Sistema Respiratório das Aves

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O sistema respiratório aviária fornece o oxigénio do ar para os tecidos e também remove o dióxido de carbono.

Além disso, o sistema respiratório desempenha um papel importante na regulação térmica (manutenção da temperatura corporal normal).

O sistema respiratório das aves é diferente da de outros vertebrados, com aves tendo relativamente pequenos pulmões além de nove sacos de ar que desempenham um papel importante na respiração (mas não estão diretamente envolvidos na troca de gases).

Os sacos de ar permitir um fluxo unidireccional do ar através dos pulmões. Fluxo unidirecional significa que o ar que se deslocam através pássaro pulmões é em grande parte do ar “fresco” e tem um maior teor de oxigênio. Portanto, em pulmões de aves, mais oxigénio se difunda para o sangue.

Em contraste, o fluxo de ar é “bi-direccional” em mamíferos, que se deslocam para trás e para dentro e para fora dos pulmões.

Como resultado, o ar que entra nos pulmões de um mamífero é misturado com o ar ‘velho’ (ar que tem sido nos pulmões por um tempo) e este “ar misturado ‘tem menos oxigênio.

Os sacos de ar pode ser dividida em sacos anteriores e posteriores sacos. Os sacos de ar têm paredes muito finas com poucos vasos sanguíneos.

Então, eles não desempenham um papel direto na troca gasosa. Em vez disso, eles funcionam como um “fole” para ventilar os pulmões.

Sistema Respiratório das Aves
Anatomia – Sistema Respiratório das Aves

As aves apresentam um sistema diferente e muitoeficiente onde ar apenas circula em um sentido de ventilação contínua.

Os seus pulmões são pequenos e compactos, e estão presos ás costelas e ligados a sacos aéreos de paredes finas, que se estendem entre os órgãos viscerais, basicamente formados por um conjunto de tubos.

Estão abertos nas duas extremidades pelos parabrônquios, que os ligam aos sacos aéreos, anteriores e posteriores.

Esses sacos aéreos não interrompem na hematose, porém tornam a ventilação mais eficiente.

Essa ventilação segue alguns passos, envolvendo duas inspirações e duas expirações: na primeira inspiração o ar entra para os sacos posteriores, na primeira expiração passa para os pulmões, na segunda inspiração o ar passa para os sacos anteriores e na segunda expiração o ar é expelido dos sacos anteriores.

Tal como nos peixes, a difusão dos gases nos pulmões é feita em contracorrente, contribuindo para uma eficiente remoção do oxigénio do ar.

Sistema Respiratório das Aves
Sistema Respiratório das Aves

A respiração: pulmões e sacos aéreos

O sistema respiratório também contribui para a manutenção da homeotermia.

Embora os pulmões sejam pequenos, existem sacos aéreos, ramificações pulmonares membranosas que penetram por entre algumas vísceras e mesmo no interior de cavidades de ossos longos.

A movimentação constante de ar dos pulmões para os sacos aéreos e destes para os pulmões permite um suprimento renovado de oxigênio para os tecidos, o que contribui para a manutenção de elevadas taxas metabólicas.

Sistema Respiratório das Aves
Anatomia – Sistema Respiratório das Aves

O Aparelho respiratório das aves é extremamente eficiente e, conseqüentemente, mais complicado do que em outros vertebrados de respiração aérea. Como nos mamíferos, a glote localiza-se no assoalho posterior da faringa e abre-se na laringe ou parte superior expandida da traquéia.

A laringe das aves, entretanto, não é um órgão produtor de som, mas serve para modular os tons que se originam na siringe, que está localizada na extremidade inferior da traquéia, no local onde esta se bifurca para formar os brônquios direito e esquerdo.

A câmara expandida da siringe é chamada de tímpano e, na maioria das vezes, é rodeada por anéis traqueais e brônquicos. Estendendo-se para o interior do tímpano, a partir da fusão medial dos brônquios, existe uma estrutura óssea, chamado péssulos, a que se prende uma pequena membrana vibratória, chamada membrana semilunar. Outras membranas estão presentes na extremidade superior de cada brônquio, na união com a traquéia.

O som produzido pela passagem do ar, proveniente dos brônquios, através das fendas, formadas por estas membranas timpânicas, no Interior do tímpano, onde se localiza a membrana semilunar. Nas aves cantoras, todas estas estruturas são providas de músculos siríngicos, cujos movimentos são responsáveis pela diversidade de sons produzidos. Pode haver até nove pares de músculos siríngicos, em algumas espécies. Alguns tipos de aves, como, por exemplo, o avestruz e o urubu, não possuem siringe.

Nos membros da família Anatidae (patos, gansos e cisnes), a traquéia serve de tubo de ressonância para os sons produzidos na siringe. As espécies com traquéia longa são capazes de apresentar ressonâncias de freqüências mais baixas do que as espécies em que a traquéia é mais curta. Em alguns cisnes, a extremidade da traquéia convoluta estende-se até a região posterior do esterno.

Acredita-se que isto seja uma adaptação funcional para comunicações a longa distância, por meio de sons de baixa freqüência. Em algumas aves, como, por exemplo, os cisnes e os grous, a traquéia pode ser consideravelmente mais longa do que o pescoço, ou seja, parte da traquéia estende-se até a extremidade posterior do esterno.

Os pulmões são proporcionalmente menores e incapazes de grande expansão, característica dos pulmões dos mamíferos. Entretanto, os pulmões das aves são ligados a nove sacos aéreos, situados em várias partes do corpo.

Estes são: um saco interclavicular único, um par de sacos cervicais, um par de sacos torácicos anteriores, um par de sacos torácicos posteriores e um par de sacos abdominais. Os sacos aéreos não são revestidos de epitélio respiratório e servem, essencialmente, de reservatório.

O ar passa do circuito brônquico para os sacos aéreos e retorna, geralmente, por brónquios separados, para os capilares aéreos, nos pulmões. Muitos pesquisadores concordam que, durante a inspiração, apenas o ar puro passa para os sacos aéreos posteriores. Por outro lado, há evidências de que um pouco do ar, que entra nos sacos aéreos anteriores, tenha passado previamente pelos pulmões. Durante a expiração, o ar é forçado a passar dos sacos aéreos para os pulmões.

Sugeriu-se que os sacos aéreos posteriores e anteriores atuem alternadamente. Apesar de ainda existir alguma confusão sobre os mecanismos exatos da respiração das aves, não há dúvidas de que existe um movimento constante de ar pelos capilares aéreos, o que assegura trocas gasosas eficientes. Como as aves nao possuem diafragma, a respiração se faz às custas de movimentos das costelas e do esterno.

A respiração parece ser sincronizada com os movimentos das asas, durante o vôo. Muitas aves possuem espaços aéreos em alguns ossos, que são ligados aos sacos aéreos.

Os ossos pneumáticos principais são: o úmero, o esterno e as vértebras, ainda que, em algumas espécies, outros ossos também possam ter espaços aéreos.

Uma ave, com a traquéia oclusa e um úmero quebrado, pode respirar através de uma abertura deste osso. Os ossos pneumáticos ocorrem, com maior freqüência, nas aves voadoras de grande porte, ainda que sua função fisiológica não) seja totalmente conhecida.

Tem havido uma especulação considerável sobre as possíveis funções dos sacos aéreos na respiração.

Algumas das funções sugeridas são: diminuir o peso específico do corpo; reduzir a fricção das partes em movimento durante o vôo; auxiliar a redução da temperatura do corpo, particularmente, durante os períodos ativos; facilitar a espermatogênese, por meio da redução da temperatura dos testículos; aumentar a flutuação das aves aquáticas; e servir como almofadas pneumáticas para a absorção do impacto nas aves, que mergulham a partir do ar. Entretanto, nenhuma dessas sugestões tem sido comprovada satisfatoriamente.

As aves, que mergulham, como o biguá, o pingüim, o mergulhão, seus companheiros e várias alcas, desenvolveram adaptações semelhantes às dos mamíferos marinhos, em muitos aspectos. Manter-se embaixo da água, durante muito tempo, para assegurar o alimento, requer um peso específico baixo, próximo ao da água, que é muito mais densa do que o ar.

Por isso, as aves mergulhadoras expiram, quando afundam na água, de modo muito semelhante ao das baleias ou golfinhos. Além disso, os sacos aéreos dos ossos contraem-se, deixando, deste modo, uma quantidade relativamente pequena de ar residual no trato respiratório.

Como o gasto de energia de uma ave, como o mergulhão, durante mergulhos profundos, requer mais oxigênio do que o necessário na superfície, e como a respiração cessa nestas ocasiões, isto é compensado pela utilização do oxigênio armazenado nos músculos.

A liberação deste oxigênio suplementar parece ser desencadeada pelo aumento de dióxido de carbono no corpo. Para que o sistema nervoso central e o coração recebam o suprimento de oxigênio adequado, muitos dos vasos sangüíncos contraem-se de maneira que o fluxo sangüínco se reduza nas regiões não vitais.

O Sistema Respiratório das Aves

O sistema respiratório das aves tem pulmões rígidos de volume fixo e sacos aéreos complacentes. Os pulmões atuamcomo um local de trocas gasosas do sistema respiratório.

Sacos aéreos grandes de paredes finas originam-se de alguns brônquios secundários. Um grupo cranial (sacos aéreos cervicais, clavicular e torácicos craniais) conecta-se aos brônquios secundários médio-ventrais; um grupo caudal (sacos aéreos torácicos caudais e abdominais) conecta-se aos brônquios secundários látero-ventrais e médio-dorsais e aos brônquios primários intrapulmonares. Todos os sacos aéreos são pares, exceto o clavicular; nas galinhas, patos, pombos e perus, há um total de nove sacos aéreos.

Os divertículos surgem de muitos sacos aéreos e penetram em alguns ossos. Embora a maioria dos ossos em algumas aves sejam pneumáticos (mesmo os ossos do crânio e falanges distais no pelicano), o osso pneumático mais importante nas espécies domésticas é o úmero. O divertículo supra-umeral do saco aéreo clavicular estende-se dentro desse osso, e é possível para a ave ventilar seu pulmão através de um úmero quebrado.

O volume de gás nos sacos aéreos é aproximadamente 10 vezes maior do que o dos pulmões, com o volume do sistema respiratório total atingindo 500 ml em galos grandes. Praticamente não ocorrem trocas gasosas nas paredes dos sacos aéreos.

As modificações do volume corporal são causadas por contração dos músculos inspiratórios e expiratórios, ambos ativos e igualmente importantes (mesmo na ventilação em repouso). As aves, ao contrário dos mamíferos, não possuem diafragma e os músculos esqueléticos da parede corporal fornecem energia para a modificação do volume do corpo. O volume corporal aumenta durante a inspiração por causa do movimento ventro-cranial do esterno e lateral das costelas. O complexo esterno-coracóide fixa-se a espádua e a ponta do esterno desloca-se em arco, enquanto a ave respira.

Durante a inspiração, o volume corporal (torácico e abdominal) aumenta, o que diminui a pressão nos sacos aéreos em relação à da atmosfera e o gás desloca-se através dos pulmões para dentro dos sacos aéreos.

Ao contrário, durante a expiração, o volume corporal diminui, a pressão nos sacos aéreos aumenta em relação à da atmosfera e o gás é forçado para fora dos sacos aéreos e de volta, através dos pulmões, para o meio ambiente. Assim, o gás flui através dos pulmões da ave durante ambas as fases do ciclo respiratório.

O sistema de controle ventilatório atua no ajuste da quantidade e padrão ventilatório para adquirir uma constância relativa dos gases no sangue arterial em condições de repouso. Essa função parece ser exercida por influência de muitos impulsos de entrada aferentes, vindos tanto dos receptores periféricos como centrais, no oscilador respiratório central que, por sua vez, controla os neurônios motores que inervam os músculos respiratórios.

Durante o estresse pelo calor em aves, a frequência respiratória aumenta de maneira acentuada, à medida que o volume respiratório diminui e, finalmente, ocorre polipnéia. A ventilação total em tais condições pode aumentar seis a sete vezes.

É espantoso o fato de que, em algumas aves (avestruz, galinha mestiça, perdiz, cegonha, marreco-de-pequim, pombo), essa acentuada alteração na ventilação total resulta em alteração nos gases e no pH do sangue arterial. Em algumas aves (galinha), a ventilação aumenta de forma acentuada durante a polipnéia, resultando em severa hipocapnia ealcalose. As razões para as diferenças entre as espécies são desconhecidas.

O agrupamento neuronal respiratório, responsável pela ação rítmica dos músculos respiratórios, está no tronco cerebral, provavelmente na região da ponte e parte rostral do bulbo.

Devido à necessidade de um movimento ventro-cranial do esterno para que a ave modifique seu volume corporal no processo de movimentar os gases através dos pulmões, deve-se ser extremamente cauteloso para não conter uma ave de maneira que o movimento esternal seja impedido, ou ela não poderá ventilar seus pulmões adequadamente.

O controle da respiração parece estar diretamente envolvido no grau de calcificação da casca do ovo. Sob condições de hiperventilação, como freqüentemente acontece no estresse pelo calor, são formados ovos de casca fina. Durante procedimentos cirúrgicos em que a cavidade toracoabdominal é aberta (castração de frangos), os sacos aéreos são rompidos e a capacidade da ave para ventilar seus pulmões pode ficar seriamente comprometida. As aves têm um fator de segurança muito baixo para a maioria dos anestésicos e é fácil induzir parada respiratória.

Quando isto acontece, os pulmões podem ser artificialmente ventilados por delicada ação de bombeamento sobre o esterno, comprimindo e expandindo assim a cavidade toracoabdominal.

O gás, então, irá deslocar-se através dos pulmões e as trocas gasosas poderão ocorrer até que a concentração do agente anestésico diminua e a respiração espontânea.

Respiração das Aves – Doenças

O sistema respiratório é um dos principais sistemas afetados por doenças infecciosas.

As perdas econômicas causadas por este sistema nivelam – se àquelas causadas pelo sistema gastrointestinal.

De modo a identificar um problema respiratório, deve – se primeiramente reconhecer os sintomas da doença respiratória.

Os sintomas serão discutidos na mesma ordem em que geralmente surgem nas ave. É preciso lembrar que qualquer sinal de disfunção respiratória em aves é sério.

Até mesmo os mais leves sintomas indicam problemas. Quando os sinais clínicos já mostram – se claramente (por exemplo, respiração difícil), as aves já estão seriamente doentes, e podem não ter mais tratamento.

1. As aves ficam mais quietas e menos ativas

Quando os mamíferos contraem uma doença respiratória, eles tossem ou espirram. Os sintomas das doenças respiratórias em aves são mais difíceis de se detectar. O primeiro sinal da presença de uma doença respiratória é as aves fazerem menos barulho, o que pode passar despercebido. O avicultor experiente já está familiarizado com o barulho normal feito pelo plantel, e é capaz de perceber alguma mudança. As aves também movimentam- se menos. É o mesmo que ocorre em seres humanos com febre baixa.

2. As aves começam a emitir estalidos e suas pálpebras começam a inchar e mudar de formato

Os primeiros ruídos respiratórios emitidos por aves doentes são baixos estalidos, que podem ser ouvidos à parte do barulho vocal normal do plantel. Estes sons aumentam levemente em volume e freqüência, são equivalentes à tosse ou espirros nos seres humanos. O inchaço das pálpebras faz com que o olho da ave passe do formato redondo ao oblíquo.

3. As aves tossem e apresentam estertores, e podem liberar ma secreção aqüosa dos olhos e das narinas

Estertores são sons que desenvolvem nas traquéias das aves com doenças respiratórias. Isto é causado pelo excesso de muco na traquéia. A ave tosse para livrar – se dele. As pálpebras engrossam e os olhos tornam – se ainda mais oblíqüos. A secreção dos olhos começa como uma substância semelhante à lágrima e pode engrossar.

A ave torna – se mais febril e sente – se ainda pior. Neste ponto os seres humanos começariam a ter calafrios e tremer. As aves demonstram ter calafrios eriçando as penas; elas não tremem. É possível também respiração normal das aves não é clara.

4. As aves têm dificuldade em respirar (dispinéia), esticam o pescoço e mantêm a boca aberta

Neste estágio as aves já estão tão doentes que têm dificuldade em obter ar suficiente para respirar; verificamos sua respiração. Elas podem ainda tossir e enxuga – los nas penas das asas.

Às vezes, as doenças respiratórias variam do padrão descrito. A maioria das aves não chega ao estágio quatro – próximo à morte. Alguns agentes patogênicos respiratórios concentram –se no sistema respiratório superior e podem causar inchaço de partes da cabeça, em virtude de infecções nos sinus (sinusite) o infecção das glândlas de Harder (um nódulo de células imunes sob o olho). Talvez não se desenvolvam sinais de infecções no sistema respiratório inferior (estertores, tosse). Algumas doenças respiratórias são tão patogênicas e rápidas em seu desenvolvimento que matam algumas aves antes mesmo de se constatar qualquer sintoma.

Respiração das Aves

O sistema respiratório começa com o bico e a cavidade oral. O ar é conduzido através das narinas no bico superior. As aves normais têm uma fenda palatina no céu da boca. Por causa dela, pode entrar às vezes um pouco de água na cavidade nasal enquanto as aves bebem, dando a impressão de terem uma secreção aqüosa nasal, que é um dos primeiros sinais de doenças respiratórias. É preciso verificar os olhos e o resto do sistema para evitar má interpretação.

As passagens nasais são ligadas a grandes sinus na cabeça da ave. O maior sinus localiza – se sob o olho e é chamado de sinus infra – orbital (o que significa “abaixo do olho” ). A cavidade oral comunica – se ao fundo com a faringe e esta conduz a laringe. A laringe é ponto no qual o esôfago se ramifica para servir ao aparelho gastrointestinal e a traquéia se ramifica para o resto do aparelho respiratório. A estrutura de onde se ramifica é uma abertura em forma de fenda chamada glote. Nos mamíferos, uma camada de tecido chamada epiglote cobre a glote.

As aves não tem epiglote. A área acima da glote recebe o nome de sistema respiratório superior. A traquéia conduz o sistema respiratório inferior.

A traquéia desce pelo pescoço até a cavidade torácica (peito). Perto do coração ela se estreita em uma estrutura de paredes finas que recebe o nome de trompa de Eustáquio. As duas paredes finas e paralelas da trompa de Eustáquio podem vibrar ma contra outra quando o ar passar através delas. Isto faz um som usado pela ave na vocalização.

É importante manter em mente a localização da trompa de Eustáquio: perto do coração. Após a trompa de Eustáquio, a traquéia ramifica – se em dois troncos primários. O brônquio esquerdo conduz ao tecido do pulmão esquerdo e o brônquio direito ao pulmão direito. Quando comparada a capacidade do pulmão de um mamífero de mesmo tamanho, a capacidade do pulmão de uma ave é aproximadamente a metade. O pulmão adere à cavidade da costela. Esta adesão é anormal nos mamíferos.

Ao contrário dos mamíferos, nas aves não existe diafragma separando a cavidade torácica da cavidade abdominal. Os pulmões das aves são fixos; não expandem – se nem contraem – se em passagens menores chamadas mesobrônquios, que , por sua vez, ramificam – se em corredores microscópicos que passam pelos tecidos do pulmão.

Os sacos aéreos comunicam – se com o tecido pulmonar e com os mesobrônquios. Existem nove sacos aéreos, e podem ser considerados como dois grupos – os sacos aéreos torácicos e os sacos aéreos abdominais.

Sistema Respiratório das Aves – Função

As aves respiram de maneira diferente da dos mamíferos.

Os mamíferos têm dois pulmões em formato de saco que expandem – se e contraem – se de acordo com o movimento do diafragma, trazendo o ar fresco e expulsando o ar usado. Quando as aves inspiram, expandem sua cavidade abdominal. O ar que entra é desviado ao tecido pulmonar e conduzido aos sacos aéreos abdominais. O ar fresco não dirige –se diretamente aos pulmões, e sim ao abdômen. Ao mesmo tempo, os sacos aéreos torácicos se expandem e puxam uma parte do ar através dos pulmões, vindos da extremidade abdominal em direção extremidade torácica. Enquanto a maior parte do ar fresco enche os sacos aéreos abdominais, uma parte é puxada através dos pulmões.

Esteja a ave inspirando ou expirando, o ar fresco é bombeado através dos pulmões no sentido abdômen – tórax. Os sacos aéreos se expandem e se contraem de modo que os pulmões não precisam fazer tais movimentos. Esta é uma maneira mais eficiente de se obter ar fresco para os pulmões. É por esta razão que os pulmões das aves são menores, não se expandem e são fixos à cavidade da costela.

Existem outros fatores que aumentam a eficiência respiratória das aves:

1. Enquanto os pulmões são comparativamente pequenos, suas traquéias são comparativamente grandes. Os sacos aéreos também são comparativamente grandes, o que permite que levem uma grande quantidade de ar fresco a cada inspiração, chamada de volume de fluxo. As aves apresentam volume de fluxo até três vezes maior que os mamíferos.
2.
As aves têm um mecanismo de corrente capilar contrária em seus pulmões. O fluxo de sangue nos microscópicos vasos sangüíneos (capilares) correm em direção contrária à direção do fluxo de ar.

Os mecanismos de corrente capilar contrária permitem que a ave concentre mais oxigênio no sangue do que os mamíferos. A maior eficácia e o peso reduzido do sistema respiratório das aves oferecem algumas vantagens ao vôo. Desde o bico forte, leve e sem dentes até os sacos aéreos, como que feitos de celofane, o excesso de peso foi retirado do sistema respiratório das aves. É o melhor sistema para vôos e dá às aves uma vantagem sobre todos os outros animais no que diz respeito ao ar de baixa oxigenação à grandes altitudes. Por causa de sua alta eficiência respiratória, uma ave em descanso respira com um terço da freqüência de um mamífero. Sua respiração é difícil de se detectar, a menos que as aves estejam doentes ou estressadas pelo calor.

Alguns mamíferos resfriam – se através do suor, deixando – o evaporar da superfície de seus corpos. As aves usam seu sistema respiratório com um “resfriador”.

Elas ofegam quando estressadas pelo calor; isto conduz o dióxido de carbono para fora da corrente sangüínea, o que faz com que a formação de carbonato de cálcio nas cascas dos ovos seja menos eficaz ou não ocorra.

Conseqüentemente, as aves estressadas pelo calor não produzem ovos, a menos que sejam aliviadas por esfriamento através da evaporação, nebulização ou alguma outra medida.

Localizadas sob as superfícies de membrana do sistema respiratório, os sacos microscópicos de células imunológicas podem reagir contra os agentes de doenças respiratórias. Os agentes inalados ficam retidos nas mucosas das superfícies, que inativa a maioria deles. Eles são levados para fora do sistema pelo movimento de estruturas superficiais microscópicas semelhantes a fios de cabelo chamadas cílios.

Quando os agentes da doença passam pela mucosa a pela ação dos cílios, as células imunológicas reagem e criam anticorpos, que são secretados para dentro da mucosa. A mucosa e o sistema celular imunológico são chamados de imunidade local e garantem uma primeira linha de defesa contra os agentes de doenças respiratórias.

Existem também sistemas imunológicos locais para o intestino e o sistema reprodutor. Os anticorpos dos sistemas imunológicos locais são eliminados em secreções mucosas e não podem ser medidos em testes sorológicos padrões.

Sistema Respiratório das Aves – Infecções

O Sistema Respiratório das aves é beneficiado pelo intenso estilo de vida de um organismo que voa.

É um sistema complexo e muito eficiente dentre os sistemas respiratórios dos vertebrados e anatomicamente e fisiologicamente difere-se dos mamíferos e entre as espécies.

Dentre as desordens envolvendo as aves, as infecções respiratórias são as mais comuns.

Estas infecções podem ser causadas por múltiplos fatores como: bactérias, vírus, fungos, parasitas entre outros, e têm também, como fatores predisponentes o estresse (ex. de captura, de cativeiro, de transporte, de falta de higiene, do uso prolongado de antibióticos, etc…) e a desnutrição, sendo que este último é o fator que mais contribui para o surgimento dessas doenças (ROSSKOPT & WOERPEL, 1996).

O sistema respiratório das aves é dividido em duas porções distintas: vias aéreas superiores (narinas, cavidade nasal, palato fendido e laringe) e vias aéreas inferiores (traquéia, siringe, brônquios, pulmões e sacos aéreos) (BENEZ, 2001).

A traquéia consiste em anéis cartilaginosos completos que se calcificam com a idade. Colapso traqueal é impossível nestes animais (ROSSKOPT & WOERPEL, 1996).

A siringe, localizada no final da traquéia e início dos brônquios (bifurcação da traquéia), é o primeiro órgão produtor de sons nos psitacídeos e passeriformes (ROSSKOPT & WOERPEL 1996; BENEZ, 2001).

O seio infraorbitário é o único seio nas aves e está localizado lateralmente à cavidade nasal, é um divertículo que se estende triangularmente da parte superior do bico, mandíbula e se comunica com seções de ossos pneumáticos do crânio. Esta comunicação extensiva faz a sinusite difícil de ser tratada. Sinusite crônica leva a fístula infraorbital (HARRISON & HARRISON, 1986; RITCHIE et al., 1994; ROSSKOPT & WOERPEL, 1996).

O pulmão das aves está aderido às vértebras torácicas e a porções das costelas torácicas. Seu volume não muda conforme a respiração – não expandem nem contraem.(ROSSKOPT & WOERPEL, 1996).

Os sacos aéreos são estruturas de paredes muito finas ligadas ao pulmão através de um óstio visível a olho nu (BENEZ, 2001) e estão conectados a numerosos ossos pneumáticos. Extensões de inflamações infecciosas dos sacos aéreos principais para os ossos pneumáticos ocorrem, mas não é comum (ROSSKOPT & WOERPEL, 1996).

Os sacos aéreos são em número de nove: cervical (1), claviculares (2), torácicos craniais (2), torácicos caudais (2) e os sacos abdominais cranial e caudal (BENEZ, 2001).

Os pulmões e os sacos aéreos tem as funções de realizar trocas gasosas, eliminar calor, eliminação de toxinas do metabolismo, destruição dos coágulos sanguíneos, produzir de mensageiros químicos e vocalização (BENEZ, 2001).

Organismos fúngicos ou bacterianos estão comumente associados à aerossaculite aguda ou crônica. Os sacos aéreos são pobremente vascularizados e não têm mecanismos de limpeza (cobertura mucociliar), que complica o tratamento da aerossaculite. As aerossaculites são melhor tratadas com agentes terapêuticos agressivos escolhidos baseados na cultura e sensibilidade do agente (RITCHIE et al., 1994).

As doenças do trato respiratório inferior, freqüentemente, já estão em estado avançado quando descobertas (ROSSKOPT & WOERPEL, 1996).

A sinusite geralmente é causada por obstrução mecânica como: areia, poeira ou o resultado de uma infecção intranasal ou intrasinusal causada pela Trichomonas gallinae misturada com outras infecções bacterianas (SAMOUR, 2000). RUPPLEY em 1999 publicou que as rações formuladas comerciais adultas são superiores ao alimento caseiro e definitivamente superiores as rações de semente. As rações de sementes são deficientes em muitos nutrientes essenciais, e muitas sementes são excessivamente ricas em gorduras (por exemplo, girassol, açafrão, cânhamo, colza e painço).

As recomendações são: ração formulada comercial, quantidades pequenas de legumes e frutas (não mais que 20% da dieta) e água fresca, não adicionar sementes, vitaminas, minerais ou areia.

Sabe –se hoje que as as enfermidades do trato respiratório são as que mais acometem as aves. Os animais selvagens demoram a manifestar os sinais clínicos das doenças, e só o fazem quando existe agravamento do quadro ou então, quando a mesma está afetando as habilidades fisiológicas básicas. Os sacos aéreos abdominais são os mais afetados devido à fisiologia da respiração destes animais. A idade avançada do animal associada a um crônico manejo dietário incorreto aumenta a susceptibilidade desses animais a qualquer patologia. Uma terapia adequada, além de correção da dieta são essenciais para o sucesso terapêutico.

Fonte: www.fernbank.edu/br.geocities.com/www.informaves.hpg.ig.com.br/kitvet.web.officelive.com

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