Eça de Queirós

Eça de Queirós – Romancista

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Romancista comprometido com a reforma social que introduziu o naturalismo e realismo para Portugal.

Ele é muitas vezes considerado o maior romancista Português, certamente o principal romancista Português do século 19, cuja fama era internacional.

Era filho de um magistrado destacado, Eça de Queirós passou seus primeiros anos com parentes e foi enviado para um internato na idade de cinco.

Depois de receber seu diploma em Direito em 1866 pela Universidade de Coimbra, onde lia amplamente francês, ele se estabeleceu em Lisboa.

Eça de Queirós demonstrou real interesse na literatura, no entanto, e logo seus contos – irônicos, fantásticas, macabros, e muitas vezes gratuitamente chocantes – e ensaios sobre uma ampla variedade de assuntos começaram a aparecer na “Gazeta de Portugal”.

Em 1871 ele se tornou intimamente associado com um grupo de intelectuais portugueses rebeldes comprometidos com a reforma social e artística e conhecidos como a Geração de ’70.

Eça de Queirós deu uma de uma série de palestras patrocinadas pelo grupo em que ele denunciou literatura contemporânea Português como banal e hipócrita.

Ele serviu como cônsul, primeiro em Havana (1872-1874), em seguida, na Inglaterra, Reino Unido – em Newcastle upon Tyne (1874-1879) e em Bristol (1879-1888).

Durante esse tempo ele escreveu os romances para o qual ele é mais lembrado, na tentativa de realizar uma reforma social em Portugal através da literatura, expondo o que ele considerada os males e os absurdos da ordem tradicional.

Seu primeiro romance, “O Crime do Padre Amaro” (1875; “O Pecado do Padre Amaro”, 1962), descreve os efeitos destrutivos do celibato em um sacerdote de caráter fraco e os perigos do fanatismo em uma cidade provincial portuguesa.

A sátira mordaz sobre o ideal romântico de paixão e suas trágicas consequências aparecem em seu próximo romance, “O Primo Basílio” (1878; “O Primo Basílio”, 1953).

Sátira cáustica caracteriza o romance que é geralmente considerada obra-prima de Eça de Queirós “,” Os Maias (1888; “Os Maias”, 1965). Uma descrição detalhada de classe média alta e sociedade portuguesa aristocrática.

Seus últimos romances são sentimental, ao contrário de seu trabalho anterior “A Cidade e como Serras”. (1901; “A Cidade e as Serras”, 1955) exalta a beleza da paisagem portuguesa e as alegrias da vida rural.

Eça de Queirós foi nomeado cônsul em Paris em 1888, onde ele. serviu até sua morte.

Dos seus trabalhos publicados postumamente, “Contos” (1902) é uma coleção de histórias curtas, e “Últimas Páginas” (1912) inclui lendas de santos.

Traduções de suas obras persistiu até a segunda metade do século 20 .

Eça de Queirós – Vida

Eça de Queiroz
Eça de Queirós

Nascimento: 25 de novembro de 1845, Praça do Almada.

Falecimento: 16 de agosto de 1900, Neuilly-sur-Seine, Nanterre, França.

Nome de nascença: José Maria Eça de Queirós

De nome completo José Maria Eça de Queirós, nasceu na cidade de Póvoa de Varzim, a 25 de Novembro de 1845, filho de José Maria de Almeida Teixeira de Queirós e de mãe incógnita.

Devido ao fato de ter nascido em condições ilegais, foi com poucos dias de idade levado para casa dos seus avós paternos, em Aveiro. Por isso, só quando atingiu os dez anos é que lhe foi possível juntar-se com os seus pais no Porto, tendo aí começado os seus estudos secundários.

No ano de 1861, matriculou-se na Faculdade de Direito de Coimbra, mantendo-se quase despercebido aos corifeus do Realismo (Antero, Teófilo e Vieira de Castro).

Após ter concluído a sua formatura em 1866, instalou-se em Lisboa, onde o seu pai trabalhava. Repartiu-se então entre a advocacia e o jornalismo, tendo dirigido por algum tempo o Distrito de Évora e colaborado com folhetins dominicais na Gazeta de Portugal.

Foi então nessa altura que se dedicou ao estudo de Prouhon e que aderiu ao grupo do “Cenáculo”. Viajou pela Palestina e assistiu à inauguração do canal do Suez, tendo-lhe isto sido mais tarde útil na composição de O Egipto e A Relíquia.

Em 1870, colaborou com Ramalho em O Mistério da Estrada de Sintra e iniciou a publicação de As Farpas. O seu génio realista começa então a demonstrar-se aos poucos.

Nesse ano também estagiou na cidade do Lis, arquitetando aí O Crime do Padre Amaro. Em 1875, foi transferido para Inglaterra onde escreveu O Primo Basílio e começou a pensar n’Os Maias, n’O Mandarim e n’A Relíquia. Durante este tempo, manteve correspondência entre jornais portugueses e brasileiros.

Nove anos depois, casou com a fidalga D. Maria Emília de Castro.

No ano de 1888, foi enviado para o consulado de Paris onde publicou em jornais A Correspondência de Fradique Mendes e A Ilustre Casa de Ramirez. Nos seus últimos anos de vida fundou e dirigiu a Revista de Portugal.

Veio a morrer em Paris, no ano de 1900.

Eça de Queirós – Literatura

Eça de Queiroz
Eça de Queirós

José Maria Eça de Queirós é por muitos considerado o maior escritor realista português do século XIX.

José Maria Eça de Queirós, um dos maiores romancistas de toda a nossa Literatura, o primeiro e principal escritor realista português, renovador profundo e perspicaz da nossa prosa literária.

Nasceu na Póvoa de Varzim a 25 de Novembro de 1845, filho de José Maria de Almeida Teixeira de Queiroz e D. Carolina Augusta, que apenas se casaram quando Eça tinha perto de 4 anos, tendo passado longe da mãe os seus primeiros anos de vida.

A 16 de Abril de 1950 morre o seu avô paterno Joaquim José de Queiroz e Almeida com o qual vivia ficando entregue aos cuidados da sua avó paterna Teodora Joaquina até 1855, data da morte desta.

Logo após foi internado no Colégio da Lapa, no Porto, dirigido pelo Pai de Ramalho Ortigão, mais tarde seu professor de Françês, amigo e confidente literário.

Em 1861 matriculou-se na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, acabando o curso em 1866. No ano seguinte Eça funda o jornal “O Distrito de Évora”, e em 1870 iniciou a publicação d’As Farpas, tendo previamente prestado provas no Ministério dos Negócios Estrangeiros a um concurso público para cônsules. Ficando em primeiro lugar, é destacado para as Antilhas Espanholas. Mais tarde, em 1874, publicou “O Crime do Padre Amaro”, embora a sua 3ª versão (a definitiva) só tenha surgido em 1880 com 674 páginas e diferente na forma e na ação.

Em 1875 começou a escrever “O Primo Basílio” (publicado em 1878) e a pensar n’Os Maias (1887).

A 10 de Fevereiro de 1886 casa no oratório particular na Quinta de Santo Ovídio, no Porto, com Emília de Castro Pamplona (irmã de Manuel Benedito de Castro Pamplona, o seu amigo e companheiro na viagem realizada ao Oriente), de quem viria a ter 4 filhos.

A 5 de Junho desse mesmo ano falece o seu irmão Alberto.

A 16 de Janeiro nasce a sua filha Maria de Carmo de Eça de Queirós e a 26 de Fevereiro do ano seguinte nasce José Maria de Eça de Queiroz; em Abril morre Carlos, irmão de Eça.

No último dia do ano de 1887 nasce o seu filho António de Eça de Queiroz e a 16 de Abril de 1894 nasce Alberto de Eça de Queiroz.

Em 1897 publicou “A Ilustre Casa de Ramires” e em 1899 “A Cidade e as Serras”.

A 1 de Agosto de 1900, já seriamente debilitado, por conselho médico faz no Grand Hotel du Righi Vandois sobre o lago Léman na Suiça a sua última estadia de repouso, onde a mulher o acompanhou desde o 3º dia.

José Maria Eça de Queirós faleceu às 16:30 a 16 de Agosto na sua casa de Neutly, sendo o corpo transladado para o cemitério do Alto de São João em Lisboa, a 17 de Dezembro.

Eça de Queirós – Autor

Eça de Queiroz
Eça de Queirós com amigos, no jardim de sua casa em Neully

Nasceu na Póvoa de Varzim, a 25 de Novembro de 1845, filho de José Maria Teixeira de Queirós, magistrado judicial, e Carolina Augusta Pereira d’Eça, natural de Viana do Castelo.

Passou a infância longe dos pais, que só viriam a casar quando ele já tinha quatro anos. Na verdade passou a maior parte da sua vida como filho ilegítimo, pois só foi reconhecido aos quarenta anos de idade, na ocasião em que casou. Até 1851 foi criado por uma ama em Vila do Conde; depois foi entregue aos cuidados dos avós paternos que viviam perto de Aveiro, em Verdemilho.

Por volta dos dez anos foi internado no Colégio da Lapa, no Porto, onde o pai era juiz. Ramalho Ortigão era filho do diretor e chegou a ensinar Francês ao jovem Eça.

Em 1861 matriculou-se em Coimbra, no curso de Direito, que concluiu em 1866. Foi aí que conheceu Antero de Quental e Teófilo Braga mas não se envolveu na polêmica conhecida por Questão Coimbrã (1865-66), que opôs os jovens estudantes a alguns dos mais conhecidos representantes da segunda geração romântica.

Segundo o seu próprio testemunho, nesta fase leu os autores franceses que, na época, entusiasmavam a juventude letrada em Portugal. Em Coimbra cruzavam-se, nessa altura, a tendência romântica e as novas idéias de raiz positivista e ambas contribuíram para a formação intelectual de Eça e dos seus companheiros.

Em 1867 fundou e redigiu integralmente, durante perto de meio ano, o jornal “O Distrito de Évora”, com o qual fez oposição política ao governo. Meses depois instalou-se em Lisboa, passando a colaborar com maior regularidade na “Gazeta de Portugal” , para a qual começara a escrever no ano anterior. Os textos desta época, publicados posteriormente com o título Prosas Bárbaras, refletem ainda uma acentuada influência romântica.

Os seus primeiros textos, publicados na Gazeta de Portugal, sob forma de folhetins, postumamente recolhidos com o título de Prosas Bárbaras (1903), espantaram pela atrevida novidade, muito inspirada na literatura romântica européia (Vitor Hugo, Baudelaire, Hofmann). Oscar Lopes, na História da Literatura (17ª ed. p. 859), referiu a escrita desses folhetins “como se fosse uma catarse de medos e superstições inconfessáveis”, ou seja, qualquer coisa de profundo e incontido que viria a ecoar na poesia de Cesário Verde, Eugénio de Castro e Camilo Pessanha.

Em Évora espera-o, por esse tempo, uma experiência jornalística de grande fôlego, como diretor e redator de um jornal de oposição ao governo, o Distrito de Évora (1867), onde põe à prova os seus dotes de escritor. Uma viagem ao Oriente (Out.1869 – Jan. 1870), Malta, Egito e Terra Santa, permite-lhe assistir à inauguração do canal do Suez e introduz nos seus horizontes culturais, ainda românticos, novas realidades que virão alterar a sua escrita. Esta viagem irá fornecer-lhe matéria abundante para O Mistério da Estrada de Sintra, romance folhetinesco de mistério, partilhado com Ramalho Ortigão. Será também o motivo fundamental de uma obra póstuma, O Egipto, Notas de Viagem (1926) inspirando, ainda, de maneira essencial um dos seus romances mais conseguidos, A Relíquia (1887).

Ainda em 1869, de parceria com Antero de Quental e Batalha Reis, cria a figura de Carlos Fradique Mendes, que mais tarde transformaria numa espécie de alter-ego.

Em 1870 havia sido nomeado administrador do conselho de Leiria. Essa curta estadia forneceu-lhe o material para imaginar o ambiente provinciano e devoto em que decorre a ação de O Crime do Padre Amaro.

Entretanto ingressou na carreira diplomática, tendo sido nomeado cônsul em Havana (Cuba, na altura colônia espanhola), em 1872. Durante a sua estadia procurou melhorar a situação dos emigrantes chineses, oriundos de Macau, colocados numa quase escravidão. Concluiu a sua estadia no continente americano, fazendo uma longa viagem pelos Estados Unidos e Canadá. Foi nesta fase que redigiu o conto Singularidades de uma rapariga loura e a primeira versão de O Crime do Padre Amaro.

Em Dezembro de 1874 foi transferido para Newcastle, onde escreveu O Primo Basílio, e mais tarde para Bristol (1878). Dez anos depois (1888) foi colocado em Paris, onde permaneceu até à sua morte.

Na seqüência das Conferências do Casino, em 1877 Eça projetou uma série de novelas com que faria uma análise crítica da sociedade portuguesa do seu tempo, com a designação genérica de “Cenas Portuguesas”.

Mesmo sem obedecer com rigor a esse projeto, muitos dos romances escritos por Eça até ao fim da sua vida nasceram dele: O Crime do Padre Amaro (1876), O Primo Basílio (1878), A Capital (1878), Os Maias (1888), O Conde de Abranhos e Alves e Cia.

Entre 1889 e 1892 dirige a “Revista de Portugal”. Ao longo dos anos colaborou ativamente com muitas outras publicações, tendo esses textos sido publicados postumamente.

Pouco depois da publicação de Os Maias, que não obteve o sucesso que o autor esperava, nota-se na produção romanesca de Eça de Queirós uma significativa inflexão. Essas últimas obras (A Ilustre Casa de Ramires, A Cidade e as Serras e Contos) manifestam um certo desencanto face ao mundo moderno e um vago desejo de retorno às origens, à simplicidade da vida rural.

Eça de Queirós morreu em Paris, a 16 de Agosto de 1900.

Eça de Queirós – Portugal

Eça de Queiroz
Eça de Queirós – Caricatura

José Maria Eça de Queirós nasceu na Póvoa do Varzim em 25 de Novembro de 1845.

Curiosamente (e escandalosamente para aquela época), foi registado como filho de José Maria d`Almeida de Teixeira de Queirós e de mãe ilegítima.

O seu nascimento foi fruto de uma relação ilegítima entre D. Carolina Augusta Pereira de Eça e do então delegado da comarca José Maria d`Almeida de Teixeira de Queirós. D. Carolina Augusta fugiu de casa para que a sua criança nascesse afastada do escândalo da ilegitimidade.

O pequeno Eça foi levado para casa de sua madrinha, em Vila do Conde, onde permaneceu até aos quatro anos. Em 1849, os pais do escritor legitimaram a sua situação, contraindo matrimónio. Eça foi então levado para casa dos seus avós paternos, em Aveiro, onde permaneceu até aos dez anos. Só então se juntou aos seus pais, vivendo com eles no Porto, onde efetuou os seus estudos secundários.

Em 1861, matriculou-se na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Aqui, juntou-se ao famoso grupo académico da Escola de Coimbra que, em 1865, se insurgiu contra o grupo de escritores de Lisboa, a apelidada Escola do Elogio Mútuo.

Esta revolta dos estudantes de Coimbra é considerada como a semente do realismo em Portugal. No entanto, esta foi encabeçada por Antero de Quental e Teófilo Braga contra António Feliciano de Castilho, pelo que, na Questão Coimbrâ, Eça foi apenas um mero observador.

Terminou o curso em 1866 e fixou-se em Lisboa, exercendo simultaneamente advocacia e jornalismo. Dirigiu o Distrito de Évora e participou na Gazeta de Portugal com folhetins dominicais, que seriam, mais tarde, editados em volumes com o título Prosas Bárbaras.

Em 1869 decidiu assistir à inauguração do Canal do Suez. Viajou pela Palestina e daí recolheu variada informação que usou na sua criação literária, nomeadamente nas obras O Egipto e A Relíquia.

Por influência o seu companheiro e amigo universitário, Antero de Quental, entregou-se ao estudo de Proudhon e aderiu ao grupo do Cenáculo. Em 1870, tomou parte ativa nas Conferências do Casino (marca definitiva do início do período realista em Portugal) e iniciou, juntamente com Ramalho Ortigão, a publicação dos folhetins As Farpas.

Decidiu entrar para o Serviço Diplomático e foi Administrador do Concelho em Leiria. Foi na cidade do Lis que elaborou O Crime do Padre Amaro.

Em 1873 é nomeado Cônsul em Havana, Cuba. Dois anos mais tarde, foi transferido para Inglaterra, onde residiu até 1878. Foi em terras britânicas que iniciou a escrita d` O Primo Basílio e começou a arquitetar Os Maias, O Mandarim e A Relíquia. De Bristol e Newcastle, onde residia, enviou frequentemente correspondência para jornais portugueses e brasileiros. No entanto, a sua longa estadia em Inglaterra encheu-o de melancolia.

Em 1886, casou com D. Maria Emília de Castro, uma senhora fidalga irmã do Conde de Resende. O seu casamento é também sui generis, pois casou aos 40 com uma senhora de 29.

Em 1888 foi com alegria transferido para o consulado de Paris. Publica Os Maias e chega a publicar na imprensa Correspondência de Fradique Mendes e A Ilustre Casa de Ramires.

Nos últimos anos, escreveu para a imprensa periódica, fundando e dirigindo a Revista de Portugal. Sempre que vinha a Portugal, reunia em jantares com o grupo dos Vencidos da Vida, os acérrimos defensores do Realismo que sentiram falhar em todos os seus propósitos.

Morreu em Paris em 1900.

Eça de Queirós – Escritor

Eça de Queiroz
Eça de Queirós

José Maria Eça de Queirós nasceu em 25 de novembro de 1845 em Povoa do Varzim, em Portugal. Seus pais, Carolina Augusta Pereira de Queirós e Dr. José Maria Almeida Teixeira de Queirós não são oficialmente casados. O casamento só seria realizado quatro anos depois.

Esse foi o motivo de seus pais levarem-no para a Vila do Conde, onde viveria com sua ama, a costureira Ana Joaquina Leal de Barros, até 1849.

Com quatro anos (após o casamento de seus pais), o jovem Eça é levado para a casa de seus avós paternos, com quem viveria até 1855.

Aos 10 anos, é matriculado no colégio interno da cidade do Porto: o Colégio da Lapa, onde conheceu Ramalho Ortigão, que o ensinou francês e o gosto pela literatura. No início, suas obras eram fortemente influenciadas pelo Romantismo.

Em 1861, com dezesseis anos de idade, transfere-se para Coimbra, onde começa o curso preparatório para a faculdade de Direito.

Nesse período, início de sua vida boêmia, conhece Antero de Quental, Germano Meireles, Alberto Sampaio e Teófilo Braga, revolucionários de letras e políticas portuguesas.

Na universidade, é um aluno inexpressivo. Forma-se em 1866, e vai morar com os pais pela primeira vez, em Lisboa. No mesmo ano estréia como escritor, publicando no jornal a Gazeta de Portugal o folhetim Notas Marginais.

No ano seguinte, dirige o jornal Distrito de Évora.

Em 1867 passa a participar do Cenáculo, um forte núcleo de intelectuais da época.

Em outubro de 1869, visita o Oriente acompanhado do conde Resende. Percorre a Palestina, e como correspondente do Diário de Notícias, assiste a abertura do Canal de Suez no Egito.

De volta a Portugal em 1870, inicia seu primeiro romance (em parceria com Ramalho Ortigão) “O Mistério da Estrada de Sintra” publicado em folhetim no Diário de Notícias. Na forma de cartas enviadas ao jornal, relata um seqüestro com tanto realismo, que convence vários leitores da veracidade da história.

Não obtendo êxito como advogado, tenta a carreira diplomática, classificando-se em primeiro lugar num concurso para o serviço diplomático português.

Antes de ser nomeado, escreve As Farpas (em parceria com Ramalho Ortigão), panfleto de crítica social e política. Participa das Conferências Democráticas do Cassino Lisbonense e profere uma palestra sobre “O Realismo como Nova Expressão de Arte”.

Em 1871, Eça consegue nomeação como cônsul nas Antilhas Espanholas, mas só assume o posto no ano seguinte. Ainda nesse ano, publica Singularidades de uma Rapariga Loura.

Em 1872 muda-se para Havana, em Cuba, como cônsul. Faz uma longa viagem oficial aos Estados Unidos, e em 1873 é transferido para Newcastle-on-Tyne, na Grã-Bretanha, e é lá que termina de escrever a primeira versão de O Crime do Padre Amaro, que seria reescrito e publicado em 1875.

Em 1878, assume o consulado de Bristol (Grã-Bretanha) e publica O Primo Basílio – “Eu por aqui – não fazendo, não pensando, não vivendo senão arte. Acabei O Primo Basílio”.

Nem mesmo com o sucesso de seu romance recém lançado e seu salário de cônsul, consegue se estabelecer financeiramente.

O que ganha não é suficiente para saldar suas numerosas dívidas; e assim como suas finanças, sua saúde também o preocupa: anemia crônica, nevralgias dolorosas e fortes abalos de nervos o acometem.

Ainda em 1878, escreve contos e artigos para a Gazeta de Notícias do Rio de Janeiro.

Publica O Mandarim em 1880.

Sentindo-se só, escreve ao amigo Ramalho Ortigão: “… precisava duma mulher serena, inteligente, com uma certa fortuna (não muita)… que me adotasse como se adota uma criança”. Essa mulher seria Emília de Castro Pamplona (filha do conde Resende), com quem se casaria em fevereiro de 1886 aos 40 anos, no oratório particular da casa da jovem, em Ovídio.

Em 1887 publica A Relíquia, obra anterior ao seu casamento, mas que apenas nesse ano é lançada.

Nasce sua primeira filha, Maria de Castro d’Eça de Queirós.

Em 1888, segue para Paris como cônsul (último posto de sua carreira diplomática), graças à influência política de seu amigo Oliveira Martins. Instala-se em Neuilly. Publica Os Maias (obra também anterior ao seu casamento).

Nasce seu filho José Maria d’Eça de Queirós.

Em 1889, Eça funda a Revista de Portugal, pela qual publica Correspondência de Fradique Mendes e integra o grupo Vencidos da Vida com Antero de Quental, Ramalho Ortigão e Guerra Junqueira.

Nasce seu terceiro filho Antônio d’Eça de Queirós.

Com a morte da sogra em 1890, Eça de Queirós herda a quinta em Santa Cruz do Douro e se torna um homem rico.

No ano seguinte traduz As Minas do Rei Salomão.

Seu amigo Antero de Quental suicida-se em 1892.

Em 1894, nasce seu último filho Alberto d’Eça de Queirós.

Morre Oliveira Martins.

Em julho de 1900, Eça parte para Glion, próximo a Genebra, por recomendação médica, já que sua saúde está muito abalada. Fica quinze dias e volta para Paris, ainda mais debilitado. É publicada A Ilustre Casa de Ramires.
Na tarde de 16 de agosto de 1900, Eça de Queirós morre de enterocolite, um mal que tinha desde a juventude.

A Cidade e as Serras é publicada postumamente em 1901, assim como A Capital em 1925.

Eça de Queirós – Biografia

Eça de Queiroz
Eça de Queirós

1845: Em 25 de Novembro, nasce na Póvoa do Varzim José Maria Eça de Queirós.
1855:
Entra como aluno interno no Colégio da Lapa, no Porto.
1861:
Matricula-se na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra.
1864:
Conhece Teófilo Braga.
1865:
Representa no Teatro Académico e conhece Antero de Quental.
1866:
Forma-se em Direito. Instala-se em Lisboa, em casa do pai. Parte para Évora, onde funda e dirige o jornal Distrito de Évora.
1867:
Sai o primeiro número do jornal. Estreia-se no foro. Regressa a Lisboa.
1869:
Assiste à inauguração do Canal de Suez.
1870:
É nomeado Administrador do Distrito de Leiria. Com Ramalho Ortigão, escreve O Mistério da Estrada de Sintra. Presta provas para cônsul de 1ª classe, ficando em primeiro lugar.
1871:
Conferências do Casino Lisbonense.
1872:
Cônsul em Havana.
1873:
Visita os Estados Unidos em missão do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
1874:
É transferido para Newcastle.
1876:
O Crime do Padre Amaro.
1878:
O Primo Basílio. Escreve A Capital.
1878:
Ocupa o consulado de Bristol.
1879:
Escreve, em França, O Conde de Abranhos.
1880:
O Mandarim.
1883:
É eleito sócio correspondente da Academia Real das Ciências.
1885:
Visita em Paris Émile Zola.
1886:
Casa com Emília de Castro Pamplona.
1887:
A Relíquia.
1888:
Cônsul em Paris. Os Maias.
1889:
Assiste ao primeiro jantar dos “Vencidos da Vida”.
1900:
A Correspondência de Fradique Mendes. A Ilustre Casa de Ramires. Em 16 de Agosto morre em Paris.

Eça de Queirós – Obra

1866/67 – Eça de Queirós estreia-se como escritor com a publicação na Gazeta de Portugal de textos que, após a sua morte, viriam a ser parcialmente compilados no volume Prosas Bárbaras (1903). Em edições posteriores, incluíram-se textos que não tinham sido seleccionados para a primeira edição. De Janeiro a Outubro de 1867, Eça esteve quase exclusivamente ocupado com a redação do jornal Distrito de Évora. Aqui publicou algumas narrativas, tais como O Réu Tadeu e Farsas.
1869
– Publica na Revolução de Setembro e em O Primeiro de Janeiro algumas poesias atribuídas a um poeta imaginário – Carlos Fradique Mendes.
1869/70
– O escritor realiza uma viagem ao Próximo Oriente para assistir à inauguração do canal de Suez. No Diário de Notícias publica a reportagem De Porto Said a Suez que no volume póstumo O Egipto viria a ser completada com Notas de Viagem e com Folhas Soltas, apenas editadas em 1966. Em 1870 a Revolução de Setembro publica uma série de nove capítulos (que viria a ficar incompleta) sobre a Morte de Jesus e que seria também integrada no final de Prosas Bárbaras. Nestes textos podemos encontrar esboços quer de o Suave Milagre quer de A Relíquia. Ainda em 1870, de colaboração com Ramalho Ortigão, publica em folhetins no Diário de Notícias uma imaginária reportagem jornalística, O Mistério da Estrada de Sintra.
1871
– Da produção deste ano destaca-se a sua conferência no Casino Lisbonense sobre O Realismo como Expressão de Arte. Também com Ramalho Ortigão, inicia a sua colaboração em As Farpas. Pertence-lhe, aliás, o texto inicial dessa série de comentários críticos e satíricos O Estado Social de Portugal. Sai a 1.ª edição em volume de O Mistério da Estrada de Sintra.
1875
– O primeiro romance de Eça, O Crime do Padre Amaro, sai em folhetins na Revista Ocidental. Virá a ser publicado em volume no ano seguinte, com muitas alterações. Na edição de 1880, considerada definitiva, sofrerá uma revisão ainda maior.
1878
– É publicado o segundo romance, O Primo Basílio, primeiro grande êxito literário do escritor.
1879
– Escreve O Conde de Abranhos, que só virá a ser publicado postumamente.
1880
– Publica O Mandarim.
1883
– Escreve a novela Alves & Ca. que só em 1925 será publicada.
1884
– É publicada a 2.ª edição, refundida, de O Mistério da Estrada de Sintra.
1887
– Publicação de A Relíquia.
1888
Publica Os Maias, magistral romance que constitui a consequência de textos que deixa sem redação definitiva: A Capital e A Tragédia da Rua das Flores. Em O Repórter, publica os primeiros textos que, após posterior revisão de Júlio Brandão, virão a ser reunidos em A Correspondência de Fradique Mendes (1925).
1900
– Já após o falecimento do escritor, sai a público o primeiro volume de A Ilustre Casa de Ramires. Esta obra tinha tido já uma versão incompleta na Revista Moderna (1877-99).
1901
– É publicado o romance A Cidade e as Serras, com texto revisto por Ramalho Ortigão e Luís Magalhães.
1902
– Saem os Contos.
1903
– Prosas Bárbaras.
1905
– Cartas de Inglaterra e Ecos de Paris.
1907
– Cartas Familiares e Bilhetes de Paris.
1909
– Notas Contemporâneas.
1912
– Últimas Páginas.
1925
– A Capital, O Conde d’Abranhos, Correspondência, Alves & Ca.
1926
– O Egipto.
1929
– Cartas Inéditas de Fradique Mendes e mais Páginas Esquecidas.
1940
– Cartas de Londres.
1944
– Cartas de Lisboa e Crónicas de Londres.
1949
– Eça de Queirós entre os seus (Cartas Íntimas).
1961
– Cartas de Eça de Queirós aos seus editores.
1980
– A Tragédia da Rua das Flores.

Eça de Queiroz – Língua Portuguesa

Eça de Queiroz
Eça de Queirós

José Maria Eça de Queirós, um dos escritores mais importantes da Língua Portuguesa, nasceu em 1845, em Póvoa de Varzim, Norte de Portugal. Iniciou seus estudos na cidade do Porto e formou-se em Direito na Universidade de Coimbra. Em Lisboa, destacou-se em importantes manifestações e conferências literárias, sobretudo no famoso Cassino Lisbonense. Ainda na capital portuguesa, iniciou suas atividades de advogado.

Em 1873, iniciou sua carreira diplomática, ao ser nomeado cônsul em Havana, Cuba. Cidadão do mundo, como diplomata serviu, também, em Londres e em Paris, onde morreu em 1900. Teve a oportunidade de visitar o Oriente e assistir à inauguração do Canal de Suez, principal fonte de inspiração do seu livro O Egito. Como jornalista, Eça de Queirozatuou na cidade de Évora, metrópole do Alentejo, onde fundou e dirigiu o Distrito de Évora. Foi colaborador de jornais de Portugal e do Brasil.

Revelou-se como escritor nos folhetins da Gazeta de Portugal. Em parceria com Ramalho Ortigão, escreveu O mistério da estrada de Sintra, um romance policial, e As farpas, uma sátira da sociedade portuguesa. Com o seu conto Singularidades de uma rapariga loira, tem início a fase realista de sua obra literária, que continua com o romance O crime do Padre Amaro, seu primeiro trabalho de maior fôlego. A análise psicológica e a crítica social prosseguem nos romances O primo Basílio, O mandarim e A relíquia. O mesmo ocorre com Os Maias, considerado sua obra-prima, transformada em minissérie pela televisão brasileira.

Quanto às obras póstumas, destacam-se A correspondência de Fradique Mendes, O Conde de Abranhos, A ilustre Casa de Ramires, e A cidade e as serras. Eça de Queirozé o tradutor do romance As minas do Rei Salomão, do original em inglês do escritor Rider Haggard.

Para esta edição do Livro na Rua – importante iniciativa de Victor Alegria para incentivar o hábito da leitura nos países e comunidades de Língua Portuguesa –, o texto escolhido de Eça de Queirozé do famoso romance A cidade e as serras, em que o leitor vai se divertir a valer com uma das histórias mais pitorescas e interessantes do grande escritor de Póvoa de Varzim.

Hoje, existe em Portugal a Fundação Eça de Queiroz, com sede em Santa Cruz do Douro, cujo objetivo é a divulgação da obra de uma das maiores figuras da literatura de Língua Portuguesa e – com seus projetos de cultura e turismo – contribuir para o desenvolvimento da região do Ribadouro, onde encontra-se a Quinta de Thormes que, ao lado de Paris, forma o cenário famoso do romance A cidade e as serras.

Fonte: www.imdb.com/www.exames.org/www.sociedadedigital.com.br/www.thesaurus.com.br

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