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O que é
Fitoterapia (fito = plantas) é a medicina de ervas avançado para o século 21.
A Fitoterapia é o estudo da utilização de extratos de origem natural como medicamentos ou agentes de promoção da saúde.
A Fitoterapia é um método de tratamento caracterizado pela utilização de plantas medicinais em suas diferentes preparações, sem a utilização de substâncias ativas isoladas.
Medicamentos Fitoterápicos diferem dos medicamentos derivados de plantas em farmacologia padrão. Onde a farmacologia padrão isola um composto ativo a partir de uma dada planta, a fitoterapia tem como objetivo conservar a complexidade de substâncias a partir de uma dada planta com relativamente menos processamento.
A Fitoterapia é distinta da homeopatia e da medicina antroposófica, e evita a mistura de plantas e substâncias bioativas sintéticos.
A Fitoterapia tradicional é um sinônimo para a fitoterapia e considerado como medicina alternativa por grande parte da medicina ocidental. Embora os efeitos medicinais e biológicas de muitos constituintes da planta, tais como alcalóides (morfina, atropina etc.) têm sido comprovada através de estudos clínicos, há um debate sobre a eficácia eo lugar da fitoterapia em terapias médicas.
A Fitoterapia tem sido utilizado e confiável globalmente há milhares de anos como um método altamente eficaz e seguro de tratamento para uma ampla gama de condições médicas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que mais de 80% da população do mundo hoje depende de fitoterapia para a sua saúde primários.
Significado
A palavra fitoterapia significa tratamento (terapia) através das plantas (phitoss). É o tratamento à base de plantas medicinais. A fitoterapia é o cuidado do organismo através das plantas e ervas medicinais in natura, sem separar os princípios ativos. Podemos dizer também que a fitoterapia é a ciência que estuda a utilização dos produtos de origem vegetal com finalidade terapêutica, ou seja, para prevenir, atenuar ou curar doenças.
De acordo com a caracterização do Ministério da Saúde, “fitoterapia é uma terapêutica caracterizada pela utilização de plantas medicinais em suas diferentes formas farmacêuticas, sem a utilização de substâncias ativas isoladas, ainda que de origem vegetal, cuja abordagem incentiva o desenvolvimento comunitário, a solidariedade e a participação social”
Erroneamente, muitas pessoas chamam a fitoterapia de “terapia alternativa” ou de “medicina de pobre”. Como já referimos, essa terapia é um dos métodos mais antigos já utilizados pela medicina natural. A fitoterapia é muito mais do que o aferventar de uma erva, significa cultura milenar, sabedoria, conhecimento acumulado e partilhado de geração em geração; significa solidariedade com quem está precisando refazer as energias. É a união entre a fé, o saber popular e a pesquisa científica.
Tratamento
A Fitoterapia é uma forma de tratamento médico que se baseia na utilização de plantas ou em forma de extratos preparados e suas essências.
Por milhares de anos, as plantas eram a principal fonte de medicação terapêutica para culturas de todo o mundo. Com o século 20, veio o desenvolvimento de técnicas de sintetização e drogas totalmente sintéticas, fazendo com que a fitoterapia caisse na popularidade. No entanto, as plantas ainda têm um lugar muito importante na medicina, e eles vão continuar a fazê-lo no futuro previsível.
Esta técnica envolve o estudo das plantas para determinar as suas propriedades, e a aplicação cuidadosa dessas plantas para o tratamento de problemas médicos.
A Fitoterapia é uma forma de terapia, e muitos dos remédios usados em homeopatia também estão os fitoterápico na sua origem. Extratos de plantas são também utilizados na preparação de alguns produtos farmacêuticos comerciais, assim como os fármacos sintéticos que são à base de compostos encontrados em plantas. Os pesquisadores também estão constantemente estudando plantas para encontrar novos compostos farmacêuticos e aplicações potenciais para eles.
Quando é conduzida a fitoterapia responsável, as preparações utilizadas são padronizadas, o que significa que eles são cultivadas, colhidas e processadas de uma maneira que se destina a criar uma dose muito fiável e estável de ingredientes ativos. Muitos processadores testam regularmente lotes dos medicamentos que eles preparam para confirmar que os ingredientes ativos estão presentes e existe na concentração esperada, e os produtores de tais drogas também produzem, crescem e as plantas da colheita de maneiras que são projetados para melhorar o desempenho e ser confiável.
Planta Medicinal
Planta medicinal ou suas partes, que contenham as substâncias, ou classes de substâncias, responsáveis pela ação terapêutica, após processos de coleta, estabilização e/ou secagem, podendo ser íntegra, rasurada (cortada), triturada ou pulverizada.
Plantas
As plantas estiveram sempre presentes nos remédios do Homem. Ao longo da história, podemos encontrar muitas referências às plantas, que foram e são utilizadas em civilizações e culturas diversas.
Nos últimos 50 anos os medicamentos à base de plantas foram substituídos por medicamentos de síntese química mais ‘’modernos’’. Entretanto, até este acontecimento, os herbalistas, os médicos e os farmacêuticos tinham uma relação muito próxima nas capacidades e formação e ‘’partilhavam’’ o conhecimento adquirido, do trabalho com as plantas.
Medicina Herbal
O termo “Medicina Herbal” aplica-se geralmente à arte de usar as plantas para tratar doenças. Esta tradição data do início do século XVII com médicos como Culpepper. Embora eficaz a medicina herbal era usada nessa época maioritariamente de forma empírica.
A Fitoterapia
Nos últimos 50 anos, a ciência moderna deu-nos um conhecimento mais profundo, de como o corpo funciona e com os métodos mais sofisticados de imagem e investigação disponíveis, médicos e cientistas tem agora um conhecimento maior da fisiologia do corpo humano.
Este acontecimento deu credibilidade à medicina à base de plantas e apesar dos avanços na área farmacêutica, a utilização das plantas não foi colocada de lado. Pelo contrário, a sua utilização, nos últimos quinze anos, vem sendo cada vez mais popular. Enquanto que a utilização no passado era feita na maioria das vezes de forma empírica, podemos hoje em dia identificar os componentes ativos de cada planta e com a nova compreensão da fisiologia humana, explicar porque e como estas plantas funcionam. Esta aplicação da ciência moderna à medicina à base de plantas foi denominada Fitoterapia
O que é Fitoterapia?
Fitoterapia é a ciência que utiliza as plantas para manter a saúde e o bem-estar e influenciar na doença. É a utilização moderna da “Traditional Western Medical Herbalism”. O termo foi introduzido pelo médico francês, Henri Leclerc nos anos 50. Ele era um médico proeminente que usava plantas na prática clínica e publicou numerosos ensaios que culminaram com a publicação de seu trabalho Sumário de Fitoterapia. Foi o primeiro registo do termo Fitoterapia, adoptado rapidamente pelos alemães que o usavam para descrever a aplicação de plantas medicinais para tratar aqueles que estavam doentes.
A medicina herbal é a arte de usar plantas para tratar a doença
Fitoterapia é a aplicação da ciência moderna à medicina herbal
Na Europa o termo Fitoterapia é usado para diferenciar-se entre esta ciência e a arte do herbalismo tradicional. É uma indicação de que o uso de plantas medicinais é agora um assunto científico, aberto aos controlos científicos e testes, tais como HPLC (Cromatografia Liquida de Alta Pressão) e TLC (Cromatografia em Camada Fina).
Durante séculos, os herbalistas souberam empiricamente as plantas corretas a serem usadas para doenças. Por exemplo, a Echinacea é usada há muito tempo para as febres e a Ginkgo biloba para a memória. Com a ciência Fitoterapia e através dos testes científicos disponíveis, é agora possível isolar muitos dos componentes ativos e dos constituintes destas plantas, que nos ajuda por sua vez a explicar a sua ação. Pode-se mostrar que os componentes ativos da Echinacea (echinoside e echinacein) estimulam a produção dos linfócitos e macrófagos e assim estimulam o sistema imunitário; e a Ginkgo tem ação vasodilatadora (vaso=artéria; dilatador=abertura) das artérias, devido aos constituintes que foram denominados gingkolidos. A Fitoterapia pode desta maneira ajudar, através da moderna fisiologia, a explicar a maneira como as plantas atuam no corpo.
Isto é bem ilustrado comparando as monografias sobre a Echinacea, publicadas pela Associação Britânica de Medicina Herbal e na sua correspondente na Alemã.
Uma monografia dá uma visão geral, seja ela uma planta ou uma droga sintética .Fornece informações importantes sobre como e porque algo atua e fornece instruções para identificação e determinação da qualidade através de ensaios. As monografias são padrões de referência reconhecidos internacionalmente.
Na Farmacopeia Herbal Britânica a ação da Echinacea está inscrita como “imunoestimulante” Na sua correspondente na Alemã, Monografia da Comissão E, a ação da Echinacea é descrita como “aumenta a produção de glóbulos brancos ativando os fagócitos”.
Comparando as duas podemos ver que, embora as duas monografias concluam ação semelhante, a monografia alemã reflete uma grande compreensão sobre que forma a planta trabalha dentro do contexto da fisiologia moderna. Isto é Fitoterapia.
Embora a Fitoterapia use a medicina moderna para ajudar a compreender a ação das plantas, deve-se enfatizar que não é a intenção dos Fitoterapeutas isolar e purificar os componentes ativos, para uso clínico. Esta é a premissa da indústria farmacêutica. Muitas das drogas sintéticas usadas hoje são baseados em constituintes de plantas. Desde meados da década de 80 tem havido um ressurgimento no interesse da exploração de substâncias naturais, assim como a descoberta de drogas para novos compostos.
Existem dois caminho habitualmente utilizados pelas companhias farmacêuticas: o caminho etnobotânico e o caminho de seleção aleatória.
A Etnobotanica examina plantas que são usadas na medicina étnica e frequentemente confia em fortes relacionamentos entre o investigador do mundo Ocidental e o fornecedor de informação no mundo em desenvolvimento. A seleção aleatória envolve milhares de constituintes de plantas que são isolados e através de receptores especiais, projetados para imitar uma situação ou um processo de doença no corpo até que um “efeito” seja produzido. Em ambos, frequentemente, os resultados de rendimento são eventualmente usados para sintetizar um único princípio ativo obtido de uma planta que pode ser produzido em larga escala.
A Fitoterapia acredita que a planta inteira é o princípio ativo com muitos constituintes trabalhando em sinergia. Isolando componentes individuais, alguns dos benefícios terapêuticos da planta serão perdidos e as margens de segurança ameaçadas.
O LUGAR DA FITOTERAPIA NA MEDICINA MODERNA
É necessário definir onde a Fitoterapia pode ajudar na manutenção da saúde. Embora a medicina moderna tenha as suas falhas, é preciso dizer que somos incapazes de viver sem ela. Um bebé nasce com 30 semanas de gestação e é mantido vivo pela medicina moderna; uma meningite meningocócita poderia ser fatal se não fossem os antibióticos.
No entanto, existem muitos exemplos na medicina moderna onde a prevenção é melhor do que a cura e muitas condições em que medicamentos de síntese química modernos são incapazes de influenciar. É onde a medicina complementar tende a entrar, e com ela, a disciplina de Fitoterapia.
O Fitoterapeuta germânico , Rudolf Weiss, sugere a seguinte sequência de eventos para os médicos da atualidade:
Primeiro a palavra então a planta medicinal depois o principal agente terapêutico científico e finalmente o bisturi.
Esta sequência é interessante, visto que coloca-se à frente a mais importante regra da prática clínica. “A palavra”, dita de maneira apropriada, dando positivismo, esperança, aconselhamento e informação, esta é a principal habilidade terapêutica. Uma habilidade que os médicos ganham com a experiência, embora infelizmente, nem sempre atingida na sua plenitude.
Vem em seguida o lugar da planta e a Fitoterapia influencia a função do corpo e tenta normalizar algum desequilíbrio. Se isto falha, então as medicamentos de síntese deverão ser introduzidos.
Este conceito já é extensamente utilizado na Alemanha. Por exemplo, um médico na Alemanha tratando uma hipertensão ligeira, usa primeiramente uma planta medicinal. Isto explica porque o Crataegus é a planta mais prescrita na Alemanha, usado como um agente cardíaco. Quando a medicação à base de plantas, não baixa a tensão arterial, o médico então introduz os medicamentos de síntese. É também notório que existem muitas preparações na Alemanha que contém ambos, plantas e substâncias de síntese química, num mesmo medicamento.
Embora a Medicina Moderna tenha sido dominada pela Síntese Química nos últimos 50 anos, há agora uma grande compreensão por parte de médicos, farmacêuticos, pacientes e consumidores de que as drogas sintéticas não conseguem as respostas para todos os nossos problemas de saúde. Além disso, a filosofia e técnicas da Medicina, em conjunto com a incidência de efeitos não desejados dos medicamentos de síntese, conduziu a uma reavaliação dos métodos atuais de tratamento utilizados na Medicina Moderna.
Ao mesmo tempo, precisamos fazer um balanço e as disciplinas designadas por: “Medicina Holística”, “Medicina Complementar” e “Medicina Alternativa”, não tem as respostas para TODOS os nossos problemas de saúde.
Para aqueles que estão preocupados com a saúde, não é surpresa que há um aumento no interesse na Medicina Complementar e na Fitoterapia em todo a mundo. A Medicina Moderna engloba todas as novas áreas. Existe o reconhecimento (até pelas principais companhias farmacêuticas) de que as plantas são uma parte importante nos cuidados modernos de saúde.
A Fitoterapia encontra o seu nicho em condições de tratamento onde a Síntese Química é considerada excessiva ou talvez prove ser ineficaz.
História
A história da fitoterapia se confunde com a história da farmácia, em que até o século passado medicamentos eram basicamente formulados à base de plantas medicinais.
O descobrimento das propriedades curativas das plantas foi, no início, meramente intuitivo ou, observando os animais que, quando doentes, buscavam nas ervas cura para suas afecções.
Em 1873, o egiptólogo alemão Georg Ebers encontrou um rolo de papiro.
Após ter decifrada a introdução, foi surpreendido pela frase: “Aqui começa o livro relativo à preparação dos remédios para todas as partes do corpo humano”. Provou-se, mais tarde que este manuscrito era o primeiro tratado médico egípcio conhecido.
Atualmente pode-se afirmar que, 2.000 anos antes do aparecimento dos primeiros médicos gregos, já existia uma medicina egípcia organizada.
Dentre as plantas mais utilizadas pelos egípcios é indispensável citar o zimbro, a semente de linho, o funcho, o alho, a folha de sene e o lírio .
Os conhecimentos médicos iniciados no antigo Egito divulgaram-se mais tarde para a Mesopotâmia. Em 1924, na Inglaterra, os técnicos do Museu Britânico conseguiram identificar 250 vegetais, minerais e substâncias diversas cujas virtudes terapêuticas eram conhecidas pelo médicos babilônios. Nos pergaminhos da época são citadas ervas como o cânhamo indiano, utilizado como analgésico, nos casos de reumatismo.
Foram sobretudo os gregos, e mais tarde os romanos, que herdaram e aperfeiçoaram os conhecimentos egípcios. Hipócrates reuniu a totalidade dos conhecimentos médicos de seu tempo no conjunto de tratados conhecidos pelo nome de Corpus Hipocraticum, onde, para cada enfermidade, descreve um remédio vegetal e o tratamento correspondente.
No início da era cristã, Dioscórides inventariou, no seu tratado De Materia Medica, mais de 500 drogas de origem vegetal, mineral ou animal.
Finalmente, o grego Galeno, ligou o seu nome ao que ainda se denomina “farmácia galênica”, onde as plantas não são mais usadas na forma de pó e sim em preparações, nas quais são usados solventes como álcool, água ou vinagre, e servem para conservar e concentrar os componentes ativos das plantas, sendo utilizadas para preparar ungüentos, emplastros e outras formas galênicas.
O longo período que se seguiu, no Ocidente, designado por Idade Média, não foi exatamente uma época caracterizada por rápidos progressos científicos.
Foi, no entanto, no Renascimento, com a valorização da experimentação e da observação direta, com as grandes viagens para as Índias e a América, que se deu origem a um novo período de progresso no conhecimento das plantas e suas aplicações.
No início do século XVI o médico suíço Paracelso, tentou relacionar as virtudes das plantas com as suas propriedades morfológicas, sua forma e sua cor. Conhecida como a ” teoria dos sinais” ou “teoria da similitude”. Paracelso considerava que uma doença se podia curar com aquilo que com ela tivesse semelhança. Este pensamento não era original do médico suíço, pois os índios da América do Sul e, possivelmente indígenas de outros continentes, tinham as mesmas idéias sobre os sinais das plantas e suas relações com o valor curativo.
A partir de século XV houve uma preocupação em catalogar um grande número de vegetais, identificando-os e classificando-os de acordo com a procedência, e características dos princípios ativos.
Finalmente, os esforços de classificação culminam, em 1735, com a publicação do Systema Naturae, de Lineu.
Nos dias atuais, o estudo das plantas está muito difundido, originando o surgimento de diversos centros de pesquisa na área, principalmente nas Faculdades de Farmácia, e a cada dia apresentam-se trabalhos científicos sobre as plantas, sua composição e a sua ação terapêutica, bem como a melhor forma galênica de apresentação e utilização.
Medicamentos Fitoterápicos
A fitoterapia é o tratamento e/ou a prevenção de doenças usando plantas, partes de plantas e preparações feitas com plantas. Por isso, a ação do produto é baseada na presença de princípios ativos de origem vegetal.
Os medicamentos fitoterápicos são preparações padronizadas contendo extratos de plantas, amplamente comercializados em países desenvolvidos e em desenvolvimento. De acordo com a definição proposta pela Organização Mundial da Saúde (OMS), os medicamentos fitoterápicos são aqueles preparados com substâncias ativas presentes na planta como um todo, ou em parte dela, na forma de extrato total. A filosofia central da fitoterapia acredita que a ação farmacológica desses produtos envolva a interação de várias moléculas presentes no extrato e não a ação de uma molécula separadamente.
O consumo de medicamentos fitoterápicos tem aumentado consideravelmente nas últimas duas décadas, tanto nos países desenvolvidos, como naqueles em desenvolvimento.
Somente na Europa, o mercado dos medicamentos fitoterápicos atinge cerca de 7 bilhões de dólares ao ano, sendo a Alemanha responsável por 50% deste valor. Contudo, o maior crescimento ocorrido no mercado de medicamentos fitoterápicos foi observado nos Estados Unidos, onde 60 milhões de americanos recorrem a medicamentos fitoterápicos para tratamento de suas enfermidades.
Entre as várias razões que proporcionaram o rápido crescimento do mercado internacional, e o interesse da população pelos medicamentos fitoterápicos, podem ser mencionadas:
1. A preferência dos consumidores por terapias naturais
2. A tendência da população em acreditar que os medicamentos fitoterápicos podem ser eficazes nos tratamentos de doenças quando os medicamentos sintéticos têm falhado
3. A tendência para automedicação e a preferência da população pelos tratamentos preventivos
4. A existência de estudos científicos de alguns produtos fitoterápicos comprovando sua eficácia clínica, segurança, bem como a melhoria no controle de qualidade dos mesmos
5. Menores custos para os consumidores de medicamentos fitoterápicos.
Os medicamentos fitoterápicos surgem como uma forte tendência no Brasil. É um mercado bastante promissor e apresenta números expressivos, tornando-se um ambiente de negócio atrativo. Por possuir uma das maiores biodiversidades do mundo, nosso país pode ser tornar um dos destaques nesse segmento.
Origem da Fitoterapia
A palavra Fitoterapia é formada por dois radicais gregos: fito vem de phyton, que significa planta, e terapia, que significa tratamento; portanto fitoterapia é o tratamento em que se utilizam plantas medicinais.
A origem da fitoterapia é impossível de ser determinada. O uso terapêutico de plantas medicinais é um dos traços mais característicos da espécie humana. É tão antigo como o Homo sapiens; é encontrado em praticamente todas as civilizações ou grupos culturais conhecidos.
O termo fitoterapia foi apresentado pelo médico francês Dr. Henri Leclerc (1870-1955). Ele publicou numerosos ensaios do uso de plantas medicinais, a maioria deles na La Presse Médicale, um importante jornal médico francês.
O homem pré-histórico observava o comportamento instintivo dos animais na hora de restaurar suas feridas ou encobrir suas enfermidades. No seu passeio contínuo pode observar que certas espécies de plantas eram aptas para o consumo alimentício e outras eram tóxicas. Estas observações deram origem ao processo intuitivo que caracterizou os primeiros povoadores e que lhes permitiu discernir quais possuíam efeitos medicinais e quais não.
A respeito do emprego medicinal de plantas por parte das antigas civilizações, tem-se encontrado vários testemunhos através de expedições arqueológicas, como a produzida no ano de 1975 nas paredes de uma gruta pertencente a uma longínqua região do sul da Ásia, que foi habitada a cerca de sessenta mil anos aproximadamente (Paleolítico Médio Superior) pelo homem de Neanderthal. Nela encontraram-se desenhos e gravuras de plantas, folhas e órgãos humanos em clara alusão a uma correspondência terapêutica.
Quem sabe este seja o primeiro testemunho da integração das artes e das ciências, união em que o homem moderno tem lutado tanto ao longo dos séculos. Nos primeiros tempos de transição do hominídeo havia o homem do paleolítico, a arte de curar tinha muito do instinto animal. Mais tarde este mesmo homem primitivo descobre a importância de certos vegetais como as espécies tóxicas ou aquelas com ação laxante, iniciando assim o conhecimento empírico da fitoterapia.
Sem dúvida, a fitoterapia é considerada a medicina mais ancestral por excelência e equivocadamente se atribui a Hipócrates, Galeno ou Dioscórides como seus iniciadores.
Um dos manuais de medicina mais antigo que se conhece, foi escrito há aproximadamente 4.000 anos antes de Cristo e foi achado nas ruínas de Nippur através de uma expedição arqueológica. Nele é inscrito, com característica cuneiforme, uma dúzia de remédios, nos quais se menciona o abeto, o tomilho, e a pereira, entre outros.
A medida que o homem antigo foi conhecendo o uso de plantas medicinais e alimentícias, sem perceber, deu origem a uma possibilidade de comercializá-las pois muitas espécies eram únicas em determinados continentes. No século II a.C. já existia um ativo comércio entre Europa, Oriente Médio, Índia e Ásia, estabelecendo-se rotas comerciais definidas.
A fitoterapia na China
Durante a dinastia de YIN (1.500 a. C. aproximadamente), se realizaram gravuras sobre as partes duras e compactas que estão no interior de algumas frutas (utilizados como oráculos) sobre as virtudes de numerosas plantas medicinais. Chen Nong foi um Imperador chinês que governou aproximadamente no ano 300 antes de Cristo e a qual se atribui ser o iniciador do estudo profundo da fitoterapia que deu origem a primeira obra da medicina no mundo conhecida com o nome de Pents’ao.
Autores diferentes foram agregando modificações à obra inicial podendo ser habitual mencionar diferentes Pents’ao com o transcorrer dos anos na China.
As importâncias dos diferentes Pents’ao enraízam minuciosa classificação de cada planta: nome, habitat, preparação, toxicidade, etc. Assim mesmo, esses foram base para a criação da Farmacopéia Nacional Chinesa no ano de 1978 e a base de dados informatizada da Universidade Chinesa de Hong Kong.
A fitoterapia no Egito
Plantas comuns como absinto, alho, meimendro, coriandro, genciana, granado, funcho, etc são mencionados em papiros egípcios que datam de 1900 a. C. Em baixo-relevo dos tempos de Tutmés II (1450 a. C.), exposto no museu de Agricultura do Cairo, se pode observar um dos herbários mais antigos que se conhece gravado em granito, e que contém esculpidas 275 plantas medicinais.
De acordo com a mitologia egípcia, a arte de curar leva-nos ao Livro de Thot (deus da escritura e da magia) e à mulher-leão Sekhmet (deusa da saúde). Conta a lenda que o Livro de Thot, Hermes Trimegistro deixou um legado de sua sabedoria. Este conhecimento só poderia ser alcançado pelas castas sacerdotais e em completo ato de segredo, pelo que o ato de transmissão deste conhecimento entre os sacerdotais se denominou “conhecimento hermético” em honra de Hermes Trimegisto (cujo nome significa “três vezes sábio”).
A fitoterapia na Medicina da Suméria, Asíria e Babilônia
Os povos faziam menção das virtudes terapêuticas de aproximadamente 250 espécies vegetais entre as quais destacavam-se a cássia, a mirra, o pinheiro, o cortez, a raiz e as folhas de tâmara, o aloe, a amapola, a beladona e o cardomomo. Outro testemunho invalorável proporcionou o descobrimento da biblioteca do rei asírio Arsubanipal, que continha vários milhares de tabelas escritas, calcula-se que com mais de 3 mil anos, e no qual descrevem-se várias centenas de plantas.
A fitoterapia na Índia
A partir das escavações arqueológicas levadas a cabo há 50 anos na Índia, descobriram-se as cidades de Mohenjo-Daro e Harapa onde encontraram escritas e gravuras referidas ao emprego de plantas medicinais. Tratam-se de poemas épicos conhecidos como Vedas.
Estes escritos correspondem aos anos entre 1.500 – 1.000 a. C. e fazem menção as plantas aromáticas para uso alimentício:gengibre, noz moscada, pimenta, alcaçuz, alfavaca, cominho, açafrão, alho, etc.
É bom recordar que na Índia quem exercia a medicina eram os Brahmanes (sacerdotes de grande prestígio, pertencentes a primeira das quatro castas em que se dividia o povo hindu).
Consideravam que o homem era uma unidade psicofísica-espiritual, e quem podia cuidar da saúde do espírito, também podia encarregar-se de cuidar da saúde corporal. Na Índia, como parte do sistema integral e filosófico da vida, nasce a Ayúrveda (ayur = vida; veda = conhecimento). Os primeiros textos datam de uns 2.500 anos antes de Cristo, mas as sucessivas investigações foram apontando novos conhecimentos derivados fundamentalmente das culturas persas e dos mongóis, que incorporaram os ensinamentos de Galeno e Avicena. No século VII d. C., criou-se a Universidade de Nalanda, onde milhares de alunos iniciaram seus estudos ayurvédicos.
Para a medicina Ayurvédica a enfermidade resulta de um desequilíbrio entre o homem (microssomos) e seu ambiente (macrossomos). Brinda um verdadeiro enfoque holístico já que seus tratamentos são apropriados para o espírito, o corpo e a mente.
Para esta medicina existem cinco elementos: terra, água, fogo, ar e éter (força etéria) os quais devem equilibrar-se com três forças primárias: prana (alento da vida), agni (o espírito da luz e do fogo) e soma (indicativo de amor, harmonia e bem-estar). Em cada indivíduo existiriam centros de energia denominados Chakras (colocados em diferentes setores ou vísceras do organismo), os quais podem ser tonificados através de alimentos e plantas medicinais.
A fitoterapia na Grécia
Das obras médico-botânicas escritas na Grécia considera-se a mais antiga a pertencente a Teofrasto (nascido na ilha de Lesbos no ano de 372 a. C. e morto no ano de 287 a. C.) que em seu livro História das Plantas (dividida em nove volumes) faz menção a 455 plantas, mesmo que a sua grande maioria são de interpretação confusa. Teofrasto foi o discípulo predileto de Aristóteles (384-322 a. C.) que, pouco antes de morrer, designou-o como seu sucessor e lhe encomendou o cuidado de seu jardim botânico. Além de Histórias das Plantas, realizou outra obra em seis volumes entitulada As causas das plantas.
A obra de Hipócrates (460? A 370? a. C.) considera-se como a mais clara e completa da antiguidade já que não faz referência só a plantas medicinais, e sim as bases das ciências médicas em sua totalidade, ao ponto de ser reconhecido como o “Pai da medicina”. Hipócrates teve a sorte de viajar muito nessa época e pôde trasladar seus conhecimentos a terras longínquas como faziam os navega-dores gregos que transmitiam seu legado (com a criação da escola médica de Alexan-dria).
Contemporâneo porém menos famoso que Hipócrates foi Crataevas, a ele se deve um importante tratado (do qual lamentavelmente não há exemplares) no qual se detalham cerca de 400 plantas medicinais e a qual se assegura que foi plajeado por Dioscorides. Mesmo Hipócrates diz ter aprendido com ele.
No final desse período criador da medicina grega pertence a Galeno que viveu no século II d. C. nascido em Pérgamo no centro de uma família acomodada, formou-se em sua cidade e em Alexandria. Em Roma permaneceu durante três décadas, até um pouco antes de sua morte no ano de 201 d. C. Foi inicialmente médico de gladiadores e logo passou a corte como médico dos Imperadores Marco Aurélio, Cômodo e Sétimo Severo.
Resumindo, aos gregos deve-se, de alguma maneira, a transição do mitológico ao científico, já que os primeiros pensadores gregos deram ao entendimento da origem do cosmos e sua relação com o ser humano. A parti daí, o homem começa a entender a função do elemento lógico-pragmático e não a base de elementos mágico-religiosos.
A fitoterapia nos povos árabes
Com a queda do Império Romano no século V, o centro da cultura (e por conseqüência da medicina) mudou para Constantinopla e Pérsia onde cultivaram as idéias de Galeno e Hipócrates junto às tradições egípcias. Simultaneamente a tradição judaica outorgou grande importância a higiene como elemento preventivo de enfermidades, sobre tudo infecciosas.
Os hebreus, por exemplo, utilizavam ritualmente a mirra e o incenso.
Ao ser expulsado de Constantinopla por provocar uma ruptura religiosa, Nestortius no século V recorreu junto a suas filiais Síria, Pérsia e outras regiões vizinhas, criando o chamado Krabadin, que pode ser o primeiro texto classificado como farmacopéia oficial, e que regiu durante séculos com várias edições. Muitas civilizações a haviam adotado-na até o século XII, época em que apareceram os antidotários, os quais foram posteriormente dando origem as primeiras leis sobre o uso de drogas.
A obra mais importante da época constitui do Kitab al-Qanum ou Cânon da Medicina, escrito no século XI por Ibn Sina, mais conhecido por Avicena (980-1037). Esta obra estava centrada firmemente no conhecimento grego e deu origem ao denominado método ou sistema Unami (palavra árabe que significa “dos gregos”). Foi traduzida ao latim no século XII e desta maneira chega ao Ocidente para converte-se no livro de texto básico para todas as escolas médicas.
A fitoterapia na época Medieval
Nesta época, a medicina sofreu um processo de estancamento já que eram muito poucos os que podiam ter acesso às obras escritas em árabe, grego e latim. Precisamente os monges e clérigos tiveram um papel importante na sua difusão, ao ponto de serem considerados como médicos.
Nos monastérios apareceram os primeiros jardins de ervas medicinais, e se destacaram os monastérios de St. Gallen (França) construído no ano de 829 e o de Schaffhausen (Alemanha). Este último com o passar dos anos foi tomando grande relevo, até ser orientado e dirigido no século XVI por Leonardo Fuchs, considerado um dos pais da botânica.
Na Inglaterra, durante o reinado de Enrique VIII, o recentemente formado Colégio de Médicos determinou que todos aqueles que tiverem conhecimento das propriedades curativas das plantas medicinais, poderiam utilizar esse conhecimento para o bem da comunidade logo após solicitar a correspondente permissão a este colégio. Desta maneira surgiram os primeiros herbolários que anos mais tarde retirou a permissão de receitar, limitando-os a tarefa exclusiva de vender plantas medicinais, dando assim, início às primeiras farmácias.
A fitoterapia na época do renascimento
Nesta época o homem toma consciência das mudanças ocorridas no mundo e começa a revelar-se contra os princípios propostos pelo sistema imperante, forçando assim suas próprias idéias. Até esse momento a filosofia e a religião tinham caminhado juntas, mas com o avanço dos novos descobrimentos, tais como a bússola, a pólvora e a imprensa, deram a esta etapa da história uma dinâmica diferente.
A chegada da imprensa deu um grande impulso a difusão do conhecimento herbário. Otto Brunfels (1489-1543), monge cartuxo e posteriormente médico em Berna, publica o primeiro herbário ilustrado com plantas gravadas em madeira.
Nesta época, as viagens de Colombo à América permitiram conhecer uma nova flora e novas aplicações terapêuticas das plantas.
Como foi observado, a atenção médica nesta época deixava bastante a desejar já que eram muito poucos os que podiam usá-la. Nesta época surgiram os primeiros curandeiros que possuíam conhecimentos herbários notáveis e eram muito populares naqueles povoados carentes de recursos.
Em síntese, a utilização de plantas medicinais cai em um terreno obscuro com profundos questio-namentos, sobretudo eclesiás-ticos, onde, apesar de tudo, destacam-se honrosas exceções como os dos médicos das escolas de Salerno, Florênça e Paracelso. Em 1498, a escola de Florença redige o célebre Receituário Florentino, uma espécie de vademécum terapêutico escrito por médicos e farmacêuticos.
O século XVI está marcado com os conhecimentos apontados no campo da anatomia por Andrés Vesalio que aperfeiçoou e aprofundou os antigos esquemas provenientes das dissecações realizadas na Universidade de Bolonha no século XII. Inclusive corrigiu os escritos de anatomia das obras de Galeno em quem havia se inspirado. Como é possível analisar, a anatomia se converteu no único ramo da medicina com fundamento científico; desta maneira, as artes médicas consolidaram-se no estudo da natureza morta e não da viva.
Assim, as plantas ficaram como elemento do ocultismo e carentes do rigor científico.
A fitoterapia na Idade Moderna
Com o advento da Idade Moderna, o avanço da ciência, promovido inicialmente por Galileo, Bacon, Newton e posteriormente Descartes, determinou que o melhor caminho para chegar a um conhecimento efetivo e rigoroso da natureza devia ser levado a cabo através do Método Científico. Desta maneira, surge a era da metodologia a qual se pode definir como “aquela parte da lógica encarregada de estudar os métodos de maneira sistemática e crítica, seja os métodos empregados nas ciências como os utilizados na filosofia”.
No princípio do século XVII, cria-se na Inglaterra a Farmacopéia Londrina, origem da Farmacopéia Britânica atual e em 1638 na França, cria-se o Codex Medicamentarium Gallicus. Ambas obras, junto com as Farmacopéias de Portugal e Espanha, foram referências do saber médico de muitas outras regiões (incluindo o novo continente), havendo incorporado muitas plantas medicinais, apesar de que não se conhecerem muito bem suas doses terapêuticas e suas doses tóxicas.
Na Europa surgem grandes defensores da saúde pelos métodos naturais, como Sebastiam Kneipp (1821-1897) e posteriormente Johann Künzle (1857-1945). Em 1864, cria-se no norte da Inglaterra o National Institute of Medical Herbalists, a primeira entidade profissional de fitoterapia do mundo.
Os sopros da liberdade que foram aparecendo através da onda de independências dos países americanos, deram o marco apropriado para a criação de farmacopéias próprias.
Foi assim que em 1820, cria-se a primeira farmacopéia americana intitulada: “Farmacopéia dos Estados Unidos da América do Norte”.
Na continuação, surge a do México e na América do Sul, o Chile é o primeiro país a contar com Farmacopéia própria, que ocorre em 1886. Em 1898, surgem as da Argentina e Venezuela e em 1926 a do Brasil. A necessidade de criar normas para a boa preparação dos remédios, deram origem a palavra farmacopéia, termo derivado do grego Pharmakon (droga) e poeia (preparo).
Somente após a Segunda Guerra Mundial, publicou-se uma obra de referência sobre o uso de plantas medicinais, Lehrbuch der Phytotherapie escrito por Dr. Rudolf Fritz Weiss. Este livro é respeitado por botânicos e médicos como um trabalho pioneiro na área de fitoterapia, que foi tradizido em inglês chamando-se Herbal Medicine. Ele tem se estabelecido como um recurso indispensável e é amplamente conhecido como o texto-chave na área de medicina fitoterápica.
Seu autor, Prof. Dr. Rudolf Weiss (1895-1992) é altamente respeitado como o “pai fundador” da fitoterapia alemã moderna. Ele estudou botânica e medicina na Universidade de Berlin, qualificando-se como doutor em 1922 e obteve qualificações adicionais subseqüentes em medicina interna. Dr. Weiss foi apontado como membro da Comissão E alemã em 1978. Ele foi fundador e editor da Zeitschrift für Phytotherapie.
Com a nova contribuição do Dr. Volker Fintelmann, o texto clássico do Weiss na Herbal Medicine expandiu-se e redirecionou-se para satisfazer as necessidades dos médicos, residentes, estudantes e outros clínicos.
Dr. Fintelmann é médico especializado em medi-cina interna e gastroenterologia. Ele foi presidente da Comissão E alemã e focaliza seu trabalho no desenvolvimento prático e metodológico da fito-terapia.
O emprego de plantas medicinais na recuperação da saúde tem evoluído ao longo dos tempos desde as formas mais simples de tratamento local, provavelmente utilizada pelos homens das cavernas até as formas tecnologicamente sofisticadas da fabricação industrial utilizada pelo homem moderno.
Mas, apesar das enormes diferenças entre as duas maneiras de uso, há um fato comum entre elas: em ambos os casos o homem percebeu, de alguma forma, a presença nas plantas da existência de algo que, adminstrado sob a forma de mistura complexa como nos chás, garrafadas, tinturas, pós, etc, num caso, ou como substância pura isolada, em outro caso, e transformado em comprimidos, gotas, pomadas ou cápsulas, tem a propriedade de provocar reações benéficas no organismo capazes de resultar na recuperação da saúde.
Este algo atuante é o que se chama de princípio ativo, seja ele constituído de uma única substância existente na planta ou de um conjunto de substâncias que atuam sinergicamente, chamada de complexo fitoterápico. Essas substâncias podem ser empregadas tanto dentro da própria planta na forma de preparações caseiras, como chás, tinturas e pós, ou na forma de composto puro isolado da planta e transformado em cápsulas, comprimidos e pomadas, pela indústria farmacêutica.
Definições de Fitoterápicos segundo a Legislação brasileira
Seguem abaixo, definições de medicamento fitoterápico segundo a Legislação. As definições estão citadas em ordem crescente de data, para que possamos perceber as alterações ao longo do tempo.
A primeira norma encontrada é a Portaria 22 de 30 de outubro de 1967, emitida pelo Ministério da Saúde, que estabelece normas para o emprego de preparações fitoterápicas:
Entende-se por produto fitoterápico a preparação obtida de droga de origem vegetal.
A norma seguinte somente ocorreu trinta anos depois, com a Portaria nº 123, de 19 de outubro de 1994, emitida pelo Ministério da Saúde – Secretaria de Vigilância Sanitária, e estabelece as normas para o registro de produtos fitoterápicos:
Produto fitoterápico: é todo medicamento manufaturado obtido exclusivamente de matérias-primas ativas vegetais, com a finalidade de interagir com meios biológicos, a fim de diagnosticar, suprimir, reduzir ou prevenir estados e manifestações patológicas, com benefício para o usuário. É caracterizado pelo conhecimento da eficácia e dos riscos de seu uso, assim como pela reprodutibilidade e constância de sua qualidade; é o produto final acabado, embalado e rotulado. Substâncias ativas isoladas ou misturas obtidas pela adição de substâncias ativas isoladas não são consideradas produtos fitoterápicos. Produtos que apresentem a adição de substâncias ativas de outras origens não são considerados produtos fitoterápicos. Adjuvantes farmacêuticos podem estar incluídos na preparação.
Nesta norma, já houve a preocupação com sua finalidade, conhecimento de sua eficácia, risco e forma de apresentação e de preparo. Ainda nesta Portaria, outra definição é citada, ressaltando a definição do preparado fitoterápico, incluindo seus derivados:
Preparação Fitoterápica: é produto vegetal triturado, pulverizado, rasurado; extrato, tintura, óleo essencial, gordura vegetal, suco e outros, obtido de drogas vegetais, através de operações de fracionamento, extração, purificação ou concentração, utilizada na obtenção de produto fitoterápico.
Um ano depois, a Portaria nº 6, de 31 de janeiro de 1995, que instituiu e normatizou o registro de produtos fitoterápicos junto ao Sistema de Vigilância Sanitária, emitido já pela atual ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), publica uma nova definição, porém, com poucas alterações:
Produto Fitoterápico: é todo medicamento tecnicamente obtido e elaborado, empregando-se exclusivamente matérias-primas ativas vegetais com finalidade profilática, curativa ou para fins de diagnósticos, com benefício para o usuário.
É caracterizado pelo conhecimento da eficácia e dos riscos de seu uso, assim como pela reprodutibilidade e constância de sua qualidade: é o produto final acabado, embalado e rotulado.
Na sua preparação, podem ser utilizados adjuvantes farmacêuticos permitidos pela legislação vigente. Não podem estar incluídas substâncias ativas de outras origens, não sendo considerado produto fitoterápico quaisquer substâncias ativas, ainda que de origem vegetal, isoladas ou mesmo suas misturas.
Esta portaria ficou em vigor por 5 anos, quando a RDC 17 de 24 de fevereiro de 2000, revogou todas as outras normas estabelecidas anteriormente. Esta resolução dispunha sobre o registro de medicamentos fitoterápicos e foi emitida pela ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária. A definição sofreu alterações apenas de redação, mas nela podemos agora, encontrar termos pela qual poderiam ser classificados os medicamentos fitoterápicos quanto ao seu uso.
Medicamento fitoterápico: medicamento farmacêutico obtido por processos tecnologicamente adequados, empregando-se exclusivamente matérias-primas vegetais, com finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins de diagnóstico. É caracterizado pelo conhecimento da eficácia e dos riscos de seu uso, assim como pela reprodutibilidade e constância de sua qualidade. Não se considera medicamento fitoterápico aquele que, na sua composição, inclua substâncias ativas isoladas, de qualquer origem, nem as associações destas com extratos vegetais.
Medicamento fitoterápico novo: aquele cuja eficácia, segurança e qualidade, sejam comprovadas cientificamente junto ao órgão federal competente, por ocasião do registro, podendo servir de referência para o registro de similares.
Medicamento fitoterápico tradicional: aquele elaborado a partir de planta medicinal de uso alicerçado na tradição popular, sem evidências, conhecidas ou informadas, de risco à saúde do usuário, cuja eficácia é validada através de levantamentos etnofarmacológicos e de utilização, documentações tecnocientíficas ou publicações indexadas.
Medicamento fitoterápico similar: aquele que contém as mesmas matérias-primas vegetais, na mesma concentração de princípio ativo ou marcadores, utilizando a mesma via de administração, forma farmacêutica, posologia e indicação terapêutica de um medicamento fitoterápico considerado como referência.
Abaixo, segue a Resolução RDC nº 48, de 16 de março de 2004, emitida pela ANVISA, que dispõe sobre o registro de medicamentos fitoterápicos e revoga a RDC 17 de 24 de fevereiro de 2000.
Fitoterápico: medicamento obtido empregando-se exclusivamente matérias-primas ativas vegetais. É caracterizado pelo conhecimento da eficácia e dos riscos de seu uso, assim como pela reprodutibilidade e constância de sua qualidade. Sua eficácia e segurança é validada através de levantamentos etnofarmacológicos de utilização, documentações tecnocientíficas em publicações ou ensaios clínicos fase 3. Não se considera medicamento fitoterápico aquele que, na sua composição, inclua substâncias ativas isoladas, de qualquer origem, nem as associações destas com extratos vegetais.
Nesta resolução foi acrescentada a forma pela qual a segurança e a eficácia do medicamento fitoterápico deve ser comprovada. Pela primeira vez, temos a citação de estudos clínicos de fase 3 para a classificação do medicamento. Esta é a definição que está em vigor até os dias de hoje.
Fonte: www.tammioflynn.com/en.wikipedia.org/www.wisegeek.com/www.virtual.epm.br
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