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Nascimento: 28 de fevereiro de 1901, Portland, Oregon, EUA.
Falecimento: 19 de agosto de 1994, Big Sur, Califórnia, EUA.
Linus Pauling foi um físico-químico americano e ativista teórico que se tornou a única pessoa a ter ganho dois prêmios Nobel não partilhados.
Linus Pauling recebeu o Prémio Nobel da Química em 1954 “por sua pesquisa sobre a natureza da ligação química e sua aplicação na elucidação da estrutura de substâncias complexas.” Ele foi premiado com outro Nobel (1962) para a paz, para a sua cruzada para parar a testes atmosféricos de armas nucleares, em 10 de Outubro, 1963, data em que o teste Tratado de Proibição Nuclear entrou em vigor.
Linus Pauling fez campanha ativamente para o progresso social e as preocupações humanitárias, como a saúde pública e promoção da saúde. Nos últimos anos de sua vida, ele promoveu os benefícios de saúde de vitamina C no combate à doença.
Linus Pauling casou com Ava Helen Miller de Beaver Creek, Oregon, em 1923.
Ela é de ascendência Inglês-escocês e alemão.
Eles tiveram quatro filhos: Linus (Carl) Jr. (1925), Peter Jeffress (1931), Linda Helen (1932) e Edward Crellin (1937), e treze netos.
Linus Pauling morreu em 1994 de câncer de próstata em Big Sur, Califórnia.
Linus Pauling – Vida
Linus Pauling
Engenheiro químico norte-americano, nascido em Portland, Oregon, um dos cientistas mais conhecidos pelo público no século XX.
Estudou no Oregon State Agricultural College (agora Oregon State Universidade), onde se graduou em engenharia química (1922) e obteve doutoramento no California Institute of Technology, Caltech (1925), em Pasadena.
Após estágios em Munique, Copenhague, Zurique e Londres, voltou aos Estados Unidos para ser catedrático de química na Universidade da Califórnia (1927-1931).
Notabilizando-se por ser dotado de uma imaginação altamente criativa, sua maior contribuição científica foi no campo das ligações químicas através da hábil aplicação da teoria quântica, desde que começou a publicar seus trabalhos (1928). Dirigiu os laboratórios de química de Gates & Crellin (1936-1958).
Reuniu os resultados de suas pesquisas em um livro de grande repercussão no mundo científico: The Nature of the Chemical Bond (1939), adaptando a mecânica quântica ao estudo químico de átomos e moléculas, e publicou Uma teoria da estrutura e do processo de formação de anticorpos (1940).
Também se destacou em pesquisas sobre estruturas e moleculares com publicações sobre proteínas, aminoácidos e polipeptídeos.
Suas ousadas experiências levaram-no também a descobertas no campo da biologia molecular, como a identificação do defeito genético, nas moléculas de hemoglobina, que causa a anemia falciforme, e foi também um dos pioneiros no estudo da estrutura do ADN.
Ganhou o Prêmio Nobel de Química (1954) e o Nobel da Paz (1962) pela sua militância pacifista, foi perseguido pelo macarthismo, seu empenho contra os testes nucleares e a publicação do livro No More War! (1958), sendo o único a ganhar duas vezes sozinho o Prêmio Nobel.
Recebeu na URSS o Prêmio Lenin por sua militância pela paz (1970).
Fundou o Instituto Linus Pauling de Ciências e Medicina, em Palo Alto, Califórnia, no qual permaneceu trabalhando, mantendo-o com recursos provenientes dos prêmios que tem recebido.
Também ensinou na Universidade de Califórnia em Santa Barbara e associou-se ao departamento de química da Stanford University (1969), onde se notabilizou por defender a teoria de que altas doses de vitamina C poderiam prevenir ou curar resfriados comuns e outras doenças.
Linus Pauling faleceu aos 93 anos, em 20 agosto de 1994, em sua casa na Califórnia, Estados Unidos.
Linus Pauling – Biologia
Linus Pauling
Parece um pescador português, com sua boina, enorme suéter e calças bufantes. Os gestos são largos e tranqüilos, os olhos acesos e inquietos.
Às vésperas de completar 88 anos, no último dia 28 de fevereiro, o pioneiro da Biologia Molecular, Linus Carl Pauling, ainda se mantinha fiel ao hábito de se deslocar uma vez por semana de sua casa fincada num imenso parque em Big Sur, na Califórnia, com magnífica vista para o Pacífico, até o Instituto de Ciência e Medicina que leva o seu nome, em Menlo Park, a 40 quilômetros de São Francisco.
“Há tanta coisa a fazer”, explicava ele, autor de quase setecentos trabalhos e uma dúzia de livros.
Mas não é tarefa, é prazer o que o move: “Gosto de entender o mundo, sempre tive enorme interesse em aprender. Sinto enorme satisfação em ter idéias, fazer descobertas”. As idéias e as descobertas do químico Linus Pauling sobre os mecanismos pelos quais os átomos se combinam (as ligações químicas) e sobre a estrutura molecular fizeram dele uma das figuras dominantes da ciência – a ponto de ter sido colocado no mesmo patamar de Isaac Newton, Marie Curie e até Albert Einstein. Mais de cinqüenta universidades do mundo inteiro já lhe concederam títulos honoríficos. Condecorações ele as recebeu tanto em Washington quanto em Moscou.
E, glória das glórias, ganhou duas vezes o Prêmio Nobel, algo que nenhum outro cientista conseguiu sozinho até hoje. Mas as idéias e as descobertas de Pauling, ao transbordar da quietude dos laboratórios para as turbulentas realidades do mundo, também lhe valeram inimizades, ameaças e perseguições políticas no período macarthista que turvou a democracia americana na década de 50. A trajetória de Pauling acompanhou o desenvolvimento do mais formidável aparato de produção de conhecimentos da história da humanidade.
De fato, nunca houve um país como os Estados Unidos, onde se gastou (e se gasta) tanto dinheiro em ciência e tecnologia e onde tanta gente viveu (e vive) de fazer e aplicar ciência. Mas Pauling foi tudo, menos um produto passivo dessa grande indústria do saber – se não pela militância em favor da abolição das armas atômicas, certamente pela incomum desenvoltura com que se habitou a saltar de um ramo científico para outro, transitando, como um intelectual do Renascimento, da Química para a Física, da Biologia à Medicina, uma atitude geralmente desestimulada nas ultra-especializadas instituições de pesquisa americanas. De modo algum, porém, foi infalível.
Dono de fenomenal memória – assunto sobre o qual também formulou teorias – e desprovido do receio de manifestar suas intuições, Pauling costumava dizer-se adepto do “método do estocástico”: adivinhar a verdade a partir de conjecturas. Algumas vezes, porém, memória, intuição e coragem de especular acabaram por levá-lo a erros ou precipitações.
Há quem assim avalie, por exemplo, sua defesa da vitamina C como remédio para quase todos os males, câncer incluído. Como o definiu o professor de Química e História da Ciência Aaron Ihde, da Universidade de Wisconsin, “o êxito de Pauling baseou-se na sua capacidade de perceber depressa novos problemas, reconhecer relações entre os fenômenos e apresentar idéias não convencionais. Seus conceitos, mesmo equivocados, estimularam o debate e a pesquisa”. Foi sempre assim. No povoado de Condon, no remoto Estado americano de Oregon, onde nasceu em 1901, Linus dividia o tempo vendo o pai farmacêutico misturar poções para doentes, lendo o que lhe caísse nas mãos, colecionando insetos e minerais, aprendendo alemão com a avó, grego com um vizinho e chinês com outro. Em suma, um caso perfeito para os adeptos da teoria de que os grandes homens já se mostram quando pequenos. Com tantos interesses na bagagem, logo depois de fazer 16 anos, em 1917, foi para a universidade, ainda no Oregon.
Como não tinha dinheiro para pagar os estudos, vivia de bicos, cortando lenha, limpando o chão do dormitório feminino e ajudando na cozinha. Isso não o impedia de inscrever-se nos cursos mais puxados, Química, Física, Matemática, Metalurgia e, ainda por cima, Literatura Inglesa.
O fim da Primeira Guerra Mundial foi duplamente auspicioso para Linus. Ao voltar das frentes de batalha na Europa, milhares de jovens americanos queriam retomar os estudos. As matrículas nas universidades multiplicaram-se e não havia professores suficientes para ensinar essa enorme leva de alunos novos. Pauling tinha impressionado tão bem seus professores que, ao terminar o terceiro ano da faculdade, foi convidado para ensinar Química aos alunos do segundo ano. Ao começar as aulas, resolveu descobrir o quanto eles já sabiam da matéria.
Olhou o primeiro nome da lista de chamada e perguntou: “Ava Hellen Miller, que sabe de hidróxido de amônio?”. Aparentemente a moça sabia muito, porque, a partir da resposta, o jovem professor não conseguiu parar de olhar para ela. Não demorou para que começassem a namorar. No fim das aulas, passavam horas conversando sobre poesia, arte, literatura – e política, tema que Ava acompanhava com interesse e que ele não entendia bem.
Certo dia, em 1920, enquanto folheava publicações que juntavam poeira no Departamento de Química, Pauling descobriu um livro que iria influenciar profundamente sua vida. Tratava-se de um artigo de Gilbert Lewis, da Universidade de Berkeley, então um dos químicos-físicos mais conhecidos do país.
O texto começava com o óbvio: da mesma forma que tijolos são feitos de pequenas partículas de barro assadas juntas – dizia -, as moléculas são feitas de átomos ligados uns aos outros. A novidade era a teoria com que Lewis explicava como esses átomos se mantinham juntos, formando moléculas que duraram milhares de anos, como as pirâmides do Egito, ou milhões, como os ossos dos dinossauros. O autor chamava isso chemical bond, “ligação química”. Pauling ficou fascinado. Se pudesse aprender mais a respeito dessa ligação química, poderia entender de fato o que impede o mundo de se desmanchar. Decidiu então dedicar-se ao enigma da estrutura da matéria. Candidatou-se a um curso de doutorado em três universidades. Aceito pelas três, escolheu o Instituto de Tecnologia da Califórnia, em Pasadena, mais conhecido como Caltech, porque, sendo mais nova, nela teria mais liberdade para trabalhar. Além disso, o Caltech ofereceu-lhe um cargo de monitor, o que lhe permitiria ganhar dinheiro enquanto estudasse. “Era uma solução perfeita”, recordou ele recentemente. No Caltech, os nove professores e sete assistentes do Departamento de Química tinham discussões apaixonadas sobre átomos e moléculas – um território ainda por desbravar naqueles anos 20.
Pauling aprendeu a usar uma técnica muito nova para espiar a matéria na intimidade. Nela, um feixe de raios X atravessa um cristal. Os átomos de cristal desviam os raios X para uma chapa fotográfica. A imagem ali registrada permite perceber a estrutura molecular dos cristais. Depois de dezenas de experiências, com a ajuda de colegas, ele descobriu as posições dos átomos nos cristais. Também conseguiu determinar as distâncias entre os átomos, de um lado, e os ângulos entre as ligações que os mantêm juntos, de outro. São justamente esses os fatores que definem a estrutura das moléculas. No seu primeiro ano de Caltech, o ponto alto de cada semana era um seminário conduzido pelo conhecido professor de Física Richard Tolman. Este sustentava que as leis da Física podiam ser usadas para resolver problemas da Química. Pauling ficou impressionado com a idéia – que marcaria decisivamente o rumo de suas pesquisas futuras. Em junho de 1923, tão logo o ano letivo terminou, ele pegou um velho Ford que tinha comprado por 25 dólares e foi para o Oregon, a fim de casar com Ava Hellen. Ele tinha 25 anos. Ela 19. A união duraria 58 anos, até ela morrer em dezembro de 1981. Quando chegou a hora de Pauling apresentar a tese de doutoramento, em 1925, foi fácil – bastou juntar os artigos que já tinha publicado a respeito da estrutura dos cristais.
Resultado: seu diploma trazia a rara expressão latina Summa cum laude, “Com a máxima honra”.
Aquele foi um belo ano. Em abril tinha nascido o primeiro filho do casal, Linus Junior, que seria psiquiatra. O pai tirou alguns dias para brincar com a criança e logo voltou à carga intensa de trabalho que sempre o caracterizaria. Em breve, a separação ficaria ainda maior, devido a uma bolsa de estudos na Europa.
Deixando o filho com a mãe de Ava, o casal circulou entre Munique, Copenhague e Zurique. Era um período excitante nos círculos científicos europeus. Idéias revolucionárias começavam a ser discutidas. Uma delas era a Mecânica Quântica, que trata do movimento das partículas subatômicas. Pauling tinha ouvido falar disso no Caltech e queria aprender mais. Durante um ano e meio ele visitou os principais centros de pesquisa europeus, tentando absorver o máximo.
Ao voltar para a América, tinha uma idéia mais nítida do caminho que iria tomar: ele queria explicar plenamente o mecanismo pelo qual os átomos se juntam para virar moléculas, combinando a Mecânica Quântica com os efeitos dos raios X. Promovido a professor assistente, com 26 anos, era o membro mais jovem do corpo docente. Para disfarçar o rosto de garotão, deixou a barba crescer. Isso teria resolvido o problema da aparência juvenil se ele não usasse tanto camisas do Havaí estampadas com dançarinas de hula-hula. Junto com seus assistentes, nessa época começou a fazer modelos de moléculas com papel colorido, a fim de facilitar o entendimento dos alunos. Isso acabou virando uma das suas contribuições mais frutíferas para a Química moderna.
A representação das moléculas em modelos tridimensionais, com as ligações químicas num plano perpendicular, facilita extraordinariamente a visualização dos detalhes. Só o computador, muito tempo depois, faria melhor. Graças a um desses modelos, em fins de 1930 Pauling acabou resolvendo o problema das ligações químicas, que o intrigava havia dez anos. Numa única noite ele rastreou as forças que garantem a estabilidade em cristais e as codificou segundo seis princípios.
Ele, numa conversa recente, contou como o estalo de gênio matou o problema que desafiava cientistas do mundo inteiro. “Um belo dia consegui contornar as dificuldades matemáticas simplificando a questão. Fiquei tão excitado e feliz que passei a noite inteira elaborando e resolvendo equações. À medida que as fazia, descobria que eram tão simples que podiam ser resolvidas em minutos. Eu resolvia uma equação e pegava a resposta, resolvia outra e conseguia outra resposta e assim por diante. Fiquei cada vez mais eufórico e escrevi uma série de equações numa madrugada. Foi uma fantástica noitada”, contou ele, mais de meio século depois.
O resultado foi um artigo de 34 páginas que virou a base para um clássico da literatura científica, A natureza da ligação química e a estrutura das moléculas e cristais. Certa vez, depois de olhar uma amostra de asbesto num microscópio, ele a pôs na palma da mão e começou a apertá-la. O mineral, conhecido por não conduzir calor e induzir câncer nos pulmões quando aspirado, começou a se desmanchar. Era feito de fibras tão finas quanto fios de cabelo.
Virando-se para um assistente, ele perguntou: “Se podemos entender as fibras de asbesto, por que não entendemos também as fibras do corpo humano? O cabelo, os músculos, até as unhas são feitas de fibras”, comentou. Logo, Pauling começou a estudar as moléculas de proteína do cabelo humano. Era a primeira vez em que se desviava dos minérios para pesquisar algo vivo. Pauling percebeu que para entender o corpo humano precisaria entender a estrutura das moléculas de proteínas que o compõem. Em meados da década de 30 já se sabia que as proteínas são formadas por cadeias de aminoácidos. Mas ninguém havia explicado como os elos dessas cadeias se combinavam. Com seu assistente Robert Corey, Pauling começou então uma pesquisa de dez anos sobre proteínas, trabalhando com raios X.
Um dia, o chefe do Departamento de Química de Caltech passou pelo laboratório de seu já ilustre subordinado para saber das novidades. “Em que anda metido agora, Linus?”, perguntou. “Sangue, sangue”, respondeu Pauling, no estilo das histórias policiais que ambos adoravam. De fato, ele vinha estudando com medições magnéticas a macromolécula de hemoglobina que dá a cor vermelha ao sangue e transporta o oxigênio.
De tanto lidar com “sangue, sangue”, como brincou, Pauling descobriu que certo tipo de anemia hereditária, chamada falciforme, era causada por uma célula defeituosa, que lembra uma foice. Desde então, ele não deixaria de investigar o funcionamento da máquina humana. Numa fria manhã de primavera, em 1948, ao fazer uma conferência na Universidade de Oxford, na Inglaterra, o cientista resfriou-se e resolveu descansar alguns dias. No primeiro dia ficou na cama lendo histórias policiais. No segundo, cansado de ler, começou a divagar, pensando na estrutura das proteínas. Pegou então uma folha de papel, desenhou os átomos com as ligações químicas entre eles e depois dobrou o papel de modo a entortar a ligação no ângulo certo. Continuou fazendo isso para obter a posição correta e de repente percebeu que tinha montado algo parecido com uma escada espiral cujas curvas eram formadas por hidrogênio. Estava descoberta em algumas horas a chamada hélice alfa – a forma como a natureza combina cadeias de aminoácidos em estruturas espirais. E Pauling estava a um passo de uma das supremas descobertas deste século – a estrutura do DNA, a molécula da hereditariedade. Eram vários os cientistas empenhados nessa busca.
“O que queríamos, acima de tudo, era chegar antes de Linus Pauling”, confessaria anos depois o professor americano James Watson, de Harvard. Certo dia de 1953, ele e seu colega inglês Francis Crick receberiam a notícia de que Pauling havia conseguido a proeza. “Meu estômago encolheu de apreensão”, lembra Watson.
Mas, à medida que começou a estudar as ilustrações que acompanhavam o trabalho de Pauling, percebeu algo estranho: o mestre, que no ano seguinte receberia o Prêmio Nobel de Química, havia cometido um erro elementar, inadmissível até num primeiranista. Animados, Watson e Crick retomaram a pesquisa com redobrado vigor e desvendaram a estrutura do DNA. A partir de então, Pauling voltou-se para as doenças, tentando encontrar na nutrição a cura dos males que atingem o homem. Em 1964 saiu do Caltech e dez anos depois decidiu formar seu próprio Instituto Linus Pauling de Ciência e Medicina, para continuar as pesquisas sobre doenças com inteira liberdade. Ele próprio escolheu o local, em Menlo Park, perto de São Francisco, onde vinha trabalhando dois ou três dias por semana.
O instituto tem vinte pesquisadores com nível de doutorado e um orçamento de 3,5 milhões de dólares por ano, a maior parte doações particulares – nenhuma delas da indústria farmacêutica, ao contrário do que suspeitam os adversários de sua cruzada em prol do consumo maciço de vitamina C. Um dos principais doadores é outra figura legendária – o milionário Armand Hammer, 90 anos, presidente da Occidental Petroleum. A ele Pauling dedicou seu último livro.
Dr. Linus Pauling, químico americano e inimigo inflexível de prova nuclear, foi premiado o 1962 Nobel Paz Prêmio, de acordo com um anúncio 10 de outubro, 1963. Pauling é mostrado em um 28 de abril de 1962 em uma fotografia junto com outros em piquetes unidos em frente ao Casa Branca durante um protesto de massa contra reativação de testes nucleares atmosféricos dos EUA.
A polêmica da vitamina C
Com o olhar divertido, o velho Linus Pauling começava uma conferência na Universidade Johns Hopkins, em Baltimore, no fim do ano passado. Caminhando de um lado para outro, disse que antigamente tomava 6 gramas de vitamina C por dia. “Mas há pouco tempo reli um de meus livros e descobri que não estava seguindo minha própria receita. Aumentei a dose para 10 gramas diários. Estou rejuvenescendo”, garantiu. Há quase vinte anos o cientista vem promovendo a vitamina C (ácido ascórbico) como panacéia para quase todos os males do homem moderno e nessa cruzada correu mundo, tendo estado três vezes no Brasil, a última em 1985.
Ele baseia seu argumento na evolução. Por alguma razão ainda não determinada, afirma, o organismo do homem primitivo perdeu a capacidade de fabricar a vitamina C, ao contrário da grande maioria dos animais. “A cabra, por exemplo, faz 13 gramas diários dessa vitamina”, ensina. “O governo americano recomenda que tomemos 60 miligramas por dia de vitamina C”, informa, para arrematar: “Acho que a cabra sabe muito mais que os homens”.
Desde que publicou seu primeiro livro a respeito, Vitamina C: gripes e resfriados, editado no Brasil em 1972, foi acusado de abdicar da posição de cientista objetivo e assumir o papel de garoto-propaganda da indústria farmacêutica.
A Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos recusou-se a publicar um de seus artigos sobre o assunto. Mas ele não desistiu, até que uma versão mais substancial foi finalmente aceita. Mais tarde, graças a um trabalho conjunto com o cientista escocês Ewan Cameron, passou a afirmar que a vitamina C ajuda a prevenir o câncer e pode prolongar a vida útil dos cancerosos – teses não suficientemente demonstradas, que encontram defensores e inimigos igualmente apaixonados. Da vitamina C, ele evoluiu para a questão da nutrição em geral. Na sua opinião, a ciência da nutrição estagnou há muito tempo. “Os velhos professores parecem tão satisfeitos com o que descobriram cinqüenta anos atrás que ignoram os avanços da Bioquímica, da Biologia Molecular e da Medicina”, acusa. Mas seus oponentes acham que a mesma acusação se aplica ao próprio Pauling. A controvérsia sobre suas idéias não há de cessar tão cedo.
Ele dá de ombros: “É bom estar à frente da história”.
Linus Pauling – Biografia
Linus Pauling
Um dos cientistas mais conhecidos pelo público no século XX, Pauling deveu seu sucesso tanto ao talento científico quanto à coragem de defender idéias controversas.
Linus Carl Pauling nasceu em Portland, Oregon, Estados Unidos, em 28 de fevereiro de 1901. Formado em engenharia química, em 1925 doutorou-se pelo Instituto de Tecnologia da Califórnia. Após estágios em Zurique, Munique e Copenhague, voltou aos Estados Unidos em 1927, tornando-se catedrático de química no Instituto de Tecnologia da Califórnia.
Pauling foi o primeiro a aplicar a mecânica quântica à estrutura das moléculas, elaborando uma teoria sobre as forças que mantêm os átomos coesos. Expôs suas teses no influente tratado de química The Nature of the Chemical Bond (1939; A natureza das ligações químicas). Suas ousadas experiências levaram-no também a descobertas no campo da biologia molecular, como a identificação do defeito genético, nas moléculas de hemoglobina, que causa a anemia falciforme. Foi também um dos pioneiros no estudo da estrutura do ADN.
Seu trabalho científico lhe valeu o Prêmio Nobel de química em 1954.
Depois da publicação de No More War! (1958; Basta de guerra!), em 1962 Pauling recebeu outro Nobel, o da paz, em reconhecimento a suas campanhas contra os testes nucleares e em prol do controle internacional das armas atômicas. Pelo mesmo motivo, recebeu o Prêmio Lenin da paz em 1972.
Na década de 1970, Pauling despertou controvérsia com sua ardorosa campanha pela ingestão de vitamina C em altas doses como panacéia contra várias doenças, do resfriado comum ao câncer.
Linus Pauling morreu em Big Sur, Califórnia, em 19 de agosto de 1994.
O Lado Negro do Legado de Linus Pauling
Linus Pauling
Linus Pauling, Ph.D., foi a única pessoa que ganhou dois prêmios Nobel sem dividir. Ele recebeu os prêmios de química em 1954 e da paz em 1962.
Sua morte recente estimulou muitos tributos a suas conquistas científicas. Seu impacto no mercado da saúde, entretanto, foi tudo menos louvável.
Pauling é largamente responsável pela disseminação da crença errônea de que altas doses de vitamina C são eficazes contra resfriados, gripes e outras doenças.
Em 1968, ele postulou que as necessidades das pessoas por vitaminas e outros nutrientes variam notadamente e que para manter boa saúde, muitas pessoas precisam de quantidades de nutrientes muito superior a Ingestão Diária Recomendada (IDRs). E ele especulava que megadoses de certas vitaminas e minerais podiam muito bem ser o tratamento de escolha para algumas formas de doenças mentais. Denominou esta abordagem de “ortomolecular,” que significa “molécula certa.” Após isto, continuamente expandiu a lista de doenças que ele acreditava poderiam ser influenciadas pela terapia “ortomolecular” e o número de nutrientes disponíveis para tal uso. Nenhum cientista da nutrição ou médico responsável compartilha estes pontos de vista.
Vitamina C e o Resfriado Comum
Em 1970, Pauling anunciou em Vitamin C and the Common Cold que tomar 1.000 mg de vitamina C diariamente reduziria a incidência de resfriados em 45% para a maioria das pessoas mas que algumas precisariam quantidades muito maiores. (A IDR para vitamina C é de 60 mg). A revisão de 1976 do livro, agora com o título de Vitamin C, the Common Cold and the Flu, sugeria doses ainda maiores. Um terceiro livro, Vitamin C and Cancer (1979) alega que altas doses de vitamina C podem ser eficazes contra o câncer. Já outro livro, How to Feel Better and Live Longer (1986), declarou que megadoses de vitaminas “podem melhorar sua saúde geral . . . aumentar sua satisfação com a vida e pode ajudar no controle de doenças cardíacas, câncer e outras doenças e retardar o processo de envelhecimento.” O próprio Pauling informou que tomava pelo menos 12.000 mg diários e aumentava para 40.000 mg se os sintomas de um resfriado aparecesse. Em 1993, após ser submetido a radioterapia por um câncer na próstata, Pauling disse que a vitamina C havia adiado o início do câncer por vinte anos. Esta não foi uma alegação testável. Ele morreu da doença em agosto de 1994 aos 93 anos de idade.
O fato científico é estabelecido quando a mesma experiência é conduzida muitas e muitas vezes com os mesmos resultados. Para testar o efeito da vitamina C em resfriados, é necessário comparar grupos que usaram a vitamina com grupos similares que receberam um placebo (uma pílula falsa que se parece com a real).
Uma vez que o resfriado comum é uma doença muito variável, os testes apropriados devem envolver centenas de pessoas significativamente por longos períodos de tempo. Pelo menos 16 estudos bem-conduzidos, duplo-cegos mostraram que a suplementação com vitamina C não previne resfriados e na melhor das hipóteses pode reduzir levemente os sintomas de um resfriado. A leve redução dos sintomas pode ocorrer como o resultado de um efeito semelhante a um anti-histamínico, mas se isto tem valor prático é uma questão de controvérsia. Os pontos de vista de Pauling são baseados nos mesmos estudos considerados pelos outros cientistas, mas sua análise foi falha.
Os maiores ensaios clínicos, envolvendo milhares de voluntários, foram dirigidos pelo Dr. Terence Anderson, professor de epidemiologia na Universidade de Toronto. No todo seus estudos sugerem que doses extras de vitamina C podem reduzir levemente a severidade de resfriados, mas não é necessário tomar as altas doses sugeridas por Pauling para conseguir este resultado. Também não há vantagem alguma em tomar suplementos de vitamina C o ano todo na esperança de prevenir resfriados.
Outro estudo importante foi anunciado em 1975 por cientistas da National Institutes of Health que compararam os comprimidos de vitamina C com um placebo antes e durante resfriados. Ainda que o experimento fosse supostamente para ser duplo-cego, metade dos participantes foram capazes de adivinhar quais comprimidos estavam recebendo. Quando os resultados foram tabulados com todos os participantes reunidos, o grupo da vitamina relatou menos resfriados por pessoa por um período de nove meses. Mas entre a metade que não tinha adivinhado quais pílulas tinha recebido, nenhuma diferença na incidência ou severidade foi encontrada. Isto ilustra como as pessoas que pensam estar fazendo algo eficaz (como tomar uma vitamina) podem relatar um resultado favorável mesmo quando não existe nenhum.
Vitamina C e o Câncer
Em 1976, Pauling e Dr. Ewan Cameron, um médico escocês, relataram que uma maioria em uma centena de pacientes “terminais” de câncer tratados com 10.000 mg de vitamina C diariamente sobreviveram três ou quatro vezes mais que pacientes similares que não receberam suplementos de vitamina C. Entretanto, Dr.William DeWys, chefe de investigações clínicas do National Cancer Institute, descobriu que o estudo foi muito mal conduzido porque os grupos de pacientes não eram comparáveis. Os pacientes da vitamina C eram de Cameron, enquanto os outros pacientes ficaram sob os cuidados de outros médicos. Os pacientes de Cameron começaram com a vitamina C quando ele os rotulava de “intratáveis” por outros métodos, e sua sobrevivência subseqüente foi comparada com a sobrevivência dos pacientes “controle” após eles terem sido rotulados intratáveis por seus médicos. DeWys ponderou que se os dois grupos fossem comparáveis, o período de tempo de entrada no hospital para serem rotulados como intratáveis deveria ser equivalente em ambos os grupos. Entretanto, ele descobriu que os pacientes de Cameron foram rotulados intratáveis muito antes no curso de sua doenças — o que significa que eles deram entrada no hospital antes de ficarem tão doentes quanto os pacientes dos outros médicos e seria naturalmente esperado que vivessem por mais tempo.
Apesar disto, para testar se Pauling podia estar correto, a Mayo Clinic conduziu três estudos duplo-cegos envolvendo um total de 367 pacientes com câncer avançado. Os estudos, publicados em 1979, 1983 e 1985, concluíram que os pacientes que receberam 10.000 mg de vitamina C diariamente não ficaram melhores que aqueles que receberam um placebo. Pauling criticou o primeiro estudo, alegando que os agentes quimioterápicos podem ter suprimido o sistema imune dos pacientes de modo que a vitamina C não pudesse funcionar.
Mas seu relato de 1976 sobre o trabalho de Cameron afirma claramente que: “Todos os pacientes são tratados inicialmente de um modo perfeitamente convencional, através da cirurgia, uso da radioterapia e da administração de hormônios e substâncias citotóxicas.” E durante uma palestra subseqüente na University of Arizona, ele declarou que a terapia com vitamina C podia ser utilizada em conjunto com todas as modalidades convencionais. Os participantes no estudo de 1983 não se submeteram ao tratamento convencional, mas de qualquer modo Pauling rejeitou seus resultados.
Ciência à parte, é claro que Pauling estava politicamente alinhado com os promotores de práticas não científicas envolvendo a nutrição. Ele disse que seu interesse inicial por vitamina C surgiu através de uma carta do bioquímico Irwin Stone, com quem subseqüentemente manteve uma sólida relação de trabalho.
Ainda que Stone fosse freqüentemente citado como “Dr. Stone,” suas únicas credenciais eram um certificado atestando a conclusão de um programa de dois anos em química, um título honorário em quiropraxia da Los Angeles College of Chiropractic, e um “Ph.D.” da Donsbach University, uma escola por correspondência não credenciada.
Num capítulo pouco divulgado do livro Vitamin C and the Common Cold, Pauling atacou a indústria dos alimentos-saudáveis por confundir seus consumidores.
Apontou que a vitamina C “sintética” é idêntica à vitamina C “natural”, advertiu que os dispendiosos produtos “naturais” são um “desperdício de dinheiro.” E acrescentou que “as palavras ‘crescimento orgânico’ são essencialmente sem sentido — apenas parte do jargão utilizado pelos promotores dos alimentos-saudáveis para lucrar ainda mais, freqüentemente com pessoas idosas de baixa renda.” Mas Vitamin C, the Common Cold and the Flu, publicado seis anos mais tarde, não continha nenhuma destas críticas. Esta omissão não foi acidental. Em resposta a uma carta, Pauling informou-me que, após seu primeiro livro tornar-se público, ele foi “fortemente atacado por pessoas que estavam também atacando as pessoas dos alimentos-saudáveis.” Seus críticos foram tão “preconceituosos”, que ele decidiu que não poderia mais ajudá-los a atacar a indústria dos alimentos-saudáveis enquanto a outra parte de seus ataques estavam dirigidos contra ele.
O Linus Pauling Institute of Medicine, fundado em 1973, é dedicado a “medicina ortomolecular.” O maior doador corporativo do instituto tem sido a Hoffmann-La Roche, a gigante farmacêutica que produz a maior parte da vitamina C do mundo. Muitos dos folhetos de arrecadação de fundos do instituto contêm informações questionáveis. Eles têm falsamente alegado, por exemplo, que nenhum progresso significativo foi feito no tratamento do câncer nos últimos vinte anos. Este ponto de vista, que é freqüentemente expresso pelos promotores de terapias de câncer não comprovadas, é simplesmente inverídico.
Outras Atividades Questionáveis
Uma disputa entre Pauling e Arthur Robinson, Ph.D., forneceu a evidência adicional de que a defesa de Pauling das megadoses de vitamina C eram tudo menos honestas. Robinson, um ex-aluno e associado de longa data de Pauling, auxiliou a fundar o instituto e tornou-se seu primeiro presidente. De acordo com uma reportagem feita por James Lowell, Ph.D., no boletim Nutrition Forum, a própria pesquisa de Robinson levou-o a concluir em 1978 que as altas doses (5-10 gramas por dia) de vitamina C que eram recomendadas por Pauling, podia na verdade promover alguns tipos de câncer em camundongos. Robinson contou a Lowell, por exemplo, que os animais alimentados com as quantidades equivalentes às recomendações de Pauling desenvolveram câncer de pele quase duas vezes mais freqüentemente que o grupo controle e que somente doses de vitamina C próximas das letais tinham algum efeito protetor.
Logo após anunciar isto a Pauling, Robinson foi pedido para se desligar do instituto, seus animais experimentais foram mortos, seus dados científicos foram apreendidos, e alguns dos resultados de pesquisas anteriores foram destruídosinadequada. Robinson respondeu . Pauling também declarou publicamente que a pesquisa de Robinson era “amadora” e processando o Instituto e os membros da diretoriauma entrevista para a Nature, . Em 1983, a ação foi resolvida fora dos tribunais por 575 mil dólares. Em Pauling disse que o acordo legais de Robinson.” Entretanto, o “representou nada mais que uma compensação pela perda do escritório e pelos custos das despesas acordo aprovado pelo tribunal declarou que 425 mil dólares da ação foi por calúnia e difamação.
Durante meados da década de 70, Pauling ajudou a liderar a campanha da indústria de alimentos-saudáveis por uma lei federal que enfraqueceu a proteção dos consumidores pelo FDA contra alegações enganosas sobre nutrição. Em 1977 e 1979, Pauling recebeu prêmios e apresentou seus pontos de vista sobre a vitamina C nas convenções anuais da National Nutritional Foods Association (a maior associação comercial de varejistas, distribuidores e produtores de alimentos-saudáveis).
Em 1981, ele recebeu um prêmio da National Health Federation (NHF) por “serviços prestados em benefício da liberdade de escolha na saúde” e deu a sua filha um título de membro vitalício nesta organização. A NHF promove a gama completa do charlatanismo. Muitos de seus líderes têm enfrentado problemas com a justiça e alguns até mesmo foram sentenciados à prisão por várias atividades ligadas à “saúde”. Pauling também falou em um Seminário de Sucesso Profissional da Parker School, um encontro onde foi ensinando a quiropráticos métodos altamente questionáveis de estabelecer suas carreiras. E anúncios para o encontro convidavam quiropráticos a posarem com Pauling para uma fotografia (a qual presumivelmente podia ser usada para publicidade quando os quiropráticos retornassem para casa).
Em 1981, após saber que Pauling havia doado dinheiro para a NHF (pelo título de membro vitalício de sua filha), perguntei se ele sabia a respeito dos antecedentes de reputação duvidosa da NHF e o fato de que era a principal força antifluoretação nos Estados Unidos. Também perguntei se ele não se importava que o dinheiro podia ser usado para ajudar a combater a fluoretação.
Em uma série de cartas, ele replicou que:
1) firmemente apoiava a fluoretação,
2) estava a par da oposição da NHF,
3) tentou pressionar a organização para mudar seus pontos de vista,
4) tinha discursado a favor freqüentemente e por muitos anos, e
5) achava que outros temas eram mais importantes. Também me enviou uma declaração pró-fluoretação que ele tinha publicado em 1967.
Sua afirmação de que tinha discursado a favor da fluoretação me surpreendeu. Apesar de ter lido milhares de documentos relacionados aos pontos de vista e atividades de Pauling, nunca tive qualquer indicação de que ele havia publicamente apoiado a fluoretação.
Em 1983, Pauling e Irwin Stone testemunharam em uma audiência a favor de Oscar Falconi, um promotor de vitaminas acusado pelo Serviço Postal por fazer alegações falsas de diversos produtos. Pauling sustentou as considerações de Falconi de que a vitamina C era útil não apenas na prevenção do câncer, mas também na cura de viciados em drogas e na eliminação tanto de vírus como de bactérias. Pauling também testemunhou em 1984 perante ao Comitê de Garantia da Qualidade Médica da Califórnia em defesa de Michael Gerber, M.D., que fora acusado de prescrever de maneira inapropriada aos pacientes. Um destes pacientes era uma mulher de 56 anos com câncer tratável que — o Comitê concluiu — havia morrido como resultado da negligência de Gerber enquanto ele a tratava com ervas, enzimas, enemas de café e terapia com quelantes. Os outros pacientes eram dois gêmeos de três anos de idade com infecções de ouvido para os quais Gerber havia prescrito 70.000 ou mais unidades de vitamina A diariamente e enemas de café duas vezes por dia durante várias semanas. Gerber perdeu sua licença para exercer a medicina como resultado da audiência.
Um folheto distribuído em 1991 pelo Linus Pauling Institute recomendava doses diárias de 6.000 a 18.000 mg de vitamina C, 400 a 1.600 UI de vitamina E e 25.000 UI de vitamina A, além de várias outras vitaminas e minerais. Estas dosagens não têm nenhum benefício comprovado e podem causar efeitos colaterais perturbadores.
Apesar das alegações de Pauling sobre megavitaminas carecerem da evidência necessária para aceitação pela comunidade científica, elas têm sido aceitas por um grande número de pessoas que carecem de conhecimento científico para avaliá-las. Graças em grande parte ao prestígio de Pauling, as vendas anuais de vitamina C nos Estados Unidos têm estado na casa das centenas de milhões de dólares há muitos anos. O dano físico às pessoas que ele desencaminhou é imensurável. Stephen Barrett, M.D.
Fonte: www.biography.com/www.sobiografias.hpg.ig.com.br/www.geocities.com
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