31 de Março
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Revolução, para uns; golpe de Estado para outros, o processo revolucionário teve início com a eleição do presidente Jânio da Silva Quadros e do vice-presidente João Goulart e culminou com a renúncia do primeiro, em 1961. A partir desse instante, criaram-se as condições para a “revolução”, que se efetivou em 1964.
A lei eleitoral que vigorava em 1959 permitiu a eleição, em 1960, do presidente, que era da chapa direitista da UDN, e do vice-presidente, que pertencia à esquerdista coligação do PTB/PSD. Os esquerdistas eram considerados comunistas, e os direitistas, democratas.
A mesma direita que apoiava o presidente Jânio Quadros, pressionava-o para o não cumprimento de seus projetos de campanha, até a cúpula das Forças Armadas, o que fez com que ele renunciasse ao cargo, no dia 25 de agosto de 1961, ato que surpreendeu não só a todos, como também o seu vice, João Goulart que estava fora do país.
Goulart tinha passado pela China comunista e não contava com o apoio das Forças Armadas. Ele quase foi impedido de tomar posse, pois seus opositores tentaram lhe tirar esse direito mudando as leis, sem êxito.
Jango, como era chamado, assumiu o cargo, mesmo sem o apoio da maioria de políticos e militares. Entretanto, o Congresso aprovou e instituiu o Ato Adicional, que introduzia o parlamentarismo no Brasil, ou seja, Goulart seria o presidente da República, mas o poder ficaria com o Primeiro Ministro.
Nessa época, o país estava mergulhado em séria crise econômica e política. Os partidos de esquerda não davam credibilidade ao governo, deixando a população insegura e indecisa, enquanto os de direita planejavam um golpe de Estado.
Em 1963, os eleitores decidiram, em um plebiscito, o fim do parlamentarismo e a volta do presidencialismo. Nessa nova fase presidencialista, Jango propôs mudanças políticas e econômicas para o país, as quais chamou de Reformas de Base, que davam ênfase às reformas agrária, trabalhista e do ensino.
Foi imediata a reação dos conservadores contra tais mudanças. Com o apoio da embaixada americana, no dia 30 de março de 1964, os governadores de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro iniciaram uma revolta militar em Minas Gerais e pediram que Jango se afastasse dos sindicatos e esquecesse as reformas, em troca de apoio.
Jango, porém, não aceitou as exigências impostas, mas não lutou para permanecer no poder, decidindo, então, buscar exílio político no Uruguai.
Havia muitos militares interessados num golpe de Estado e na conseqüente tomada do poder. Assim, na noite de 31 de março de 1964, os militares destituíram o presidente João Goulart e instalaram o regime militar no Brasil.
O presidente da República passou a ser escolhido pelos chefes militares. Cabia ao Congresso apenas aprovar o nome por eles indicado.
Após assumirem o comando do país, os chefes militares não obedeceram à Constituição, atribuindo a eles mesmos poderes especiais por meio dos chamados Atos Institucionais (AI), mediante os quais podiam cassar mandatos e direitos públicos, prender pessoas sem autorização judicial, além de praticar outras arbitrariedades, tais como a censura da imprensa e a suspensão das eleições diretas para presidente da República, governadores dos estados, prefeitos das capitais e dos municípios.
A Revolução de 1964 representou um duro golpe na democracia do país. O liberalismo, iniciado de maneira promissora por Juscelino Kubitschek deu lugar a um regime repressor, que gerou a perda das liberdades democráticas e a perseguição a todos os cidadãos suspeitos de conspirar contra o governo.
31 de Março
Em 31 de março de 1964, o presidente João Goulart foi deposto por líderes militares e civis contrários às reformas propostas por ele.
Jango, como era mais conhecido, via com simpatia movimentos populares, o que desagradou à elite conservadora.
No contexto da Guerra Fria, em que muitos governos de esquerda adotavam regimes socialistas, a exemplo de China e Cuba, a direita encarregou-se de propagar o temor ao perigo vermelho.
O resultado foi a eclosão de uma série de golpes militares na América Latina, com o aval dos Estados Unidos. No Brasil, a classe média também foi convencida de que era preciso reagir à onda comunista.
Com isso, sucederam-se cinco militares na presidência do país: Humberto Castelo Branco (1964 a 67), Artur da Costa e Silva (1967 a 69), Emílio Garrastazu Médici (1969 a 74), Ernesto Geisel (1974 a 79) e João Figueiredo (1979 a 85).
Foram 21 anos marcados por cassação de direitos políticos, censura, perseguição, prisão, tortura e até assassinato de diversos opositores da ditadura, incluindo artistas, jornalistas, estudantes e líderes sindicais.
Somente em 1985 um civil voltou a ser eleito, ainda que indiretamente, para a presidência do país: Tancredo Neves, falecido pouco antes da posse. O vice José Sarney acabou assumindo o cargo e as primeiras eleições diretas pós-ditadura ocorreram quatro anos mais tarde.
Fonte: www.paulinas.org.br/www.ftd.com.br
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