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O que é Mimetismo?
Ao falarmos em Mimetismo, estamos nos referindo a uma adaptação complexa dos seres vivos, que envolve genética, ecologia, comportamento, comunicação, entre outros aspectos da biologia.
Por meio desta adaptação, alguns seres vivos conseguem mimetizar outros seres de outra espécie. Geralmente, a semelhança física ou de comportamento, está presente em uma espécie que imita uma outra, sendo que a espécie imitada é aquela que apresenta características nocivas.
É importante ressaltar que o mimetismo é diferente da camuflagem. No caso da camuflagem, ela está relacionada a seres vivos que conseguem permanecer indistintos ao ambiente que os cerca.
Já no mimetismo, trata-se de uma adaptação que os seres vivos se exibem, porém “enganam” os predadores, ao se passar por algo que não são.
Na Biologia. a semelhança externa próxima de um organismo, o mímico, com algum organismo diferente, o modelo, de modo que o mímico se beneficia da identidade equivocada, como parecendo intragável ou prejudicial.
Essa semelhança confere uma vantagem – como proteção contra predação – a um ou ambos os organismos pelos quais os organismos enganam o agente animado da seleção natural. O agente de seleção (que pode ser, por exemplo, um predador, um simbionte ou o hospedeiro de um parasita, dependendo do tipo de mimetismo encontrado) interage diretamente com os organismos semelhantes e é enganado por sua semelhança.
Há alguns tipos de mimetismo, como o batesiano e o Mülleriano.
O mimetismo batesiano está presente quando a espécie mimética (aquela que imita) e o modelo (aquele que é imitado) dividem o mesmo espaço geográfico, porém eles não interagem. Vale lembrar que, nesta configuração, o animal modelo encontra-se em maior abundância, quando relacionado ao animal mimético. Assim o predador evitaria predar o indivíduo mimético, ao pensar que ele é o indivíduo modelo.
Ou seja: uma espécie inofensiva mimetiza uma espécie perigosa e, com isso, evitaria ser atacada pelo predador. Como exemplo, podemos citar a coral falsa e a coral verdadeira.
Já no mimetismo Mülleriano, trata-se de um mimetismo em que duas ou mais espécies, e que não estão relacionadas entre si, compartilham certas características, além de compartilharem predadores. Neste caso, as espécies contam com coloração de advertência e proteção, são igualmente abundantes e a semelhança entre as formas não é necessariamente tão exata como no mimetismo batesiano.
Mimetismo
Como exemplo de mimetismo Mülleriano temos a lagarta Eucheliajacobaea, que conta com faixas amarelas e negras. Ela apresenta secreções nauseabundas na derme.
Algumas vespas trazem o mesmo padrão de coloração e tem um gosto nauseabundo. As aves, ao se alimentarem destes insetos e, portanto, terem tido experiências não agradáveis com lagartas ou vespas, acabam por rejeitar insetos com este padro cromático.
Em síntese, o Mimetismo é a fascinante arte da imitação, está ao nosso redor no mundo natural. Existem inúmeros exemplos de animais e plantas que imitam outras criaturas vivas ou objetos inanimados, em uma variedade de maneiras diferentes.
Mimetismo – Tipo
Mimetismo
Mimetismo Batesiano
O mimetismo batesiano foi batizado em homenagem a Henry Walter Bates, um cientista britânico que estudou o mimetismo em borboletas amazônicas durante a metade e o final do século XIX.
O mimetismo batesiano se refere a duas ou mais espécies que são semelhantes na aparência, mas apenas uma delas está armada com espinhos, ferrões ou química tóxica, enquanto seu duplo aparente carece dessas características. A segunda espécie não tem outra defesa senão a semelhança com as espécies desagradáveis e é protegida contra certos predadores por sua semelhança com as espécies desagradáveis, que o predador associa a uma certa aparência e uma experiência ruim.
Exemplos de mimetismo batesiano são as várias espécies de borboletas que imitam as borboletas heliconídeos tóxicas. Outro imitador de borboleta fascinante é o não tóxico Papilio memmon da Indonésia.
Cada borboleta fêmea (independentemente de sua coloração) pode produzir uma ou mais formas femininas diferentes que imitam qualquer uma das cinco outras espécies de borboletas de sabor desagradável.
Mimetismo
O mimetismo batesiano também é encontrado em cobras corais venenosas e nas inofensivas cobras leiteiras e rei do Novo Mundo. Ambas as cobras são marcadas com faixas alternadas de amarelo, vermelho e preto, fazendo com que possíveis predadores evitem ambos.
As cobras muitas vezes podem ser distinguidas usando um velho batedor que diz: “Vermelho contra amarelo: mate um companheiro. Vermelho contra preto: amigo de Jack.”
A mortal cobra coral tem bandas na ordem de vermelho, amarelo, preto, enquanto as espécies inócuas têm o padrão de vermelho, preto, amarelo (embora a regra não seja infalível e haja exceções).
Mimetismo Muelleriano
O mimetismo muelleriano foi batizado em homenagem a Fritz Mueller, um zoólogo alemão que trabalhou na Amazônia três décadas depois de Bates.
Esta forma de mimetismo se refere a duas espécies intragáveis que são imitadoras uma da outra com uma coloração de advertência conspícua (também conhecida como coloração aposemática). Assim, todos os imitadores compartilham os benefícios da coloração, já que o predador reconhecerá a coloração de um grupo desagradável após algumas experiências ruins.
Como várias espécies têm a mesma aparência do predador, a perda de vidas se espalhará por várias espécies, reduzindo o impacto em cada espécie individualmente.
As rãs-flecha venenosas da América do Sul e as rãs Mantella de Madagascar são exemplos com sua coloração conspícua de cores brilhantes contra manchas pretas e composição tóxica.
Mimetismo – Aparência
Mimetismo
Todos nós sabemos que as aparências enganam e, quando nos aventuramos na floresta, nem tudo é o que parece.
Na busca por comer, e não ser comidos, as muitas plantas, animais e outras coisas vivas na floresta e além desenvolveram diferentes estratégias para garantir seu lugar na teia da vida.
Algumas dessas estratégias incluem ser obscuro e oculto, feroz e agressivo, espinhoso ou venenoso, entre muitas outras coisas. Alguns até desenvolveram métodos de trapaça e engano para sobreviver.
Esses sósias usam uma estratégia conhecida como mimetismo: disfarçar-se de outra coisa e colher recompensas, em termos de sobrevivência, por isso.
Alguns podem parecer mais ameaçadores ou mais benignos do que realmente são, e alguns podem parecer apenas – bem – algo diferente do que realmente são!
Olhar mais de perto algumas das muitas formas de mimetismo pode nos dar uma visão clara do fascinante processo de evolução.
Fonte: Juliano Schiavo/rainforests.mongabay.com/treesforlife.org.uk/www.phipps.conservatory.org/gf.nd.gov/superscience.scholastic.com/upload.wikimedia.org