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O que são Bromélias?
Por Bromélias podemos compreender plantas que pertencem à família das bromeliáceas.
Esta família se divide em 56 gêneros, os quais, por sua vez, se subdividem em mais de 3 mil espécies. Inclusive, temos entre as bromélias algo bem suculento: o abacaxi.
Com certeza você já deve ter degustado um abacaxi.
E você sabia que, na verdade, ele é uma espécie de bromélia? E segundo: ele não é uma fruta, mas sim uma infrutescência?
Ou seja: o abacaxi é formado pela reunião de várias flores (inflorescências) que com a fecundação, dão origem a vários frutos, chamados infrutescências, as quais são desenvolvidos a partir dos ovários de várias flores.
E detalhe: o abacaxi é nativo do Brasil, mais especificamente do cerrado. Além do abacaxi, temos outras diversas espécies de bromélias no País, as quais são nativas das Américas Central e do Sul, incluindo ainda o México e do sul dos Estados Unidos. Só temos uma única exceção, originária da África.
E por falar em bromélias, não pense que elas são todas pequenas. A maior espécie, por exemplo, existe no Peru e Bolívia.
E sabe quantos metros ela atinge?
Nove!
Lembrando que o Brasil é ainda o berço da diversidade destes tipos de planta: 80% delas estão espalhadas pelo País, sendo que a Mata Atlântica (praticamente quase toda devastada) é a que apresenta um grande número de espécie de bromélias.
Estas plantas têm como características apresentar folhas longas, estreitas e curvas. O caule é reduzido e, em geral, as folhas são serreadas e dispostas em camadas circulares. Por isso, elas apresentam como característica o armazenamento de água. Tanto é que, na natureza, as bromélias são consideradas uma reserva de água natural para diversas espécies de animais, desde insetos a pererecas.
Existem bromélias que crescem no solo, outras em rochas e, ainda, há aquelas que são epífitas. Por epifíticas podemos entender plantas que crescem aderidas as outras plantas.
Mas lembre-se: elas não são parasitas, pois não se “alimentam” das plantas as quais estão aderidas. Apenas as utilizam como suporte para conseguir obter mais luz ao ficarem em lugares mais altos.
Vale lembrar que as bromélias são muito utilizadas em jardinagem e ornamentação, por conta de apresentarem cores vistosas, além de serem resistentes.
Elas podem ser fixadas em troncos ou mesmo plantadas em solo ou vaso.
Bromélias – Família
As Bromélias são plantas pertencentes à família das Bromeliáceas, conhecidas também como gravatás ou ananás dependendo da planta ou do fruto, existem em torno de 4.000 espécies, cerca de 1.250 ocorrem no Brasil e podem viver no chão, na rocha ou nas árvores. Sendo encontradas nas restingas, no alto das montanhas, no cerrado e também na caatinga, onde cobre extensas áreas em meio a cactos e outras plantas.
São espécies xerófitas, ou seja, adaptadas para a vida em condições de seca, suportando também temperaturas extremas, tendo para isso cutículas ou ceras que revestem suas folhas que diminuem a perda de líquido para o meio. Além desse recurso, muitas delas, também armazenarem água da chuva em suas folhas.
Este fato beneficia inúmeras espécies de animais, como, moscas, mosquitos, formigas, aranhas, lacraias, baratas, pererecas, rãs, lagartixas, cobras, que vivem em seu interior e outros animais como, beija-flores, pássaros, roedores, quatis, macacos que são atraídos, pelas flores, frutos e pela água da chuva retida na base de suas folhas.
Na região Nordeste existe, grandes extensões de bromeliáceas nativas como o caroá, e a macambira, que economicamente poderiam ser utilizadas para a fabricação de papel e cordas, mas por causa dos acúleos da planta que dificulta o seu manuseio, em seu lugar usa-se, o sisal (Agave sisalana, que é uma Amarilidácea).
O representante mais conhecido dessa família é sem dúvida o abacaxi (Ananás sativa), segundo relatos dos primeiros europeus que aqui estiveram (Jean de Léry), o ananá como era conhecido, já era consumido entre os índios que aqui viviam, por volta do ano de 1565, suas folhas têm acúleos na sua borda, são revestidas externamente de cera e fornecem fibras têxteis, seus frutos são ricos em fósforo e contém um fermento digestivo chamado bromelina, que auxilia na digestão de proteínas e é utilizado como amaciante de carnes.
Para estimular a floração das Bromeliáceas de um modo geral, os criadores usam pequenas pedras de carbureto de cálcio, que são colocadas no interior da roseta, assim elas florescem artificialmente em alguns dias, sem que isso afete a qualidade das flores ou dos frutos.
Algumas bromélias costumam acumular muita água como as Vriesea imperialis, chegando uma planta a guardar mais de 30 litros, outras com menor quantidade de água, as Aechmea nudicalis, são muito encontradas em nossas matas. As Pitcarnias assemelham-se ao capim, tem flores vermelhas (P. Corcovadensis) e vivem sobre as rochas.
Bromélias tanto espécies quanto híbridas Bromélias – Aechmea bromeliifolia
Bromélias – Aechmea bromeliifolia
Aechmea aquilega
As Tillandsias se destacam pela sua leveza, e conseguem viver nas alturas dos troncos, galhos, muros e fios elétricos, onde resistem por longos períodos de seca, sem o recurso de acumular água como as outras o fazem.
Elas são uma evolução dentro da família, que saiu do chão para a vida aérea, a T. stricta conhecida como “cravo do mato” tem em média 15 cm, suas folhas delgadas são de cor verde zinabre, e suas flores são azuis com brácteas rosas, muito utilizadas para arranjos em xaxins pela sua beleza e rusticidade.
A Tillandsia usneoides é conhecida como “barba de velho”, e é muito vista caindo pelos galhos das árvores mais antigas, dando um aspecto “fantasmagórico” ao local. É utilizada para enchimento de colchões, tem propriedades medicinais, é anti-reumática, anti-hemoroidaria e utilizada para combater as hérnias e o ingurgitamento do fígado (Pio Correa). Na pracinha do Alto da Boa Vista, podemos encontrá-las dependuradas sobre os pinheiros.
As bromélias são indicadoras importantes da degradação do meio ambiente. A ocupação humana, os incêndios e a poluição dos carros, por exemplo, foram alguns dos fatores que fizeram com que algumas bromélias fossem extintas na cidade, como por exemplo, o gravatá roxo (Aechmea sphaerocéphala) que em 1843 foi coletada por Gaudichaud na ponta do Arpoador, e suas folhas chegavam a medir 250 cm de comprimento (Pio Corrêa).
Outras puderam ser salvas por colecionadores como um anônimo que coletou uma espécie em risco de extinção, encontrada na Pedra da Gávea na forma variegata. Apesar disso, a coleta de plantas na natureza constitui crime, além de criar problemas para a planta que geralmente morre. Locais como o Pão de Açúcar e a Pedra da Gávea, são importantes sob o ponto de vista evolutivo das espécies, pois ficam isoladas do restante da vegetação.
Funcionam mais ou menos como uma ilha perdida no tempo. Isso se dá através de uma passagem que funciona como uma espécie de funil seletivo, aquelas que conseguem passar pelo funil têm melhores e maiores condições de sobreviver através dos tempos no local.
É importante saber que também são depósitos de água onde os mosquitos adoram se reproduzir, esquecer-se disso, é um erro muitas das vezes fatal em tempos de dengue. O lugar das bromélias é junto da natureza, é lá que elas desempenham seu papel mais importante, que é o de fornecer água para os animais, onde normalmente não haveria, ou seja, no meio de um rochedo ou no alto de um morro ou num areal.
História da Bromélia
As bromélias entraram na história registrada há cerca de 500 anos, quando Colombo introduziu o abacaxi (Ananas comosus) na Espanha ao retornar de sua segunda viagem ao Novo Mundo em 1493. Nessa viagem, ele descobriu que era cultivado pelos índios caribenhos nas Índias Ocidentais. Em 50 anos, essa fruta tropical estava sendo cultivada na Índia e em outros países do Velho Mundo.
Demorou algum tempo para que outras bromélias entrassem no cultivo. Não foi até 1776 que outra bromélia (Guzmania lingulata) foi trazida para a Europa. Aechmea fasciata surgiu em 1828 e Vriesea splendens em 1840.
Bromélias – Aechmea fasciata
Com o passar dos anos, as bromélias tornaram-se mais amplamente utilizadas como plantas ornamentais. Originalmente encontrado apenas em jardins botânicos reais ou em estufas privadas de europeus ricos, sua popularidade se espalhou para as massas. Hoje, as bromélias estão mais disponíveis para os entusiastas do que nunca.
Novas espécies ainda estão sendo descobertas e os criadores de plantas estão desenvolvendo híbridos cada vez mais impressionantes para escolher.
Fonte: Juliano Schiavo/Erico Dalmau/www.bsi.org