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Nascimento: 19 de agosto de 1849, Recife, Pernambuco.
Falecimento: 17 de janeiro de 1910, Washington, D.C., EUA.
Nascido no Brasil, Joaquim Nabuco era filho de um rico fazendeiro chamado José Tomás Nabuco (1849-1910), que era uma importante figura política no Império do Brasil, tornando-se um senador da vida e conselheiro de Estado. Jose estabeleceu o Partido Liberal em 1868 e reformas que conduzam à eventual abolição da escravatura suportado. (Richard Graham, “Joaquim Nabuco, historiador conservador” no Luso-Brazilian Review, 1980.)
Como seu pai, Joaquim Nabuco era veementemente contra a escravidão, e lutou pela atividade política e em seus escritos.
Ele fez campanha contra a escravidão na Câmara dos Deputados desde 1878, e fundou a Sociedade Anti-Escravidão brasileira.
Ele foi o grande responsável pela abolição da escravatura em 1888, mas as suas razões para fazê-lo foram inferiores a igualitária.
Ele se opôs a escravidão, não só porque “africanizada” O Brasil, mas também porque ele acreditava que retardou o progresso do Brasil em direção à civilização e modernidade.
Ele é citado como dizendo: “O trabalho livre e trabalho escravo não podem coexistir, e nem escravidão lata e imigração”. (Citação: Vendas Augusto dos Santos, traduzido por Laurence Hallewell, “Raízes Históricas do” branqueamento “do Brasil” na revista Perspectivas Latino-americanas, 2002.) Como muitos de seus colegas de elite, Nabuco acreditava que a escravidão iria desencorajar a imigração européia em Brasil, retardando assim o processo de “branqueamento”.
Após a derrubada da monarquia brasileira que se aposentou da vida pública por um período de tempo.
Mais tarde, ele se tornou o primeiro embaixador do Brasil para os Estados Unidos a partir de 1905-1910, que marcou uma mudança significativa no papel de seu país na arena mundial. Nabuco percebeu a importância para o Brasil e outros países sul-americanos, a desenvolver uma relação única com a etapa norte-americana. Em Washington, ele trabalhou com Elihu Root, que também apoiou esta idéia do pan-americanismo.
Ele passou muitos anos na Inglaterra e na França, onde ele era um forte defensor do pan-americanismo, presidindo a conferência pan-americanismo 1906.
Após a morte de Joaquim Nabuco em 17 de Janeiro de 1910, o Edifício Pan-Americana, em Washington, DC foi finalmente concluída.
Na cerimônia de dedicação do secretário de Estado disse as seguintes palavras a respeito dele: “Uma voz que deveria ter falado aqui hoje é solent, mas muitos de nós não pode esquecer ou deixar de lamentar e honrar nosso amigo querido e nobre, Joaquim Nabuco. Embaixador do Brasil, decano do corpo diplomático americano, respeitado, admirado, acreditado, amado e seguido por todos nós, ele era uma figura imponente no movimento internacional de que a criação deste edifício é parte … “(Citação: Ronald Hilton e Alexander Wyse, Avaliado Trabalho: “A Vida de Joaquim Nabuco” por Carolina Nabuco ‘no jornal das Américas, 1950.)
Sua obra mais conhecida é sua autobiografia Minha Formação (Minha educação), publicado em 1900. Ele vividamente retrata a sociedade escravista no Brasil do século 19.
Joaquim Nabuco – Vida
Joaquim Nabuco
Joaquim Nabuco, diplomata, político, orador, poeta e memorialista, nasceu em Recife, PE, em 19 de agosto de 1849, e faleceu em Washington, EUA, em 17 de janeiro de 1910.
Compareceu às sessões preliminares de instalação da Academia Brasileira, onde fundou a Cadeira n. 27, que tem como patrono Maciel Monteiro. Designado secretário-geral da instituição na sessão de 28 de janeiro de 1897, exerceu o cargo até 1899 e de 1908 a 1910.
Era filho do senador José Tomás Nabuco de Araújo, “o Estadista do Império”, e de Ana Benigna Barreto Nabuco de Araújo, irmã do marquês do Recife, Francisco Pais Barreto. Estudou humanidades no Colégio Pedro II, bacharelando-se em letras. Em 1865, seguiu para São Paulo, onde fez os três primeiros anos de Direito. Formou-se no Recife, em 1870. Entrou logo para o serviço diplomático, como adido de primeira classe em Londres, depois em Washington, de 1876 a 1879.
Atraído pela política interna, foi eleito deputado geral por sua província, vindo então a residir no Rio. Sua entrada para a Câmara marcou o início de sua campanha em favor do Abolicionismo, que logo se tornou causa nacional, na defesa da qual ele tanto cresceu na admiração de todos os brasileiros. De 1881 a 1884, Nabuco viajou pela Europa. Em 1883, em Londres, publicou O Abolicionismo. De regresso ao país, foi novamente eleito deputado por Pernambuco, retomando o lugar de líder da campanha abolicionista, que cinco anos depois era coroada de êxito. Ao ser proclamada a República, em 1889, permaneceu intransigente nas convicções monarquistas e, mais de uma vez, resistiu ao apelo que lhe dirigiam os chefes da nova política para tornar ao serviço diplomático.
Retirou-se da vida pública, dedicando-se à sua obra e ao estudo.
Nessa fase de espontânea abstenção política, Joaquim Nabuco viveu no Rio de Janeiro, exercendo a advocacia e fazendo jornalismo. Freqüentava a redação da Revista Brasileira, onde estreitou relações e amizade com as mais altas figuras da vida literária brasileira, Machado de Assis, José Veríssimo, Lúcio de Mendonça, de cujo convívio nasceria a Academia Brasileira de Letras, em 1897.
Em 1900, o presidente Campos Sales conseguiu demovê-lo a aceitar o posto de enviado extraordinário e ministro plenipotenciário em missão especial em Londres, na questão do Brasil com a Inglaterra, a respeito dos limites da Guiana Inglesa. Em 1901, era acreditado em missão ordinária, como embaixador do Brasil em Londres e, a partir de 1905, em Washington. Em 1906, veio ao Rio de Janeiro para presidir a terceira Conferência Pan-Americana. Em sua companhia veio o Secretário de Estado norte-americano Elihu Root. Ambos eram defensores do pan-americanismo, no sentido de uma ampla e efetiva aproximação continental. Em 1909, fez uma viagem oficial a Havana, para assistir à restauração do governo nacional de Cuba. Nesse mesmo ano assinou em Washington várias convenções de Arbitramento com os Estados Unidos, Panamá, Equador, Costa Rica e Cuba.
Grande era o seu prestígio perante o povo e o governo norte-americano, manifestado em expressões de admiração dos homens mais eminentes, a começar pelo Presidente Theodore Roosevelt e pelo Secretário de Estado Root; e na recepção das Universidades, nas quais proferiu uma série de conferências, propaganda viva de cultura brasileira. Quando faleceu, em Washington, seu corpo foi conduzido, com solenidade excepcional, para o cemitério da capital norte-americana, e depois foi trasladado para o Brasil, no cruzador North Caroline. Do Rio de Janeiro foi transportado para o Recife, a cidade que o viu nascer. Em 28 de setembro de 1915, Recife lhe inaugurou, em uma de suas praças públicas, uma estátua.
Obras: Camões e os Lusíadas (1872); L’Amour est Dieu, poesias líricas (1874); O Abolicionismo (1883); O erro do Imperador, história (1886); Escravos, poesia (1886); Porque continuo a ser monarquista (1890); Balmaceda, biografia (1895); A intervenção estrangeira durante a revolta, história diplomática (1896); Um estadista do Império, biografia, 3 tomos (1897-1899); Minha formação, memórias (1900); Escritos e discursos literários (1901); Pensées detachées et souvenirs (1906); Discursos e conferências nos Estados Unidos, tradução do inglês de Artur Bomilcar (1911); várias memórias sobre as fronteiras do Brasil; Obras completas, 14 vols. org. por Celso Cunha (1947-1949).
Joaquim Nabuco – Cronologia
1849, agosto, 19 – Nasceu às 8h20 da manhã, em velho sobrado na Rua do Aterro da Boa Vista (atual Rua da Imperatriz Tereza Cristina), filho do futuro senador José Tomás Nabuco de Araújo e de sua esposa, Ana Benigna de Sá Barreto. Era um rebento de estirpe ilustre, de vez que os Nabucos de Araújo eram uma influente família baiana que dava senadores ao Império desde o Primeiro Reinado, e os Paes Barreto se constituíam em uma família de grande influência em Pernambuco, desde o século XVI, estando a ela vinculado Francisco Paes Barreto, último morgado do Cabo e marquês do Recife.
1849, dezembro, 8 – Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo foi batizado no Cabo, tendo como padrinhos os senhores do Engenho Massangana, Joaquim Aurélio Pereira de Carvalho e d. Ana Rosa Falcão de Carvalho. Esta madrinha teria uma grande influência na sua formação, pois muito criança ainda ficou sob seus cuidados quando os pais viajaram para a Corte. Em Massangana ele passou a infância, até a morte da madrinha, tendo contato direto com a escravidão, podendo compreender a sua crueldade e o mal que fazia ao país.
1857 – Com a morte de d. Ana Rosa transferiu-se para a residência dos pais, no Rio de Janeiro, onde realizou os estudos de nível primário e secundário, este último feito na cidade de Nova Friburgo, em colégio dirigido pelo famoso barão de Tauthphoeus.
1866 – Iniciou os estudos de Direito na Faculdade de São Paulo, destacando-se entre os colegas, como orador. Assim, a 2 de abril de 1868, foi o orador que saudou José Bonifácio, o moço, quando este regressou à sua cidade, após perder o lugar de ministro, com a queda do Gabinete Zacarias.
1869 – Transferiu-se para a Faculdade de Direito do Recife, onde se aproximou dos seus parentes maternos e de amigos; escreveu A escravidão, que permaneceu inédito até 1988, quando foi publicado pela Fundação Joaquim Nabuco, no Recife, e escandalizou a elite local, por defender, em um júri, um escravo negro que assassinara o seu senhor.
1870, janeiro, 28 – Diplomou-se no Recife em Ciências Sociais e Jurídicas. Após a formatura retornou ao Rio, tentando advocacia – o pai tinha um excelente escritório – e iniciando-se no jornalismo em A Reforma, defendendo princípios monárquicos.
1872 – Publicou o seu primeiro livro Camões e os Lusíadas, com 294 páginas. Anteriormente publicara dois opúsculos: O gigante da Polônia,em 1864, e O povo e o trono,em 1869; publicou ainda, neste ano, um outro trabalho Le droit du meurtre, em homenagem a Renan, que exercia grande influência no seu espírito.
1872 – Com o dinheiro obtido com a venda do Engenho Serraria, herdado de sua madrinha, passou um ano na Europa, viajando, fazendo contatos com intelectuais e políticos e se preparando para o futuro.
1876, abril, 26 – Obteve o seu primeiro cargo público, o de adido de legação nos Estados Unidos, cargo que lhe proporcionou um melhor conhecimento do país, onde na velhice seria embaixador, contatos e estudos em Nova Iorque (onde viveu a maior parte do tempo) e em Washington.
1878 – Foi eleito, graças ao apoio do Barão de Vila Bela, deputado geral pela província de Pernambuco, passando no ano seguinte a participar do parlamento, com destaque, em face da sua origem, ao valor de sua oratória e da independência frente ao governo Sinimbu, do seu próprio partido. Ele, ao lado de outros jovens deputados, iniciou então a campanha contra a escravidão, em favor da abolição da escravatura. Nessa legislatura Nabuco combateu um projeto de exploração do Xingu, defendendo os direitos dos indígenas (1deg. de abril) e criticou o envio de uma missão governamental à China, visando estimular à migração de chineses que deveriam substituir os escravos nas fainas agrícolas. Nabuco verberou este projeto que classificou de tentativa de “mongolização do país”.
1880 – Comemoração do terceiro centenário de Camões, no Gabinete Português de Leitura do Rio de Janeiro, tendo Nabuco sido o orador oficial, realizando brilhante discurso.
1880, setembro,7 – Nabuco organizou e instalou em sua residência a Sociedade Brasileira Contra a Escravidão, desafiando a elite conservadora da época, que considerava a escravidão uma instituição indispensável ao desenvolvimento do Brasil. Assim ele aprofundou as divergências com o seu partido, o Liberal, e inviabilizou a sua reeleição.
1882, fevereiro,1 – Derrotado nas eleições para a Câmara dos Deputados, quando disputou um lugar pela Corte, como representante dos abolicionistas, partiu para a Europa, para o que chamou de exílio voluntário. Em Londres viveu como advogado e jornalista (representante do Jornal do Commercio do Rio de Janeiro) e escreveu um dos seus principais livros, O abolicionismo, publicado em 1884.
1884 – Realizou a campanha para a eleição, por Pernambuco, à Camara dos Deputados, defendendo ao lado de José Mariano, a causa do abolicionismo. Seus discursos e conferências foram reunidos no livro A campanha abolicionista, publicado em 1885, onde defendeu idéias bastante avançadas. Vitorioso sobre o candidato conservador, Machado Portela, foi entretanto expurgado pela Câmara.
1885, julho, 7 – O expurgo de Nabuco causou a maior revolta em Pernambuco, e o 5deg. Distrito, por decisão dos chefes liberais Ermírio Coutinho e Joaquim Francisco de Melo Cavalcanti, que renunciaram a disputa da vaga de deputado, elegeu Joaquim Nabuco para a Câmara. O 5deg. Distrito era formado pelos municípios de Nazaré e Bom Jardim.
1885 – Atuação de Nabuco na Câmara dos Deputados, defendendo o Gabinete Dantas e o seu projeto de libertação dos sexagenários, apesar de considerá-lo muito moderado. Em seguida à queda de Dantas, ele atacou as modificações feitas ao projeto pelo novo presidente do Conselho, J. A. Saraiva, que seria transformado em lei pelo Gabinete Cotejipe, a 28 de setembro.
1885,setembro,14 – Nabuco apresentou à Câmara dos Deputados um projeto de lei em favor da federação das províncias, tentando concretizar velha aspiração regionalista brasileira.
1886, janeiro, 15 – Nabuco foi derrotado em eleição para a Câmara dos deputados ao tentar eleger-se pelo Recife. Dedicou-se ao jornalismo escrevendo uma série de opúsculos, em que identificou a Monarquia com a escravidão e fez sérias críticas ao governo. Estes opúsculos se intitulavam O erro do Imperador, O Eclipse do Abolicionismo e Eleições liberais e eleições conservadoras, publicados em 1886.
1887,setembro,14 – Nabuco derrotou Machado Portela em eleição memorável no Recife, quando este, ministro do Império, tentava confirmar o seu mandato, voltando à Câmara para concluir o seu apostolado em favor da abolição.
1888,fevereiro,10 – Teve audiência particular com o papa Leão XIII e relatou a luta pelo abolicionismo no Brasil, tendo possivelmente influenciado o grande pontífice na elaboração de uma encíclica contra a escravidão.
1888, março, 10 – O Gabinete João Alfredo assume o governo com o propósito deliberado de abolir a escravatura no Brasil. Nabuco, apesar de o Gabinete ser conservador, o apoiou e deu uma grande contribuição à aprovação da Lei Áurea. Em seguida, quando os ressentidos com a abolição se lançaram contra João Alfredo, Nabuco veio em sua defesa, realizando, a 22 de maio de 1889, um dos seus mais memoráveis discursos na Câmara dos Deputados.
1889, abril, 28 – Casou-se com d. Evelina Torres Soares Ribeiro, filha do barão de Inhoã e fazendeiro em Maricá, na então província do Rio de Janeiro.
1889, agosto, 21 – Nabuco foi eleito deputado por Pernambuco, para a última legislatura do Império, sem ir ao Recife e sem solicitar o apoio do eleitorado. Começava a se desiludir dos processos políticos no país e temia pela queda da Monarquia, a quem era fiel, embora procurasse liberalizá-la e não poupasse críticas à instituição e ao próprio Imperador.
1889, novembro,15 – Proclamação da República e posicionamento de Nabuco em favor da Monarquia, recusando-se inclusive, apesar de solicitado, a postular uma cadeira na Assembléia Constituinte de 1891. Justificou sua posição no opúsculo Por que sou monarquista.
1891, junho, 29 – Surgiu o Jornal do Brasil, fundado por Rodolfo Dantas, com a finalidade de bem informar a população e de defender, de forma moderada, a restauração da Monarquia. Nabuco, convidado, tornou-se colaborador desse jornal. Naquela ocasião, lutando pela vida, voltou à advocacia, abrindo escritório em sociedade com o conselheiro João Alfredo. Não foram bem sucedidos na profissão e um ano depois fecharam o escritório.
1892 – Viajou à Inglaterra com a família, aí permanecendo por alguns anos. Fazendo um balanço de sua vida, voltou à Igreja Católica, que havia abandonado na juventude, passando a frequentar as cerimônias religiosas e se confessando, em 28 de maio, na Capela de Nossa Senhora das Dores. Sua comunhão só seria feita no Rio de Janeiro a 22 de dezembro do mesmo ano. O livro Minha Fé, publicado em 1986 pela Fundação Joaquim Nabuco, relata o processo de conversão do ilustre estadista.
1895 – No auge das disputas entre monarquistas e republicanos escreveu um opúsculo, O dever dos monarquistas, em resposta a outro escrito pelo almirante Jaceguai, favorável ao novo regime intitulado O dever do momento.
1896, janeiro, 12 – Foi publicado no Jornal do Commercio um manifesto do Partido Monarquista, recém-fundado, tendo como signatários, além de Nabuco, os conselheiros João Alfredo, Lafaiete Pereira, o visconde de Ouro Preto, Afonso Celso e outros.
1893/1899 – Período de intensa atividade intelectual de Nabuco. Não aceitando os cargos nem encargos da República, Nabuco dedicou-se às letras, escrevendo livros e artigos para jornais e revistas. Alguns livros foram escritos inicialmente para publicação de seus capítulos, como artigos, nos jornais e na Revista do Brasil. Estes livros, quase sempre de comentários políticos, foram Balmaceda (publicado em 1895) sobre a guerra civil no Chile e A intervenção estrangeira na Revolta de 1893 (publicado em 1896) onde, além de analisar o desenrolar da luta, faz confronto entre Saldanha da Gama, maior lider da Revolta, e Floriano Peixoto, que encarnava a legalidade. Também deste período é Um estadista do Império (1896), seu principal livro, em que analisa a vida do senador Nabuco de Araújo e a vida política, econômica e social do país durante a atuação do mesmo. Ainda desta época é o seu livro de memórias, intitulado Minha formação, publicado parcialmente na imprensa e reunido em livro em 1900.
1896 – Participou da fundação da Academia Brasileira de Letras, que teve Machado de Assis como seu primeiro presidente e Nabuco como secretário perpétuo.
1896, janeiro, 25 – Ingressou no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.
1899, março, 9 – Aceitou convite do governo da República para defender o Brasil na questão de limites com a então Guiana Inglesa de que seria árbitro o rei Victor Emanuel da Itália. Iniciou um processo de afastamento do grupo monarquista e a sua conciliação com a República.
1900, março – Morte de Sousa Correia, ministro brasileiro na Inglaterra, provocando o convite do gabinete do governo para que Nabuco aceitasse este lugar, passando a ser funcionário da República. Nabuco inicialmente aceitou ser “plenipotenciário em missão especial” deixando a chefia da legação com o encarregado de negócios.
1900, agosto – Aceitou o cargo de chefe da legação em Londres e tornou-se, finalmente, funcionário da República.
1900, dezembro – Proferiu, no Rio de Janeiro, em banquete que lhe foi oferecido, discurso considerado como a sua declarada adesão à República.
1903 – Publicou-se em Paris o livro O direito do Brasil (primeira parte) em que analisou as razões do Brasil na contenda com a Inglaterra a respeito de uma área territorial fronteiriça com a Guiana Inglesa.
1904, junho, 14 – O rei Victor Emanuel da Itália deu o laudo arbitral na questão da Guiana Inglesa, dividindo o território disputado em duas partes – 3/5 para a Grã-Bretanha e 2/5 para o Brasil – o que foi considerado por todos, inclusive por Nabuco, como uma derrota para o Brasil.
1905 – Criada a Embaixada do Brasil em Washington, Nabuco foi nomeado embaixador do Brasil, apresentando suas credenciais ao presidente Teodoro Roosevelt, a 25 de maio. Como embaixador em Washington ligou-se muito ao governo norte-americano e defendeu uma política pan-americana, baseada na doutrina de Monroe. Também viajou bastante pelos Estados Unidos e proferiu dezenas de conferências em universidades americanas.
1906, julho – Organizou a III Conferência Pan-americana, realizada no Rio de Janeiro, com a presença do secretário de Estado dos Estados Unidos.
1910, janeiro, 17 – Faleceu em Washington, como embaixador, após um longo período de doença.
Joaquim Nabuco
Em 1883, Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo estava em Londres.
Vivia em Grosvenor Gardens, era o correspondente do “Jornal do Commercio” e amigo pessoal do barão de Penedo, embaixador do Brasil na Inglaterra. Apesar do conforto de urna vida tranqüila no bairro mais aristocrático da capital do mundo, Nabuco ainda não se recuperara da derrota eleitoral sofrida dois anos antes no Brasil. Deputado do Partido Liberai, eleito e 1878 por Pernambuco, tornou-se “verdadeiro tormento na Câmara”. Em 1880, fundou a Sociedade Brasileira contra a Escravidão e se tornou o maior porta-voz voz do abolicionismo legalista e parlamentar.
De formação conservadora, filho de urna das mais tradicionais – famílias do país, ligada à economia açucareira nordestina e á política imperial, o monarquista Nabuco (nascido em Recife em agosto de 1849) apresentou, em agosto de 1880, minucioso projeto de lei propondo a abolição da escravatura em 1890 e a indenização de seus proprietários. O projeto se chocava com a proposta dos militantes radicais, em geral republicanos, que queriam abolição imediata e sem indenização. Pego entre dois fogos, Nabuco não conseguiu reelegerse em 1881.
No agridoce exílio londrino; escreveria então ungia das reais densas e belas obras de combate já publicadas em português: “O Abolicionismo”, um livro fulgurante, moderno, incisivo, no qual Nabuco, livre do compromisso com as manobras políticas, defende a abolição imediata e sem indenização – mas legalista.
Em 1884, Joaquim Nabuco retornou ao Brasil e à Câmara: foi reeleito com grande margem de votos. Como permaneceu monarquista e legalista, e achando que a abolição era “negócio de brancos», alguns historiadores o consideram “líder da ala direita do movimento” Nos anos seguintes, a abolição se concretizou, embora logo ficasse claro que seria apenas uma medida jurídica, e em seguida veio a República. Apesar de mais tarde ter sido ministro dos presidentes Prudente de Morais e Campos Sales, Joaquim Nabuco (que morreria como diplomata em Washington em janeiro de 1910) amargurou-se profundamente.
Em janeiro de 1893, escreveu para André Rebouças, o amigo que muito o influenciara e partira para o exílio voluntário na África: “Com que gente andamos metidos! Hoje estou convencido de que não havia uma parcela de amor ao escravo, de desinteresse e de abnegação em três quartas partes dos que se diziam abolicionistas. Foi uma especulação a mais! A prova é que fizeram essa república e depois dela só advogam a causa dos bolsistas, dos ladrões da finança, piorando infinitamente a condição dos pobres. Onde estariam os propagandistas da nova cruzada? (…) Estávamos metidos com financeiros, e não com puritanos, com fâmulos, de banqueiros falidos, mercenários de agiotas etc; tínhamos de tudo, menos sinceridade e amor pelo oprimido. A transformação do abolicionismo em republicanismo bolsista é tão vergonhosa pelo menos como a do escravagismo”.
Joaquim Nabuco – Biografia
Poeta e dramaturgo. Fez os estudos preparatórios no Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro.
Aos 15 anos, publicou a Ode à Polônia, que obteve crítica favorável de Machado de Assis.
Três anos depois, apresentou o drama Os destinos, que foi assistida pelo Imperador D. Pedro II.
Completou o bacharelado pela Faculdade de Direito do Recife (PE), em 1870.
Teve fundamental atuação na promulgação da Lei Áurea, no Brasil.
Com a proclamação da República, afastou-se temporariamente da política. Retornou, logo após, e exerceu cargos na área diplomática.
Seu nome figura entre os fundadores da Academia Brasileira de Letras, cabendo-lhe o discurso inaugural a 20 de julho de 1897.
Principais obras
Campanha abolicionista no Recife, 1885.
Minha formação, 1900, autobiografia.
Um Estadista do Império, biografia de seu pai, Senador Nabuco.
O abolicionismo
O dever dos monarquistas
Fonte: www.astrotheme.com/www.biblio.com.br/www.cervantesvirtual.com
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