Candido Portinari – Artista
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1903-1962
Nascimento: 1903, dezembro de 1903, 29 de dezembro de 1903, o Brasil, América Latina.
Morte: 1962, Fevereiro de 1962, 6 de fevereiro de 1962, Brasil, Rio de Janeiro.
Candido Portinari
Candido Portinari foi um dos mais importantes pintores brasileiros e também um médico proeminente e influente do estilo neo-realismo na pintura.
Candido Portinari é certamente o pintor do modernismo brasileiro mais conhecido no exterior, autor dos dois grandes painéis (um sobre a guerra, outro sobre a paz) existentes no edifício-sede das Nações Unidas, em Nova York (1957). A partir da década de 40, transformou-se numa espécie de artista-símbolo e artista de exportação da nação brasileira. Realizou outros trabalhos nos Estados Unidos, inclusive na Biblioteca do Congresso, em Washington. Várias telas suas entraram para coleções particulares norte-americanas.
Mas Portinari não pertenceu à primeira geração modernista, nem, a rigor, começou como um artista moderno. No mesmo ano em que se realizava a Semana de Arte Moderna, em 1922, era, muito jovem, premiado no Salão Nacional de Belas Artes, um reduto do tradicionalismo. Só em 1931, de volta ao Brasil após dois anos na Europa, expôs no Rio de Janeiro as primeiras obras que indicavam sua necessidade de renovação, tanto temática quanto estilística. Sofreu então certa influência dos muralistas mexicanos, que aparece em Café, uma de suas primeiras grandes telas de conteúdo social. Era homem de esquerda – pertenceu ao Partido Comunista – e artista engajado, e consagrou sua obra à denúncia das mazelas do País subdesenvolvido que existia a seu redor. Um pouco influenciado também pelas fases mais dramáticas de Picasso, realizou em meados dos anos 40 obras excepcionais, como Menino Morto e Enterro na Rede. Fazem parte de uma vasta série sobre os retirantes – os emigrantes da região Nordeste do Brasil que, assolados pela seca, abandonam suas terras em busca de melhores condições de vida, sem sucesso.
Candido Portinaricolaborou também com obras de artes aplicadas, como pinturas murais e painéis em azulejos, em alguns dos primeiros projetos da arquitetura moderna no Brasil. Entre eles, o antigo Ministério da Educação, no Rio de Janeiro (risco original de Le Corbusier) e a Igreja da Pampulha, de Oscar Niemeyer, em Belo Horizonte (1944/45). E, embora não seja este seu filão mais importante, realizou ainda grandes painéis de temas históricos.
Candido Portinari foi um artista muito dotado, um grande desenhista, um grande colorista, dono de uma técnica impecável. Justamente por isso, às vezes o acusam de um tradicionalismo disfarçado. A acusação é excessivamente rigorosa. Sua posição hoje é a de um mestre fundamental, mesmo que sem o grau de inventividade de linguagem ímpar, como o de Volpi.
Frases do Artista
“Saí correndo, tive tempo ainda de apanhar o trem em movimento. A última imagem que me ficou gravada na memória foi a de meu pai, levantara-se para se despedir, ainda posso vê-lo… não teve tempo de me dizer nada” – falando sobre sua mudança para o Rio de Janeiro.
“O alvo da minha pintura é o sentimento. Para mim, a técnica é meramente um meio. Porém um meio indispensável” – em declaração que escandalizou seus mestres acadêmicos da ENBA.
“A viagem à Europa para um moço que observa é útil. Temos tempo de recuar. Temos coragem de voltar ao ponto de partida. Eu sou moço” – sobre os valores que aprendeu com os anos que vivem em Paris.
“Estou com os que acham que não há arte neutra. Mesmo sem nenhuma intenção do pintor, o quadro indica sempre um sentido social” – começando a flertar com o socialismo.
“Quanto à pintura moderna, tende ela francamente para a pintura mural. Com isso, bem entendido, não quero afirmar que o quadro de cavalete perca o seu valor, pois a maneira de realizar não importa” – explicando sua mudança para os afrescos.
“E a causa disso tudo é ainda o governo, que se obstina a não ter, como no México se observa, interesse direto pelas coisas da arte” – em reclamação contra a falta de apoio do governo para exposições e mostras.
“Aos homens honestos, aos brasileiros sinceros, aos patriotas de fato é que falo, para que analisem tal assunto com frieza” – depois de completar a série de telas “Retirantes”.
“Estão me impedindo de viver” – comentando as ordens médicas que o proibiam de continuar pintando para não agravar sua intoxicação
“E por assim haver disposto o essencial, deixando o resto aos doutores de Bizâncio, bruscamente se cala e voa para nunca-mais a mão infinita, a mão-de-olhos-azuis de Candido Portinari” – Carlos Drummond de Andrade, no poema “A Mão”, dedicado ao amigo na ocasião de sua morte.
Obras
Entre suas obras mais prestigiadas e famosas, destacam-se os painéis Guerra e Paz (1953-1956), que foram presenteados em 1956 à sede da ONU de Nova Iorque.
Na época, as autoridades dos Estados Unidos não permitiram a ida de Portinari para a inauguração dos murais, devido às ligações do artista com o Partido Comunista. Antes de seguirem aos Estados Unidos, o empresário e mecenas ítalo-brasileiro Ciccillo Matarazzo tentou trazer os painéis para São Paulo, terra natal de Portinari, para apresentá-las ao público. Porém, isto não foi possível. Somente em novembro de 2010, depois de 53 anos, os painéis voltaram ao Brasil e, finalmente, foram exibidos, em 2010, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro e, em 2012, no Memorial da América Latina, em São Paulo.
As telas Meninos e piões e Favela são parte do acervo permanente da Fundação Maria Luisa e Oscar Americano. Seu maior acervo sacro, entre pinturas e afrescos, está exposto na Igreja Bom Jesus da Cana Verde, centro da cidade de Batatais, interior de São Paulo, situada a 16 quilômetros de sua cidade natal, Brodowski.
Os Milagres de Nossa Senhora, Via Sacra (composta de 14 quadros), Jesus e os Apóstolos, A Sagrada Família, Fuga para o Egito, O Batismo, Martírio de São Sebastião e Thierys Fernando B. S. Nascimento.
Outras pinturas famosas de Portinari são:
Meio Ambiente
Colhedores de Café
Mestiço
O Lavrador de Café
O Sapateiro de Brodowski
Espantalho
Menino com Pião
Lavadeiras
Grupos de Meninas Brincando
Menino com Carneiro
Cena Rural
A Primeira Missa no Brasil
São Francisco de Assis
Tiradentes
Ceia
Os Retirantes
Futebol
O Sofrimento de Laio
Criança Morta
Pipa
Vila Santa Izabel
Mariana Xavier
Em suas obras, o pintor conseguiu retratar questões sociais sem desagradar ao governo e aproximou-se da arte moderna européia sem perder a admiração do grande público. Suas pinturas se aproximam do cubismo, surrealismo e dos pintores muralistas mexicanos, sem, contudo, se distanciar totalmente da arte figurativa e das tradições da pintura. O resultado é uma arte de características modernas.
Candido Portinari – Vida
Candido Portinari
Candido Portinari (Brodósqui SP, 1903 – Rio de Janeiro RJ, 1962). Começou a aprender pintura aos 9 anos, em Brodósqui, ao auxiliar um grupo de artistas na decoração da Igreja Matriz da cidade. Em 1919, já vivendo no Rio de Janeiro, estudou no Liceu de Artes e Ofícios e, posteriormente, na Escola Nacional de Belas-Artes.
Lá, foi premiado com a medalha de ouro e uma viagem à Europa, onde travou contato com modernistas que influenciaram sua pintura. De volta ao Brasil, realizou pequenos serviços braçais em troca de hospedagem numa pensão carioca, e seguiu pintando.
Produziu a série Os Retirantes, um de seus principais trabalhos, nos anos de 1930. Nas décadas seguintes foi ilustrador de livros, entre os quais A Mulher Ausente, de Adalgisa Nery, e Menino de Engenho, de José Lins do Rego, e produziu obras como os painéis e azulejos da Igreja da Pampulha, em Belo Horizonte.
Foi laureado com importantes prêmios, como o Prêmio Guggenheim de Pintura, por ocasião da inauguração dos seus painéis na sede da ONU, em 1956. Em 1964 foi publicado seu livro Poemas. Portinari, um dos maiores pintores brasileiros, foi um poeta bissexto; seus poemas, que chamava de ”escritos”, são característicos da segunda geração do Modernismo.
Candido Portinari – Biografia
Candido Portinari
Candido Portinari nasce no dia 30 de dezembro de 1903, numa fazenda de café, em Brodósqui, no interior do Estado de São Paulo.
Filho de imigrantes italianos, de origem humilde, recebe apenas a instrução primária e desde criança manifesta sua vocação artística.
Aos quinze anos de idade vai para o Rio de Janeiro, em busca de um aprendizado mais sistemático em pintura, matriculando-se na Escola Nacional de Belas-Artes.
Em 1928 conquista o Prêmio de Viagem ao Estrangeiro, da Exposição Geral de Belas-Artes, de tradição acadêmica. Parte em 1929 para Paris, onde permanece até 1930.Longe de sua pátria, saudoso de sua gente, decide ao voltar ao Brasil, no início de 1931, retratar em suas telas o povo brasileiro, superando aos poucos sua formação acadêmica e fundindo à ciência antiga da pintura, uma personalidade moderna e experimentalista.
Em 1935 obtém a segunda Menção Honrosa na exposição internacional do Instituto Carnegie de Pittsburgh, Estados Unidos, com a tela Café, que retrata uma cena de colheita típica de sua região de origem.
Aos poucos, sua inclinação muralista revela-se com vigor nos painéis executados para o Monumento Rodoviário, na Via Presidente Dutra, em 1936, e nos afrescos do recém construído edifício do Ministério da Educação e Saúde, no Rio de Janeiro, realizados entre 1936 e 1944. Estes trabalhos, como conjunto e como concepção artística, representam um marco na evolução da arte de Portinari, afirmando a opção pela temática social, que será o fio condutor de toda a sua obra a partir de então.
Companheiro de poetas, escritores, jornalistas, diplomatas, Portinari participa de uma notável mudança na atitude estética e na cultura do país.
No final da década de trinta consolida-se a projeção de Portinari nos Estados Unidos.
Em 1939 executa três grandes painéis para o Pavilhão do Brasil na Feira Mundial de Nova York e o Museu de Arte Moderna de Nova York adquire sua tela Morro.
Em 1940, participa de uma mostra de arte latino-americana no Riverside Museum de Nova York e expõe individualmente no Instituto de Artes de Detroit e no Museu de Arte Moderna de Nova York, com grande sucesso de crítica, venda e público.
Em dezembro deste ano a Universidade de Chicago publica o primeiro livro sobre o pintor: Portinari, His Life and Art com introdução de Rockwell Kent e inúmeras reproduções de suas obras.
Em 1941 executa quatro grandes murais na Fundação Hispânica da Biblioteca do Congresso, em Washington, com temas referentes à história latino-americana.
De volta ao Brasil, realiza em 1943, oito painéis conhecidos como Série Bíblica, fortemente influenciado pela visão picassiana de ‘Guernica’ e sob o impacto da Segunda Guerra Mundial.
Em 1944, a convite do arquiteto Oscar Niemeyer, inicia as obras de decoração do conjunto arquitetônico da Pampulha em Belo Horizonte, Minas Gerais, destacando-se na Igreja de São Francisco de Assis, o mural São Francisco (do altar) e a Via Sacra, além dos diversos painéis de azulejo. A escalada do nazi-fascismo e os horrores da guerra reforçam o caráter social e trágico de sua obra, levando-o à produção das séries Retirantes (1944) e Meninos de Brodósqui (1946), assim como à militância política, filiando-se ao Partido Comunista Brasileiro, sendo candidato a deputado em 1945, e a senador em 1947.
Em 1946, Portinari volta a Paris para realizar, na Galeria Charpentier, a primeira exposição em solo europeu. Foi grande a repercussão, tendo sido agraciado, pelo governo francês, com a Legião de Honra.
Em 1947 expõe no Salão Peuser, de Buenos Aires e nos salões da Comissão Nacional de Belas Artes, de Montevidéu, recebendo grandes homenagens por parte de artistas, intelectuais e autoridades dos dois países. O final da década de quarenta assinala na obra do artista, o início da exploração dos temas históricos através da afirmação do muralismo.
Em 1948, Portinari se auto-exila no Uruguai, por motivos políticos, onde pinta o painel A Primeira Missa no Brasil, encomendado pelo Banco Boavista do Rio de Janeiro.
Em 1949 executa o grande painel Tiradentes, narrando episódios do julgamento e execução do herói brasileiro, que lutou contra o domínio colonial português. Por este trabalho, Portinari recebeu, em 1950, a Medalha de Ouro concedida pelo júri do Prêmio Internacional da Paz, reunido em Varsóvia.
Em 1952, atendendo à encomenda do Banco da Bahia, realiza outro painel com temática histórica: A Chegada da Família Real Portuguesa à Bahia, e inicia os estudos para os painéis Guerra e Paz, oferecidos pelo governo brasileiro à nova sede da Organização das Nações Unidas. Concluídos em 1956, os painéis, medindo cerca de 14 x 10m cada ‘os maiores pintados por Portinari’ encontram-se no hall de entrada dos delegados do edifício-sede da ONU, em Nova York.
Em 1954, Portinari realiza, para o Banco Português do Brasil, o painel Descobrimento do Brasil. Neste mesmo ano, tem os primeiros sintomas de intoxicação das tintas, que lhe será fatal. Em 1955 recebe a Medalha de Ouro, concedida pelo International Fine Arts Council de Nova York, como o melhor pintor do ano.
Em 1956 faz os desenhos da Série D. Quixote e viaja para Israel, a convite do governo daquele país, expondo em vários museus e executando desenhos inspirados no contato com o recém-criado estado israelense e expostos posteriormente em Bolonha, Lima, Buenos Aires e Rio de Janeiro. Neste mesmo ano recebe o Prêmio Guggenheim do Brasil e, em 1957, a Menção Honrosa no Concurso Internacional de Aquarelas do Hallmark Art Award, de Nova York.
No final da década de 50 Portinari realiza diversas exposições internacionais, expondo em Paris e Munique em 1957. é o único artista brasileiro a participar da exposição ’50 Anos de Arte Moderna’, no Palais des Beaux Arts, em Bruxelas, em 1958, e expõe como convidado de honra, em sala especial, na ‘I Bienal de Artes Plásticas’ da Cidade do México.
Em 1959 expõe na Galeria Wildenstein de Nova York e em 1960 organiza importante exposição na Tchecoslováquia.
Em 1961 o pintor tem diversas recaídas da doença que o atacara em 1954 – a intoxicação pelas tintas -, entretanto, lança-se ao trabalho para preparar uma grande exposição, com cerca de 200 obras, a convite da Prefeitura de Milão.
Candido Portinari falece no dia 6 de fevereiro de 1962, vítima de intoxicação pelas tintas que utilizava.
Característica
Altura: 1,54m
Peso: 65kg em média
Cabelos: Ralos, louro escuro, com entradas profundas na fronte
Estado Civil: Casado em 1930 com Maria Portinari, de quem se desquitou em 1960, vivendo extremamente isolado nos últimos anos.
Filhos: Teve um, João Candido, nascido em 23 de janeiro de 1939.
Netos: Denise, nascida em 06 de maio de 1960 | João Carlos, nascido em 07 de julho de 1966
Características Pessoais: Olhos azuis, usava óculos ininterruptamente. Sofria de miopia e astigmatismo. Surdo, nos últimos tempos, chegou a usar aparelho para surdez, manquitolava por defeito congênito.
Modo de Trajar: Vestia-se corretamente, usando suspensórios, colarinho, gravata e abotoaduras. Gostava muito de coletes-fantasia e de cores fortes, principalmente nas camisas e nas meias. Marca de perfume predileto – Guerlain
Hábitos: Lia sempre antes de dormir. Dormia sempre muito tarde, não tendo hora de levantar. Roncava quando dormia. Raramente fazia visitas. Gostava mais de receber. Não ouvia rádio, mas gostava de ouvir música clássica na vitrola. Adorava olhar o mar, mas não gostava de banhos de mar, nem de andar de barco. Gostava muito de viajar para a Itália e França, principalmente, embora preferisse morar no Brasil. Não gostava de aviões. As poucas vezes que viajou, o fez sob protesto.
Alimentação: Gostava de comer bem, principalmente massas, doces e frutas , dando preferência ao mamão. Gostava também de vinho embora não pudesse bebê-lo. Fumava charutos após as refeições e cigarros durante o dia.
Cinema: Adorava filmes de “western”, principalmenteos com William S. Hart e Tom Mix. Gostava também de Carlito e Buster Keaton.
Dança: Somente dançou na juventude, e pouco
Religião: De família católica, foi batizado e era católico não praticante. Jamais assistiu a uma macumba, nem nada do gênero.
Músicos Prediletos: Mozart, Bach e Beethoven
Autores Prediletos: Gostava muito de biografias e poesia. “O Diário”de Delacroix, Stendhal, Balzac, Dostoiewski, Baudelaire e T.S. Elliot. Dos brasileiros, lia muito seus amigos: Mario de Andrade, Murilo Mendes, Jorge de Lima, Jorge Amado, Dante Milano, José Lins do Rego, Graciliano Ramos, Manuel bandeira, Gilberto Freyre, Carlos Drummond de Andrade, A. F. Shmidt, Adlagisa Nery e Antônio Callado.
Pintores Prediletos: Piero Della Francesca, Giotto, intoretto, Carpaccio, Masaccio, Signorelli, Delacroix, Goya, Breughel, Rouaut , Grünewald, jacques Villon, Fra Angélico, Van Gogh, Modigliani, Picasso, Rivera e A. V. Guignard.
TV: Gostava de assitir o grande teatro da Tupi, com Sérgio Britto, Fernanda Montenegro e Natália Thimberg. Gostava também de Altamiro Carrilho.
Amigos Pessoais: Graciliano ramos, Lélio Landucci, Santa Rosa, O. M. Carpeaux, A. V. Guignard, Clóvis Graciano, Jorge Amado, Dante Milano, Alfredo Ceschiatti, Atos Bulcão, Aparício Aporelli “Barão de Itararé”, Assis Chateaubriand, Manuel bandeira, José Moarais, Percy Deane, Celso Agostinelli, Enrico Bianco, Lenidas Autuori, Mário Autuori, Alcides Rocha Miranda, Aldary Toledo, Aluisio Salles, Antônio Bento, Quirino Campofiorito, Jayme de Barros, Paschoal Carlos Magno, Flávio de Aquino, Mem Xavier da Silveira, Dalcidio Jurandir, Jayme Ovalle, Antônio Callado.
Cronologia
1903 – Nasce em Brodósqui (Brodowski), perto de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, no dia 13 de dezembro, filho de imigrantes toscanos que trabalhavam na lavoura de café. Cândido teria dez irmãos – seis mulheres e quatro homens;
1914 – Cria sua primeira gravura, um retrato do compositor Carlos Gomes, em carvão, copiando a imagem de uma carteira de cigarros;
1919 – Matricula-se na Escola Nacional de Belas Artes, no Rio. Em sérias dificuldades financeiras, Candinho chega a comer a gelatina química que recebe para misturar com as tintas;
1923 – Pinta “Baile na Roça”, sua primeira tela de temática nacional. O quadro é recusado pelo salão oficial da Escola de Belas Artes, por fugir dos padrões acadêmicos da época;
1929 – Como prêmio do Salão Nacional de Belas Artes, que obteve com um retrato do amigo (poeta) Olegário Mariano, ganha uma bolsa de estudos em Paris. Ali, descobre Chagall, os muralistas mexicanos e sofre fortes influências do trabalho de Picasso;
1931 – Volta da França casado com a uruguaia Maria Victoria Martinelli;
1935 – Produz uma de suas obras mais famosas, “O Café” e inicia a que é considerada sua fase áurea (1935-1944);
1936 – Começa a dar aulas de pintura na Universidade do Distrito Federal;
1939 – Em 23 de janeiro nasce seu único filho, João Cândido. Cria três painéis para o pavilhão do Brasil na feira mundial de Nova York. Faz uma retrospectiva com 269 obras, no Museu Nacional de Belas Artes, no Rio;
1940 – O Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA) inaugura a exposição Portinari of Brazil
1942 – Cria painel para a Biblioteca do Congresso dos EUA;
1944 – Trabalha no polêmico altar da Igreja de São Francisco de Assis, em Belo Horizonte. Muito discutida pelos religiosos, tanto por suas formas arquitetônicas quanto pelo mural de São Francisco com o cachorro, a igreja só seria inaugurada em 1950;
1945 – Filia-se ao Partido Comunista Brasileiro e candidata-se a deputado federal. Não consegue eleger-se;
1946 – Termina a as obras da Igreja da Pampulha, em Belo Horizonte e faz o painel da sede da ONU, “Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse”, com 10 por 14 metros. Expõe 84 obras em Paris. Candidata-se ao Senado pelo PCB, mas também não é eleito;
1950 – Representa o Brasil na Bienal de Veneza;
1953 – Inicia os painéis “Guerra” e “Paz”, para a ONU, que terminaria em 1957;
1954 – Começa a manifestar sinais de envenenamento pelo chumbo contido nas tintas com que trabalha: sofre uma hemorragia intestinal e é internado;
1955-56 – Realiza 21 desenhos com lápis de cor para uma edição de Dom Quixote, de Cervantes. A técnica era uma alternativa tentada por Portinari para escapar à intoxicação pelas tintas;
1956 – Faz uma viagem a Israel, onde produz uma série de desenhos a caneta tinteiro;
1959 – Faz as ilustrações para uma edição francesa de “O Poder e a Glória”, de Graham Greene;
1960 – Nasce sua neta Denise, e ele passa a pintar um quadro dela por mês, contrariando as recomendações médicas;
1962 – Morre no Rio de Janeiro, em 6 de fevereiro, em consequência da progressiva intoxicação. Na época preparava material para uma exposição no palácio Real de Milão;
Criação, Instalação e Características
O Museu Casa de Portinari foi instalado e inaugurado em 14 de março de 1970, constituindo-se de uma casa principal, dois anexos e uma capela.
A sua entidade mantenedora é a Secretaria de Estado da Cultura, estando especificamente vinculado ao DEMA – Departamento de Museus e Arquivos da referida Secretaria.
A inclusão do Museu Casa de Portinari na Rede de Museus da Secretaria da Cultura do Estado deu-se através do Decreto de 08 de abril de 1970.
Trata-se de um Museu de pequeno porte, quer por sua área, quer pelo número de funcionários que prestam serviços ao mesmo.
O Museu possui duas vertentes básicas: Artística e Biográfica. Na parte biográfica do Museu a exposição destina-se aos objetos de uso pessoal do artista, documentos e à história de sua vida. O acervo artístico constitui-se, principalmente, por trabalhos realizados pelo artista em pintura mural, nas técnicas de afresco e têmpera.
A técnica do afresco é bem pouco difundida no Brasil, consiste em pintar sobre uma parede preparada com argamassa úmida, usando pigmento misturado somente com água, o cimento absorve a mistura de água com tinta que seca juntamente com o mesmo. Quanto à têmpera, esta técnica utiliza como tinta uma mistura de água, substâncias oleosas, ovo (principalmente a gema) e pigmento em pó, o ovo funciona como aglutinante; constitui um desafio ao artista, por causa da rápida secagem.
A temática das obras é predominantemente sacra, exceto as suas primeiras experiências neste gênero de pintura realizadas em sua casa, as demais obras do acervo são religiosas.
Candido Portinari – Artista
O Lavrador de Café – Candido Portinari
A TERRA DA PLANTAÇÃO
O Estado de S. Paulo é a região do café. Produzi-lo não chega, é necessário transportá-lo para os centros que o farão chegar a sítios mais longínquos.
Brooswisqui é o engenheiro polaco, responsável pela construção do caminho de ferro naquele Estado. Obra de tal importância que não hão-de esquecer-se daquele homem. Para que fique perpetuado o seu nome, uma pequena aldeia adopta-o como seu – Brodósqui – mais simples de escrever.
A aldeia não é grande, semelhante a muitas outras, uma igreja e um grupo de casas brancas. À volta ficam as plantações onde tantos trabalham – negros, mestiços, brancos – alguns, imigrantes.
O casal Portinari tinha vindo de Itália, na esperança de realizar o sonho de uma vida melhorada. Em filhos não lhe faltará riqueza – terão treze – e entre eles um se irá destacar.
Faltam apenas três dias para o fim do ano de 1903 quando Cândido Portinari chega ao mundo.
Os primeiros anos são passados entre a aldeia e as plantações de café, serenidades e rotinas que o tempo não lhe apagará da memória.
Aos nove anos colabora com outros artistas italianos no restauro da pintura da Igreja de Brodósqui. Dizem alguns que a seu cargo fica a pintura das estrelas. De qualquer forma, o que faz é suficiente para que lhe notem o jeito. Devia aprender desenho o minino, mas na aldeia não há onde fazê-lo. Terá ainda de esperar algum tempo.
Tem 15 anos quando parte para o Rio de Janeiro, e vai sozinho, que já não é rapaz de precisar de companhia. Os pais não terão o suficiente para que possa só estudar; por isso, durante o dia, vai trabalhando numa pensão, e sempre tem onde dormir, nem que seja na casa de banho.
No tempo que lhe sobra vai frequentando a Escola de Artes e Ofícios. Depois candidata-se ao curso de pintura da Escola de Belas Artes, onde é admitido em 1921. Não pode parar. Logo no ano seguinte participa no Salão Nacional de Belas Artes. Não mais deixará de participar em exposições.
Quando em 1925 obtém a medalha de prata, chama já a atenção da critica: “Cândido Portinari é um paulista de 23 anos que possui excelentes dons dum retratista … a sua técnica é larga e incisiva. Apanha bem a semelhança e carácter dos modelos” Manuel Bandeira
O seu objetivo é o grande prémio do Salão – uma bolsa de viagem à Europa. Portinari sabe bem do que gosta o Júri. Cede um pouco na sua forma de pintar e faz um retrato mais ao gosto da Academia – Olegário Mariano. Com ele obtém o grande prémio do Salão de 1928. A bolsa para a Europa é sua.
DA SEMENTE ATÉ AO FRUTO…
A Europa está repleta de coisas que Portinari deseja conhecer. Durante largo tempo viaja, visita a Inglaterra, Itália, Espanha, depois instala-se em Paris.
Mais do que trabalhar, Portinari sente necessidade de observar.
Fascina-se com os renascentistas italianos – Giotto e Piero della Francesca. Em Paris aprecia Matisse e Cezanne.
Tudo lhe vai servindo para aprender, para ter uma outra forma de ver: Daqui fiquei vendo melhor a minha terra – fiquei vendo Brodósqui como ela é. Aqui não tenho vontade de fazer nada. Vou pintar Palaninho, vou pintar aquela gente … e quando voltar vou ver se consigo pintar a minha terra.
Na verdade, em França não irá pintar muito, na bagagem virão apenas três telas. Escassa produção para quem está tanto tempo na Europa. Outra coisa lhe é mais importante – o seu casamento com Maria Martinelli, companheira que não mais o deixará durante toda a sua vida.
No Rio de Janeiro comenta-se: de que serviu a bolsa se quase nada foi feito? Portinari deixa que falem. Preocupa-se agora em aplicar tudo o que aprendeu enquanto esteve longe. As regras académicas são abandonadas. Quer encontrar a sua forma de pintura, a sua maneira de ver.
Dedica-se ao trabalho de forma intensa, mas por vezes o dinheiro para as telas escasseia. Improvisa-as, utilizando os seus lençóis. Só assim lhe é possível produzir tanto quanto quer. Como temas, escolhe aquilo que sonhou em França – a aldeia, as brincadeiras de menino, as plantações de café. Este último está-lhe tão próximo que o há-de representar num quadro com o titulo Café. Ao mesmo tempo vai ensaiando a pintura mural na sala da casa de seus pais, em Brodósqui.
Em 1935 realiza-se em Nova Iorque a Exposição Internacional de Arte Moderna do Instituto Carnegie. O Brasil participa pela primeira vez e alguns artistas enviam as suas obras. Portinari expõe o óleo que fizera tempos antes – Café.
Obtém a segunda menção honrosa, e muitos elogios por parte de críticos americanos: “Café, de Cândido Portinari, é a aparição espetacular do Brasil”.
Em breve serão colhidos os frutos.
…A SAFRA…
Portinari e o figurativismo… Entretanto, o que está a acontecer no resto do mundo? Consulta a Tábua Cronológica.
Depois da crise de 1929 a arte americana é influenciada pelo social. A recessão económica afeta muita gente, em particular as classes mais desfavorecidas. – camponeses e proletários.
Os artistas não ficam indiferentes a tudo o que se passa à sua volta. Novos conceitos nascem. A arte pela arte, tão ao gosto europeu, não é já suficiente. Torna-se necessário mostrar a realidade – o lado social. Nada melhor que a figura humana para expressar o que se vê. É o figurativismo. Por toda a América se fazem grandes pinturas murais, mais acessíveis, na leitura, a um maior número de pessoas. No México, Rivera é o pintor que bem demonstra a melhor forma de se chegar às massas através de grandes murais.
Portinari expressara em Café muito dessa realidade social. Os homens deformam-se com o peso dos sacos que trazem aos ombros. Os pés das figuras, na sua forma enorme, parecem ligar-se à terra, como dela fazendo parte. A América soube compreendê-lo. O Brasil não pode ficar alheio ao reconhecimento internacional. Afinal trata-se agora de um artista de mérito. Celso Kelly aproveita a fundação do Instituto das Artes e convida Portinari para regente da cadeira de pintura. No ano seguinte será a vez do ministro Gustavo Capanema lhe encomendar os murais para o Ministério da Educação.
O objetivo é mostrar a educação para o trabalho, numa perspectiva económica e de certa forma histórica através dos ciclos que o Brasil conheceu: o pau-brasil, a cana de açúcar, o ouro. Portinari estuda os temas, aconselha-se. Depois será a sua forma de ver – do lado daqueles que trabalham, como ele próprio – de sol a sol.
Para além do mais nunca esqueceu as suas próprias origens, ou não fosse ele um camponês, filho de camponeses:
Então tive que dizer-lhes: a minha pintura é pintura de camponês; se querem os meus camponeses, bem; se não, chamem outro pintor. Foi então que embora numa ordem histórica, fiz a série do Ouro, Fumo, Gado, etc.
O edifício do Ministério da Educação e Cultura é obra do arquiteto Oscar Niemayer que o projetou em colaboração com Le Corbusier. Portinari decide fazer um estudo prévio profundo. Durante algum tempo dedica-se a fazer estudos de preparação para os murais. Em 1937 inicia a obra. A tarefa é tão intensa que chega a trabalhar 16 horas por dia. Pode afirmar com veracidade a sua frase favorita Sou um monstro de trabalho. Mesmo assim terá ali trabalho para alguns anos. Só em 1945 ficarão concluídos e, pelo meio, fará ainda muitas outras coisas.
Em 1939, por encomenda, pinta três painéis que irão estar presentes no Pavilhão do Brasil, por ocasião da Feira Mundial de Nova Iorque. Enquanto isso faz no Rio de Janeiro a sua primeira exposição individual. No mesmo ano, sua mulher dá à luz o seu filho João Cândido – doçura. Na Europa rebenta a II Guerra Mundial – flagelo.
Os ecos da guerra vão chegando devagar, é ainda o principio. Portinari está fascinado pelo filho. Retrata-o com a ternura de um pai. Possivelmente acreditando num futuro melhor.
De Nova Iorque vem o convite para uma exposição individual a realizar no Museu de Arte Moderna. Acontecimento importante onde estarão presentes centenas de convidados. Os resultados poderiam ser bons, afinal as obras expostas são todas vendidas.
No entanto, Portinari irá trazer uma tristeza:
Na América, a exposição individual é coisa muito séria. O dia da inauguração mete casacas, grande luxo. O expositor só tem direito a convidar oito ou dez pessoas. Indiquei dez negros para os meus dez convites. Não convidaram nenhum.
Portinari não irá deixar perder a ocasião de fazer algo contra este estado de coisas. Em 1942 surge uma boa oportunidade. É convidado para executar murais na Biblioteca do Congresso de Washington. Os temas estão relacionados com a história da América – não quiseram negros na sua exposição, pois eles estarão presentes na Biblioteca, para que não os esqueçam. É preciso ainda fazer muita coisa pelo lado social, e talvez a pintura não chegue.
… DO FRUTO QUE DÁ O GRÃO…
Durante a estadia em Nova Iorque, Portinari vê uma obra que muito o impressiona, Guernica. A guerra vista por Picasso, duma forma cubista e sem a utilização das cores. Fica impressionado com o quadro.
Na Alemanha os nazis estão no poder. Da Europa não param de chegar os relatos dramáticos. É o mundo que está em guerra e enquanto isso o povo é o que mais sofre. A morte está presente em todo o lado.
No Brasil, o sofrimento é provocado pela natureza. O Nordeste é atingido por grandes secas que trazem consequências gravosas para os camponeses.
Muitos são aqueles que utilizam as suas artes para falar do que os rodeia – Jorge Amado, Érico Veríssimo, Graciliano Ramos. Também Portinari a nada disto fica alheio. Exprime-o com a sua pintura, reflete-o. É a cor que se apaga, um drama que se observa. São os Retirantes, expressos em algumas das suas obras. Os despojados de tudo, do trabalho, da vida, têm apenas a morte, como o expressa em Criança morta.
Em 1944 Portinari inicia o Mural para igreja de Pampulha, primeiro S. Francisco, depois a Via Crucis. As pinturas têm um carácter fortemente expressionista.
Mas nem só na pintura Portinari faz opções. Chegou o tempo de escolher outros caminhos – o lado político. É uma figura por todos conhecida, muitos o ouvem.
Filia-se no Partido Comunista e candidata-se a deputado, assim poderá passar melhor a mensagem, falando das realidades que conhece. Do seu programa faz parte uma exposição em S. Paulo, mas as autoridades impedem a sua realização. Entretanto, o Arcebispo de Belo Horizonte recusa-se a consagrar a Igreja de Pampulha devidos aos seus murais – demasiado materialistas, argumenta. Existem talvez motivos mais fortes, as tendências políticas começam a não ser do agrado de muita gente, e sobretudo quando são expressas de forma tão clara.
Portinari não desiste e chega a candidatar-se a Senador. As coisas no Brasil não estão agora muito fáceis, o Partido Comunista não agrada ao poder. Portinari, assim como muitos outros intelectuais começam a ser interrogados pela polícia. Controvérsias, para quem já tinha sido acusado noutra época de ser o pintor oficial do governo. Melhor será partir por uns tempos e além do mais há uma exposição para fazer no Uruguai. Quando regressar, no ano seguinte terá ainda de tempo de ver a dissolução do seu partido ordenada pelo Governo. De forma lenta vai-se afastando da vida política. De qualquer forma tem sempre a pintura para poder dizer muita coisa.
… O GRÃO QUE FAZ O CAFÉ…
O mundo está agora preocupado com a paz. Nos Estados Unidos (que ajudaram a pôr termo à guerra) fica a sede da organização que velará para que ela não volte a surgir – a ONU.
O Governo brasileiro decide oferecer dois painéis para ali serem colocados. Portinari volta a ser o artista convidado.
Em 1952 começa a sua obra: um será a Guerra, outro a Paz. Levarão quatro anos até que sejam mostrados, primeiro no Brasil, para depois seguirem para o seu destino.
Enquanto pinta os painéis, Portinari adoece gravemente. O diagnóstico não é nada agradável. A doença não é mais do que o envenenamento que as tintas lhe provocam. Deve parar de pintar. Coisa impossível para quem a pintura é a vida.
Aliás, ela tem sido a sua grande preocupação, agora que a arte parece estar a tomar outro caminho que não agrada a Portinari, como o tem dito nas entrevistas que dá:
A pintura, que era antes o maior veículo de propaganda de ideias, hoje precisa de uma propaganda enorme para viver. Antes ela servia a religião e o estado, hoje não serve ninguém. Outros meios mais diretos e efetivos a substituíram, tais como o cinema, a televisão, o rádio, o jornal… Resistirá a pintura como meio de expressão e como profissão?
Para Portinari a sua pintura continua a ser a melhor forma de divulgação de ideias, ainda que por vezes isso lhe possa trazer problemas.
Uma verdadeira cruzada na caça aos comunistas atravessa os Estados Unidos. Tudo e todos se tornam suspeitos. As tendências esquerdistas de Portinari não podem de forma alguma agradar, como se poderia agora demonstrar-lhe admiração?
Os painéis chegaram mas a exposição da obra é protelada. Do Rio de Janeiro ouvem-se protestos – que os devolvam! Depois serão as diplomacias. Em 1957 acabarão por ser inaugurados justamente no lugar para onde estavam destinados.
Durante os últimos anos da década de cinquenta faz ilustrações para várias obras, entre as quais “A Selva” de Ferreira de Castro. Viaja até à Itália e Israel, fazendo um álbum de desenhos sobre este último, e vai participando em diversas exposições.
Em 1960 Portinari realiza ainda uma exposição. As telas refletem um pouco as suas novas influências – abstração geométrica dirão alguns.
Mas alguma crítica não o poupa – acham-no académico, talvez motivados pelas suas declarações:
… Quanto ao resto, esses que andam colando estopa nas telas, pedaços de vidro, papel de jornal, etc., dizendo que são modernos, isso é bobagem: não é nem povo, quanto mais moderno …
Apesar de tudo, Portinari continua a pintar; nem a crítica, nem as ordens médicas o fazem parar. Em 1961 faz um retrato da sua neta – Denise.
Em Fevereiro do ano seguinte um novo envenenamento provocado pelas tintas é-lhe fatal.
Não foi a pintura que o matou, apenas deu a sua vida à pintura.
Fonte: br.geocities.com/casadeportinari.com.br/www.vidaslusofonas.pt
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