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Gnotobiologia é uma condição em que todas as formas de vida presente dentro de um organismo pode ser contabilizada. Tipicamente, os organismos gnotobióticos são livres de germes ou gnotóforos (com apenas um contaminante).
Um animal gnotobiótico é um animal em que apenas certas cepas conhecidas de bactérias e outros microorganismos estão presentes. Tecnicamente, o termo também inclui animais sem germe, pois o status de suas comunidades microbianas também é conhecido.
Os animais gnotobióticos nascem em condições assépticas, que podem incluir remoção da mãe por cesariana e transferência imediata do recém-nascido para um isolador onde todo o ar, alimento e água entrantes são esterilizados. Esses animais são normalmente criados em um ambiente de laboratório esterilizado ou microbialmente controlado, e eles são apenas expostos aos microorganismos que os pesquisadores desejam apresentar no animal. Estes gnotobióticos são usados para estudar a simbiótica relações entre um animal e um ou mais dos microorganismos que podem habituar seu corpo. Esta técnica é importante para os microbiologistas porque permite que eles estudem apenas algumas interações simbióticas selecionadas ao mesmo tempo, enquanto animais que se desenvolvem em condições normais podem rapidamente adquirir uma microbiota que inclua centenas ou milhares de organismos únicos.
Os animais criados em uma colônia gnotobiótica geralmente têm sistemas imunológicos pouco desenvolvidos, menor débito cardíaco , paredes finas do intestino e alta susceptibilidade a patógenos infecciosos.
Tais animais também podem ser utilizados na produção animal, especialmente na criação de porcos. Após o nascimento cesariano, esses animais são introduzidos na sua microflora natural de forma escalonada. Isso evita infecções indesejadas e leva a um crescimento mais rápido.
Introdução
A evolução do conhecimento na área biomédica exigiu que os ensaios passassem a ser realizados de forma totalmente controlada. Para tanto, foi necessário o aprofundamento das atividades de várias áreas como aquelas relacionadas às drogas, reagentes e equipamentos, entre outros. Entre essas áreas, destaca-se a ciência em animais de laboratório, que passa a apresentar dois objetivos principais: a produção de animais já estabelecidos para a pesquisa biomédica e o desenvolvimento de novos modelos. Esses novos modelos seriam utilizados para responder a perguntas específicas, e por esta razão a sua constituição genética, o seu status sanitário e o ambiente no qual são produzidos passam a ser determinantes. Nesse contexto, surgem os animais gnotobióticos.
Palavra de origem grega, gnotos significa “bem conhecida” e biota “forma de vida associada”. Assim, o modelo gnotobiótico é constituído de um animal criado em ambiente controlado e portador de uma flora associada totalmente conhecida. Os primeiros estudos na área da gnotobiologia foram iniciados com Luis Pasteur, que investigou a sobrevivência de organismos superiores na ausência de bactérias. Entretanto, obstáculos como a manutenção dos animais em um ambiente isento de germes dificultavam a realização desses testes. A solução surgiu com o desenvolvimento de equipamentos capazes de criar um ambiente que, embora artificial, permitisse o alojamento dos animais e o estudo das relações entre eles e a microbiota.
A GNOTOBIOLOGIA NO BRASIL
No Brasil, em 1961, as pesquisas em gnotobiologia foram iniciadas pelo professor Dr. Enio Cardillo Vieira, na Universidade Federal de Minas Gerais, com projeto sobre crescimento e reprodução de caramujo Biompharia glabrata em condições axênicas, criados em tubos de ensaio. Posteriormente, os caramujos axênicos foram cultivados em isoladores de plástico flexível. Em 1979, o pesquisador importou uma colônia de camundongos axênicos da Universidade de Notre Dame (EUA) e, desde então, diversos trabalhos têm sido realizados utilizando esses animais.
OBJETIVOS DA GNOTOBIOLOGIA
A gnotobiologia apresenta uma vasta aplicação, possibilitando a elaboração de ensaios experimentais multidisciplinares. Entretanto, alguns dos objetivos podem ser claramente evidenciados. Dentre eles destacamos: • obtenção de matrizes livres de patógenos na derivação de novas colônias de animais em biotério para pesquisa biológica;• elucidação das inter-relações entre o hospedeiro e sua flora microbiana associada; • eliminação da interferência dessa flora no estudo de fenômenos biológicos.
Fonte: en.wikipedia.org/books.scielo.org