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Renascimento Cultural – Definição
O Renascimento definida (“Novo Nascimento”), usado em sentido estrito, o que significa que o novo entusiasmo pela literatura clássica, aprendizado e arte que surgiu na Itália no fim da Idade Média, e que durante o curso dos séculos XV e XVI deu uma nova cultura para a Europa.
Para muitos escritores, o termo é empregado em um sentido ainda mais estreito do que este, sendo utilizado para designar apenas o renascimento da arte clássica; mas esta é para depreciar a fase mais importante de um desenvolvimento multifacetado. O Renascimento foi essencialmente um movimento intelectual.
É esta qualidade intelectual que lhe confere um lugar tão grande na história universal.
Usando a palavra em um sentido um pouco mais amplo, podemos definir a Renascença como a reentrada no mundo secular, questionador, espírito auto-suficientes que caracterizou a vida e a cultura da antiguidade clássica. Isto é simplesmente dizer que sob a influência do renascimento intelectual dos homens da Europa Ocidental chegou a pensar e sentir, olhar para a vida e o mundo exterior, assim como os homens da Grécia e Roma antigas; e isso novamente é simplesmente dizer que eles deixaram de pensar e sentir como os homens medievais e começaram a pensar e sentir como os homens modernos.
Renascimento Cultural – O que é
O termo “Renascimento” é da mesma palavra francesa, que significa “renascimento”.
Ela vem do Renascimento italiano, “Re” que significa “novo” e “nascere” que significa “nascer”.
O Renascimento foi um movimento cultural que se estendeu aproximadamente o 14 ao século 17, começando na Itália na Idade Média tardia e depois se espalhando para o resto da Europa. Sua influência afetou a literatura, filosofia, arte, política, ciência, religião e outros aspectos da investigação intelectual.
Renascimento Cultural – Movimento
Podemos considerar o Renascimento como um dos marcos iniciais da Modernidade, ao refletir o conjunto de mudanças vivenciadas pela sociedade urbana da Europa Ocidental.
INTRODUÇÃO
Renascimento é o nome que se dá a um grande movimento de mudanças culturais, que atingiu as camadas urbanas da Europa Ocidental entre os séculos XIV e XVI, caracterizado pela retomada dos valores da cultura greco-romana, ou seja, da cultura clássica. Esse momento é considerado como um importante período de transição envolvendo as estruturas feudo capitalistas.
As bases desse movimento eram proporcionadas por uma corrente filosófica reinante, o humanismo, que descartava a escolástica medieval, até então predominante, e propunha o retorno às virtudes da antiguidade.
Platão, Aristóteles, Virgílio, Sêneca e outros autores greco-romanos começam a ser traduzidos e rapidamente difundidos.
Platão
Os Valores
O movimento renascentista envolveu uma nova sociedade e portanto novas relações sociais em seu cotidiano. A vida urbana passou a implicar um novo comportamento, pois o trabalho, a diversão, o tipo de moradia, os encontros nas ruas, implicavam por si só um novo comportamento dos homens. Isso significa que o Renascimento não foi um movimento de alguns artistas, mas uma nova concepção de vida adotada por uma parcela da sociedade, e que será exaltada e difundida nas obras de arte.
Apesar de recuperar os valores da cultura clássica, o Renascimento não foi uma cópia, pois utilizava-se dos mesmos conceitos, porém aplicados de uma nova maneira à uma nova realidade.
Assim como os gregos, os homens modernos valorizaram o antropocentrismo: O homem é a medida de todas as coisas; o entendimento do mundo passava a ser feito a partir da importância do ser humano, o trabalho, as guerras, as transformações, os amores, as contradições humanas tornaram-se objetos de preocupação, compreendidos como produto da ação do homem.
Uma outra característica marcante foi o racionalismo, isto é, a convicção de que tudo pode ser explicado pela razão do homem e pela ciência, a recusa em acreditar em qualquer coisa que não tenha sido provada; dessa maneira o experimentalismo, a ciência, conheceram grande desenvolvimento. O individualismo também foi um dos valores renascentistas e refletiu a emergência da burguesia e de novas relações de trabalho.
A idéia de que cada um é responsável pela condução de sua vida, a possibilidade de fazer opções e de manifestar-se sobre diversos assuntos acentuaram gradualmente o individualismo. É importante percebermos que essa característica não implica o isolamento do homem, que continua a viver em sociedade, em relação direta com outros homens, mas na possibilidade que cada um tem de tomar decisões.
Foi acentuada a importância do estudo da natureza; o naturalismo aguçou o espírito de observação do homem. O hedonismo representou o culto ao prazer, ou seja, a idéia de que o homem pode produzir o belo, pode gerar uma obra apenas pelo prazer que isso possa lhe proporcionar, rompendo com o pragmatismo.
O Universalismo foi uma das principais características do Renascimento e considera que o homem deve desenvolver todas as áreas do saber; podemos dizer que Leonardo da Vinci é o principal modelo de homem universal, matemático, físico, pintor e escultor, estudou inclusive aspectos da biologia humana.
Comparação dos valores medievais com os valores renascentistas
Idade Média | Renascimento |
Teocentrismo | Antropocentrismo |
Influência Cristã | Influência Clássica Greco-Romana |
Dogmatismo | Esírito Crítico |
Pessimismo | Otimismo |
Coletivismo | Individualismo |
Arte: Temas Religiosos | Arte: Temas Pagãos uso da perspectiva |
Arquitetura: utilizada para defesa, escura e pesada | Arquitetura: leve e iluminada |
ITÁLIA: O Berço do Renascimento
Esse é uma expressão muito utilizada, apesar de a Itália ainda não existir como nação. A região italiana estava dividida e as cidades possuíam soberania. Na verdade o Renascimento desenvolveu-se em algumas cidades italianas, principalmente aqueles ligadas ao comércio.
Desde o século XIII, com a reabertura do Mediterrâneo, o comércio de várias cidades italianas com o oriente intensificou-se , possibilitando importantes transformações, como a formação de uma camada burguesa enriquecida e que necessitava de reconhecimento social. O comércio comandado pela burguesia foi responsável pelo desenvolvimento urbano, e nesse sentido, responsável por um novo modelo de vida, com novas relações sociais onde os homens encontram-se mais próximos uns dos outros. Dessa forma podemos dizer que a nova mentalidade da população urbana representa a essência dessas mudanças e possibilitará a Produção Renascentista.
Podemos considerar ainda como fatores que promoveram o renascimento italiano, a existência de diversas obras clássicas na região, assim como a influência dos sábios bizantinos, homens oriundos principalmente de Constantinopla, conhecedores da língua grega e muitas vezes de obras clássicas.
Florença
A Produção Renascentista
É necessário fazer uma diferenciação entre a cultura renascentista; aquela caracterizada por um novo comportamento do homem da cidade, a partir de novas concepções de vida e de mundo, da Produção Renascentista, que representa as obras de artistas e intelectuais, que retrataram essa nova visão de mundo e são fundamentais para sua difusão e desenvolvimento. Essa diferenciação é importante para que não julguemos o Renascimento como um movimento de alguns grandes homens, mas como um movimento que representa uma nova sociedade, urbana caracterizada pelos novos valores burguesas e ainda associada à valores cristãos.
O mecenato, prática comum na Roma antiga, foi fundamental para o desenvolvimento da produção intelectual e artística do renascimento. O Mecenas era considerado como protetor, homem rico, era na prática quem dava as condições materiais para a produção das novas obras e nesse sentido pode ser considerado como o patrocinador, o financiador. O investimento do mecenas era recuperado com o prestígio social obtido, fato que contribuía com a divulgação das atividades de sua empresa ou instituição que representava. A maioria dos mecenas italianos eram elementos da burguesia, homens enriquecidos com o comércio e toda a produção vinculada à esse patrocínio foi considerada como Renascimento Civil.
Encontramos também o Papa e elementos da nobreza praticando o mecenato, sendo que o Papa Júlio II foi o principal exemplo do que denominou-se Renascimento Cortesão.
Moisés, obra de Michelangelo para o Papa Julio II
A Expansão do Renascimento
No decorrer do século XVI a cultura renascentista expandiu-se para outros países da Europa Ocidental e para que isso ocorresse contribuíram as guerras e invasões vividas pela Itália. As ocupações francesa e espanhola determinaram um conhecimento melhor sobre as obras renascentistas e a expansão em direção a outros países, cada um adaptando-o segundo suas peculiaridades, numa época de formação do absolutismo e de início do movimento de Reforma Religiosa.
O século XVI foi marcado pelas grandes navegações, num primeiro momento vinculadas ao comércio oriental e posteriormente à exploração da América. A navegação pelo Atlântico reforçaram o capitalismo de Portugal, Espanha e Holanda e em segundo plano da Inglaterra e França. Nesses países atlânticos desenvolveu-se então a burguesia e a mentalidade renascentista.
Esse movimento de difusão do Renascimento coincidiu com a decadência do Renascimento Italiano, motivado pela crise econômica das cidades, provocada pela perda do monopólio sobre o comércio de especiarias.
A mudança do eixo econômico do Mediterrâneo para o Atlântico determinou a decadência italiana e ao mesmo tempo impulsionou o desenvolvimento dos demais países, promovendo reflexos na produção cultural.
Miguel de Cervantes, representante do Renascimento espanhol
Outro fator fundamental para a crise do Renascimento italiano foi a Reforma Religiosa e principalmente a Contra Reforma. Toda a polêmica que desenvolveu-se pelo embate religioso fez com que a religião voltasse a ocupar o principal espaço da vida humana; além disso, a Igreja Católica desenvolveu um grande movimento de repressão, apoiado na publicação do INDEX e na retomada da Inquisição que atingiu todo indivíduo que de alguma forma de opusesse a Igreja.
Como o movimento protestante nõ existiu na Itália, a repressão recaiu sobre os intelectuais e artistas do renascimento.
O Renascimento Cultural
Manifesta-se através de uma explosão de criações artísticas, literárias e científicas que revalorizam a Antiguidade clássica greco-romana e o humanismo.
Chocam-se com os dogmas religiosos e as proibições da Igreja Católica, enfrentam a Inquisição e criticam o mundo medieval. Vários dos literatos e cientistas desse período são perseguidos e mortos. Seus precursores são Dante Alighieri, Petrarca e Bocaccio.
Mecenas
A difusão das idéias da Antiguidade clássica na Itália e outros centros europeus se dá, inicialmente, por emigrados gregos, judeus e bizantinos. Mas é a concentração da riqueza nos comerciantes e banqueiros dos centros urbanos que permite transformar a arte e a cultura em produtos comerciais e fazer com que potentados econômicos como os Medici de Florença se tornem grandes mecenas ou incentivadores do movimento cultural e artístico da época.
HUMANISMO
Tem por base o neoplatonismo, que exalta os valores humanos e tenta dar nova dimensão ao homem. O humanismo se expande a partir de 1460, com a fundação de academias, bibliotecas e teatros em Roma, Florença, Nápoles, Paris e Londres. A escultura e a pintura redescobrem o corpo humano . A arquitetura retoma as linhas clássicas e os palácios substituem os castelos. A música instrumental e vocal polifônica se sobrepõe ao cantochão (monótico). Expandem-se a prosa e a poesia literárias, a dramaturgia, a filosofia e a literatura política.
Filosofia
O holandês Erasmo de Roterdã rechaça a intolerância escolástica, critica a guerra, a avareza, os vícios da igreja e nega a predestinação. Vives, da Espanha, afirma que os sentidos abrem caminho ao conhecimento, propõe o método indutivo e inicia a psicologia. Giordano Bruno, da Itália, defende a idéia de um infinito sem ponto central e de uma única matéria universal, da qual Deus seria o intelecto.
Literatura poética
O italiano Ariosto cria o poema épico cavaleiresco, legendário e realista. Tasso exprime o sentimento religioso da contra-reforma. Rabelais (França) faz poemas satíricos e epicuristas. Camões (Portugal) cria a épica dos descobrimentos marítimos.
Dramaturgia
Marlowe, inglês, recupera a tradição germânica do Dr. Fausto. Ben Jonson, também inglês, retoma as lendas sobre os alquimistas. Gil Vicente (Portugal) faz novelas picarescas. Shakespeare (Inglaterra), com dramas históricos, comédias de intrigas e tragédias, torna-se o maior dramaturgo de todos os tempos.
Artes plásticas
Michelangelo (Itália) esculpe Moisés e Pietá , pinta o teto, as paredes principais e o altar-mor da Capela Sistina. Leonardo da Vinci (Itália) projeta palácios, inventa mecanismos, faz esculturas e pinta a Santa Ceia, Mona Lisa ou Gioconda. Fra Angélico, Boticelli, Rafael, Tiziano, Tintoretto e El Greco são destaques numa legião de pintores italianos e espanhóis que deixam obras inigualáveis.
Literatura política
Maquiavel (Itália) é o iniciador do moderno pensamento político. Morus (Inglaterra) critica a sociedade feudal e descreve um Estado ideal (Utopia), localizado numa república de organização comunitária. Campanela (Itália) afirma o princípio da autoconsciência e descreve uma sociedade ideal inspirada em Morus.
Nicolau Maquiavel (1469-1527)
Historiador, político e filósofo italiano. A partir de 1498 é chanceler e depois secretário das relações exteriores da República de Florença. Desempenha missões no exterior e, em 1502, passa cinco meses como embaixador junto a Cesare Borgia, cuja política enérgica e inescrupulosa lhe inspira admiração.
O fim da República e a volta dos Medici ao poder, em 1512, leva-o ao exílio. Nesse período escreve sua obra mais famosa, O príncipe, marco do pensamento político moderno. O livro é uma espécie de manual de política destinado a ensinar aos príncipes como manter o poder, mesmo às custas de mentira e meios amorais. Torna famoso o princípio Os fins justificam os meios.
Grandes invenções
O polonês Copérnico fundamenta a noção de que o Sol é o centro do universo (heliocentrismo). Paracelso, da Suíça, reforma a química e a medicina. Leonardo da Vinci inventa a prensa hidráulica e as máquinas voadoras. O alemão Kepler inventa o telescópio e demonstra as teorias de Copérnico. O italiano Galileu Galilei desenvolve métodos científicos de análise da realidade e de comprovação experimental. A imprensa de letras metálicas móveis é inventada pelo alemão Johann Gutemberg em 1445. A pólvora começa a ser utilizada como arma de guerra. Em 1500 é inventado o relógio de bolso.
Resumo Sobre o Renascimento
Movimento Renascentista ou apenas Renascimento foi o nome dado ao Renascimento Cultural que aconteceu durante os séculos XIV, XV e XVI na Europa, e que procurava resgatar a cultura esquecida durante os tempos medievais.
As principais características do Renascimento foram o Racionalismo, Experimentalismo, Individualismo e Antropocentrismo. Uma grande característica do Renascimento foi o Humanismo que valorizava o homem, que a partir daí começou a ser tratado como ser racional e posto assim no centro do Universo.
O Renascimento também foi marcado por importantes descobertas científicas, notadamente nos campos da astronomia, física, medicina, matemática e geografia.
O Renascimento nasceu na Itália, mais especificamente nas cidades que enriqueceram com o comércio no Mediterrâneo. Porém com a expansão marítima a idéia Renascentista foi divulgada por diversas partes do mundo como na Inglaterra, Alemanha e os Países Baixos.
O Renascimento foi muito importante também, porque foi a principal influencia dos pensadores Iluministas do século XVII.
Renascimento Cultural – História
Com o renascimento comercial e urbano, o aparecimento da burguesia, classe ligada ao comércio, e a formação das monarquias nacionais, a cultura européia também sofreu alterações. Essas transformações culturais aprofundaram-se nos séculos XIV-XVI, ficando conhecidas por Renascimento. Representavam os valores da burguesia, classe em ascensão. Manifestaram-se na literatura, artes plásticas, filosofia e ciência. Esta nova cultura apareceu primeiramente na Itália.
SUAS RAÍZES
Remontam às lentas alterações que se desenvolviam na cultura medieval desde o século XI e que adquiriram excepcional velocidade e profundidade a partir do século XIV.
PROCESSO HISTÓRICO
Os fatores econômicos, políticos, sociais e culturais entrelaçaram-se. Nesse sentido o Renascimento não foi um fenômeno isolado, mas sim um dos elos da vasta cadeia que assinala a passagem da Idade Média para a Idade Moderna na Europa. No plano econômico, acontecia o renascimento comercial, que culminou na expansão ultramarina dos séculos XV e XVI. No plano político,ocorria a centralização do poder, que resultou na formação do Estado moderno. No plano social, as cidades tornavam-se expressivas e a burguesia, classe ligada à nascente economia comercial, adquiria importância rapidamente.
O renascimento rompeu lentamente o monopólio cultural até então exercido pela Igreja.
Expressava a primeira manifestação de uma cultura burguesa laica (não-eclesiástica), racional e científica.
Não determinou uma ruptura, mas sim uma transição: coexistiram e interagiram elementos da velha cultura em declínio com a nova cultura em ascensão.
CARACTERÍSTICAS
O termo Renascimento não é diferente de Renascença é costumeiramente utilizado significando o reviver da cultura clássica greco-romana no século XIV, pois a influência da cultura greco-romana se fez sentir por toda a Baixa Idade Média. No entanto, é necessário frisar que o Renascimento não repetiu pura e simplesmente a cultura clássica. Ao contrário, reinterpretou-a à luz de uma nova época.
O homem renascentista caracterizou-se pelo individualismo, racionalismo, hedonismo, antropocentrismo, naturalismo e realismo.
Individualismo: A burguesia procurava abandonar o espírito corporativo que predominava na Idade Média. Os artistas passaram a assinar suas obras e os nobres e os burgueses, passaram a mandar fazer retratos ou estátuas de si mesmos.
Racionalismo: Valorizava-se a razão (conciliar fé e razão). A busca do conhecimento. Acentuou-se o criticismo.
Hedonismo: Enquanto na Idade Média, valorizava-se o sofrimento, o homem da Renascença buacava a auto-satisfação (o prazer) e a realização espiritual.
Antropocentrismo ou Humanismo( do latim humanus = cultivado): Em oposição ao teocentrismo, o Renascimento apresentava o homem como o centro do Universo; o homem sendo a medida de todas as coisas. Isto não quer dizer que o homem da Renascença fosse ateu ou pagão, era cristão, porém com uma religiosidade diferente do misticismo ingênuo que predominava na Idade Média.
Naturalismo: A integração do homem à natureza e a descoberta da íntima ligação com o Universo marcaram o movimento renascentista.
Realismo: Foi um traço marcante dos desenhos e das pinturas da Renascença, pois o artista desejava compreender todos os aspectos da criação.
Outra das características renascentistas era o repúdio aos ideais medievais: a cavalaria uma das mais importantes instituições da Idade Média, entrou em declínio com o advento da pólvora e das armas de fogo, e seus ideais são satirizados por Cervantes na obraDom Quixote. Maquiavel, em O Príncipe, ataca a subordinação da política à religião e o ideal de um governo com poderes. Também a escolástica ( filosofia da Baixa Idade Meia) é repudiada, tanto pelos idealistas da escola neoplatônica de Florença quanto pelosrealistas da escola de Pádua.
O MECENATO
A cultura renascentista expandiu-se sob a proteção e o financiamento dos poderosos da época. Comerciantes, banqueiros, papas formavam essa elite que mantinha os intelectuais e artistas renascentistas, sendo denominados mecenas.
FATORES QUE GERARAM O RENASCIMENTO
No plano econômico, o renascimento comercial reativou o intercâmbio cultural entre Ocidente e Oriente, configurando-se como principal fator do renascimento cultural.
No plano social, a urbanização gerava as condições de uma nova cultura, sendo as cidades o pólo de irradiação do Renascimento.
No plano intelectual, a retomada dos estudos das obras clássicas greco-romanas foi de grande importância. Isso foi possível graças aos mosteiros medievais, que preservaram em suas bibliotecas muitas dessas obras, protegendo-as da destruição pelos bárbaros no período das invasões.
Finalmente, o aperfeiçoamento da imprensa, atribuído a Gutemberg, teve importância no século final do Renascimento ( século XVI).
RENASCIMENTO ITALIANO NAS LETRAS
É costume dividir-se o Renascimento italiano em três períodos: o Trecento (1300-1399), o Quattrocento (1400-1499) e oCinquecento (1500-1550).
Anteriormente ao Trecento, destaca-se um escritor italiano como precursor do Renascimento: Dante Alighieri. Sua principal obra, aDivina Comédia , prenuncia o Renascimento.
No Trecento, os principais autores são: Francisco Petrarca e Giovanni Baccaccio.
Petrarca: é conhecido como o pai da literatura renascentista italiana. Boccaccio, escreveu Decameron, uma coletânea de contos. Nela é expressa a crise de valores da época.
O Quattrocento foi o período mais fraco do renascimento na Itália. Os escritores italianos deixaram de escrever nos dialetos, passando a redigir em latim e grego e limitando-se a realizar imitações dos autores clássicos. Nesse período foi criada a escola de filosofia neoplatônica de Florença, cujo patrocinador foi Lourenço de Médici.
Neste período foi introduzida na Itália a pintura a óleo. O uso da nova técnica permitiu progressos artísticos.
Os principais pintores foram: Mosaccio, Sandro Botticelli, Ticiano, Tintoretto e Leonardo da Vinci ( figura de transição entre o Quattrocento e o Cinquecento) pintor, escultor, músico, arquiteto, matemático, filósofo e inventor (gênio renascentista). Suas obras Virgem dos rochedos, a ùltima Ceia e Mona Lisa (Gioconda)
No Cinquecento a capital literária italiana passou a ser Roma, até então à sombra de Florença. Nessa fase a língua italiana adquiriu a mesma importância que o grego e o latim e foi imposta como língua nacional.
Neste período a arte renascentista, ao mesmo temo que atingia seu apogeu, começava a dar sinais de decadência. Rafael Sanzio e Miguel Ângelo.
Rafael tornou-se o artista mais popular de sua época. Não possuía a preocupação intelectual de Da Vinci, nem as contradições de conteúdo emocional de Miguel Ângelo.
Miguel Ângelo foi o maior pintor e escultor do Cinquecento.
Suas obras: afresco da Capela Sistina, a Criação de Adão e o Juízo Final.
Dentre as esculturas, citam-se: Moisés, Davi e Pietá.
RENASCIMENTO FORA DA ITÁLIA
O renascimento atingiu quase toda Europa, sempre muito influenciado pelo movimento italiano, mas adquirindo características próprias em cada país.
Nos Países Baixos o comercio foi decisivo para o desenvolvimento de um mercado de artes e artistas e do mecenato. Na literatura o destaque foi Erasmo de Roterdam, o qual, em sua obra principal, Elogio a loucura, criticou duramente a cultura medieval e a corrupção da Igreja.
Na França, os monarcas Luís XI e Francisco I foram autênticos mecenas. Na literatura, no século XVI, o destaque foi Francois Rabelais criador dos personagens Gargântua e Pantagruel, em livros que renovaram a prosa e nos quais o escritor criticou a Igreja e o universo medieval.
Na Inglaterra ocorreu no século XVI, coincidindo com a Centralização do Estado. O destaque foi Thomas Morus, autor de Utopia, onde descreveu as condições de vida de uma sociedade sem ricos e pobres, em uma ilha imaginária. Por problemas religiosos, Morus foi preso e executado por ordem do rei Henrique VIII.
Mas, foi no teatro que surgiu o mais notável: William Shakespeare, maior dramaturgo de todos os tempos: Romeu e Julieta, Hamelet, Macbeth, Otelo, A Megera Domada, Sonho de Uma Noite de Verão.
Na Península Ibérica foi influenciado pela arte moura e pelo cristianismo.
Os renascentistas espanhóis mais importantes foram: El Greco (pintor); o escritor Miguel de Cervantes, autor de Dom Quixote de La Mancha.
Em Portugal, Luis Vaz de Camões ( Os Lusíadas). Tiveram destaque também as obras de Gil Vicente, criador do teatro nacional português.
RENASCIMENTO CIENTÍFICO
O homem renascentista redescobriu o valor da razão e da natureza. Porém, esta transição não foi fácil, isto porque, parte da sociedade ainda estava enraizada no pensamento medieval. Apesar da valorização do conhecimento racional, Galileu foi julgado por heresia, e Giordano Bruno e o médico Miguel Servet foram queimados pela inquisição católica e calvinista, respectivamente.
A Filosofia foi fundamental para a compreensão desses pensamentos, levando ao confronto de dois métodos bastante diversos, mas nem por isso inconciliáveis, hoje amplamente usados pelas ciências. Esses métodos são o empirismo e o racionalismo.
Renascimento Cultural – Movimento Cultural e Artístico
O Renascimento foi um movimento cultural e artístico que rompeu com o padrão de pensamento vigente no mundo medieval, introduzindo a cultura laica.
PERÍODO: entre os séculos XIV e XVI.
PAÍSES: Itália principais manifestações.
Inglaterra, França, Portugal, Espanha, Alemanha, Holanda, Bélgica.
MEDIEVO X MODERNISMO
MEDIEVO
Teocentrismo
Verdade = Bíblia
Vida material = inútil
Conformismo
Natureza = pecado
Ascetismo
Dogmatismo
MODERNISMO
Antropocentrismo
Verdade= experiência
Importância = vida material
Crença no progresso
Natureza = beleza
Hedonismo
Fé X Razão
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
HUMANISMO (valorização do ser humano, criação privilegiada de Deus)
ANTROPOCENTRISMO (idéia de que o homem se encontra no centro do universo)
INDIVIDUALISMO
RACIONALISMO
NATURALISMO
HEDONISMO
CIENTIFICISMO
EMPIRISMO
EXPERIMENTALISMO
VOLTA AO MUNDO GRECO-ROMANO.
ABRANGÊNCIA: homens, ricos, cultos e urbanos (burguesia).
ITÁLIA: O BERÇO DO RENASCIMENTO
Desenvolvimento comercial
Desenvolvimento urbano
Contato com árabes e bizantinos (retomada das obras clássicas perdidas na Idade Média)
Herdeiros naturais do Império Romano
Surgimento do Mecenato
FASES DO RENASCIMENTO ITALIANO
TRECENTO (SÉC XIV):
Transição da cultura teocêntrica para a antropocêntrica
Dante Literatura A Divina Comédia
Petrarca Literatura Ad Itália, Lírica do Cancioneiro
Boccaccio Literatura – Decameron
Giotto Pintura figuras com aspecto humano e traços de individualidade. Destaque para suas representações de São Francisco de Assis.
A OBRA DE GIOTTO
São Francisco Pregando aos pássaros
Lamento ante Cristo morto
QUATROCENTO (SÉC XV):
Família Médici (mecenas)
Florença (principal centro)
Pintura com maior destaque (técnica da pintura a óleo)
Masaccio geometria em perspectiva. A Expulsão de Adão e Eva do Paraíso, Tributo, Distribuição de esmolas por São Pedro
Botticelli figuras leves, delicadeza, inocência. Nascimento de Vênus, Alegoria da Primavera
Da Vinci maior nome do renascimento. Pintor, escultor, urbanista, engenheiro, músico, físico, botânico… Gioconda (Mona Lisa), Santa Ceia, Virgens das Rochas.
A ARTE DE SANDRO BOTTICELLI
Nascimento de Vênus
Alegoria da Primavera
A OBRA DE LEONARDO DA VINCI
Santa Ceia
CINQUECENTO (SÉC XVI):
Papas (mecenas)
Roma (principal centro)
Ariosto Literatura Orlando Furioso
Torquato Tasso Literatura Jerusalém Libertada
Nicolau Maquiavel Literatura O Príncipe
Rafael Pintura conhecido como o pintor das madonas. Madona Sistina, Escola de Atenas, A Sagrada Família
Michelângelo Pintura e Escultura Moisés, Davi e Pietá (esculturas), afrescos da Capela Sistina (pintura).
A ARTE DE RAFAEL SANZIO
O Casamento da Virgem
Escola de Atenas
A ARTE DE MICHELÂNGELO
A Criação de Adão
Pietá
FATORES DA DECADÊNCIA DO RENASCIMENTO:
Expansão marítima decadência do comércio do Mediterrâneo.
Contra-Reforma perseguições movidas pela Igreja Católica.
O Renascimento fora da Itália:
INGLATERRA:
Thomas Morus Utopia
William Shakespeare Romeu e Julieta, Hamlet, Otelo, Sonhos de Uma Noite de Verão, entre outras.
FRANÇA:
Rabelais Gargântua e Pantagruel
Montaigne Ensaios.
PORTUGAL:
Gil Vicente Teatro Auto da Visitação e Auto dos Reis Magos
Camões Literatura Os Lusíadas
ESPANHA:
El Greco Pintura Vista de Toledo sob a tempestade e O Enterro do conde Orgaz
Cervantes Literatura – Dom Quixote de la Mancha
PAÍSES BAIXOS (Holanda e Bélgica):
Irmãos Hubert e Jan Van Eyck Pintura Adoração do Cordeiro
Hieronymus Bosh Pintura Carroça de Ferro, Jardins das Delícias e As tentações de Santo Antão
Pieter Brueghel Pintura O Alquimista, Banquete História – Claudiomar Nupcial, Os Cegos
Erasmo de Roterdam Literatura – Elogio da Loucura.
ALEMANHA:
Albrecht Dürer Pintura Auto-retrato, Natividade
Hans Holbein Pintura Cristo na sepultura.
HIERONYMUS BOSH
JARDINS DAS DELÍCIAS
CARROÇA DE FENO
PIETER BRUGHEL
BANQUETE DE NÚPCIAS
EL GRECO
O ENTERRO DO CONDE ORGAZ
VISTA DE TOLEDO SOB A TEMPESTADE
ALBRECHT DÜRER
AUTO-RETRATO
O RENASCIMENTO CIENTÍFICO:
NICOLAU COPÉRNICO: teoria heliocêntrica
JOHAN KEPLER: órbitas elípticas dos planetas
GALILEU GALILEI: confirmação da teoria heliocêntrica
ANDRÉ VESÁLIO: pai da moderna anatomia
MIGUEL SERVET e WILLIAM HARVEY: mecanismo de circulação sangüínea
GIORDANO BRUNO: afirmou que o universo não era estático e a Terra não era o centro dele. Foi queimado na fogueira a mando da Inquisição.
RENASCIMENTO CULTURAL E CIENTÍFICO
Durante boa parte da Idade Média, na sociedade européia, as pessoas estavam presas a um status da hierarquia social. Ser-vo ou senhor, vassalo ou suserano, mestre ou aprendiz, a posição de cada pessoa inseria-se numa estrutura rígida e vertica-lizada. Na Idade Moderna, os laços dessa estrutura de dependência e fidelidade romperam-se, abrindo espaço para que o indivíduo pudesse emergir. Os tempos modernos formularam um novo modelo de homem, caracterizado pela ambição, pelo individualismo e pela competitividade. Alguém disposto a empregar suas energias na análise e na transformação do mundo em que vivia.
Os novos valores
Em substituição aos valores dominantes da Idade Média, a mentalidade moderna formulou novos princípios.
Humanismo – em vez de um mundo centrado em Deus (teocêntrico), era preciso construir um mundo centrado no homem (antropocêntrico), desenvolvendo uma cultura humanista.
Racionalismo – em vez de explicar o mundo pela fé, era preciso explicá-lo pela razão, desenvolvendo o racionalismo, princi-palmente nas ciências.
Individualismo – em vez da ênfase no aspecto coletivo e fraternal da cristandade, era preciso reconhecer e respeitar as dife-renças individuais dos homens livres, valorizando o individualismo, diretamente associado ao espírito de competição e à concorrência comercial.
O Renascimento
A cultura renascentista era leiga e humanista, e opunha-se à cultura religiosa e teocêntrica do mundo medieval.
O Renascimento enfatizava uma cultura racional e científica, e inspirou-se na Antigüidade Clássica, sobretudo no antropo-centrismo, a fim de resgatar valores que interessavam ao novo mundo urbano-comercial.
No conjunto da produção renascentista, começaram a sobressair valores modernos, burgueses. Mas o elemento central do Renascimento foi o humanismo, com a valorização do homem, da vida terrena e da natureza.
Produção cultural urbana
O Renascimento foi um movimento cultural urbano, que atingiu a elite das cidades prósperas. Caracterizou-se não apenas pela mudança na qualidade da obra intelectual, mas também pelo aumento na quantidade da produção cultural.
Entre os fatores que influenciaram esse crescimento quantitativo destacam-se:
Desenvolvimento da imprensa – o alemão Johann Gutenberg (1400-1468) desenvolveu o processo de impressão com tipos móveis de metais, dando-se assim um grande passo para a divulgação da literatura em maior escala. Surgiram vários impres-sores, que, através da publicação de obras, passaram a divulgar os ideais humanistas do Renascimento.
Ação dos mecenas – homens ricos, conhecidos como mecenas, estimularam e patrocinaram o trabalho de artistas e intelec-tuais renascentistas. Entre os grandes mecenas, encontravam-se banqueiros, monarcas e papas.
Importância do humanismo
O Renascimento não pode ser separado do humanismo (séculos XV e XVI), movimento pelo qual o homem torna-se o centro das preocupações intelectuais.
A expressão humanista foi aplicada às pessoas (artistas, clérigos e intelectuais) inconformadas com a cultura medieval. Pes-soas dispostas a construir um novo sistema de valores para uma época marcada pela competição comercial. Otimistas quan-to ao futuro do homem, os humanistas acreditavam na construção de uma sociedade mais feliz, baseada no progresso das ciências e na difusão dos conhecimentos por meio da educação.
Itália: o berço do Renascimento
O Renascimento iniciou-se na península Itálica, espalhando-se, posteriormente, por outras regiões européias. Entre as cida-des italianas onde se desenvolveu o Renascimento, destacam-se Florença, no século XV, Roma e Veneza, no século XVI.
Muitos fatores colaboraram para que o Renascimento começasse na Itália:
Desenvolvimento comercial urbano
Devido ao comércio marítimo pelo Mediterrâneo, as cidades italianas apresentavam significativo desenvolvimento, sendo dirigidas por uma classe de mercadores.
Esses mercadores, acumulando riquezas, adquiriram novos valores, como o indivi-dualismo, o espírito de competição, o racionalismo, que se chocavam com os valores medievais. Necessitavam, portanto, de um novo conjunto de idéias coerentes com a ótica capitalista, o que o pensamento renascentista refletia.
RENASCIMENTO ARTÍSTICO
Nas artes, o Renascimento foi marcado por mudanças técnicas e temáticas. Inspirando-se na Antiguidade, os artistas criaram obras em que procuraram alcançar o equilíbrio e a elegância, substituindo a paixão da fé medieval e o espírito rude do feu-dalismo. Para captar a realidade do mundo físico, os pintores aperfeiçoaram a técnica da perspectiva (criando a ilusão de profundidade) e da pintura a óleo (misturando tintas, criavam-se cores vivas e atraentes).
Além dos temas religiosos, a arte passou a explorar outros temas, como mitologia, cenas do cotidiano etc. O corpo humano era exaltado na escultura e na pintura. Orgulhosos do seu talento individual, os artistas passaram a assinar suas obras, abandonando a humildade e o anonimato medieval.
RENASCIMENTO CIENTÍFICO
Nas ciências, o Renascimento foi marcado pelo desenvolvimento do espírito crítico, racionalista, disposto a experimentar hipóteses e a examinar livremente os problemas, opondo-se às crenças religiosas baseadas na fé.
O cientista deveria submeter o mundo a métodos de análise racionais. Antes de estabelecer crenças e de tirar conclusões, era preciso observar cuidadosamente, investigar, fazer experiências, medir.
Entre os grandes nomes do Renascimento científico estão:
Leonardo da Vinci desenhou o primeiro mapa do mundo focalizando a América, enunciou os princípios da máquina a va-por, desenhou a anatomia do corpo humano e projetou diversos engenhos voadores e máquinas de guerra.
Nicolau Copérnico defendia que o universo era um todo infinito, cujo centro não estava em parte alguma. Afirmava que Deus deveria ser encarado como o princípio inteligente que deu origem ao universo.
Miguel Servet descobriu o funcionamento da pequena circulação sangüínea. Desobedeceu à proibição medieval de disse-cação de cadáveres. Foi condenado à fogueira, sendo queimado em Genebra.
Galileu Galilei desenvolveu o telescópio, confirmou a validade da teoria de Copérnico. Foi acusado por um tribunal da Inquisição. Viu-se obrigado a negar suas descobertas científicas.
As mudanças
O Renascimento retirou da Igreja o monopólio da explicação das coisas do mundo. Aos poucos, o método experimental passou a ser o principal meio de se alcançar o saber científico da realidade. A verdade racional precisava ser sempre com-provada na prática, empiricamente.
Fonte: www.shsu.edu/www.tampapix.com/www.geocities.com/www.leaoxiii.com.br/www.professorclaudiomar.com.br
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