urbano IV, tornando a Festa da Eucaristia um dever canônico mundial. Em 1317, o Papa João XXII publicou na Constituição Clementina o dever de se levar a Eucaristia em procissão pelas vias públicas.
A partir da oficialização, a Festa de Corpus Christi passou a ser celebrada todos os anos na primeira quinta-feira após o domingo da Santíssima Trindade. A celebração tem início com a missa, seguida pela procissão, que se encerra com a bênção do Santíssimo.
Em Brasília, desde 1961 celebra-se a Festa de Corpus Christi. No começo, uma pequena procissão saía da igreja Santo Antônio e ia até a igreja Nossa Senhora de Fátima, na Asa Sul, reunindo a cada ano mais pessoas. Atualmente, a Festa é celebrada na Esplanada dos Ministérios, concentrando os fiéis de todas as paróquias da Arquidiocese de Brasília.
Qual é o significado da festa de Corpus Christi?
1. O sentido da celebração
Na quinta-feira, após a solenidade da Santíssima Trindade, a Igreja celebra devotamente a solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, festa comumente chamada de Corpus Christi.
A motivação litúrgica para tal festa é, indubitavelmente, o louvor merecido à Eucaristia, fonte de vida da Igreja. Desde o princípio de sua história, a Igreja devota à Eucaristia um zelo especial, pois reconhece neste sinal sacramental o próprio Jesus, que continua presente, vivo e atuante em meio às comunidades cristãs.
Celebrar Corpus Christi significa fazer memória solene da entrega que Jesus fez de sua própria carne e sangue, para a vida da Igreja, e comprometer-nos com a missão de levar esta Boa Nova para todas as pessoas.
Poderíamos perguntar se na Quinta-Feira Santa a Igreja já não faz esta memória da Eucaristia. Claro que sim! Mas na solenidade deCorpus Christi estão presentes outros fatores que justificam sua existência no calendário litúrgico anual.
Em primeiro lugar, no tríduo pascal não é possível uma celebração festiva e alegre da Eucaristia.
Em segundo lugar, a festa de Corpus Christi quer ser uma manifestação pública de fé na Eucaristia. Por isso o costume geral de fazer a procissão pelas ruas da cidade.
Enfim, na solenidade de Corpus Christi, além da dimensão litúrgica, está presente o dado afetivo da devoção eucarística. O Povo de Deus encontra nesta data a possibilidade de manifestar seus sentimentos diante do Cristo que caminha no meio do Povo.
2. Origem da solenidade
Na origem da festa de Corpus Christi estão presentes dados de diversas significações. Na Idade Média, o costume que invadiu a liturgia católica de celebrar a missa com as costas voltadas para o povo, foi criando certo mistério em torno da Ceia Eucarística. Todos queriam saber o que acontecia no altar, entre o padre e a hóstia. Para evitar interpretações de ordem mágica e sobrenatural da liturgia, a Igreja foi introduzindo o costume de elevar as partículas consagradas para que os fiéis pudessem olhá-la. Este gesto foi testemunhado pela primeira vez em Paris, no ano de 1200.
Entretanto, foram as visões de uma freira agostiniana, chamada Juliana, que historicamente deram início ao movimento de valorização da exposição do Santíssimo Sacramento. Em 1209, na diocese de Liége, na Bélgica, essa religiosa começa ter visões eucarísticas, que se vão suceder por um período de quase trinta anos. Nas suas visões ela via um disco lunar com uma grande mancha negra no centro. Esta lacuna foi entendida como a ausência de uma festa que celebrasse festivamente o sacramento da Eucaristia.
3. Nasce a festa do Corpus Christi
Quando as idéias de Juliana chegaram ao bispo, ele acabou por acatá-las, e em 1246, na sua diocese, celebra-se pela primeira vez uma festa do Corpo de Cristo. Seja coincidência ou providência, o bispo de Juliana vem a tornar-se o Papa Urbano IV, que estende a festa de Corpus Christi para toda Igreja, no ano de 1264.
Mas a difusão desta festa litúrgica só será completa no pontificado de Clemente V, que reafirma sua significação no Concilio de Viena (1311-1313). Alguns anos depois, em 1317, o Papa João XXII confirma o costume de fazer uma procissão, pelas vias da cidade, com o Corpo Eucarístico de Jesus, costume testemunhado desde 1274 em algumas dioceses da Alemanha.
O Concílio de Trento (1545-1563) vai insistir na exposição pública da Eucaristia, tornando obrigatória a procissão pelas ruas da cidade. Este gesto, além de manifestar publicamente a fé no Cristo Eucarístico, era uma forma de lutar contra a tese protestante, que negava a presença real de Cristo na hóstia consagrada.
Atualmente a Igreja conserva a festa de Corpus Christi como momento litúrgico e devocional do Povo de Deus. O Código de Direito Canônico confirma a validade das exposições publicas da Eucaristia e diz que principalmente na solenidade do Corpo e Sangue de Cristo, haja procissão pelas vias públicas (cân. 944).
4. A celebração do Corpo de Cristo
Santo Tomás de Aquino, o chamado doutor angélico, destacava três aspectos teológicos centrais do sacramento da Eucaristia. Primeiro, a Eucaristia faz o memorial de Jesus Cristo, que passou no meio dos homens fazendo o bem (passado). Depois, a Eucaristia celebra a unidade fundamental entre Cristo com sua Igreja e com todos os homens de boa vontade (presente). Enfim, a Eucaristia prefigura nossa união definitiva e plena com Cristo, no Reino dos Céus (futuro).
A Igreja, ao celebrar este mistério, revive estas três dimensões do sacramento. Por isso envolve com muita solenidade a festa do Corpo de Cristo. Não raro, o dia de Corpus Christi é um dia de liturgia solene e participada por um número considerável de fiéis (sobretudo nos lugares onde este dia é feriado). As leituras evangélicas deste dia lembram-nos a promessa da Eucaristia como Pão do Céu (Jo 6, 51-59 – ano A), a última Ceia e a instituição da Eucaristia (Mc 14, 12-16.22-26 – ano B) e a multiplicação dos pães para os famintos (Lc 9,11b-17 – ano C).
5. A devoção popular
Porém, precisamos destacar que muito mais do que uma festa litúrgica, a Solenidade de Corpus Christi assume um caráter devocional popular. O momento ápice da festa é certamente a procissão pelas ruas da cidade, momento em que os fiéis podem pedir as bênçãos de Jesus Eucarístico para suas casas e famílias. O costume de enfeitar as ruas com tapetes de serragem, flores e outros materiais, formando um mosaico multicor, ainda é muito comum em vários lugares. Algumas cidades tornam-se atração turística neste dia, devido à beleza e expressividade de seus tapetes. Ainda é possível encontrar cristãos que enfeitam suas casas com altares ornamentados para saudar o Santíssimo, que passa por aquela rua.
A procissão de Corpus Christi conheceu seu apogeu no período barroco. O estilo da procissão adotado no Brasil veio de Portugal, e carrega um estilo popular muito característico. Geralmente a festa termina com uma concentração em algum ambiente público, onde é dada a solene bênção do Santíssimo. Nos ambientes urbanos, apesar das dificuldades estruturais, as comunidades continuam expressando sua fé Eucarística, adaptando ao contexto urbano a visibilidade pública da Eucaristia. O importante é valorizar este momento afetivo da vida dos fiéis.
A Festa de Corpus Christi
Sua origem está ligada a um milagre acontecido na Idade Média. O sacerdote Pedro de Praga fazia peregrinação indo à Roma. Nessa viagem, parou para pernoitar na vila Bolsena, não longe de Roma e se hospedou na Igreja de Santa Catarina.
Na manhã seguinte, foi celebrar uma missa e pediu ao Senhor que tirasse as dúvidas que ele tinha em acreditar que Jesus estava presente na Eucaristia.
Era difícil para ele acreditar que no pão e no vinho, estava o corpo de cristo. Na hora em que ergueu a hóstia, esta começou a sangrar (sangue vivo).
Ele assustado, embrulhou a hóstia e voltou à sacristia e avisou o que estava acontecendo. O sangue escorria, sujando todo o chão no qual apareciam vários pingos. Isso foi informado ao Papa Urbano IV, que estava em Orvieto, que mandou um bispo a essa vila verificar a veracidade de tal fato. O bispo viu que a hóstia sangrava e o chão, o altar e o corporal (toalha branca do altar) estavam todos manchados de sangue.
O bispo pegou as provas do milagre e voltou para mostrar ao Papa. O Papa, entretanto, sentia algo estranho e resolveu ir ao encontro do bispo. As carruagens se encontraram na Ponta do Sol e o Papa desceu de sua carruagem e ao ver todas as provas do milagre, ajoelhou-se no chão e se dobrou sobre aquela hóstia sangrando e exclamou: “Corpus Christ (Corpo de Cristo)!”
Até hoje, ainda existem essas provas do acontecido. Ai começou a ser celebrado o dia de Corpus Christi e todos passaram a acreditar que Jesus está presente na hóstia consagrada. Fizeram então, pela 1ª vez a procissão com o Cristo passando pela cidade e até hoje esse ritual acontece.
Para acreditar tudo depende da nossa fé.
Isso é um MISTÉRIO DA FÉ. Corpus Christi é Jesus presente na hóstia consagrada em corpo, sangue, alma e divindade. Ninguém vê Jesus na hóstia, mas acreditamos pela nossa fé
Em 1264, o papa Urbano IV através da Bula Papal “Trasnsiturus de hoc mundo” , estendeu a festa para toda a Igreja, pedindo a Santo Tomás de Aquino que preparasse as leituras e textos litúrgicos que, até hoje, são usados durante a celebração.
CELEBRANDO CORPUS CHRISTI
Deus vivo nas estradas da humanidade.
Começando o diálogo… a festa dentro da fé cristã…
A festa de Corpus Christi dentro do ano litúrgico cristão se insere no ciclo do tempo comum e faz parte do grupo das quatro grandes festas do Senhor, quer sejam a Santíssima Trindade, Corpus Christi, Sagrado Coração de Jesus e Cristo Rei. São celebradas com o título de solenidade dentro das celebrações eucarísticas. Diferentemente das demais festas cristológicas e marianas que se relacionam e dependem do núcleo central do mistério pascal, estas solenidades completam e explicitam o mistério pascal da fé cristã.
A festa de Corpus Christi surge no horizonte das práticas litúrgicas com o objetivo de realçar um dado da fé católica, buscando apoiar a fé da Igreja, para superar os conflitos internos como as heresias, mas também a necessidade de divulgar e popularizar alguns dogmas.
A festa de Corpus Christi é uma resposta à devoção popular da eucaristia e manifesta a unidade da comunidade ao redor de Jesus Cristo. A partir da ação divina a encarnação, da qual a eucaristia é uma manifestação revela que Deus está no meio do seu povo e caminha por suas veredas.
A validade atual desta solenidade cristã não consiste na apologia católica contra outros grupos religiosos cristãos, mas na manifestação da fé na presença real de Jesus Cristo na Eucaristia e, a partir disso, a solidariedade de Deus com a humanidade.
Um pouco de história
A solenidade de Corpus Christi tem uma data específica dentro do calendário romano. Trata-se de uma data móvel (sem data fixa no calendário solar) que acontece na quinta-feira após a Festa da Santíssima Trindade. Esta, por sua vez, vem celebrada no domingo após a Festa de Pentecostes. É antes de tudo uma festa teológica. Isso quer dizer que não se refere a um evento histórico, mas exalta a profissão de fé na presença real de Jesus Cristo na eucaristia.
Sua está no movimento eucarístico da Idade Média, que realçava a presença real do Cristo nas espécies consagradas. Visa aprofundar e divulgar o mistério eucarístico da transubstanciação. Aparece, neste período, o gesto ritual de elevar a hóstia após a sua consagração, na celebração eucarística.
Aos poucos vai se desenvolvendo o ritual e o conteúdo desta festa, que, já na Idade Média, se torna oficial para toda a igreja. Assim, a eucaristia se apresenta como sacrifício e refeição.
Após o Concílio de Trento (século XVI), a Festa de Corpus Christi vai ser muito difundida, como afirmação da catolicidade dos povos fiéis à Igreja Romana e vai ganhar muita festividade e fervor, presentes nas procissões, nas vestimentas sofisticadas, nos pujantes tapetes folclóricos e nas ritualidades fascinantes. A contra-reforma católica vai propagar dentro da liturgia barroca do século XVII e XVIII a devoção à presença real de Cristo nas espécies do pão e do vinho.
A festa do Corpo de Cristo torna-se no missal romano atual a Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo.
Existe uma relação teológica entre esta solenidade e a instituição da eucaristia celebrada na Quinta-feira Santa. Não se trata de uma festa duplicada, pois a última ceia está dentro do tríduo sagrado e se insere no mistério da paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo. Por sua vez, esta solenidade se presta à celebração mais específica do mistério eucarístico.
Hoje, em tempos de grande propagação de movimentos religiosos não católicos, a celebração de Corpus Christi, bem como seus momentos de adoração eucarística tornam-se mais divulgados, como força apologética, certamente, mas também como reflorescimento da devoção eucarística, presentes na piedade cristã.
Compreender a teologia da festa.
Muitos cristãos não compreendem o significado teológico desta festa e acabam por atribuir-lhe um significado mágico ou meramente devocional. Além disso, esta festa exige necessariamente a profissão de fé na presença real de Jesus na Eucaristia, que confirma a presença de Deus na vida humana e sua participação na história do mundo. Destacamos as três dimensões desta solenidade:
a. o passado , como representação memorial do mistério pascal, é o verdadeiro sacrifício de Cristo e sua auto-doação à humanidade, seu serviço sacerdotal ao mundo;
b. o presente , como sacramento da unidade do universo com Cristo e dos seres humanos entre si, atualiza a ação salvífica de Cristo e inaugura a fraternidade e solidariedade entre os povos;
c. o futuro , como prefiguração da nova história, é a sua transformação em Reino de Deus e a divinização da humanidade, transformada num único povo.
Concluindo , podemos afirmar que a celebração representa a dimensão de ceia, partilha e convivência de irmãos e irmãs congregados pela fé. A dimensão sacrificial celebra o Cristo, como Cordeiro de Deus, que oferta sua vida para expiação dos pecados da humanidade, derramando seu sangue em favor da redenção da humanidade. A valorização exacerbada desta dimensão pode provocar um devocionalismo superficial e magicista da celebração. Do mesmo modo, o acento unidimensional do aspecto da refeição pode negar o aspecto da presença divina na Eucaristia e relegar o culto à única dimensão de reunião fraterna. Os dois aspectos, harmonizados e complementares constituem o verdadeiro significado desta solenidade.
O que nos diz a mensagem bíblica desta solenidade…
Os textos bíblicos apresentam no ciclo dos três anos (ciclos A, B e C) o sentido da eucaristia, como dom de Deus ao seu povo a caminho rumo à libertação. A liturgia do Ano A, destaca a relação entre o dom do maná no deserto, oferecido como alimento para a caminhada do povo (Dt 8,2-3.14-16a) e o corpo de Cristo, oferecido como pão vivo, que desceu do céu, para a salvação e libertação de toda a humanidade (Jo 6,51-59).
No Ano B são relacionadas as duas alianças bíblicas. A última ceia como instituição do mistério eucarístico para a vida da comunidade dos fiéis (Mc 14,12-16.22-26) é descrita a partir da aliança do Sinai, simbolizada no sangue que Moisés asperge sobre o povo (Ex 24,3-8).
O Ano C reflete a relação mais vivencial do mistério eucarístico, unindo sua mensagem ao milagre da multiplicação dos pães (Lc 9,11b-17) e relaciona o sacerdócio de Jesus que abençoa e partilha o pão, com o sacerdócio vétero-testamentário de Melquisedec, que oferece o pão e o vinho. Existe uma referência muito clara entre os dois personagens na sua ação sacerdotal em favor do povo, sobretudo dos pobres, com os quais o pão é partilhado.
Em todos os textos bíblicos da celebração desta solenidade, destacam-se a presença de Deus nos alimentos do pão e do venho, bem como a participação de Deus na história humana. Confirmam-se, portanto, a ação sacerdotal de Jesus Cristo em favor dos povos e a doação de Deus aos pobres, sofredores e todos os povos.
Caminhando nas ruas…
São belíssimas e formosas as procissões de ruas, que se realizam em nossas comunidades. Algumas são muito famosas e vale a pena visitar e participar destes eventos, que manifestam a grande religiosidade popular. Antes de tudo, manifestam a devoção do povo à Eucaristia, mas revela também a alma mística de nossas comunidades, que quer se comunicar com Deus por meio de seus ritos.
Com a liturgia barroca, a partir do século XVII, esta procissão se tornou um cortejo triunfal de ação de graças, visando também representar de modo apologético, o mistério eucarístico perante os cristãos não católicos, especialmente os protestantes.
O sentido teológico mais atual desta celebração, com a reforma litúrgica do Concílio Vaticano II, é a unidade do povo ao redor do seu Senhor, presente na eucaristia, sua força na caminhada do povo em marcha e o compromisso com os irmãos mais sofridos de nossa sociedade.
Uma palavra final….
A celebração de Corpus Christi tem assumido dimensões muito solenes na vida litúrgica nos últimos tempos. Algumas vezes, revelam um grande devocionismo e isto deve ser trabalhado com delicadeza. Corre-se o risco de exacerbar os elementos míticos e criar uma relação fascinada entre o fiel e a hóstia sagrada, deteriorando o sentido social e da partilha do ritual eucarístico. Deve-se cuidar para que o Corpus Christi seja a manifestação da fé do povo que crê num Deus onipresente na história e presente em nossas vidas, profetizando a fraternidade universal e a unidade cósmica. Cristo está vivo e o seu corpo é uma forma de sua presença ser real entre nós. Isso nos deve levar ao compromisso verdadeiro, pois ninguém revela melhor o Pai, senão o Cristo e não há melhor revelação de Cristo que a vida dos irmãos e irmãs, sobretudo os que sofrem.
Adoremos o Corpus Christi e manifestemos essa adoração na solidariedade com seus preferidos, os pobres desta terra.
Por quê celebramos?
Neste dia recordamos a instituição da Eucaristia, na Quinta-feira Santa, durante a Última Ceia: Jesus transformou o pão e o vinho em seu Corpo e Sangue.
É uma festa muito importante porque a Eucaristia é o maior presente que Deus nos deu, movido pelo desejo de ficar conosco depois da Ascensão.
Origem da festa
Deus propiciou esta festa através de Santa Juliana de Mont Cornillon. A santa nasceu em Retines, perto de Liège, Bélgica, em 1193. Órfã desde pequena e educada pelas freiras agustinianas em Mont Cornillon, ela cresceu, fez a profissão religiosa e mais tarde foi superiora de sua comunidade. Por causa de intrigas, teve que ir embora do convento. Morreu em 5 de abril de 1258, na casa das freiras cistercienses em Fosses, e foi enterrada em Villiers.
Juliana, desde jovem, teve uma grande veneração pelo Santíssimo Sacramento e sempre desejava que existisse uma festa especial em sua honra. Este desejo, diz-se, foi intensificado por uma visão que ela teve da Igreja sob a aparência de lua cheia, com uma mancha negra, que significava a ausência desta solenidade.
Ela manifestou suas idéias a Roberto de Thorete, então bispo de Liège, e ao douto Dominico Hugh, mais tarde cardeal legado dos Países Baixos; a Jacques Pantaleón, arquidiácono de Liège e depois bispo de Verdum, ao Patriarca de Jerusalém e finalmente ao Papa Urbano IV.
O bispo Roberto se impressionou favoravelmente e, como naquele tempo os bispos tinham o direito de ordenar festas para as suas dioceses, invocou um sínodo em 1246 e ordenou que a celebração se realizasse no ano seguinte. Também o Papa ordenou que um monge chamado João escrevesse o ofício para essa ocasião. O decreto se mantém preservado em Binterim (Denkwürdigkeiten, V.I. 276), junto com algumas partes do oficio.
O bispo Roberto não viveu para ver a realização de sua ordem, já que morreu em 16 de outubro de 1246, mas a festa foi celebrada pela primeira vez pelos cânones de São Martim em Liège. Jacques Pantaleón chegou a ser Papa no dia 29 de agosto de 1261.
A ermitã Eva, com quem Juliana tinha passado um tempo e que também era fervente adoradora da Santa Eucaristia, insistiu com Henrique de Guelders, bispo de Liège, para pedir ao Papa que extendesse a celebração ao mundo inteiro.
Urbano IV, sempre admirador desta festa, publicou a bula “Transiturus” em 8 de setembro de 1264, na qual, depois de louvar o amor de nosso Salvador manifestado na Santa Eucaristia, ordenou que fosse celebrada a solenidade de “Corpus Christi” na quinta-feira seguinte ao domingo da Santíssima Trindade, outorgando ao mesmo tempo muitas indulgências a todos os fiéis que assistissem à santa misa e ao ofício.
Este ofício, composto pelo Doutor Angélico Santo Tomás de Aquino a pedido do Papa, é um dos mais belos do breviário romano, e foi admirado até mesmo por protestantes.
A morte do Papa Urbano IV (2 de outubro de 1264), pouco depois da publicação do decreto, obstaculizou a difusão da festa. Mas o Papa Clemente V tomou o assunto em mãos e, no Concílio Geral de Viena (1311), ordenou mais uma vez a adoção da festa. Publicou um novo decreto incorporando o de Urbano IV. João XXII, sucessor de Clemente V, instou a sua observância.
Nenhum dos decretos fala da procissão com o Santíssimo como um aspecto da celebração. No entanto, essas procissões foram dotadas de indulgências pelos Papas Martim V e Eugênio IV e se tornaram bastante comuns a partir do século XIV.
A festa foi aceita em Cologne em 1306; em Worms foi adotada em 1315; em Strasburg em 1316. Na Inglaterra, foi introduzida da Bélgica entre 1320 e 1325. Nos Estados Unidos e em outros países, a solenidade é celebrada no domingo seguinte ao da Santíssima Trindade.
Na Igreja grega, a festa de Corpus Christi é conhecida nos calendários dos sírios, armênios, coptas, melquitas e rutínios da Galícia, Calábria e Sicília.
O Concílio de Trento declara que, muito piedosa e religiosamente, foi introduzido na Igreja de Deus o costume de que todos os anos, em determinado dia festivo, se celebre este excelso e venerável sacramento com singular veneração e solenidade, e, reverente e honorificamente, seja levado em procissão pelas ruas e lugares públicos.
Nisto, os cristãos testemunham a sua gratidão e a lembrança de tão inefável e verdadeiramente divino beneficio, por meio do qual se torna presente de novo a vitória, o triunfo sobre a morte e a ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.
A Festa de Corpus Christi foi instituída pelo Papa Urbano IV , para ser celebrada na quinta-feira após a Festa da Santíssima Trindade, que acontece no domingo depois de Pentecostes.
Dois acontecimentos ajudaram o papa a tomar a decisão de instituir esta festa:
A visão de Santa Juliana de Cornillon
Monja agostiniana de Liège na Bélgica, na qual Jesus pedia uma festa para de um modo mais forte testemunhar o significado da Eucaristia para a vida do cristão. Aos 38 anos confidenciou este segredo ao cônego Tiago Pantaleão de Troyes, que mais tarde seria eleito papa com o nome de Urbano IV (1261- 64). A “Fête Dieu” (Festa de Deus), como inicialmente foi chamada a Festa de Corpus Christi, começou na paróquia de Saint Martin em Liège, em 1230.
A procissão eucarística acontecia somente dentro da igreja, com a finalidade de proclamar gratidão a Deus pelo benefício da Eucaristia. Em 1247, realiza-se a 1ª procissão eucarística pelas ruas de Liège, como festa diocesana. Depois, tornou-se festa litúrgica a ser celebrada na Bélgica.
O milagre Eucarístico de Orvieto-Bolsena (Itália)
No ano de 1263 em Bolsena um sacerdote celebrando a santa missa, foi atormentando pela dúvida da Presença real de Jesus na Eucaristia. No momento da fração da hóstia, viu em suas mãos um pedacinho de carne, de onde caia gotas de sangue no corporal. O sacerdote recolheu a hóstia milagrosa no cálice, o corporal com o sangue e levou tudo para a sacristia. Em pouco tempo, tal acontecimento chegou ao conhecimento do papa Urbano IV, que estava em Orvieto, uma cidade vizinha. O papa envia uma equipe de eminentes teólogos, dizem entre os quais Santo Tomás de Aquino e São Boaventura. Constatada a veracidade do milagre, o corporal manchado com o sangue de Cristo é levado em procissão à presença do papa. Este milagre somente serviu para confirmar a visão de Sta. Juliana.
Em 1264, com a bula “Transiturus”, o Papa Urbano IV prescreveu essa solenidade para toda a Igreja. Era uma época em que a cristandade estava sendo profundamente agitada por uma polêmica que questionava a presença real de Cristo na Eucaristia. Desde então, a data foi marcada por concentrações, procissões e outras práticas religiosas, de acordo com o modo de ser e de viver de cada localidade.
A procissão lembra a caminhada do povo de Deus, que é peregrino, em busca da Terra Prometida. No Antigo Testamento, esse povo foi alimentado com o maná, no deserto. Hoje, ele é alimentado com o próprio Corpo de Cristo.
Os enfeites trazidos com ramos de árvores e flores, os vários altares colocados ao longo do percurso começaram a aparecer em algumas partes da Alemanha. Contudo, foi no período barroco que a procissão ganhou os ares de um cortejo triunfal e pomposo. Nesta época, verdadeiros carros alegóricos com personagens do Antigo e do Novo Testamento se relacionando-os ao mistério da Eucaristia já se faziam presentes. Depois, estes motivos passaram aos tapetes que cobriam a rua por onde Jesus Eucarístico deveria passar.
A ceia
Marcos 14,12-16.22-26
No primeiro dia dos Ázimos, em que se imolava a Páscoa, perguntaram-lhe os discípulos: Onde queres que preparemos a refeição da Páscoa? Ele enviou dois dos seus discípulos, dizendo: Ide à cidade, e sair-vos-á ao encontro um homem, carregando um cântaro de água. Segui-o e, onde ele entrar, dizei ao dono da casa: O Mestre pergunta: Onde está a sala em que devo comer a Páscoa com os meus discípulos? E ele vos mostrará uma grande sala no andar superior, mobiliada e pronta. Fazei ali os preparativos. Partiram os discípulos para a cidade e acharam tudo como Jesus lhes havia dito, e prepararam a Páscoa.
Durante a refeição, Jesus tomou o pão e, depois de o benzer, partiu-o e deu-lho, dizendo: Tomai, isto é o meu corpo. Em seguida, tomou o cálice, deu graças e apresentou-lho, e todos dele beberam. E disse-lhes: Isto é o meu sangue, o sangue da aliança, que é derramado por muitos. Em verdade vos digo: já não beberei do fruto da videira, até aquele dia em que o beberei de novo no Reino de Deus.
Comentário da Leitura
Nossa fé no Cristo-Eucaristia não pode permanecer estacionada no fundo de nosso coração, nem dormir na pequena cela de nossa consciência.É preciso proclamar bem alto que, naquele Corpo imolado pelo ser humano e naquele Sangue derramado sobre o mundo, Deus quis estabelecer a Nova Aliança, conosco, afim de que se concretizem a libertação verdadeira e a salvação esperada.
Essa nossa fé precisa ser vivida ao ar livre, de modo que o mundo veja e aprenda a acreditar – e, crendo, possa reconhecer como Deus o ama. É justamente por isso que vale a pena levar em procissão o Santíssimo Sacramento.
Mas é bom lembrar que nosso amor pela Eucaristia não se comprova na hora das procissões: comprova-se na hora do banquete. Pois é assumindo o Cristo que nos comprometemos a extinguir nossos instintos de violência e nossa sede de vingança; nossa agressividade e nossa inimizade, nosso ódio e nosso egoísmo.
É nessa hora que Deus “nos pega” e nos transforma: de escravos em filhos seus; de inimigos em amigos; de guerreiros em semeadores de paz; de aliados da morte em promotores da vida…
As procissões, então, só tem valor enquanto manifestam perante o mundo nossa crença e nossa alegria de crer…
Contanto, porém, que não haja triunfalismo ao levarmos em procissão a santa Eucaristia. Porque Cristo não gosta nem um pouco de triunfalismos: prefere fazer sua entrada na vida dos homens, não montado em cavalo branco de dominador, e sim num jumentinho de gente pobre…
De qualquer forma, é ao repartir aquele Pão que rememoramos a morte e ressurreição do Senhor, esperando que o fogo daquela memória aqueça nosso coração gelado, acorde nossa fé adormecida e nos torne capazes de amar, até fazermos de nossa vida um Dom para a libertação da humanidade inteira…
O nome vem do latim e significa Corpo de Cristo. A festa de Corpus Christi tem por objetivo celebrar solenemente o mistério da Eucaristia – o sacramento do Corpo e do Sangue de Jesus Cristo.
Acontece numa quinta-feira, em alusão à Quinta-feira Santa, quando se deu a instituição deste sacramento. Durante a última ceia de Jesus com seus apóstolos, Ele mandou que celebrassem sua lembrança comendo o pão e bebendo o vinho que se transformariam em seu Corpo e Sangue.
“O que come a minha carne e bebe o meu sangue, tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia.
Porque a minha carne é verdadeiramente comida e o meu sangue é verdadeiramente bebida.
O que come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. O que come deste pão viverá eternamente” (Jo 6, 55 – 59).
Através da Eucaristia, Jesus nos mostra que está presente ao nosso lado, e se faz alimento para nos dar força para continuar. Jesus nos comunica seu amor e se entrega por nós.
A celebração teve origem em 1243, em Liège, na Bélgica, no século XIII, quando a freira Juliana de Cornion teria tido visões de Cristo demonstrando-lhe desejo de que o mistério da Eucaristia fosse celebrado com destaque. Em 1264, o papa Urbano IV através da Bula Papal “Trasnsiturus de hoc mundo”, estendeu a festa para toda a Igreja, pedindo a Santo Tomás de Aquino que preparasse as leituras e textos litúrgicos que, até hoje, são usados durante a celebração.
Compôs o hino Lauda Sion Salvatorem (Louva, ó Sião, o Salvador), ainda hoje usado e cantado nas liturgias do dia pelos mais de 400 mil sacerdotes nos cinco continentes. A procissão com a hóstia consagrada conduzida em um ostensório é datada de 1274. Foi na época barroca, contudo, que lea se tornou um grande cortejo de ação de graças.
Fonte: www.paginaoriente.com/www.cacp.org.br/www.catedral.org.br/www.bispadobauru.org.br/www.cot.org.br/www.achiropita.org.br/es.catholic.net/nossa.senhoradapaz.vilabol.uol.com.br/www.bethynha.com.br
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