Rural Willys

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Rural Willys – História

O modelo Willys Wagon foi montado no Brasil pela Willys Overland do Brasil a partir de 1956.

Em 1958 o veículo recebeu o nome de “Rural Willys”, e não houve grandes diferenças externas em relação ao modelo americano do mesmo ano, sendo a maior implementação técnica o Willys Motor F-161.

Este motor foi usado anteriormente no modelo americano Aero Willys.

Em 1960, o modelo foi modificado para um novo design totalmente exclusivo proposto pelo designer americano Steven Brooks.

A partir deste mesmo ano, as opções de tração 4×2 e 4×4 estavam disponíveis e 100% dos componentes eram de produção nacional.

Entre 1969 e 1977, a produção do Rural Willys foi realizada pela Ford do Brasil, empresa que havia adquirido o controle da Willys do Brasil em 1969. Em 19 anos, foram produzidas cerca de 182 mil unidades, o que torna o Rural um dos veículos mais conhecidos do Brasil.

Muitos ainda estão empregados em trabalhos pesados, principalmente nas regiões do interior do país.

Também podemos ver alguns poucos Willys Rurais bem preservados como automóveis de coleção durante alguns passeios e exposições especializadas.

O cinza é 4×2 e o marrom 4×4. Pertencem a Luiz Halila e Gustavo Halila e são os carros clássicos preferidos da família curitibana, que também possui um Willys Rural 1968, um Ford Pickup 1976 e um Ford Rural 1973.

Nos anos 50, as estradas brasileiras eram ainda piores que as de hoje: faltava asfalto e sobrava lama.

Não é de se espantar que a montadora americana Willys-Overland tenha se interessado pelo país nos tempos de industrialização entre o fim do governo Vargas e o início dos anos JK.

Willys era uma fábrica independente que, durante os anos da Segunda Guerra, ganhou força produzindo o Jeep.

Com o fim do conflito, este modelo passou a ser vendido também para civis (era considerado equipamento agrícola).

Por volta de 1947, a Willys começou a diversificar a linha, criando versões “sociais” do Jeep: uma era o Jeepster (conversível que nunca foi feito no Brasil), outra era a Station Wagon.

Os planos da Willys em São Bernardo do Campo foram iniciados em 1952. Quatro anos depois, a fábrica começou a montar os Jeep, usando peças brasileiras.

A Willys Station Wagon, até então importada, passou a ser feita no Brasil no fim de 1958 – e foi logo rebatizada de Rural-Willys. As linhas eram as mesmas do modelo americano.

Um detalhe característico era a pintura saia-e-blusa: verde e branca, vermelha e branca ou azul e branca.

Quem vê a bonachona figura da Rural não imagina que sua origem está nos campos de batalha da Segunda Guerra Mundial. Ela é a versão familiar do Jeep, criado para as tropas americanas e usado em terrenos difíceis na África e na Ásia.

Quando foi lançada pela Willys do Brasil, em 1956, a expressão utilitário esportivo ainda não fazia parte do nosso vocabulário: era caminhonete ou camioneta, mesmo.

ural WillysRural Willys

Mas ela foi uma precursora dessa tendência. Foram bem poucas as mudanças na Rural nacional.

De 1959 até 1977, quando deixou de ser fabricada ela teve basicamente dois motores: um seis cilindros, originalmente com 90 cavalos, que foi aperfeiçoado ao longo do tempo, e um quatro cilindros, o mesmo com que a Ford equipou os últimos Maverick na década de 70. Nos primeiros tempos a mecânica era tão rústica quanto a dos Jeep.

O motor a gasolina, de seis cilindros e 2.638cc, rendia 90 cavalos. O câmbio era de três marchas, com caixa de transferência para tração 4×4. Havia eixos rígidos na dianteira e na traseira. Além do uso no campo, o utilitário da Willys também era comum nas cidades e muito usado como carro de frota.

A primeira grande inovação veio na Rural de 1960: a dianteira ganhou linhas exclusivas para o mercado brasileiro. O para-brisa passou a ser inteiriço e o mesmo aconteceu com o vidro traseiro.

Rural Willys 1960

Isso sem esquecer da Pick-up Jeep, na verdade uma Rural com caçamba. Introdução de novos paralamas dianteiros e nova frente que seria mantido até o final da produção.

Introdução de vidros inteiriços na frente a na traseira substituindo os vidros bi-partidos. Assim a “Rural Jeep” ganha o novo “design” exclusivo do modelo 100% Brasileiro.

O Jipe Rural

Rural Willys

Outro aspecto único da história é o “Rural“, uma versão reestilizada da perua Willys que estreou em 1960 em duas rodas e tração nas quatro rodas. Inicialmente foi rotulado como “Rural Willys

A nova carroceria também foi utilizada na picape.

Rural foi produzido pela Willys, e depois pela Ford, até 1977.

Simplicidade, robustez e economia eram seus pontos altos. Levava sete passageiros com um comprimento total de 4,78 metros ou, se os bancos traseiros fossem retirados, mais de 2.700 litros de carga.

O porta-malas tinha piso plano e a porta de acesso dividida na horizontal, uma parte se abrindo para cima e outra para baixo. A ausência de madeira facilitava a conservação da carroceria e a suspensão dianteira, idealizada pelo chefe de engenharia Barney Ross, empregava um sistema de sete lâminas transversais, lembrando um projeto seu para a Studebaker na década de 30.

O motor era o mesmo do sedã Americar de antes da guerra, de quatro cilindros, 2,2 litros e cabeçote em “F” (válvulas de admissão no cabeçote e de escapamento no bloco), claramente subdimensionado. Apenas 63 cv e 14,5 m.kgf, ambos valores brutos, lidavam com um peso 300 kg maior na perua, levando-a com esforço a 105 km/h de velocidade máxima. O câmbio de três marchas logo recebia um overdrive, mas a tração permanecia apenas traseira — só em 1949 seria oferecida a perua 4×4, com feixes de molas semi-elíticas convencionais na suspensão dianteira.

Em 1947 aparecia o Sedan Delivery, uma versão furgão da perua, sem as janelas laterais posteriores, com duas portas traseiras que se abriam para os lados e banco apenas para o motorista.

No ano seguinte chegavam uma versão de luxo, a Station Sedan, e novas cores. Boas novidades eram os bancos mais confortáveis e a opção do motor Lightning (relâmpago) de seis cilindros em linha e 2,4 litros, com potência bruta de 72 cv, que melhorava bastante o desempenho.

Uma nova grade frontal era adotada em 1950. A proposta da perua, porém, permanecia a de um espartano utilitário e não mudaria com a absorção da Willys pela Kaiser-Frazer Corporation, em 1953.

Apenas detalhes de acabamento e pintura em dois tons (“saia-e-blusa”) seriam introduzidos de início.

O modelo 1958, um dos primeiros montados no Brasil, ainda usava componentes importados.
O motor era de 2,6 litros e modestos 90 cv brutos

A nova fase trouxe algumas evoluções, como o motor Hurricane (furacão) de seis cilindros e 115 cv brutos, em 1954, que equipava há sete anos os automóveis da Kaiser.

Versões para fins específicos passaram a ser oferecidas, como uma de seis portas, entreeixos longo e três fileiras de bancos, para serviços de hotéis e aeroportos. Em 1960 o pára-brisa vinha em uma única peça e, dois anos após, tanto a Station Wagon quanto o furgão Sedan Delivery eram descontinuados.

Em julho de 1956 a Rural começava a ser montada aqui, com peças importadas e o mesmo desenho do modelo americano. A pintura “saia-e-blusa” (verde e branca, vermelha e branca ou azul e branca) dava um toque de charme a um utilitário rústico, com suspensões dianteira e traseira de eixo rígido com molas semi-elíticas, câmbio de três marchas com redução e tração 4×4. O motor a gasolina, de seis cilindros em linha e 2,6 litros, entregava modestos 90 cv brutos.

Três anos depois era adotado um motor nacional, fabricado em Taubaté, SP. Em 1960, aproveitando a oportunidade da nacionalização completa dos componentes, a Willys redesenhava sua frente para adotar um estilo próprio, exclusivo para o Brasil. Larga e agressiva, há quem diga que ela se parece com a estrutura frontal do Palácio da Alvorada, em Brasília, se vista invertida.

Vinham também o pára-brisa e o vidro traseiro inteiriços, como no modelo americano.

O sucesso da Rural não demorou a vir, tornando-se um veículo muito desejado. O mercado nacional era escasso de opções, havendo apenas a Volkswagen Kombi com capacidade de transportar uma grande família, ou um grupo de trabalho, por terrenos acidentados. Tornou-se comum ver a perua da Willys em frotas de serviços e também no uso urbano.

Em 1961 era introduzido o Pickup Willys.

O uso familiar, longe dos atoleiros, tornava-se mais freqüente com o lançamento, em 1964, da versão 4×2: tinha a alavanca de câmbio na coluna de direção e suspensão dianteira independente, com molas helicoidais, para um rodar mais confortável e melhor estabilidade. “Curva fechada não existe para ela”, dizia a publicidade.

Outros aprimoramentos vinham de tempos em tempos. Em 1965 ganhava limpador de pára-brisa elétrico (não mais a vácuo), outra grade na versão 4×2 e câmbio de três marchas com a primeira sincronizada — uma vantagem nos subidões, por não ser preciso habilidade para engatá-la quando a segunda não dava conta do recado. Um ano depois, alternador no lugar do dínamo, carburador recalibrado para menor consumo e roda-livre para a 4×4. Novo painel de instrumentos, trava de direção, nova grade e câmbio de quatro marchas sincronizadas vinham em 1967.

ural WillysNum anúncio de 1970, a mamãe leva as crianças à escola, desfrutando do
“domínio das ruas” que só um utilitário pode proporcionar…
Uma precursora dos atuais SUVs

Rural Willys – Produção

A produção na Rural no Brasil começou em 1956 e foi até o ano de 1982.

O modelo começa a ser feito no País com motor 2.6 de 6 cilindros, frente igual à do norte-americano e carroceria pintada de duas cores, tipo saia-e-blusa

Em 1959 a carroceria foi reestilizada e ganhou vidros inteiriços na frente e atrás, novas sinaleiras traseiras, além de pára-lamas dianteiros e frente redesenhada, que seria mantida até o final de sua produção no Brasil, em 1977 Em 1961 o modelo ganha versão picape. Opção 4×2 viria três anos depois

Em 1968 a Willys Overland do Brasil é adquirida pela Ford Em 1969 a Ford-Willys anuncia 406 inovações no carro.

Das principais, eixo traseiro de maior diâmetro, conhecido por ?canela grossa?, e diferencial autobloqueante. Um ano depois o motor 2.6 daria lugar ao 3.0 que produz 132 cv brutos.

Em 1972 nome do modelo muda de Rural Willys para Ford Rural e a versão 4×2 Luxo, com suspensão dianteira independente, deixa de ser produzida.

Rural Willys 1959

E em 1975 com a crise do petróleo, neste ano a Rural ganhou motor Ford OHC 2300 de quatro cilindros, mais econômico, acoplado ao câmbio de quatro velocidades com relações de marchas mais curtas 1977 a SW deixa de ser feita. O jipe e a picape continuariam até 1982.

Rural WillysRural Willys

Fonte: www.kaiserwillys.com/cj3b.info/ruralwillys.tripod.com/www2.uol.com.br

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