Sistema Nervoso das Aves

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As aves apresentam um sistema nervoso central e periférico com doze pares de nervos cranianos.

O encéfalo apresenta cerebelo bem desenvolvido, pois necessitam de muito equilíbrio para o vôo. Têm visão bem desenvolvida.

Percebem cores nitidamente, pois a retina contém muitos cones com gotículas de óleo.

Apresentam membrana nicitante revestindo os olhos no sentido horizontal, como uma cortina.

O olfato e a audição são muito apurados.

O seu ouvido é dividido em ouvido externo, médio e interno.

O Sistema Nervoso aviária consiste:

Do sistema nervoso central, incluindo o cérebro e medula espinal
Sistema nervoso periférico, incluindo os nervos cranianos e da coluna vertebral, nervos autônomos e gânglios, e órgãos dos sentidos.

As funções do sistema nervoso aviária devem:

Obter (via receptores sensoriais) informações sobre o ambiente interna e externa
Analisar e, se necessário, responder a essas informações
Armazenar informações como memória e aprendizagem
Coordenar impulsos de saída do motor para os músculos esqueléticos e as vísceras (músculo liso, músculo cardíaco, e glândulas).

Sistema Nervoso Central das Aves

O sistema nervoso central das aves é consideravelmente mais desenvolvido do que o dos répteis.

Os lobos olfativos do cérebro são extremamente pequenos, sendo responsáveis pelo sentido do olfato, notavelmente pobre.

O cérebro é grande e recobre o diencéfalo e os lobos ópticos. Entretanto, seu tamanho resulta mais do crescimento do corpo estriado do que do córtex cerebral, que é liso.

Os lobos ópticos são excepcionalmente grandes, o que parece estar relacionado com a visão aguçada que as aves possuem.

O cerebelo é maior do que nos répteis e apresenta fissuras profundas, apesar de não ser tão grande como nos mamíferos. Ventralmente ao cerebelo, o encéfalo das aves mostra o começo do desenvolvimento de uma ponte.

Como os outros amniotas, as aves possuem 12 nervos cranianos.

O cérebro das aves é mais desenvolvidos que o dos répteis; apresentam sistema nervoso central e periférico com doze pares de nervos cranianos.

O encéfalo apresenta cerebelo bem desenvolvido, pois necessitam de muito equilíbrio para o vôo.

As aves também têm atividades instintivas complexas: danças de acasalamento, construção de ninhos, criação de filhotes, migração. Mas, como os hemisférios cerebrais são pouco desenvolvidos, elas se adaptam menos que os mamíferos às alterações do ambiente.

Têm visão bem desenvolvida. Percebem cores nitidamente, pois a retina contém muitos cones com gotículas de óleo. Apresentam membrana nicitante revestindo os olhos no sentido horizontal, como uma cortina.

Os olhos são de grande importância e a sua posição varia de uma posição lateral até uma posição frontal do crânio.

Devido à posição dos olhos e à capacidade de virar a cabeça mais de um semicírculo para cada lado, as aves têm um campo visual mais extenso do que o mamíferos. Os olhos são enormes, por vezes maiores do que o cérebro. Têm grande capacidade de acomodação ocular, podendo focar rapidamente objetos.

Podem servir como telescópio e como lentes de aumento e estão concebidos para ter o máximo de luminosidade.

O olho da coruja capta uma quantidade de luz 100 vezes superior à do ser humano. Os mochos são capazes de localizar a sua presa na obscuridade total servindo-se da audição.

O seu ouvido é dividido em ouvido externo, médio e interno e a audição é apurada. Ao contrário dos mamíferos, as aves têm olfato fraco .

Sistema nervoso e sensorial

Encéfalo: Com 2 hemisférios cerebrais.
Cerebelo:
Bem desenvolvido (centro de coordenação e equilíbrio)
Lobos ópticos:
Bem desenvolvidos (acuidade visual)
Ouvido externo:
Tímpano recoberto por penas
Ouvido médio:
Columela e músculo columelar
Ouvido interno:
Cóclea -céls. ciliadas

Olhos

Retina (cones, com gotículas de óleo coloridas, e bastonetes)
Pécten
(nutrição/oxigenação do olho)
Fóvea (cavidade na retina, na região de maior acuidade visual, que desvia os raios luminosos e aumenta a imagem)

A fóvea em alguns falcões aumenta a imagem em até30%!

Sistema Nervoso das Aves
Células Cerebrais

Sistema Nervoso das Aves
Sistema Nervoso das Aves

Audição

Sistema Nervoso das Aves
Crânio assimétrico de coruja com audição extremamente apurada.
A assimetria favorece a localização da fonte sonora.

A audição também é bastante desenvolvida em muitas aves, haja vista a importância do cantos no comportamento da maior parte dos membros da classe.

Ouvido externo canal auditivo sem orelha.

Ouvido médio com um só ossículo (columela).

Ouvido interno (cóclea com desenvolvimento intermediário entre répteis e mamíferos)

Corujas são as aves mais sensíveis auditivamente. Algumas espécies possuem assimetria do crânio ligada a direcionamento auditivo em eixos distintos.

Algumas aves percebem infra sons (freqüência muito baixa, sons produzidos por tempestades distantes, por exemplo).

Poucas aves (guacharo) utilizam a audição para ecolocação.

Visão

Apresenta doze pares de nervos cranianos.

Elas possuem bem desenvolvidos os sentidos da visão (em cores) e da audição (com ouvido externo, médio e interno).

A visão é um sentido primário nas aves, tendo os olhos grandes uma elevada acuidade visual e uma rápida acomodação.

A retina contém maior número de receptores por unidade de área que os restantes vertebrados (em algumas espécies 8 vezes mais).

Os olhos estão rodeados por pálpebras e membrana nictitante. 

Sistema Nervoso das Aves
Membrana nictitante

Sistema Nervoso das Aves
Visão das Aves

Olfato

Narinas na ponta do bico!

Sentidos de olfato e paladar pouco desenvolvido nas aves, exceto nas não voadoras e nos patos.

O órgão do olfato é o nariz que se apresenta dividido em duas cavidades pelo septo nasal. A cavidade nasal é revestida por uma mucosa denominada pituitária.

Nela se encontram quimiorreceptores capazes de perceber o estímulo provocado por moléculas ou partículas levadas pelo ar e depositadas sobre a superfície úmida da mucosa. Esses impulsos são transportados ao cérebro pelo nervo olfativo.

Sistema Nervoso das Aves
Kiwi

Outros sentidos

1) Podem perceber luz ultravioleta.
2)
Podem perceber pequenas diferenças na pressão atmosférica (os pombos podem detectar diferenças de pressão no ar entre o chão e o teto de um quarto).
3)
Podem ouvir infra-sons (menos de 20 Hz) produzidos por tempestades, ventos e fenômenos geofísicos
4)
Podem produzir ultra-sons (para comunicação)
5)
Percebem o campo magnético do planeta – migração (depósitos de magnetita na cabeça de pombos ).

ALTERAÇÕES DO SISTEMA NERVOSO

Os objetivos do médico veterinário recaem sobre determinar se o problema neurológico esta causando doença. Devemos tentar localizar a lesão no SNC, estimar a extensão da lesão no SNC, determinar o processo patológico e determinar o prognóstico e tratamento.Como protocolo de exame neurológico em aves não esta bem estabelecido, os sinais clínicos mais o histórico são fundamentais. A epilepsia e malformação congênita são mais freqüentes em aves jovens enquanto que a neoplasia e alterações degenerativas ocorrem nos mais velhos. O exame neurológico em aves deveria seguir o padrão dos de mamíferos, o que é impossível.

O mais importante é saber se a lesão neurológica é focal, multifocal ou difusa. O status mental pode ser como alerta, estúpido, torpor ou comatoso. As aves apresentam 12 pares de nervos cranianos como os outros animais, mas a função de alguns nervos ainda é desconhecida.

Os testes dos nervos cranianos são usados para avaliar a função dos nervos periféricos craniais e anatomia específica das regiões do sistema cerebral desde o córtex pré-frontal e hipotálamo caudalmente a medula. Cada nervo craniano deveria ser avaliado diferentemente, mas isto é impossível, porque nas aves os nervos mais caudais são caracterizados por numerosas anastomoses. Por exemplo, devido ao esfíncter e músculos dilatadores da pupila serem estriados, a avaliação da função nervo craniano (reflexo luminoso pupilar) é equivocado.

NERVO OLFATÓRIO: É um nervo sensorial (I nervo craniano) como em mamíferos. Difícil avaliar esta função.
NERVO ÓPTICO:
Este nervo (II nervo craniano) é inteiramente sensorial e é o maior nervo craniano. A visão é avaliada pela observação dos movimentos do animal a um estímulo exterior.
NERVO OCULOMOTOR:
Este nervo (III nervo craniano) é somático e tem também fibras parassimpáticas eferentes ao corpo ciliar e íris. Em mamíferos é testado pelo reflexo pupilar à luz.
NERVO TROCLEAR:
Este nervo (IV nervo craniano) é o motor para o músculo oblíquo dorsal do olho.
NERVO TRIGÊMIO:
O ramo do nervo oftálmico do V nervo craniano é o principal nervo sensorial da cavidade nasal e da parede do globo ocular. Ë sensorial para a pálpebra superior, pele da cabeça (parte frontal), mucosa nasal, palato, bico superior e na ponta do bico. O ramo do nervo maxilar é sensorial a pele da pálpebra inferior e reto. O ramo do nervo mandibular é motor dos músculos da mastigação.
NERVO ABDUCENTE:
Este nervo (VI nervo craniano) é motor para o músculo reto lateral do globo ocular e para a musculatura estriada da terceira pálpebra.
NERVO FACIAL:
O ramo hiomandibular do VII nervo craniano inerva os músculos da mandíbula. A porção parassimpática deste nervo inerva a glândula da membrana nictante, mucosa nasal, glândulas salivares e botões gustativos
NERVO VESTÍBULOCOCLEAR:
Este nervo (VIII nervo craniano) inerva o ouvido e fornece informação sobre a audição e equilíbrio ou balanço.
NERVO GLOSSOFARINGEAL:
O ramo lingual deste nervo (IX nervo craniano) substitui o ramo lingual do V nervo craniano em mamíferos e inerva o epitélio da língua. Também possui ramos descendentes para o pescoço.
NERVO VAGO:
Em algumas espécies o vago (X nervo craniano) fornece ramos para a laringe e faringe. Também fornece ramos para ao corpo da carótida, tireóide, coração, esôfago e papo.
NERVO ACESSÓRIO:
O principal ramo deste nervo (XI nervo craniano) inerva o músculo cucular, o qual pode ser homólogo ao trapézio nos mamíferos. Ë muito difícil acessar a lesão neste nervo exceto se o músculo apresentar uma atrofia aparente.
NERVO HIPOGLOSSAL:
Este nervo (XII nervo craniano) prove os músculos traqueais e parte da siringe.

A avaliação das reações posturais nas aves é muito difícil ou impossível.

SINAIS DE DOENÇA NEUROLÓGICA CONVULSÃO

Uma convulsão é uma descarga elétrica transitória paroximal, incontrolada dos neurônios no cérebro. Convulsões em aves podem ser leves ou severas, generalizadas ou parciais e freqüentes ou infreqüentes. O clínico deve determinar se outra convulsão já havia ocorrido. Deve ser diferenciada de episódios de desmaio ou fraqueza. O diagnóstico é baseado na história, observação da atividade convulsiva, exames auxiliares como hemograma completo e diagnóstico por imagem.

CEGUEIRA E MOVIMENTOS ANORMAIS DO OLHO

O diagnóstico de cegueira é baseado na capacidade da ave de reagir a objetos trazidos dentro de sua linha normal de visão.

Uma infecção que afete o centro cerebral pode levar a cegueira. Toxoplasmose afeta a retina,, o nervo óptico, ou o cérebro. Tanto cequeira uni ou bolateral podem ser esperados.

Uma doença metabólica severa, encefalopatia hepática, e distúrbios osmóticos são descritos. Neoplasia em qualquer caminho visual pode ocasionar déficit visual.

Tumores pituitários em periquitos causam cegueira bilateral, midríase, e exoftalmia. Poliúria, polidipsia, e alterações na coloração das penas podem acompanhar sinais neurológicos de tumor na glândula pituitária. Neoplasia é muito difícil de ser diagnosticada sem necrópsia. Deficiência de tiamina, causas tóxicas e traumas, também tem sido incluídos como causadores de cegueira.

PARESIA DE UM MEMBRO

Paresia de uma asa ou perna é comum em aves. Uma perda de um ramo nervoso ou nervo, causa uma rápida atrofia do grupo muscular afetado. Paresia total de um membro, especialmente se aguda, sugere injúria tanto do plexo braquial ou sacral. Paresia ou paralisia de uma perna é causada por um processo ipsilateral do plexo lombosacral ou nervo individual para a perna. Lesão na medula toracolombar unilateral pode causar paresia de uma perna. O diagnóstico de uma asa ou perna paralisada é baseada na história, sinais clínicos e exame físico. As radiografias são mais utilizadas em fraturas.

PARESIA, PARALISIA BILATERAL, E ATAXIA

A paraplegia é a perda do movimento voluntário, freqüentemente acompanhada por perda da função motora e dor profunda. Geralmente é resultado de uma lesão severa da medula bilateral e apresenta um prognóstico pobre.

O diagnóstico antemortem de uma lesão medular em aves é um desafio, pela incapacidade de se realizar um mielograma. O diagnóstico pode ser obtido por imagem como tomografia computadorizada e ressonância magnética.

TETRAPARESIA

Paresia de todos os quatro membros pode ser aguda, crônica, estática ou progressiva. As patologias que causam tetraparesia geralmente são centrais. A tetraparesia deve ser diferenciada de doença muscular difusa, doença esquelética, ou depressão severa por doença ósseo-metabólica.

ATAXIA DA CABEÇA E MEMBROS

Os sinais clínicos descritos são descritos como tremores corporais e tremores de intenção com fraqueza, dismetria, ou hipertermia. Aves podem demonstrar inabilidade para voar e andar.

Freqüentemente o primeiro sinal de incordenação é a falência da “apreensão” da pata. Doença cerebelar produz um aumento no tônus muscular levando a uma extensão forte das asas, patas, cauda e pescoço. Torcicolo e opistótomo podem estar presentes. O paciente está alerta e responsivo se apenas o cerebelo é acometido. Em mamíferos, ataxia e andar em círculos vistos em lesão cerebelar são diferenciados dos sinais clínicos de lesão vestibular e proprioceptivas.

Lesões vestibulares são caracterizadas por head tilt, movimentos circulares, rolagem, e nistagmo o qual pode levar a ataxia. Head tilt e torcicolo podem ser resultado de doença primária auditiva e não uma doença do SNC. Na literatura aviária, a diferenciação entre head tilt e incordenação é muito pouco abordada.

Ataxia e tremores na cabeça são resultado de doença cerebelar, enquanto head tilt não é característico de doença cerebral ou cerebelar. Isto pode ser pelo agrupamento que se faz com doença cerebelar às doenças cerebral e cerebelar em aves. Isto se deve ao fato ser muito difícil a diferenciação de doença vestibular em aves.

DESORDENS DA FACE, LÍNGUA E LARINGE

A base das lesões neurológicas nas aves é o comprometimento ou disfunção do nervo. A perda da função do bico (força) pode estar relacionada ao nervo V.

Disfagia ou atrofia da língua pode estar associada com anormalidades dos nervos IX,X, e XII. O diagnóstico é obtido através do exame neurológico dos nervos craniais seguidos por eletromiografia.

SINAIS DE DOENÇA SISTÊMICA OU MULTIFOCAL

Uma lesão multifocal é suspeitada quando sinais e exame neurológico indicam que dois ou mais componentes do sistema nervoso estão envolvidos. Aves com encefalite exibem diversos sinais como tremores, ataxia, inabilidade para voar, torcicolo, depressão, e paresia. Para que seja considerada doença multifocal, a lesão deveria ser encontrada em pelo menos duas áreas do sistema nervoso. Carlos Alexandre Pessoa

Fonte: www.animalshow.hpg.ig.com.br/people.eku.edu/br.geocities.com/www.faunabrasil.com.br

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