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A Cidade à Noite
A festa dos reclamos luminosos
é minha.
Não gosto de coisas reais.
Todas as ilusões
me pertencem.
Sou milionário universal
da fantasia.
Gosto de passar pelas montras
e sonhar…
Sonhar sonhando,
sem cobiça,
sem pólvora, sem sangue,
sem ódio,
sem ferir o mundo.
Aquela Negra
De enxada em punho,
Lutando pela minha fome;
Aquela negra que jorra suores na minha sede
E que vai de lenha na cabeça
Porque o frio me consome;
Aquela negra
Pobre, sem nada,
Que vende os panos para me vestir;
Que chora nas ruas o meu nome;
Aquela negra é minha mãe.
Nos Pés do Recomeço
1
na cidade
nos pés
o recomeço
vai-se
é-se
reconstrutivo
a parede
demolida
revém
no contorno
do
dia
2
as esquinas
de tudo
entornam
seus rostos
de tempo
emerso
no sol todos os dias outro
3
crescendo
cres
cen
do
crescentes
crescem
acrescendo
rosas
chaminés
crescendo
no elã
guindastes
creem
branco rosar
rosamão
fumo não
caracóis
sim rosas
4
a cidade
nome
doutro oceano
é mais
líquida
vertiginosa
enchente
5
no elã de guindastes
semeando
hastes
no tamanho
das ânsias
o despertar
o loiro
estua
os barcos
guindados
para a dimensão rósea das rotas
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