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Há cerca de 1.000 espécies nesta classe de peixes. A espécie desta classe têm um esqueleto flexível feito de cartilagem em vez de osso.
Tubarões, raias e quimeras compõem a Classe Chondrichthyes, ou “peixe cartilaginoso.”
Os membros da Classe Chondrichthyes carecem de osso verdadeiro e têm um esqueleto feito de cartilagem (o material flexível que você pode sentir em seu nariz e nas orelhas).
Somente os dentes, e às vezes suas vértebras, são calcificada. Esta cartilagem calcificada tem uma estrutura diferente daquela do osso verdadeiro. Assim, a preservação de todo o corpo de um peixe cartilaginoso só ocorre em condições especiais.
A Classe Chondrichthyes é um dos dois grandes grupos de peixes vivos, sendo o outro o osteichthians, ou peixes ósseos.
Imagine encontrar um tubarão morto em uma praia. Como outros esqueletos dos peixes que você já viu, você esperaria uma caixa torácica e ossos duros para revelar-se como o animal deteriorado. No entanto, os tubarões são únicos. Eles não têm esqueleto ósseo. Eles são peixes cartilaginosos, juntamente com as raias e quimeras.
Classe Chondrichthyes – Peixes Cartilaginosos
A classe Chondrichthyes (grego Chondros, cartilagem + ichthys, peixe), também conhecida por Elasmosbranchii, éra dos peixes cartilaginosos. Cartilagem é o tecido elástico do nosso nariz e orelhas.
Apareceram no final do Devônio e desenvolveram-se no Carbônico. Os peixes desta classe não possuem ossos verdadeiros, seu esqueleto é feito dç cartilagem fracamente calcificada. Todos predadores, tem a pele rija coberta de pequenas escamas placóides.
Também não possuem bexiga natatória, órgão membranoso que o animal enche e esvazia de gás (02, N2 ou C02) permitindo que seu corpo fique neutro na água, como o colete equilibrador de mergulho autônomo.
Por isso, a maioria das espécies desta classe ficam em constante movimento para não afundar, os que não nadam ficam apoiados no fundo. O figado abrange mais ou menos 20% do peso do corpo e é rico em vitamina A. Possuem de 5 a 7 fendas branquiais de cada lado da cabeça.
Os três representantes vivos da classe são: Tubarão, Raia e Quimera.
A Quimera é um animal de diftcil encontro e não nos oferece risco, nos interessam o Tubarão e a Raia. Ambos costumam ter a companhia de duas espécies de peixes, o Piloto , que nada na frente ou ao lado da cabeça e a Rêmora, que através de uma ventosa dorsal se fixa indo de carona. A rêmora também se fixa em tartarugas, cetáceos e em cascos de barcos.
Identificação
Superclasse: Peixes
Classe: Chondrichthyes (Cartilaginosos)
Subclasse: Selachii (Tubarão e raia)
Ordem: Squaliformes / Pleurotremata (Tubarão)
Ordem: Rajiformes / Hypotremata (Raia)
Subclasse: Holocephali
Ordem: Chimaeriforrnes (Quimera)
Tubarão
Quando ouvimos esta palavra logo imaginamos um terrível e implacável devorador que, ao ver um ser humano, não hesita em atacá-lo até a morte. Porém, apesar do ceticismo popular, a realidade é totalmente diferente.
Não há dúvida que na água ele é um verdadeiro rei, apareceu na Terra no Período Devoniano há mais de 300 milhões de anos, antes dos dinossauros, sendo que habita o mar até hoje.
Teve durante todos estes milhões de anos apenas poucas mudanças biológicas, o que demostra ser um animal perfeitamente evoluído e adaptado em seu meio.
No Brasil foi encontrado um fóssil de 220 milhões de anos. Vive em todos os oceanos do mundo podendo-se encontrar algumas espécies em rios e lagos, como no lago Nicarágua, norte da América do Sul.
No mar vive desde a superficie até a profundidades de mais de 1.800 metros, possuindo neste caso orgãos luminosos como o Dwarf-shark(Squaliolus Iaticaudus).
São fusiformes e perfeitamente hidrodinâmicos, atingindo grandes velocidades. Espécies como o Mako e o Branco atingem até 70 km/h. A pele é acinzentada no dorso e esbranquiçada no ventre. Possuí a barbatana dorsal em forma de ponta de asa e o corpo revestido por pequenas escamas placóídes dentadas que não se sobrepõem.
Possui uma aguçada sensibilidade do meio. A visão, que é melhor que a do gato, focaliza objetos sete vezes melhor que um mergulhador. Sua linha lateral sente perfeitamente qualquer variação hidrostática.
Seu órgão conhecido como Ampolas de Lorenzini, que têm os pontos de sensibilidade sob o focinho, são sensíveis a mínimas variações elétricas e magnéticas. Pressentem descargas de 1,5 Volts a 1.500 Km de distância. Percebe a presença humana a enormes distâncias. O cérebro é pequeno e quase insensível à dor.
Tem uma boca ventral com enorme mandíbula que pode conter, dependendo da espécie, de 10 (tubarão de 7 fendas) a mais de 100 (tubarão Baleia) dentes dispostos em 5 ou 6 fileiras. Quando ele perde um dente, o de traz se desloca para a frente até tomar seu lugar, este deslocamento pode demorar de 24 horas (tubarão Branco) a uma semana (cação Limão).
O tubarão troca de dentes com certa freqüência, são milhares os trocados durante sua vida. Algumas espécies típicas de regiões bentônicas possuem o corpo achatado como o caso do tubarão Anjo.
Há cerca de 360 espécies e seu tamanho varia de 20 cm, tubarão Bicudo (Squaliolus laticaudus) de 150 a 200 gramas de peso até 18 metros, tubarão Baleia com 15 a 20 toneladas, o maior peixe do mundo.
A maioria é pequena, 65% medem até 1,2 metros, 29% ficam entre 1,2 e 3,7 metros e apenas 60% medem mais que 3,7 metros. O macho se distingue da fêmea por possuir um par de apêndices copuladores formados por expansões de cada uma das suas barbatanas pélvicas.
Predadores por excelência, se alimentam de tudo o que for comestível, até do que não o é, vivendo cerca de 25 anos.
A carne deste peixe está cada vez mais sendo aceita para consumo e suas nadadeiras secas são muito apreciadas no oriente. Os orientais são inclusive grandes responsáveis pela aniquilação da espécie.
Vi um filme deprimente e revoltante de pescadores japoneses em grandes barcos matando uma quantidade enorme de tubarões só para retirar as nadadeiras, jogando o corpo sem condições de sobrevivência de volta ao mar, um absurdo de desperdício de recursos naturais.
Cação – Tubarão
Sabe qual é a diferença entre cação e tubarão?
Há mais de 14 anos, digo aos meus alunos que depende do agente devorador. Se o encontramos na água onde ele nos devora, étubarão e, se o compramos na peixaria, situação que somos nós que o devoramos, é cação. Na verdade o que existe na nomenclatura é uma diferença regional, o animal que échamado de cação no Sudeste/Sul, é conhecido como tubarão no Nordeste.
Os pescadores costumam chamar de cação os pequenos tubarões, inclusive havendo o lado psicológico da venda, é muito mais fácil vendê-lo chamando de cação.
Um cação comum no nosso litoral e comercializado sem alarde, o Martelo, é um dos mais perigosos tubarões que existem. A realidade é que o animal é um só, principalmente se o avistamos na água, com certeza, independente do tamanho, vai ser sempre um tubarão.
Espécies Perigosas
Somente poucas espécies são consideradas potencialmente perigosas.
Algumas das mais agressivas são:
Destas o Branco é o mais temido, considerado o maior predador. Estas espécies costumam ter de 2 a 4 metros. Assim como temos espécies potencialmente perigosas também temos as inofensivas como o Marracho, Peregrino (até 10 metros de comprimento), Baleia (até 18 metros), Anjo e Lixa (Lambarú).
O tubarão Baleia, assim como o Peregrino, é comedor de plâncton e pequenos organismos. Para quem não conhece sua passividade, é um verdadeiro monstro. Imagine encontrar um gigantesco tubarão com mais de 15 metros. No Brasil, um exemplar de 10,60 metros e 10 toneladas encalhou no litoral do Rio de Janeiro.
Ele vive em grandes profundidades, subindo raramente à superficie, normalmente na primavera para se alimentar de plâncton. Assim como nos mamíferos, os maiores são mansos e inofensivos.
Inimigos
Os inimigos naturais do tubarão que podem ferí-lo ou até matá-lo são a Orca, Cachalote, grupo de Golfinhos, Crocodilo marinho e Lula gigante. O homem se tornou um grande se não o maior inimigo do tubarão, inclusive gerando preocupação com relação à pesca predatória deles. Há possibilidade de serem extintas diversas espécies, devido àpesca indiscriminada e descontrolada.
Ordem Squaliformes/Pleurotremata (TUBARÃO)
Principais Famílas:
Orectolobidae (Lambarú)
Alopiidae (Raposa)
Carchariidae (Mangona)
Lamnidae (Branco/Mako)
Sphyrnidae (Martelo)
Carcharminidae (AzulIGalha Branca/Tigre)
Rhincodontidae (Baleia)
Cetorhinidae (Peregrino)
Triakidae (Canejo)
Squalidae (Prego)
Squatinidae (Anjo)
RAIA
Como o Tubarão, existem desde a era Primária há mais de 300 milhões de anos. Possuem o corpo achatado, nadadeiras peitoraís muito desenvolvidas no mesmo plano do corpo formando um disco e cauda normalmente fina onde se alojam os ferrões. Estes, quando presentes, são o maior risco, pois possuem a forma de ponta de flecha, todo farpado. Povos da Oceania usavam estes ferrões, que alcançam até 40 cm, na ponta de lanças. Alimentam-se ao entardecer e reproduzem-se de março a abril.
O maior risco de ferimento é com relação às raias que vivem em fundos arenosos. Quando ela sente-se ameaçada, levanta o ferrão que fica perpendicular ao fundo. Uma pessoa, entrando ou saindo do mar por uma praia, pode ter o pé espetado por este eficiente dardo de defesa, que causa muita dor e, às vezes, séria inflamação. E lógico que a raia não vai ficar parada à espera de ser pisada, isso só acontece quando ela é acuada. A raia não pode, como muitos já me perguntaram, disparar o ferrão contra o mergulhador.
Existe raia em água doce e no mar. Das marinhas, destaco as 4 espécies mais comentadas e temidas.
RAIA MANTEIGA
De pequeno porte, comum de 50 cm a um metro, possui 2 ferrões na cauda. Fica semi enterrada na areia à espera da presa. O risco é pisarmos em cima de uma, machucando o pé no ferrão.
A carne desta raia é uma das poucas apreciadas, entre as raias, para se comer.
RAIA ELÉTRICA
Também é conhecida como Treme-Treme, pois dá descargas elétricas. São aproximadamente 38 espécies em 10 gêneros. De 40 a 50 cm, possui o corpo quase circular, cauda grossa com nadadeiras e a parte ventral com manchas. Vivendo em fundos arenosos ou de cascalho, fica semi-enterrada à espera da presa.
Não possui ferrão mas possui dois orgãos entre a cabeça e a nadadeira peitoral, com células geradoras de corrente elétrica, que descarregam 150 choques por segundo de 45 a 220 Volts e com 2.000 W.
Após a descarga, a raia precisa de um grande tempo para se recarregar. Esses choques podem levar, além da tontura, ao desmaio.
Ela se utiliza da descarga elétrica para defesa e algumas vezes para captura de presas. É de difícil aproximação. Em 1985, em Ilha Bela, fiquei bem uns 15 minutos atrás de uma para conseguir fotografá-la.
É lógico que devemos manter uma distância respeitável, pois uma descarga elétrica sob a água pode causar afogamento.
RAIA CHITA
Tem este nome pois seu dorso possui manchas redondasclaras. E de grande porte e formato losangular, alcançando 2,50 metros com 250 Kg. De natação livre, possui de 1 a 5 ferrões na cauda, tendo a cabeça saliente com um focinho parecido com um bico de pato. Também é de dificil aproximação. Fica perto da superffcie, como as Jamantas, e se alimenta de pequenos moluscos. Por vezes pula fora da água. Já encontrei algumas grandes, mas nunca consegui chegar muito perto, o que é ideal, devemos manter boa distância.
RAIA JAMANTA
A raia Jamanta, apesar de não oferecer risco com relação a ferrão, pode ser perigosa devido ao seu grande tamanho.
Há dois gêneros muito parecidos: a Manta e a Mobula. As do gênero Manta são as maiores, chegando a medir 5 metros de comprimento por 8 de largura, com peso de 3 toneladas.
A Mobula atinge cerca de 2 metros e possui um ferrão pouco desenvolvido. O corpo da Jamanta é em formato losanguiar, como a chita, só que possui duas projeções carnosas ao lado da boca, que é terminal e não ventrai.
Devido a estas projeções em forma de chifre, que são, na verdade, nadadeiras cefáiicas, era conhecida como diabo marinho ou demônio do mar. Um dos livros que narra aventuras com este peixe, do grande pesquisador submarino Hans Hass, tem o título de ?Demônio do Mar Vermelho?. Possui coloração preto-escuro no dorso e branca no ventre.
Nada lentamente perto da superfície inclusive por vezes deixando sair as pontas das nadadeiras para fora.
Quando nos deparamos com uma Jamanta, nos impressio. na não só o seu enorme tamanho, como o fato dela vir em nossa direção, passando a uma distância muitas vezes inferior a 2 metros.
Devido à localização e abertura de sua boca, é nos dado a sensação de que vamos ser engolidos, o que é irreal, pois o animal tem dentes muito pequenos e só se alimenta de plânctons e pequenos crustáceos, utilizando, por vezes, o par de nadadeiras cefálicas para direcionar o alimento à sua boca. As menores são mais curiosas e ficam mais tempo em nossa volta.
O meu primeiro contato com uma Jamanta, em 1981, foi assustador. Eu estava começando na atividade e não fazia idéia do que era um peixe daquele tamanho.
Mergulhava calmamente na ilha Laje de Santos, um pouco afastado do costão, quando senti um enorme vulto por cima de mim.
Quando levantei a cabeça, deu-me a impressão de um filme espacial, onde aquelas enormes naves ficam passando na teia como se não tivessem fim. Aquele vulto, a poucos metros da minha cabeça, passava sem parar, pois ainda tive a sorte de logo deparar com uma raia de uns 5 metros de largura.
Eu me apavoreí e nadei feito um doido para tentar me enfiar entre as pedras. Tive, além de uma intoxicação por Dióxido de Carbono (Gás Carbônico), um encontro realmente marcante. Com o tempo, acostumei-me inclusive, a pegar carona no animal e garanto que é uma emoção indescritível, imagino como um vôo de asa deita submarino.
Para quem vai se aventurar a pegar carona, quatro conselhos úteis: o primeiro é nunca se aproximar pela frente, pois isso assusta a raia que pode dar uma guinada brusca para o lado pondo em risco o mergulhador, uma ?asada? de sua nadadeira deve equivaler a um soco de Mike Tyson (!).
Devemos nos aproximar por cima e por trás, deitando suavemente sobre seu dorso. O segundo conselho é não abusar no malabarismo sobre ela pois, depois que pegamos confiança, começamos a fazer estripulías que podem assustar o animal.
O terceiro é tomar cuidado com a variação de profundidade, na excitação da carona descuidamos da compensação e, como a Jamanta varia muito a profundidade, perto da superficie, pode facilmente nos ocorrer um barotrauma, principalmente de ouvido.
O último é: só se aventure se tiver boa experiência de mergulho e se sentir perfeitamente seguro.
OUTRAS RAIAS
Há outras raias, normalmente de pequeno porte, Sapo, Ticonha, Borboleta, Lixa, Pintada e Santa, que ficam nadando perto do fundo e raia Amarela que fica semi-enterrada na areia. Estas pouco encontramos.
Identificação
Ordem: Rajiformes / Hypotremata (Raia)
Subordem: Batoidea
Principais Famílias
Myliobatidae (Chita, Ticonha, Sapo)
Dasyatidae (Manteiga, Borboleta)
Mobulidae (Jamanta)
Subordem: Narcobatoidea
Família: Torpedinidae (Elétrica)
Classe Chondrichthyes – Características
Possuem mandíbulas, que possibilitam a maior variedade de alimentos.
Características
Esqueleto totalmente cartilaginoso.
Pele revestida por dinimutas camadas placóides.
Boca ventral e as fendas faringeanas estão reduzidas a cinco pares.
Circulação fechada.
Circulação simples e completa.
Possuem grupos segmentares pelo corpo nadadeiras pares, peitorais e pélvica e uma nadadeira caudal.
Peixes Ósseos
São tanto de águas doce quanto de salgadas:
Boca é terminal e as fendas branquiais são em quatro pares, e não exteriores.
Pele com escamas de origem dérmica é lubrificada com mucos.
Linha lateral capta as variações de pressão e pequenas vibrações
Esqueleto formado por crânio.
Possui bexigas natatória.
Escamas
Ciclóides: Normalmente arredondadas e lisas
Ctenóides: Mais ou menos rugosas e com a margem denteada
Ganóides: Em forma de placa rombóide
Placóides: As escamas típicas dos Chondrichthyes, têm a base de dentina.
Nutrição Chondrichthyes
Boca ventral
Fileiras de dentes com substituição periódica
Intestino curto com válvulas espirais (tiflossolis)
Apresenta pâncreas e grande fígado
Termina na cloaca.
Chondrichthyes e Osteichthyes
Os peixes formam o grupo de vertebrados mais numeroso e mais diversificado, superando a cifra de 40.000 espécies viventes sendo divididos em Agnatha, Chondrichthyes (tubarões e raias) e Ostheichthyes (peixes ósseos).
Os peixes apresentam tamanhos e formas variados, a maioria das espécies são marinhas, embora existam muitas de água doce e ainda, toleram grandes variações de temperatura, sendo que algumas espécies podem sobreviver em fontes termais de 42° C enquanto outras podem viver em ambientes com temperaturas próximas a do congelamento.
Os primeiros peixes, representados pelos já extintos ostracodermos e os peixes Agnatha (sem mandíbulas) surgiram, provavelmente no Cambriano.
Acredita-se que os dois grupos atuais mais importantes, Chondrichthyes e Osteichthyes, surgiram no final do Devoniano e final do Siluriano respectivamente.
Sendo assim, os tubarões e formas similares apareceram no planeta Terra na Era Paleozóica, Período Devoniano, cerca de 408 milhões de anos atrás. Neste ambiente aquático os peixes, dentre eles os cações, experimentaram uma grande variedade de formas.
Ao longo de sua existência, esses seres sofreram especializações evolutivas, adquirindo vários hábitos de vida, ocupando, igualmente, diversos habitats. Uma coisa, porém, ocorreu – mantiveram a tipologia de seus ancestrais, por isso são considerados, por alguns, como animais primitivos, desprezando-se todos os avanços conseguidos em milhões de anos, especificamente com relação aos sentidos e estratégias reprodutivas.
O nome Chondrichthyes (do grego chondros, cartilagem, e ichthyos, peixe) reflete a característica distintiva mais marcante desses animais: o esqueleto formado por tecido cartilaginoso, e não por tecido ósseo. São os tubarões, as quimeras e as raias.
Características
Grandes (média de 2 m)
Corpo fusiforme ou deprimido dorsoventralmente
Nadadeira caudal heterocerca (dificerca em quimeras)
Nadadeiras peitorais e pélvicas pareadas
2 Nadadeiras dorsais medianas
Nadadeiras pélvicas transformadas em Clásperes
Boca ventral, 2 bolsas olfatórias
Pele com escamas placóides ou nuas em elasmobrânquios e nua em quimeras
Dentes de escamas placóides substituídos em série. Dentes em plavas trituradoras em quimeras
Endoesqueleto cartilaginoso (notocorda persistente mas reduzida)
Crânios sem suturas
Sistema muscular
Blocos de músculos em miômeros, que permitem as ondulações, principalmente na cauda, desenvolvendo a natação. Há músculos que se especializam para o funcionamento de outros órgãos dos corpo, tais como os que movimentam as nadadeiras e promovem a locomoção.
Sistema digestívo
A boca é ventral com várias fileiras de dentes laminares e pontiagudos, que são substituídos frequentemente. Esses dentes são, muitas vezes, transformações das escamas placóides.
A línguas espessa é presa ao assoalho bucal. Segue-se a faringe com 5 a 7 pares de fendas branquiais. O esôfago curto conduz o alimento ao estômago que apresenta a forma de letra J . O intestino é curto, mas para compensar, possui internamente as válvulas espirais ou tiflossolis para remover o excesso de sais. A terminação do intestino é a cloaca.
Há glândulas como o pâncreas e um enorme fígado bilobado com vesícula biliar, não tem glândulas salivares.
Fileiras de dentes laminares e pontiados frequentemente substituídos
Estômago em forma de J e Fígado grande preenchido com óleo para auxiliar a flutuação
Sistema sanguíneo
O sangue possui hemácias grandes, ovais e nucleadas. O coração é envolvido pelo pericárdio e tem forma de letra S.
Apresenta 4 cavidades: seio venoso de paredes finas, um átrio ou aurícula, um ventrículo e um cone ou bulbo arterial de onde sai a aorta ventral. Circulação fechada.
Coração com 4 câmaras:
Seio venoso
Átrio
Ventrículo
Cone arterial
Respiração
É branquial. Possuem 5 a 7 pares de branquias localizadas em câmaras separadas, com fendas que se abrem para o exterior. Não há opérculo para proteger as brânquias.
Tem um par de orifícios: os espiráculos. A água entra pela boca, banha as brânquias e sai pelas fendas e espiráculos. Quando o animal se encontra em grandes profundidades, a água entra pelo espiráculo.
5 a 7 pares de brânquias conduzindo a fendas branquiais expostas em elasmobrânquios
4 pares de brânquias cobertas em quimeras
Sem pulmões ou bexiga natatória
Sistema excretor
No embrião existem rins pronefro e no adulto mesonefro . Os excretos nitrogenados são uréia e amônia. A urina possui poucos sais devido a pouca capacidade dos rins em torná-la concentrada.
Eles armazenam no sangue sais, uréia e trimetil-amina para equilibrar a pressão osmótica com a água do mar.
Rim opistonéfrico
Sangue isosmótico ou ligeiramente hiperosmótico
Alta concentração de uréia no sangue
Sistema nervoso
Encéfalo com 2 hemisférios cerebrais, 2 lobos olfatórios, 2 lobos ópticos
10 pares de nervos cranianos
3 pares de canais semicirculares
Na faringe há botões gustativos. O olfato e a visão são muito desenvolvidos. Existe apenas o ouvido interno com função de equilíbrio. Em cada lado do corpo, desde o tronco até a cauda, existe uma linha para a percepção da correnteza e pressão da água. Na cabeça encontram-se as ampolas de Lorenzini, funcionam como termorreceptores e também como eletrorreceptores.
São pequenas câmaras contendo células sensitivas ligadas a fibras nervosas. Estão ligados a um pequeno canal que se abre para o exterior através de poros.
Existe órgãos elétricos nas raias.
Sentidos: olfato, recepção de vibrações (linha lateral), visão e eletrorecepção, ouvido interno abre-se para o exterior
Sistema reprodutor
Dióicos
Gônadas pares
Ductos reprodutores abrem-se na cloaca (abertura urogenital e retal separadas em quimeras)
Podem ser: ovíparos, ovovivíparos ou vivíparos
Desenvolvimento direto
Fecundação interna
Sistemática
Filo Chordata: Animais com notocorda em algum estágio da vida
Subfilo vertebrata: Animais craniados com vértebras
Classe ChondrichthyesPeixes cartilaginosos
Cerca de 850 espécies
Apenas 28 espécies são de água doceSubclasse Elasmobranchii: Tubarões e Raias
Ordem Squaliformes e outras: Tubarões
Ordem Rajiformes: Raias
Subclasse Holocephali: Quimeras
Ordem Chimaeriformes: Quimeras
Classe Chondrichthyes
Grupo antigo altamente desenvolvido, apresentam uma incrível combinação de órgãos dos sentidos bem desenvolvidos, maxilas poderosas, musculatura muito forte para natação e hábitos predadores que lhes garantem um lugar seguro e duradouro na comunidade aquática.
São os maiores vertebrados atuais (excetuando-se as baleias). Podem alcançar até 12 m de comprimento, mas em média apresentam 2m.
SubClasse Elasmobranchii (Tubarões e Arraias)
9 ordens
815 espécies
Dominam as águas costeiras
Tubarões
Corpo fusiforme com rostro pontudo. Narinas pares anteriores a boca. Olhos laterais sem pálpebras.
Cinco fendas branquiais anteriores a cada nadadeira peitoral. Nadadeiras dorsais com espinho.
Nadadeira pélvica modificada nos machos em Clasper (para a cópula). Cauda heterocerca. Pele coriácea com escamas placóides semelhantes a dentes (reduzir a turbulência das águas)
Predação
Localizam as presas inicialmente (1 Km ou mais) através de seus órgãos olfatórios (localizam partículas em uma concentraçào de uma parte por 10 bilhões)
Localizam também por percepção de vibraçòes de baixa frequência com mecano receptores na linha lateral. (órgãos receptores especiais: neuromastos)
Em menores distância utiliza a sua visão (excelente visão)
Estágio final do ataque: Campo bioelétrico que circunda os animais () Ampolas de Lorenzini), localizados na cabeça.
Podem localizar animais enterrados por eletrorecepção.
Seus maxilares apresentam fileiras de dentes triangulares afiados. A fileira anterior é funcional, e é seguida posteriormente por fileiras de dentes em desenvolvimento.
Ambiente marinho (Soluções para a fisiológia osmótica)
Para evitar que a água seja osmóticamente retirada do corpo eles retém compostos nitrogenados (uréia e óxido trimetilamina) no sangue. Estes elevam a concentração de solutos sanguíneos de maneira a exceder ligeiramente a concentração marinha
Declínio das espécies
A pesca mundial de tubarões exerce uma pressão muito grande nas populações, devido ao alto preço de suas nadadeiras usadas na sopa de nadadeiras de tubarão (prato oriental fino vendido a 50 dólares a porção).
Populações costeiras sofreram um decl?;inio tão grande que os EUA estão prestes a tornar ilegal o corte das nadadeiras. Mesmo nas Reserva Marinha das Ilhas de Galápagos dezenas de milhares de tubarões foram mortos ilegalmente para o comércio asiático de nadadeiras. Contribuindo com este fator para o declínio das espécies está a baixa fecundidade e o longo período até que os tubarões atinjam a maturidade, algumas espécies levam até 35 anos.
RAIAS
Raias bentônicas, raias elétricas, Peixes-serra, Raias de Agulhão, Raias-ticonha e Jamantas
Apresentam, como uma adaptação à vida bentônica, um achatamento dorso-ventral e nadadeiras peitorais bem desenvolvidas, achatadas e fundidas à cabeça (utilizadas como asas na natação).
As aberturas branquiais ficam no lado inferior da cabeça, mas os espiráculos estão no topo.
Apresentam dentes adaptados para triturar as presas: moluscos, crustáceos e pequenos peixes.
Raias com ferrão possuem uma cauda delgada em forma de chicote que apresenta um ou mais espinhos serrilhados com glândulas de veneno em sua base.
Ferimentos feitos com estes são extremamente dolorosos e levam muito tempo para cicatrizar.
Raias elétricas são lentas e com grandes órgãos elétricos em cada lado de cabeç. A voltagem produzida é relativamente baixa (50 volts), mas a saída da força pode chegar a 1 quilowatt (suficiente para paralisar presas ou assustar predadores)
SubClasse Holocephali (Quimeras ou peixes-rato, peixe-coelho ou peixe-fantasma)
31 espécies
Em vez de uma boca com dentes, suas maxilas apresentam placas achatadas. A maxila é superior é fundida ao crânio. Alimenta-se de algas, moluscos, equinodermes, crustáceos e peixes.
Classe Chondrichthyes – O que é
Grego: chondros = cartilagem, ichthys = peixe
Tubarões, raias e quimeras
Devoniano inferior
São os vertebrados viventes mais inferiores que têm vértebras completas e separadas, mandíbulas móveis e extremidades pares
Predadores
Praticamente todos são habitantes de oceanos
Fósseis
São de grande interesse biológico, uma vez que algumas de suas características anatômicas básicas aparecem em embriões jovens dos vertebrados superiores
Vantagens sobre os ciclóstomos
Escamas
2 pares de nadadeiras laterais
Mandíbulas móveis articuladas com o crânio
Dentes cobertos com esmalte
3 canais semicirculares em cada ouvido
Os canais semicirculares fornecem informações sobre os movimentos giratórios. Cada um permanece em ângulo reto em relação aos outros dois. A movimentação do líquido, um ou mais dos canais, desloca a cúpula, com a conseqüente curvatura de seus pêlos sensoriais.
Órgãos e ductos reprodutores pares
Vértebras
Desvantagem em relação aos peixes ósseos
Esqueleto cartilaginoso
Escamas placóides
Fendas branquiais separadas
Um par de espiráculos comunicando-se com a faringe
Ausência de bexiga natatória
Tamanho
Cações: 90 cm (até 18 m)
Raias: 30-90 cm
Quimeras: menos de 1m
1. Aspecto Externo
Orifício retal entre as nadadeiras pélvicas.
As nadadeiras variam de forma, tamanho e localização.
Peitorais: inclinam-se para cima, provocando a elevação das partes anteriores contrabalançando a ação da cauda pélvicas
Dorsal: pode ser única, múltipla ou contínua no dorso
Anal: pode estar modificada em órgão copulador
O efeito combinado das nadadeiras caudal e peitorais permite a elevação do peixe (ausência da bexiga natatória)
2. Tegumento: Escamas placóides
3. Esqueleto ( Condocrânio )
Caixa craniana abrigando o encéfalo
Cápsulas pares para os órgãos olfativos, ópticos e auditivos
Esqueleto visceral
Mandíbulas, arco hióide, 5 pares de arcos branquiais
Esqueleto apendicular
Cintura peitoral
Cintura pélvica
Rraios dérmicos
Coluna vertebral
Vértebras anficélicas
Notocorda nos espaços intervertebrais
4. Sistema Muscular
Músculos segmentares no tronco
Músculos especializados movem as nadadeiras pares, a região branquial e estruturas da cabeça
5. Celoma: Septo transvesal separa o celoma da cavidade que contém o coração
6. Sistema Digestório
Boca
Dentes
Língua
Faringe
Fendas branquiais
Esôfago curto
Estômago em J, que termina na válvula pilórica
Intestino, com válvula espiral
Cloaca
Orifício retal
Fígado: 2 lobos
Vesícula biliar e ducto biliar (parte anterior do intestino)
Pâncreas bilobado (entre o estômago e o intestino)
7. Sistema Circulatório
Coração ? pericárdio
Seio venoso
Atrio
Ventrículo
Cone arterial
Vasos relacionados com o transporte de sangue para hematose
Aorta ventral
Artérias branquiais aferentes
Aorta dorsal
Artérias branquiais eferentes
Artérias
Carótidas pares
Internas
Externas
Subclávias pares
Celíaca (estômago, fígado e intestino)
Mesentéricas
Anterior (baço e intestino posterior)
Posterior (glândula retal)renais
Genitais
Ilíacas pares (nadadeiras pélvicas)
Aorta caudal
Veias
Veia caudal
Porta-renais pares
Veias pós-cardinais pares
Veias abdominais pares
Jugulares pares
Cardinais anteriores pares
Porta-hepática
Hepáticas
8. Respiratório
Brânquias
Mecanismo
Corrente de água > boca > bolsas branquiais > fendas branquiais
9. Excretor
Rins mesonéfricos
Ureter
Papila urogenital
Glândula retal
10. Glândulas endócrinas
Hipófise ? 4 subdivisões
Tireóide ? língua ou faringe
Ilhotas de Langerhans – pâncreas
Adrenais
Supra-renais ? adrenalina (dentro das veas pós-cardinais)
11. Sistema Nervoso
Encéfalo
Hemisférios cerebrais pares
Medula espinal
Nervos espinais pares
Sistema nervoso simpático ? gânglios sobre as veias pós-cardinais
12. Órgãos dos sentidos
Narinas
Botões gustativos ? faringe
Olhos
Ouvido
Linha lateral
Canais sentitivos ? ampola de Lorenzini
13. Reprodução
Dióicos
Aparelho reprodutor
Macho
2 testículos
Ducto eferente
Ureter (ducto deferente)
Seio urogenital
Clásperes
Fêmeas
2 ovários
2 ovidutos
Glândula da casca
Útero (ovovivíparos)
Cloaca
Fecundação interna
Comportamento pré-nupcial
Vivíparas ? placenta
14. Relações com o homem
Alimento
Fígado
Indústria: capas de livros, abrasivo (marfim e madeira), couro (sapatos e bolsas)
Pesca
Turismo.
Fonte: www.ucmp.berkeley.edu/www.fortium.com.br/www.dbi.uem.br/www.anestesiologia.com.br
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