PUBLICIDADE
O que é Cladística?
A cladística ou sistemática filogenética é o sistema de classificação dos seres vivos de acordo com a evolução dos mesmos. Trata-se de um meio de organizar os seres de acordo com suas características evolutivas, com o objetivo de entender as relações entre os organismos.
Base de estudo para biologia comparada e evolução aplicada, porém não se define a história de um grupo apenas pela sistemática filogenética, atuando também a geologia, biogeografia, genética, entre outras disciplinas.
Baseia-se no fato que existe uma árvore com um ou mais ancestrais que deram origem a toda diversidade de seres, ou seja, o principio de ancestralidade da vida, que é um dos pilares da evolução.
Os grupos são formados por relações de parentescos estabelecidas através deste ancestral.
As evidências estão nas transformações dos caracteres, ou seja, cada linhagem ou espécie compartilham uma série de atributos que são herdáveis.
Com o tempo as diferenças vão se acumulando até que em algum momento podemos dizer que são duas espécies diferentes, fenômeno conhecido como especiação.
Cladística
A cladística é composta por clados, que são agrupamentos que incluem todos descendentes viventes ou extintos e um ancestral comum,é todo grupo que envolva mais de uma linhagem e um ancestral comum.
Alterações genéticas e físicas são denominadas caracteres, ou seja,as características de uma determinada espécie.
Estes caracteres podemser diferenças tais como: variação de DNA, anatômica, comportamento, entre outras características.
No cladograma são representadas as relações evolutivas entre os seres vivos, sendo composto pela raiz, ramos, nós e terminais. Cada ramo representa uma linhagem que é agrupada, separando ou unindo os seres de acordo com suas características evolutivas.Os nós são os pontos de cladogênese que representam grupos irmãos.
A cladística se inicia quando a fenética (método de classificação) estava em seu auge.
Fenética: forma utilizada para classificar os seres vivos. A fenética se baseia em um conjunto de métodos matemáticos que visa reunir grupos por semelhanças observáveis e, comparar as mesmas por meio de porcentagens de semelhanças. Os organismos eram reunidos em grupos ou subgrupos, onde se dava ênfase á algumas semelhanças mais importantes para a relação de parentesco, informando os ancestrais mais possíveis. Porém não leva em conta que uma simples semelhança pode não ser um indicativo de parentesco.
Na cladística os grupos são divididos em:
Grupo monofilético: formado por um ancestral comum e todos os seus descendentes, ou seja, possui um ancestral comum exclusivo.
Grupo parafilético: inclui descendentes de um ancestral comum, porém não todos eles, faltando um grupo para se tornar monofilético.
Grupo polifilético: não inclui o ancestral comum de todos, mas sim possui vários ancestrais, um em cada grupo. Definido por uma semelhança que não foi herdada de um ancestral comum. Conjunto de espécies que apresentam caracteres comuns, mas que agrupam clados de origens variadas, faltando dois ou mais grupos para que se torne monofilético.
Cladística – Classificação
Cladística é uma abordagem da classificação biológica na qual os organismos são categorizados em grupos (“clados”) com base nas hipóteses da ancestralidade comum mais recente.
A evidência para relacionamentos hipotéticos são tipicamente características derivadas compartilhadas (sinapomorfias) que não estão presentes em grupos e ancestrais mais distantes. Teoricamente, um ancestral comum e todos os seus descendentes fazem parte do clado, porém, de uma perspectiva empírica, ancestrais comuns são inferências baseadas em uma hipótese cladística de relações de táxons cujos estados de caráter podem ser observados.
É importante ressaltar que todos os descendentes permanecem em seu clado ancestral abrangente. Por exemplo, se dentro de uma estrutura cladística estrita os termos vermes ou peixes fossem usados, esses termos incluiriam humanos. Muitos destes termos são normalmente usados parafileticamente, fora da cladística, e. como uma ‘nota’. A radiação resulta na geração de novos subclados por bifurcação, mas na prática a hibridização sexual pode confundir agrupamentos intimamente relacionados.
As técnicas e nomenclatura da cladística foram aplicadas a outras disciplinas além da biologia.
A cladística é agora o método mais comumente usado para classificar organismos.
Cladística – História
Os métodos originais usados na análise cladística e na escola de taxonomia derivaram do trabalho do entomologista alemão Willi Hennig, que se referiu a isso como sistemática filogenética (também o título de seu livro de 1966); os termos “cladística” e “clado” foram popularizados por outros pesquisadores.
Cladística no sentido original refere-se a um conjunto particular de métodos usados na análise filogenética, embora agora às vezes seja usada para se referir a todo o campo.
O que agora é chamado de método cladístico apareceu já em 1901 com um trabalho de Peter Chalmers Mitchell para pássaros e, posteriormente, de Robert John Tillyard (para insetos) em 1921, e W. Zimmermann (para plantas) em 1943.
O termo “clado” foi introduzida em 1958 por Julian Huxley após ter sido cunhada por Lucien Cuénot em 1940, “cladogênese” em 1958 “cladística” por Arthur Cain e Harrison em 1960, “cladista” (para um adepto da escola de Hennig) por Ernst Mayr em 1965, e “cladística” em 1966. Hennig referiu-se à sua própria abordagem como “sistemática filogenética”.
Da época de sua formulação original até o final da década de 1970, a cladística competiu como uma abordagem analítica e filosófica da sistemática com a fenética e a chamada taxonomia evolucionária.
A fenética foi defendida nessa época pelos taxonomistas numéricos Peter Sneath e Robert Sokal, e a taxonomia evolucionária por Ernst Mayr.
Originalmente concebida, mesmo que apenas em essência, por Willi Hennig em um livro publicado em 1950, a cladística não floresceu até sua tradução para o inglês em 1966 (Lewin 1997).
Hoje, a cladística é o método mais popular para inferir árvores filogenéticas a partir de dados morfológicos.
Na década de 1990, o desenvolvimento de técnicas eficazes de reação em cadeia da polimerase permitiu a aplicação de métodos cladísticos a características bioquímicas e genéticas moleculares de organismos, expandindo amplamente a quantidade de dados disponíveis para a filogenética. Ao mesmo tempo, a cladística rapidamente se tornou popular na biologia evolutiva, porque os computadores tornaram possível processar grandes quantidades de dados sobre os organismos e suas características.
Fonte: Camila Correia