Inácio de Loyola

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Inácio de Loyola
Inácio de Loyola

Iñigo López de Oñaz y Loyola -nome de batismo – nasceu em 1491 em Azpeitia, no castelo de Loyola, região basca, ao norte da Espanha.

De família nobre, caçula de 11 irmãos, ficou órfão de mãe aos 8 anos de idade e de pai aos 14 anos. O “Solar dos Loyolas”, erguido com suntuosidade e largueza junto à cidade de Azpeitia, refletia a nobreza da família. Inigo, em ambiente da corte de Castilha, trabalhou como pajem do “contador-mor” do Rei de Castela, Juan Velázquez de Cuéllar – já alimentava o sonho de tornar-se cavaleiro.

Em 1517 torna-se cavaleiro e se coloca a serviço do Duque de Nájera e vice-rei de Navarra, Antônio Henrique, que o encarregou de algumas tarefas militares e diplomáticas.

Ferido em Pamplona

Em 20 de maio de 1521, defende a cidadela de Pamplona numa batalha contra os franceses. Resistir era impossível, mas Inácio não se rende e é atingido por uma bala de canhão, sofrendo um grave fratura na perna direita e tendo a esquerda esmagada. Sofre dores terríveis e passa um mês inteiro entre a vida e a morte.

Esse fato irá marcar o fim do primeiro período de sua vida, durante o qual foi, conforme ele mesmo confessou em sua autobiografia, ser “um homem dado às vaidades do mundo, cujo principal prazer consistia nos exercícios de guerra, que pratica com o grande e fútil desejo de ganhar renome”.

Ainda que sua moral nessa fase estivesse longe de ser irrepreensível, Inácio é antes um homem orgulhoso do que ligado à vida sensual. Alto e elegante em sua juventude, mantém uma abundante cabeleira pintada de vermelho, na moda da época. Aprecia muito música, especialmente os hinos sacros. Até os trinta anos de idade, Inácio vive como tantos outros jovens de seu tempo dominado pelas paixões do jogo, das mulheres e das armas.

Conversão

Gravemente ferido em batalha, Inácio, passa por um um curto período de tratamento em Pamplona, e depois é levado ao castelo dos Loyola, em junho de 1521.

Durante o período de sua convalescença, no castelo de Loyola, decide, por vaidade, se submeter por uma dolorosa cirurgia para corrigir um trabalho grosseiro que havia sido feito em sua perna estraçalhada em combate. O resultado disso foi uma convalescência longa. Inácio pede livros de cavalaria para passar o tempo.

Só encontram, no castelo, dois livros: a “Vita Christi” (foto), de Rodolfo da Saxônia, e a Vida dos Santos, cuja versão continha prólogos às várias histórias escritos por um monge cisterciense que considerava o serviço de Deus como uma ordem cavalheiresca sagrada. Enquanto lia os livros, ele passava o tempo recordando também narrativas de guerra e em pensamentos sobre uma grande dama que ele admirava.

Começou a leitura sem gosto, para matar o tempo e descobriu, com surpresa, que estava gostando. Nos primeiros estágios de sua leitura, sua atenção estava voltada para o testemunho heróico os santos. Essa visão da vida atraiu profundamente Inácio.

Depois de muita reflexão, ele decide imitar a vida austera dos santos e começa a refletir: “São Domingos fez isto; pois eu tenho de o fazer também. São Francisco fez aquilo; pois eu vou fazer outro tanto…”

Aos poucos, Inácio começa a encontrar sua liberdade espiritual e mudança interior que é notada por todos de casa. Refletindo sobre o que se passava no seu íntimo, foi caindo na conta de que os pensamentos sobre Deus e sobre os santos custavam a entrar no seu coração, mas depois deixavam-no contente e com muita paz. Pelo contrário, as vaidades do mundo entravam facilmente, mas depois o deixavam frio e descontente. Inácio começou então a ter a experiência de “discernimento espiritual”, isto é, a saber distinguir a ação de Deus nele e a influência do mal e da própria fraqueza humana.

O Peregrino

Já totalmente recuperado, em fevereiro de 1522, Inácio despede-se de sua família e vai a Monserrat, mosteiro beneditino nos arredores de Barcelona, no nordeste da Espanha. Ele passa nesse local de peregrinação e faz uma confissão geral dos pecados de toda sua vida, deposita espada e punhal aos pés da imagem da Virgem Maria, como símbolo de renúncia, e, vestido unicamente um roupa bem tosca e áspera de saco como faziam os peregrinos penitentes. Passou a noite de 24 de março numa “vigília de armas” em oração.

De madrugada retira-se para Manresa para uma gruta nos arredores de Barcelona. Em Manresa, Inácio anotou os sentimentos que experimentava durante as orações e esses registros tornaram-se a base de um seu pequeno livro chamado Exercícios Espirituais (foto). A permanência em Manresa foi marcada por julgamentos espirituais e provações que Inácio impunha a si mesmo, assim como por regozijo e iluminação interior.

Segudo ele, Deus, em Manresa, o tratou como um professor trata seu aluno: ensinava-o a servir-lhe como ele desejava.

O peregrino entrega-se a Deus, disposto a seguir suas inspirações a cada momento. Não sabe aonde estas o levarão, mas enquanto não estiver certo de que lhe pede outra coisa, irá a Jerusalém. Até sonhaem morrer lá, como Cristo, anunciando aos infiéis o Evangelho.

Iluminação Espiritual

Numa das grutas, na qual costumava meditar e orar, às margens do rio Cardoner, próximo a Manresa, Inácio experimenta, em setembro de 1522 a sua mística Igreja Primitiva, como ele a chamava. Certo dia, enquanto estava sentado num dos diques do rio Cardoner, segundo o relata da sua autobiografia “os olhos de seu discernimento começaram a se abrir, sem poder ver qualquer outra coisa, ele compreendeu e conheceu muitas coisas, coisas do espírito e coisas da fé”. Tudo lhe pareceu novo e diferente, como se estivesse vendo coisas pela primeira vez. Sob esta luz continua a escrever os Exercícios Espirituais.

O resultado desse período decisivo foi a resolução de fazer uma peregrinação a Jerusalém. Inácio de Loyola deixou Barcelona em março de 1523 e, passando por Roma, Veneza e Chipre, atingiu Jerusalém em 4 de setembro. Ele gostaria de ter-se estabelecido ali permanentemente, mas o superior franciscano que custodiava os santuários da Igreja latina não lhe permitiu seguir seu plano. Depois de visitar Betânia, o Monte das Oliveiras, Belém, o Jordão, o Monte da Quarentena e todos os lugares sagrados do programa preestabelecido aos peregrinos, Inácio deixou a Palestina em 3 de outubro, voltando por Chipre e Veneza e chegando a Barcelona em março de 1524..

Tempo dos Estudos

Inácio de Loyola, percebe que era a vontade de Deus que ele não ficasse em Jerusalém. Reflete “em seu coração sobre o que deveria fazer e finalmente decide dedicar-se por um tempo aos estudos, de forma a estar preparado para salvar almas”, escreve na Autobiografia relatando sua decisão de adquirir uma educação tão boa quanto as circunstâncias lhe permitissem. Ele provavelmente poderia ter alcançado o sacerdócio em poucos anos, mas escolhe protelar essa meta por mais de doze anos e passar pela dificuldade de enfrentar uma sala de aulas na idade em que a maioria dos homens já havia terminado a muito tempo sua instrução. Talvez sua carreira militar lhe tenha ensinado o valor que tem a preparação cuidadosa em qualquer empreendimento. De qualquer forma, Inácio está convencido de que um homem bem instruído poderia realizar em curto tempo o que outro sem instrução nunca realizaria.

Estuda em Barcelona por aproximadamente dois anos. Em 1526 ele se transfere para Alcalá. Durante esse tempo, adquire seguidores, a quem prega suas idéias de piedade e fé e aplica os Exercícios Espirituais, e seu pequeno grupo passa a usar uma vestimenta característico. Mas Inácio logo cai suspeito de heresia, éi aprisionado e julgado. Mesmo tendo sido declarado inocente, ele troca Alcalá por Salamanca. Lá não apenas Inácio é preso, mas todos os seus companheiros.

Novamente ele logra obter a absolvição, masé proibido de ensinar até que tivesse terminado os estudos. Essa proibição levou Inácio a deixar seus discípulos e a Espanha.

Em Paris

Inácio chega a Paris em 2 de fevereiro de 1528, e permanece lá como estudante até 1535. Vive de esmolas e, nos anos de 1528 e 1529, vai a Flanders mendigar dos mercadores espanhóis. Em 1530 vai à Inglaterra com o mesmo propósito. Em Paris, forma um novo grupo de discípulos cujos hábitos de vida provoca tantos e tão efusivos comentários que ele precisa novamente explicar-se às autoridades religiosas. Esse episódio finalmente o convence de que se deveria abster de fazer pregações religiosas públicas até que obtivesse o sacerdócio..

Companheiros de Jesus

Em 24 de junho de 1537, Inácio e a maior parte de seus companheiros são ordenados sacerdotes. Seguem-se dezoito meses durante os quais eles adquirem experiência no ministério enquanto também dedicam muito tempo às orações. Durante esses meses, apesar de ainda não ter ministrado missa, Inácio tem uma das mais decisivas experiências de sua vida.

Ele relata a seus companheiros como, certo dia, durante uma prece na capela de La Storta, perto de Roma, pareceu-lhe ter visto o Cristo com a cruz em seus ombros e, ao lado dele, o Pai Eterno, que disse: “É minha vontade que tomes esse homem como Teu servidor.”

E Jesus o tomou e disse: “É minha vontade que Nos sirva.”

Em 1539, Inácio e companheiros decidem formar uma união permanente, fazendo um voto de obediência a um superior eleito por eles mesmos, em adição aos votos de pobreza, castidade e obediência ao Sumo Pontífice romano que já haviam feito anteriormente. Em 1540, o Papa Paulo III aprova o plano de uma nova ordem e Loyola foi escolhido entre os companheiros para o cargo de Superior Geral.

A Companhia de Jesus desenvolve-se rapidamente.

Quando Inácio morre, há cerca de mil jesuítas espalhados por doze unidades administrativas, chamadas províncias: três na Itália, três na Espanha, duas na Alemanha, uma na França, uma em Portugal e duas além-mar, na Índia e no Brasil. Nos últimos anos de sua vida, Inácio de Loyola ocupa-se muito com a Alemanha e a Índia, para onde manda seus famosos seguidores Pedro Canisius e Francisco Xavier. Ele também envia missionários para o Congo e para a Etiópia. Em 1546, Inácio de Loyola recebe secretamente Francisco Bórgia na Sociedade, duque de Gandía e vice-rei da Catalônia. Quando esse fato se torna público quatro anos depois, há alguma reação. Bórgia organizou as províncias espanholas e se tornou o terceiro Geral da Ordem.

Inácio de Loyola deixa sua marca em Roma. Ele funda o Colégio de Roma, embrião da Universidade Gregoriana, e o Germanicum, um seminário para candidatos alemães ao sacerdócio. Ele também estabelece uma casa para auxiliar e salvar as almas de mulheres decaídas e outra para judeus convertidos.

Inácio Lopes de Loyola o futuro Santo Inácio, nasceu em 1491. Não se sabe o dia nem o mês; presume-se, porém, que tenha sido por volta de 1º de junho, festa de Santo Iñigo, Abade de Oña (Burgos) pelo fato de o terem batizado com esse nome.

E era filho de Beltrán Ibánez de Oñaz e de Marina Sánches de Licona, da linhagem Oñaz-Loyola, família nobre de Guipúzcoa ou da “Província”, como se chamou este território até o século passado. Os Loyolas viviam numa casa-castelo que era residência e fortaleza ao mesmo tempo, construída em pedra, como tantas outras do país basco e nesta casa fortaleza nasceu Iñigo. Os tempos eram mais calmos, não, porém, sem algumas querelas, que levam séculos para desaparecer, sobretudo num vale pequeno e fechado como o que forma o rio Urola, em cujas margens se assentam as aldeias de Azpeitia e Azcoitia. A meio caminho entre ambas ergue-se o solar natal de Iñigo.

Por volta dos seis anos, o menino perdeu a mãe. Seu pai, que morreu quando ele tinha dezesseis anos, abdicou de todos os seus bens e títulos, ainda em vida, em favor do filho Martín, que passou a ser senhor de Oñaz e Loyola a infância de Iñigo foi a de um menino da nobreza, e a educação religiosa que recebeu foi mais “piedosa” que sólida.

Inácio entrega sua espada, para se tornar um soldado do Cristo.

Iñigo recebeu a tonsura sendo ainda quase adolescente, tornando-se, então, clérigo de “Ordens Menores” o jovem cavaleiro com quinze ou dezesseis anos foi completar sua educação em Arévalo, na casa de Don Juan Velázquez, Contador-Mor do reino de Castela onde veio conhecer os reis e a corte, desfrutando de todos os privilégios de alta aristocracia da época, foram dez anos de alegria juvenil, sem pensar muito no futuro porém com a morte de Fernando, o Católico, foi a ruína daquela família e as primeiras medidas tomadas por Carlos I contrariaram Don Juan Velázquez que viu, nessas decisões, um prejuízo para o patrimônio real, e por isso ele chegou a usar até a oposição das armas, derrotado e sobrecarregado por dívidas, morreu em 1517.

Iñigo viu-se, então, sem protetor porém a viúva de Don Velazquez deu-lhe uma certa soma de dinheiro e cartas de recomendação para o duque de Nájera Don Antonio Manrique de Lara que era um nobre em ascensão. com isto Iñigo tornou-se homem de sua confiança, acompanhando-o em vários de seus empreendimentos e em visitas à corte, e a serviço do duque de Nájera, lutou contra os inimigos de Carlos I, e foi assim que esteve no assédio e conquista da própria cidade de Nájera, que se rebelara contra o rei, mas não quis participar do saque e pilhagem que se seguiram, então o próprio duque o encarregou de “acalmar” as aldeias Guipuzcoanas que também se tinham sublevado quando deu mostras de ser bom diplomata, pois sua missão teve bom êxito.

Iñigo não era o que hoje chamamos de um militar, isto é, um soldado profissional, era um nobre, um cavaleiro e, como tal, muito hábil no manejo das armas, assim, quando o rei de França decidiu apoiar o exilado Henrique de Labrit, pretendente ao trono de Navarra, o vice-rei reuniu tropas para defender o território, e entre outros muitos convocados, encontravam-se Iñigo e seu irmão Martín, senhor de Loyola, e na época destes acontecimentos, Iñigo estava com trinta anos, não se casara nem tinha patrimônio, além do seu valor pessoal sem a inconsciência dos anos moços, continuava aspirando a um lugar de honra na sociedade do seu tempo.

E ao ser ferido por um obuz no cerco de Pamplona o qual acabou se constituindo no fundamental motivo da mudança de sua vida quando Iñigo tinha visto de perto a foice da morte, e ao examinar sua vida passada, o seu balanço não era positivo, pois na perspectiva de Deus, ele era um pecador e um mau cristão, e por isto põe-se a meditar o propósito que acalenta é assemelhar-se aos santos e, com isto, desponta já uma terna devoção à pessoa de Cristo e à de sua Mãe.

Em princípios de 1522. Iñigo já está quase restabelecido e anuncia sua partida. para a Navarrete encontrar-se com o duque de Nájera, para cobrar uma dívida e cavalgando uma mula, com seu irmão Pedro e dois criados, deixou Loyola a caminho do santuário mariano de Aránzazu. Lá, depois de agradecer pela cura, despediu-se de Pedro e tomou o rumo de Navarrete (Rioja), e com o dinheiro do soldo recebido, pagou algumas dívidas pendentes; em seguida despediu os criados e, sozinho, encaminhou-se para Monteserrat decidido a pôr em prática o propósito concebido em Loyola.

Havia três peregrinações que um cristão podia empreender: Santiago, Roma e Jerusalém: a última lhe parecia não só a mais custosa, pela distância, mas também a mais perigosa, mas não iria como um nobre, protegido por seu dinheiro e posição social, mas como um peregrino desconhecido que deseja começar uma vida nova Antes de chegar a Montserrat, (o Mont-Salvat das lendas do Graal), em cuja pendente e a uma altitude de 720 m encontra-se a abadia beneditina fundada em 1030, comprou pano de saco para fazer uma roupa de peregrino, bem tosca e áspera, munindo-se também de um bordão e uma cabaça, e chegou aos pés da Virgem (la “Moreneta”) por volta de 20 de março, onde levou três dias preparando uma confissão geral de toda a vida, sob a hábil direção de um dos monges Beneditinos da abadia, e no dia 24 de março de 1522 nas vésperas da Anunciação, passou a noite inteira na igreja: foi sua “vigília de armas”, como cavaleiro de Deus e ofereceu à Virgem a espada e o punhal, doou a mula ao mosteiro e suas vestes a um mendigo.

De madrugada, às escondidas, metido no seu saco de penitente, partiu a pé, dirigindo-se a Manresa, e se alojou num albergue de mendigos, como mais um deles onde viveu de esmolas com grande austeridade, e por conta disto começam a correr rumores fantásticos sobre sua identidade, as riquezas que deixou e os pecados que o levaram a tanta penitência…

Não conseguiu fazer de Manreza apenas um lugar de passagem, porque seu espírito começa a ser assaltado por sentimentos contraditórios, o que o leva a dedicar longas horas à oração e à leitura espiritual, até que um certo dia numa das grutas, na qual costumava meditar e orar, às margens do rio Cardoner, Inácio experimentou em Setembro de 1522 a sua mística Igreja Primitiva, como ele a chamava pois parecia-lhe que ser santo era algo que dependia só da sua vontade e das suas forças, é aí que ele descobre: ninguém serve e agrada a Deus por sua própria conta.

Foi tempestuosa aquela primeira temporada em Manresa, ele adquirira em Loyola o costume de anotar tudo quanto se passava em seu espírito; começou, então, a perceber, relendo suas notas, que as diversidades de estados de ânimo tinham um significado: Deus estava lhe mostrando, por meio deles, a sua vontade, e a experiência daqueles dias, cuidadosamente anotada em um caderno, foi o germe dos seus “Exercícios”, um dos livros que mais influíram na Igreja, retificando alguns pontos, acrescentará aqui, cortará ali, mas, naquelas suas notas, já está o método inaciano para encontrar a vontade de Deus e entregar-se à Pessoa de Jesus Cristo, e um certo dia, enquanto lia “Horas de Nossa Senhora” em voz alta, nas escadarias da Abadia de Montserrat sua compreensão elevou-se e ele percebeu o mistério da Santíssima Trindade, como uma harmonia musical, na forma de música de órgão.

Um dia, passeando às margens do rio Cardoner, teve uma grande iluminação interior, onde tudo lhe pareceu novo e diferente, como se estivesse vendo coisas pela primeira vez, foi quando que descobriu que tinha uma vocação concreta e particular a qual Deus nos mostra de muitos modos. e que o cristão deve descobrir e realizar esta missão que Deus lhe confia, e após passar quase um ano em Manresa, hospedando-se em diversas casas e passr certo tempo no convento dos Dominicanos aonde se retirava a uma gruta para rezar e fazer penitência, em 16 de março de 1523, fez-se ao mar, só e pobre onde ninguém o reconheu naquele peregrino de aspecto macilento o elegante e aprumado fidaldo dos Loyolas.

Depois das experiências de Manresa e Jerusalém Inácio deu inicio aos estudos avançados que culminaram em 1534 com o recebimento do título de Mestre pela Universidade de Paris, em 1539 Inácio e seus seguidores decidem formar uma nova Ordem do qual o Papa aprova o plano, que resulta no estabelecimento da “Companhia de Jesus”, e no dia 15 de Agosto de 1534, Santo Inácio e seis companheiros (Pedro Fabro, Francisco Xavier, Afonso Salmerón, Diogo Lainez, Nicolau Bobadilla e Simão Rodrigues) fizeram na Igrejinha dos Mártires de Montmartre, os votos de “pobreza, castidade e obediência”. Pedro Fabro o único sacerdote do grupo celebrou a Eucaristia, durante a qual foram emitidos os votos, e em Janeiro de 1537, Inácio encontra de novo seus seis companheiros em Veneza, e no dia 24 de Junho de 1537 recebe a ordenação sacerdotal em Veneza, e em fins de Setembro do mesmo ano teve de reconhecer que a desejada peregrinação à Terra Santa se tornara impossível, por causa da guerra entre Veneza e os Turcos. Por isso, determinou-se a ir a Roma, juntamente com Fabro e Lainez, para colocar-se à disposição do Papa e no final de Outubro de 1537, os peregrinos da Companhia de Jesus entravam na cidade papal de Roma. Em 1539 Inácio e seus seguidores decidem formar uma nova Ordem.

O Papa aprova o plano, resultando no estabelecimento da “Companhia de Jesus” (os jesuítas) e desde Fevereiro de 1541, a nova Ordem viveu numa casa ao lado da Igreja de Santa Maria degli Astalli, e em 1544, nesse mesmo lugar, foi construída a antiga casa professa, na qual Santo Inácio recebeu três pequenos quartos, manteve o posto de geral dos jesuítas até 1552 periodo que houve uma grande expansão mundial da Companhia e foi nesse período que completou a Constituição da Ordem. Inácio morreu em 31 de julho de 1556 e em 1622 a Igreja Católica o declarou Santo.

SUA VIDA

Nasceu no ano de 1491 em Loyola na região basca da Espanha. Caçula de 11 irmãos ficou órfão de mãe aos 8 anos e de pai aos 14 anos. De família de nobres, serviu como pajem de Fernando V. Tornou-se um homem de extraordinária habilidades, de liderança e profundamente religioso. Tinha pela frente uma carreira promissora no campo militar.

VIDA MILITAR

Aos vinte e cinco anos, serviu nas forças militares e vice-rei de Navarro Antônio Henrique. Na batalha de Pamplona foi ferido gravemente na perna por uma bala de canhão. Por ser ele o líder da resistência, Pamplona cai nas mãos dos franceses. Passou seu tempo de convalescença no castelo de Loyola.

EXPERIÊNCIA ESPIRITUAL

Durante sua recuperação no Castelo de Loyola, pede à cavalaria que lhe traga livros para ler afim de passar o tempo.

Por todo o castelo só encontraram dois livros: a “Vita Christi” de Rodolfo da Saxônia, e a Vida dos Santos, segundo a Legenda Áurea. Esses livros serviram para ele como um farol, sendo transformado espiritualmente. Revê seu passado, e sente necessidade de fazer penitência. A transformação foi tão marcante que todos notaram. Fez uma peregrinação a Montserrat, e ali passou uma noite inteira de vigília, decidindo dessa forma, tornar-se um guerreiro de Cristo.

No ano seguinte, ainda em Montserrat, passou por várias experiências místicas. Já totalmente recuperado, vai à um mosteiro beneditino nos arredores de Barcelona, onde faz sua confissão geral que dura três dias. A seguir retira-se para uma gruta em Manresa, também nos arredores de Barcelona. Onde completa sua transformação radical. Escreve o livro Exercícios Espirituais

EXERCÍCIOS ESPIRITUAIS

O propósito básico desse livro é o de ajudar o leitor a obter uma visão do que significa

Servir a Cristo. Para Inácio tratam-se de “exercícios para levar o homem a vencer-se a si mesmo, a desfazer-se de toda afeição desordenada e, depois achar a vontade divina da disposição de sua vida para a salvação da alma.” Inácio foi um místico, principalmente em seus primeiros anos de carreira; mas a ênfase daquele livro recai sobre o trabalho e serviço. Na teologia ele era um trinitário e cristocêntrico. Sua ênfase era fazer mais em favor de Cristo.

O seu ponto de partida é o chamado “Princípio e Fundamento”: “O homem foi criado para louvar, reverenciar e servir a Deus Nosso Senhor, e mediante isto, salvar a sua alma”.

Os dois desígnios são solidários: a reforma interior, meio de salvação, é, ao mesmo tempo, homenagem a Deus.

Daí a célebre formula repetida por Santo Inácio centenas de vezes em sua obra: ÄD MAJOREM DEI GLORIAM – PARA A MAIOR GLÓRIA DE DEUS!

NA PALESTINA

Inácio mudou-se para a Palestina, na esperança de viver ali. Mas os turcos não permitiram. Retornou a Europa e passou onze anos em estudos diligentes, procurando tornar-se um servo melhor de Cristo. Formou-se como mestre, em Paria. Fez voto de pobreza, castidade e obediência, tinha como particularidade total obediência ao papa.

COMPANHIA DE JESUS

Inácio foi para Salamanca estudar na famosa universidade do mesmo nome, e mais tarde completa seus estudos de filosofia e teologia na universidade Sorbone de Paris.

Em 15 de agosto de 1534, em Montmarte, Paris, reuniu-se com um grupo de amigos e deram início a uma nova organização religiosa, a qual deu o nome de COMPANHIA DE JESUS, tendo aprovação do papa Paulo III em 27 de setembro de 1550, ficando assim formada a Sociedade de Jesus. O grupo dava ênfase à simplicidade de vida a caridade, flexibilidade no serviço da igreja e a obediência cega ao papa. Não escolheram nenhum traje específico.

Entrou em contato com as correntes críticas à doutrina da igreja: erasmismo, iluminismo, protestantismo. Todos queriam a reforma da igreja, Inácio porém, mostrou-se contrário à estas correntes e fiel à igreja romana. Trabalhou mais pela Renovação do que pela Reforma da igreja.

Embora a Companhia de Jesus não tenha um campo específico de trabalho, porque seu lema é trabalhar para a maior Glória de Deus e o maior bem das Almas, desde os primeiros tempos, logo após a fundação, já em 1549, começou a dar ênfase ao campo educacional. No Brasil a Companhia de Jesus mantém mais de 20 Instituições Jesuítas. A Companhia de Jesus mantém centenas de Colégios e Universidades em todo o mundo.

OS JESUÍTAS

Segundo os escritos do Exercícios Espirituais, os jesuítas devem ser: Homens crucificados para o mundo e para os quais o mundo seja também crucificado; homens renovados, despidos dos afetos próprios para se revestirem do Espírito de Jesus Cristo, mortos a si mesmos a fim de viverem para justiça. Homens que segundo recomenda S.Paulo, nos trabalhos nas vigílias e nos jejuns, pela castidade, pela ciência, pela longanimidade , pela suavidade, pelos dons do Espírito Santo pela caridade sincera, pela pregação da verdade. Denominam-se de” verdadeiros ministros de Deus”; e com as armas da justiça, à direita e à esquerda, entre a honra e a ignomínia, entre a boa e a má fama, na propriedade, enfim e na adversidade, não só a grandes passos caminharem para a pátria celeste, mas com todo empenho e industria que possam, levem também os outros, tendo sempre em vista “A maior Glória de Deus”.

A FORMAÇÃO JESUÍTA

A Companhia de Jesus sempre se empenhou na formação dos seus jesuítas.

A qual passa por várias etapas: antes do noviciado; o noviciado; a filosofia; o magistério; a Teologia; e a 3a Provação. Este é o currículo básico dos jesuítas, entretanto muitos fazem o curso de Direito, Economia, Administração de Empresas, Letras, Pedagogia, Espiritualidade.

A SEDE DA COMPANHIA DE JESUS

Está localizada em Roma. Sua organização, para que o Superior Geral tenha conhecimento dos acontecimentos em todos os países onde estão os 22.869 Jesuítas e dividida em Províncias.

Há no Brasil 4 províncias e um Distrito Missionário da Amazônia:

1.  Província da Bahia
2 . Província do Brasil Setentrional
3 . Província do Brasil Centro – Leste
4 . Província do Brasil Meridional.

A Província do Brasil Meridional abrange os Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, e Mato Grosso e Rondônia.

MORTE

Inácio de Loyola faleceu aos 65 anos de idade no dia 31 de julho de 1551.

CANONIZAÇAO

Foi canonizado santo por Gregório XV, em 1622. Sua festa religiosa é celebrada a 31 de julho.

Fonte: br.geocities.com

Fonte: geocities.com/www.jesuitas.org.br

 

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