Japonismo

Japonismo é um termo criado em 1872 para nomear a influência da cultura japonesa na arte ocidental. Quem usou deste termo, inicialmente, foi o crítico francês Jules Claretie em seu livro “A arte francesa em 1872”.

Em relação a história mundial, o japonismo se deu tardiamente, isso foi devido ao isolamento mantido pelo próprio Japão, tal reclusão proporcionou aos japoneses um fortalecimento cultural. Sendo assim, quando o Japão se abriu a trocas culturais com o ocidente e tiveram seus produtos na Europa, esses foram amplamente comercializados com elevados valores, pela boa qualidade e beleza diferenciada.Na mesma circunstância os japoneses importaram tecnologia industrial e ampliaram sua produção.

Além do comércio, a pintura europeia foi muito influenciada pelo Japão. Artistas usaram as estampas japonesas como inspiração para novos trabalhos que desviassem das exigências acadêmicas, dessa forma descobriu-se uma nova forma de expressão. De tal modo o japonismo incentivou a artnoveau, ou arte nova na Europa, com pinturas assimétricas, contorno preto, sem perspectiva de profundidade, cores vivas e linhas e pontos impondo um ritmo na obra, características provindas das obras japonesas.

Um grande exemplo de artista que viveu esse período e participou do japonismo foi o Van Gogh, admirador de produtos japoneses e colecionados de obras orientais. Esse fato é claramente percebido pela intervenção nas suas últimas obras, tanto pelos fenótipos orientais em alguns rostos quanto pelos detalhes de desenhos japoneses nas obras. Assim também se diz que essa fruição de arte é dada pela relação com a filosofia oriental, a qual possa ter influenciado o artista na sua personalidade, vendo tal cultura como a ideal utopia.

Dentre as variadas maneiras e conceitos de desenho, algumas foram mais influenciadoras, como “ukiyoe”, tipo de desenho que retrata a vida urbana no período Edo (1603-1867), antes da abertura cultural do Japão para o ocidente. O ukiyoe é feito com técnicas de xilogravura, na qual talha-se e pinta a madeira para depois repassar no papel, mantendo de tal modo a delicadeza nas obras.

Luciana Moreti Angelo