PUBLICIDADE
Anel de Malpighi – Definição
Anel de malpighi é um experimento que consiste na retirada de um anel de casca de um ramo ou tronco de uma arvore, a retirada do anel de malpighi interrompe o floema e provoca o acumulo de substancias orgânicas acima do corte.
A casca de uma árvore, que contém vários tecidos, entre os quais o floema, pode ser removida por uma técnica chamada cintamento, que consiste na retirada de um anel completo da casca (anel de Malpighi ou anel córtico-liberiano), ao redor de toda a circunferência da planta.
A retirada desse anel impede que a seiva elaborada seja distribuída para as raízes, que acabam morrendo; mais tarde a planta também morre, pois as folhas deixam de receber a seiva bruta, que é necessária à fotossíntese.
Anel de Malpighi – O que é
A prática conhecida como Anel de Malpighi consiste na retirada de um anel contendo alguns tecidos do caule ou dos ramos de uma angiosperma.
Para que a planta morra deve-se retirar o anel de Malpighi, que contém o floema (vaso responsável pelo transporte de seiva elaborada para a raiz). Sem alimento, as raízes e, consequentemente o vegetal, morrem.
Condução da seiva elaborada
É a solução de substancias orgânicas sintetizadas nas folhas, é transportada para todas as células da planta através dos vasos liberianos, ou floemáticos.
O papel do floema na condução da seiva elaborada pode ser demonstrado por meio de um experimento simples que foi concebido em 1675 pelo biólogo italiano Marcello Malpighi (1628-1694).
Esse experimento consiste na retirada de um anel de casca de um ramo ou de um tronco de uma arvore.
A casca contém periderme, parênquima e floema, e descola-se exatamente na região do câmbio vascular, um tecido frágil e delicado, situado entre o floema, mais externo, e o xilema, que forma a madeira do ramo.
A retirada do anel de Malpighi interrompe o floema e provoca o acúmulo de substâncias orgânicas acima do corte.
Algumas semanas depois da operação, pode-se notar um inchaço na região imediatamente acima do corte.
A retirada de um anel de Malpighi do tronco de uma árvore acaba por matá-la, em virtude da falta de substâncias orgânicas para a nutrição das raízes.
Anel de Malpighi
A retirada de um anel de casca do caule interrompe o fluxo de seiva elaborada das folhas para os órgãos consumidores.
Transporte de Nutrientes nos Vegetais
Generalidades
Para a manutenção de todas as suas atividades metabólicas, as plantas necessitam transportar uma grande variedade de substâncias de uma região para outra.
Nas plantas unicelulares, os centros de produção e consumo de alimentos estão muito próximos, de tal modo que o transporte de substâncias não oferece problemas.
À medida que apareceram as plantas pluricelulares, houve uma especialização progressiva de tal modo que os tecidos fotossintetizantes ficaram isolados nas partes verdes e aéreas e distantes das raízes que necessitam dos produtos da fotossíntese. Por outro lado, as plantas requerem um fornecimento contínuo de água e sais minerais absorvidos pelas raízes.
Para promover a união desses dois centros distantes, as plantas desenvolveram, durante a evolução, os tecidos vasculares (condutores).
Estes são verdadeiros canais que transportam rapidamente os nutrientes de uma região para outra. Os tecidos vasculares são representados pelo lenho ou xilema e pelo líber ou floema.
Mas nem todos os vegetais pluricelulares desenvolveram os tecidos condutores. Nesse caso, o transporte de substâncias se faz lentamente, de célula para célula, por processos de difusão.
Transporte no xilema
O lenho ou xilema é um tecido altamente especializado para o transporte de água e nutrientes minerais, absorvidos do solo. O conteúdo xilemático é conhecido por seiva bruta, mineral ou inorgânica.
Constituição do xilema
O xilema é um tecido complexo formado por diferentes tipos de células.
Sistema traqueário: é formado por células mortas, longadas e lignificadas. A lignina deposita-se ao longo das paredes celulares formando depósitos anelados, espiralados, reticulados etc. Existem dois tipos de células: elementos do vaso e traqueídes;
Parênquima lenhoso: constituído por células vivas associadas com as células do sistema traqueário;
Elementos mecânicos: são células mortas de esclerênquima.
Transporte do floema
O floema é um tecido complexo formado por diferentes tipos de células:
Células dos vasos crivados (liberianos)
São células alongadas, dispostas em fileiras, anucleadas e com paredes celulares delgadas, desprovidas de lignina. As paredes transversais, denominadas placas crivadas, são dotadas de uma grande quantidade de poros. Os bordos desses poros apresentam depósito de um polissacarídeo denominado calose. Os poros das placas crivadas são atravessados por filamentos citoplasmáticos (plasmodesmos), que ligam os citoplasmas das células vizinhas.
A calose é uma substância utilizada para promover a obstrução dos poros dos vasos crivados. Isso ocorre em épocas desfavoráveis, por exemplo, no inverno, quando a planta passa por um período de repouso e cessa o movimento de seiva, ou quando a planta é infestada por parasitas (afídeos ou pulgões).;
Células anexas ou companheiras
São células parenquimáticas especiais, vivas, com núcleo volumoso. As células anexas exercem um papel importante no controle metabólico das células componentes dos vasos crivados.
As células dos vasos crivados são anucleadas e todas as suas atividades são reguladas pelas células anexas.
Além desses dois tipos de células, no floema encontram-se células de parênquima e os elementos mecânicos de sustentação (esclerênquima).
O floema é um tecido especializado para o transporte dos nutrientes orgânicos produzidos nas folhas durante a fotossíntese. Os nutrientes orgânicos são formados, principalmente, por açúcares solúveis, dentre os quais o mais frequente é a sacarose. Além dos açúcares, encontram-se aminoácidos, ácidos graxos e outras substâncias. Essa solução de nutrientes orgânicos forma a seiva elaborada, orgânica ou liberiana.
A seiva elaborada produzida nas folhas é distribuída para todo o corpo vegetal por meio do simplasto (protoplasmas) dos vasos crivados. Dessa maneira, as substâncias chegam às raízes, caules e outros tecidos vegetais. Entretanto, é de se lembrar que nem sempre a seiva é transportada das folhas para as raízes.
Existem plantas que perdem as folhas no inverno ou durante períodos de seca. Quando elas começam a brotar, na primavera ou no início das chuvas, a seiva movimenta-se dos órgãos de reserva para as gemas vegetativas ou florais que estão se desenvolvendo, fazendo, portanto, o caminho oposto.
Mecanismo de transporte da seiva elaborada
Até hoje o mecanismo de transporte da seiva orgânica nos vegetais não está muito bem esclarecido.
Das várias hipóteses aventadas a mais citada é a Hipótese de Münch ou Hipótese do Transporte em Massa.
Provas do transporte da seiva elaborada pelo floema
Afídeos ou pulgões
São insetos que parasitam as plantas. Por meio de seus aparelhos bucais, formados por estiletes compridos, penetram nas partes tenras do vegetal e estabelecem uma comunicação com o líber, passando a extrair a seiva elaborada. Cortes feitos nessas regiões e vistos ao microscópio mostram que os estiletes bucais estão localizados no tecido liberiano.
Por outro lado, anestesiando-se esses animais com CO2 e, posteriormente, cortando-se o aparelho bucal, observa-se a saída da seiva elaborada por meio do estilete cortado.
Isso é uma prova de que a seiva circula pelo floema com pressão positiva. Explica também a eliminação de gotículas de seiva pelo orifício retal desses animais, que estão sugando. Na verdade, os animais não sugam, apenas abrem os estiletes bucais dentro dos vasos crivados. A seiva que circula pelo vaso, com pressão positiva, é então pressionada para dentro do aparelho bucal.
O excesso de seiva é eliminado pelo ânus, constituindo a chamada “chuva de mel”.
Anel de malpighi ou cintamento
Este experimento consiste em tirar a casca de uma árvore ou arbusto formando um anel completo em torno de seu caule. A casca retirada contém os tecidos periféricos e o floema. Resta, na planta, o xilema.
Inicialmente, a planta não mostra nenhuma alteração. A seiva bruta sobe pelo xilema e chega às folhas.
Estas realizam fotossíntese, produzindo a seiva orgânica que se desloca, para baixo, por meio do floema.
Na região do anel a seiva não consegue passar, acumulando-se na parte superior.
As raízes, à medida que os dias passam, gastam as reservas e depois morrem. Cessa então a absorção de água, as folhas murcham e a planta morre.
Marcello Malpighi – Biografia
Marcello Malpighi (1628-1694)
Médico e biólogo, considerado o pai da anatomia microscópica e histologia, Malpighi nasceu em 10 de março de 1628 em Crevalcore, perto de Bolonha. Formou-se na sua cidade natal, ingressando aos 17 anos na Universidade de Bolonha, onde estudou Gramática, Filosofia, Física e Anatomia.
Em 1656, ele foi nomeado professor em Bolonha e, em seguida, professor de física em Pisa. Em 1660, Malpighi voltou a Bolonha e se dedicou ao estudo da anatomia, realizando experimentos com plantas e insetos.
Por causa desse trabalho, muitas estruturas anatômicas microscópicas receberam o nome de Malpighi, incluindo uma camada de pele (camada de Malpighi) e dois corpúsculos de Malpighi diferentes nos rins e no baço, bem como os túbulos de Malpighi no sistema excretor de insetos.
Como Malpighi tinha um amplo conhecimento de plantas e animais, ele fez contribuições para o estudo científico de ambos.
A Royal Society de Londres (Real Sociedade de Londres) publicou dois volumes de seus trabalhos botânicos e zoológicos em 1675 e 1679. Outra edição se seguiu em 1687 e um volume suplementar em 1697.
Em sua autobiografia, Malpighi fala de seu Anatome Plantarum “que, pela grande munificência de a Royal Society, é comunicada no formato mais elegante a todo o mundo letrado. ”
Seu estudo das plantas o levou a concluir que as plantas tinham túbulos semelhantes aos que ele viu em insetos como o bicho da seda (usando seu microscópio, ele provavelmente viu os estômatos, através dos quais as plantas trocam dióxido de carbono com oxigênio). Malpighi observou que quando uma porção da casca em forma de anel era removida de um tronco, ocorria um inchaço nos tecidos acima do anel, e ele interpretou corretamente isso como um crescimento estimulado por alimentos descendo das folhas e sendo bloqueado acima do anel.
Um talentoso desenhista, Malpighi parece ter sido o primeiro autor a fazer desenhos detalhados de órgãos individuais de flores. Em seu Anatome plantarum, há uma seção longitudinal de uma flor de Nigella (seu Melanthi, literalmente flor de mel) com detalhes dos órgãos nectaríferos.
Malpighi teve sucesso em rastrear a ontogenia dos órgãos das plantas e o desenvolvimento serial do rebento devido ao seu instinto moldado na esfera da embriologia animal.
Ele se especializou no desenvolvimento de mudas e, em 1679, publicou um volume contendo uma série de imagens primorosamente desenhadas e gravadas dos estágios de desenvolvimento de Leguminosae (feijão) e Cucurbitaceae (abóbora, melão). Mais tarde, ele publicou material descrevendo o desenvolvimento da tamareira.
As investigações de Malpighi sobre o ciclo de vida de plantas e animais o levaram ao tópico da reprodução. Ele criou desenhos detalhados de seus estudos sobre o desenvolvimento do embrião de pintinhos, o desenvolvimento de sementes em plantas (como o limoeiro) e a transformação de lagartas em insetos.
O grande botânico sueco Linnaeus nomeou o gênero Malpighia em homenagem ao trabalho de Malpighi com as plantas; Malpighia é o gênero tipo de Malpighiaceae, uma família de plantas com flores tropicais e subtropicais.
Fonte: gilbertodoering.fortunecity.com/www.aultimaarcadenoe.com/pt.scribd.com/ortobotanicobologna.com