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A Idade Média foi um longo período da história a partir de 500 dC a 1500 dC. Isso é 1000 anos! Ele abrange o período desde a queda do Império Romano até a ascensão do Império Otomano.
Esta foi uma época de castelos e camponeses, alianças e mosteiros, catedrais e cruzadas.
Grandes líderes como Joana d’Arc e Carlos Magno eram parte da Idade Média, bem como grandes eventos, como a Peste Negra e do surgimento do Islã.
Catedral construída na Idade Média
Idade Média, época Medieval, Era das Trevas: Qual é a diferença?
Quando as pessoas usam os termos Medieval, Idade Média ou Idade das Trevas geralmente são referentes ao mesmo período de tempo. A Idade das Trevas é geralmente referindo-se à primeira metade da Idade Média 500-1000 AD.
Após a queda do Império Romano, grande parte do cultura e conhecimento romano foi perdido. Isso incluía arte, tecnologia, engenharia e história.
Os historiadores sabem muito sobre a Europa durante o Império Romano porque os romanos mantiveram excelentes registros de tudo o que aconteceu. No entanto, o tempo depois dos romanos é “escuro” para os historiadores, porque não havia nenhum evento de gravação do governo central. É por isso que os historiadores chamam este tempo a Idade das Trevas.
Embora o termo Idade Média abrange os anos entre 500 e 1500 em todo o mundo, esse cronograma é baseado em eventos especificamente na Europa durante esse tempo.
Castelo da Idade Média
Idade Média – Estilo
Entre os séculos VIII e X, a arte se manifesta em novas atividades, como a iluminura (ilustração manual de livros), a tapeçaria, a ourivesaria, as fundições em bronze e os esmaltes. Com as invasões bárbaras, a arte cristã adquire certa descontração e colorido.
Estilo românico
A revalorização da estética clássica caracteriza o estilo românico, no século XI. Na arquitetura, há um retorno à grandiosidade. Com noção de beleza simples, que se manifesta nos arcos de forma arredondada, o estilo românico surge na arquitetura da Borgonha (abadia de Cluny) e Normandia (catedral de Rouen), é levado para a Inglaterra e estende sua influência sobre a Espanha e a Itália, presente na fachada da igreja de San Miniato, em Florença.
Estilo gótico
Na metade do século XII, surge a arte gótica. Inicialmente uma variante do estilo românico, ganha particularidade cada vez maior. A arquitetura gótica se caracteriza por arcos de forma ogival, vitrais multicoloridos com cenas bíblicas e amplas naves (como na basílica de Saint-Denis e nas catedrais de Chartres e Notre-Dame). Na pintura e na escultura, as figuras são esguias e delicadas e a composição hierarquizada, com rígida simetria – o santo homenageado ocupa a posição central, enquanto anjos e santos secundários são colocados lateralmente.
No século XIV, desenvolve-se uma radicalização do gótico, o estilo flamboyant (flamejante), de decoração rebuscada, formas leves e elegantes (catedral de Colônia, na Alemanha).
ARTE BIZANTINA
A fórmula da arte romana se estende por todo o período paleocristão, quando ganha maior sacralização das figuras, em detrimento de sua perfeição física. Essa arte só vai passar por transformações significativas por volta do século VIII, com a influência da arte bizantina, sobretudo nos entalhes em marfim e mosaicos – veja foto ao lado.
A estilização é retomada, à maneira oriental, e as figuras ganham delicadeza, tornando-se mais espirituais. Um rosto é geralmente retratado de perfil, com alguns traços e a composição bastante sintética. Finda o espírito ático; agora as figuras humanas perdem peso e presença.
ARTE ISLÂMICA
Ocorre no Islã, depois da fundação da religião muçulmana por Maomé (570?-632?), uma produção artística que toma o norte da África. Na sucessão de impérios islâmicos, até o século XV, a arte bizantina experimenta variações, em que se destaca a arquitetura surgida entre os séculos VIII e X, notável pela ausência de monumentalidade.
A suntuosidade dos materiais, os excessos ornamentais e o uso de elementos curvos (ogivas, arcos, arabescos) conferem grandeza à construção. Essas características influenciam a arte ocidental no início da Alta Idade Média.
Idade Média – Origem
A Idade Média é o período médio das três divisões tradicionais de ocidental história: antiguidade, período Medieval e período Moderno.
O período medieval é em si subdividida em precoce, a alta, e Idade Média.
A Alta Idade-Média
É assim, Constantinopla (hoje Istambul), é a testemunha do nascimento e a morte da Idade-Média. Sua fundação em 330 d.C. por Constantino e queda por Maomé II em 1473 marcam o início e o fim da Idade-Média.
O Imperador Romano, Diocleciano tentou deter a queda do império dividindo-o em duas frentes, o império do oriente e do ocidente, Constantino mudou a capital do império de Roma para Bizâncio, mudando o nome da cidade para Constantinopla, em 395, mantendo o império do oriente. No seu leito de morte, Constantino se converte ao Cristianismo e termina a perseguição a Igreja.
Ai começa a Idade-Média
Logo depois, no ocidente, os bárbaros invadiam Roma em 410, as legiões foram chamadas da Britânia deixando a ilha abandonada, Roma foi saqueada novamente em 455 e depois o rei godo, Odoacro em 476 depôs o último imperador romano e proclamou-se rei da Itália. Fim do império romano em toda a Europa. Gallia (França), Britannia (Inglaterra), e Hispania (Espanha) já podiam se desenvolver sem a ajuda dos romanos.
Agora estavam sós com seus problemas, a Inglaterra teve todo o tipo de invasão bárbara, Jutos, Anglos e Saxões, Pictos e tribos Irlandesas, se divertiam no território abandonado pelos romanos. Já alguns bretões fugiram para a Armórica, região noroeste da França, (antigo território celta), que a partir dai se denominou Bretanha. Por outro lado, a França tem os visigodos em seu território, as tribos germânicas penetravam cada vez mais na França, bem como os vândalos e suevos. Tudo era uma grande liquidação de territórios já que o temido império romano não existia mais.
Desta mistura toda, começaram os reinos.
A força da Espada
Para manter um reino unido a tarefa não era para qualquer um…
Clóvis, o primeiro rei dos Francos (482 a 511) foi responsável pela organização e administração do reino, com campanhas militares consolidou as fronteiras.
Converteu-se ao cristianismo rompendo com o arianismo, seita cristã dos primitivos bárbaros, e impôs a unificação.
Depois da morte de Clóvis, seus filhos ficaram com o reino, assumindo Clotário e depois Clotário II, eram os Merovíngios. Uma das maiores realizações da dinastia Merovíngia foi a conquista da Germânia. Só que não conseguiam impor uma administração merovíngia aos povos conquistados. O problema era a economia… Sem moedas de ouro, os reis merovíngios nunca conseguiram restabelecer um padrão monetário para incrementar o comércio.
Daí, sem dinheiro sem poder…O rei era só um fantoche manipulado por um homem que tinha o cargo de Majordomus, uma espécie de primeiro-ministro. Que adivinha, tinham o cargo hereditário. Depois de 687, um Majordomus de nome Pepino de Heristal impôs sua autoridade em grande parte do reino franco quando expulsou vários invasores. Seu filho, Carlos Martel (Martelo – nome que revelava seu sensível espírito) herdou do pai o cargo.
Carlos Martel sobre as ordens do Rei, juntou os vários feudos e expulsou Árabes, Lombardos, Eslavos e Saxões.
Até que o rei morreu, e o trono se manteve desocupado, graças ao próprio Martel que governou sozinho até sua morte em 741.
O filho de Carlos Martel subiu ao trono em 751, Pepino-o-breve, que teve esse nome não por ser seu reinado curto, mas por causa de um torneio, quando cortou com um só golpe a cabeça de um leão e de um touro selvagem…Bom daí… Ninguém mais se atrevia a brigar com ele, Pepino foi até o Papa e pediu sua aprovação para ocupar o trono dos francos, já que o natural era ocupar o trono um merovíngio e não o filho de um Majordomus, Perguntando ao Papa “Se era justo e conveniente que um povo como o seu fosse governado por um rei desprovido de poder?” O Papa respondeu que “Convém que aquele que detém o poder tenha também o título de rei”. Lá estava Pepino-o-breve no trono da França, e começava ai a dinastia Carolíngia.
Então, a Igreja de Roma pediu ajuda ao rei dos Francos para expulsar os Lombardos da Itália, já que Constantinopla não podia vir a seu socorro, assim Pepino-o-Breve, esmagou os Lombardos e fechou um acordo com a Igreja, dali para sempre, era propriedade da Igreja todas as terras que os Romanos não podiam defender. “Nem todos os tesouros do mundo me levariam a tirar de S.Pedro o que um dia lhe dei.Palavras de Pepino-o-Breve.
Começa assim a influencia política da Igreja na Europa… Suas grandes áreas de terra e abadias começaram a se espalhar, contando com a proteção dos francos.
Pepino-o-breve morreu em 768. Seus dois filhos chegaram ao trono, Carlomano, o mais moço, morreu pouco depois e Carlos Magno assumiu o cargo…Simpático como ninguém, Carlos Magno era famoso por endireitar ferradura na mão, porem. Sabia conduzir muito bem a força e o poder político, sendo um rei lendário, muito fez pela Igreja e levou a França à categoria de império, expandindo suas fronteiras da Saxônia (parte da Alemanha), Frisia e a Catalunha (Espanha) e a Itália Lombarda.
Virou um herói, o Papa Leão III, na noite de 25 de dezembro de 800 o consagrou imperador dos romanos. O título de imperador havia sido extinto do ocidente há quase 400 anos, e o império original em Constantinopla protestou contra esse título…Mas como não era muito aconselhável uma discussão com Carlos Magno, Constantinopla o reconheceu como imperador. E mais tarde também santo, pois lhe atribuíam poderes fantásticos vindos de Deus.
Para administrar mais facilmente seu império, Carlos Magno dividiu-o em várias unidades administrativas chamadas Condado. Para cada Condado, um nobre de confiança chamado Conde, com autoridade jurídica e militar, na região de sua responsabilidade. Além dos Condes, grupos de Nobres que viviam na capital do império Carolíngio chamada Aix-la-Chapelle, exerciam a função de fiscais do imperador, eram conhecidos como Missi Dominici. Trabalhavam sempre em dois, um era bispo, outro um leigo (que não fazia parte da Igreja). Revolucionaram a administração utilizando documentos escritos, pois na época dos Merovíngios, a grande maioria era analfabeta.
Existia paralelamente uma velha tradição dos Merovíngios, chamada de Beneficium, que consistia em doar terras aos nobres que prestassem serviços reais. Esses nobres eram os Vassalos do Rei. Com Carlos Magno essas doações deixaram de ser uma tradição e passaram a ser um direito daqueles que prestaram serviços ao imperador. Esses vassalos não se submetiam à fiscalização dos Missi Dominici. Ai começaram a ter poder.
Carlos Magno morreu com 72 anos, em 814. Com sua morte desapareceu o último chefe e herói popular das grandes invasões. E seu império foi se desintegrando.
Esse período de transição entre o fim do império Romano e a morte de Carlos Magno, ficou conhecido como a Idade das Trevas. Pois o mundo mergulhou no caos e na lei do mais forte. Alguns erroneamente chamam toda a Idade-Média de Idade das Trevas, mas agora você já sabe que não é assim.
Subiram ao trono depois de Carlos Magno, seu filho Luís-o-piedoso, que governou com o título de imperador até 840, tendo três filhos. Com a morte de Luís-o-piedoso, deveria subir ao trono carolíngio; Lotário. Mas seus dois irmãos, Luís, o Germânico e Carlos, o Calvo, reivindicaram o trono. Começou a guerra civil que fez o império ruir. Aproveitando da bagunça armada, os Vikings, os árabes e os húngaros começaram a atacar… Invasões que os Condes não conseguiam repelir. Os três irmãos firmaram um acordo em 843, A França fica com Lotário, Luis-o-Germânico recebe a parte oriental, e Carlos-o-Calvo fica com a parte ocidental do império. É o tratado de Verdum.
A partir daí a desagregação do império foi inevitável.
Em 850 todos os Beneficium tornaram-se hereditários e já em 870 extinguiu-se o último Missi Dominici.
O Feudalismo
A política era do toma lá e da cá, os reis já usavam o Beneficium em troca da fidelidade, dava-lhes terras e títulos de feudos (Propriedade) (Um pequeno reino, com o conde podendo mandar e desmandar). No começo, o que recebiam não era hereditário, mas durava apenas enquanto se mantivesse fiel ao rei. Se faltasse ao seu juramento, o rei tinha o direito de tomar de volta o seu feudo, claro, se dispusesse de força para isso. Até que em 850 todos os Beneficium tornaram-se hereditários.
O Rei que concebia a terra, era o Suserano.
E aquele que a recebia como feudo era o Vassalo.
O suserano e o vassalo tinham um mútuo acordo de auxilio e conselho. Eram aliados. Os vassalos podiam ser seculares ou eclesiásticos, Todos os que tinham obtido um feudo acabaram por formar uma sociedade à parte, eram a Nobreza Feudal. A sociedade baseada neste sistema de terras concebidas a senhores feudatários com responsabilidade e direitos nesta terra chamava-se Feudalismo ou Regime Feudal. Entendeu?
E a vidinha miserável do pobre povo camponês?
O povo, ora o povo… Sempre ameaçado por guerras e por altos impostos da coroa, a grande maioria abdicava de sua liberdade para servir a um senhor, e como não havia mais escravos, (religiosamente contra) os condes optavam por servos. O servo corria com sua família e jurava lealdade ao conde em troca de segurança, só que para desfrutar desta chamada segurança, tinham que ceder suas terras e uma parte de sua colheita anual para o sustento dos homens de armas e manutenção das fortificações e arsenais de seu protetor. O servo agora era isento dos impostos devidos à coroa, porem deveriam pagar uma taxa ao seu senhor.
Aqueles que preferiam a função de soldados à de trabalhador eram treinados e juravam lealdade somente ao seu senhor, que era responsável pela justiça e pela ordem de seu reino, podendo submeter multas e aplicar castigos corporais em seus servos. O senhor agora era um suserano e os que estavam sobre sua proteção eram vassalos. O conde podia dispor do mesmo direito de suserano, nomeando barões que tinham seus próprios vassalos, e assim a pirâmide de poder se formava.
Os que optavam pela segurança de uma igreja ou abadia eram considerados como uma comunidade religiosa, dominando-se pelo nome do santo da igreja ou abadia: Família de S. Pedro, família de Santa Isabel…
Então era assim: O rei era o suserano maior, mandando nos seus vassalos que eram os condes, que por sua vez mandavam nos barões e duques, que mandavam nos soldados e camponeses que tinham como servos. E os servos mandavam em ninguém…
E de que vivia o Rei? Das suas próprias terras e de seu patrimônio pessoal, que dava muito bem pra se viver.
Alguns poderosos vassalos com seus feudos possuindo castelos e tropas guerreavam entre si e contra o próprio Rei. E ainda lutavam contra os invasores…
O Sistema Feudal ou Feudalismo foi se desenvolvendo no século IX até atingir o auge entre o século XII e XIII.
A divisão das terras do senhor do feudo era assim, 40% era Reserva Senhorial, 40% era a Reserva do Camponês, ocupada pelos camponeses, e a terceira parte era composta de Terras Comunais, pastos, florestas ou baldios. Dai retiravam madeira e frutas, Mas ao senhor era reservado direito exclusivo da caça.
Os servos eram obrigados a trabalhar nas terras de seu senhor alguns dias por semana, todo o produto deste trabalho era do senhor. Este imposto era chamado de Corvéia. Além deste, os servos eram obrigados também a pagar um imposto sobre a Reserva do Camponês, que era uma parte do que produziam. Havia ainda as Banalidades, que era o imposto que deviam pagar pelo uso do moinho de trigo ou da prensa para extrair o vinho. Ambos pertenciam ao senhor, mas mesmo quando não pertenciam, os servos por tradição deveriam pagar pelo uso. Outro imposto era o da Mão-Morta, pois quando o servo morria, seus filhos deveriam pagar para continuar nas terras do senhor… Vidinha besta, não? E a igreja apoiava tudo, porque a Sociedade era divida por três camadas fixas, Sarcedotes, Guerreiros e Trabalhadores.
Os Sarcedotes (Clero) eram os mais importantes, pois tinham a exclusividade de falar com Deus. Os Guerreiros (Nobreza) lutavam para proteger a todos dos males do mundo, principalmente contra os infiéis. E os Trabalhadores deveriam trabalhar, ora! Para produzir o necessário para o sustento de todo o resto da sociedade.
A Igreja entende que Deus é o suserano maior e que todos os fiéis são seus vassalos. O gesto de rezarmos com as mãos juntas, nada mais é do que repetir o gesto que se fazia quando o vassalo se dirigia ao suserano.
Se eu vivesse nesta época eu queria ser cavaleiro! É isso que você pensa… A guerra era uma exclusividade da nobreza, um equipamento completo de cavaleiro, (Cota de malha, elmo, armadura, luvas, espada, lança, escudo, etc, etc, etc…) custava à quantia de 22 bois. Uma família de camponeses conseguia ter no máximo dois animais bem magrinhos. Somente a nobreza feudal poderia sustentar isso.
Uma das principais atividades dos cavaleiros era reprimir rebeliões por parte dos camponeses. Os constantes combates destruíam as plantações, por essa razão, a Igreja estabeleceu no século X, a Paz de Deus. Que pretendia que os cavaleiros respeitassem os camponeses e mercadores. Essa Paz de Deus transformou-se na Trégua de Deus, que consistia que os nobres não poderiam guerrear de quinta-feira até a segunda de manhã. Essa intervenção da Igreja nos assuntos militares foi o primeiro passo para as organizações das Cruzadas.
A Baixa Idade-Média
Os nobres no século X viviam isolados em castelos fortificados, diante de constantes invasões. Ao mesmo tempo, mantinham os camponeses sob forte domínio servil. A dinastia Coralíngia havido se extinguido e, em 987, Hugo Capeto subiu ao trono francês. Começava a dinastia Capetíngia, mais ainda assim era controlada pelo poder independente dos nobres feudais.
Luis VI, o Gordo, assumiu o trono em 1108, e começou com a ajuda do abade Suger a impor sua autoridade…Dominava os Condes e Duques por uma política de matrimônio entre os nobres e parentes próximos. Com apoio das ordens religiosas. Suger, o abade conselheiro fez com que a França ganhasse prestígio participando de uma Cruzada. Os Capetos conseguiram um progresso econômico que aumentou ainda mais o poder da casa real.
Felipe Augusto (1180 -1223) tomou para a coroa os territórios de Normandia, Anjou, Maine, Touraine e Artois. O território real cresceu três vezes mais depois das adesões. Os nobres ingleses, possuidores de vastos domínios na França, não reconheceram a autoridade de Felipe Augusto. Para dominá-los, Felipe organizou um exército com a ajuda das cidades manufatureiras do norte. Os ingleses foram derrotados na batalha de Bouvines, em 1214.
Luis VIII, sucessor de Felipe Augusto começou seu reinado em 1223 tomando parte do litoral do Mediterrâneo. Criando um sistema de funcionários e fiscais reais.
Luis IX, o famoso S.Luis das Cruzadas governou de 1226 a 1270, apoiado pelos mercadores das cidades que recebiam proteção para as suas atividades em troca de impostos, ainda lutou contra os Albigenses e anexou seus territórios. Derrotou Henrique III da Inglaterra e obrigou o soberano Inglês a jurar-lhe vassalagem. A Inglaterra tinha várias possessões na França e os reis franceses tiveram que lutar constantemente com os reis ingleses.
O Fabuloso crescimento e avanço da sociedade feudal começou a diminuir de intensidade nas últimas décadas do século XIII, e as crises do sistema feudal do século XIV tiveram vários fatores, a crise da fome causada por fortes chuvas em 1314 e 1315, provocando enchentes que destruíram grandes plantações, o comércio sofreu uma diminuição por falta de dinheiro, as minas de ouro e a prata deixaram de produzir, prejudicando a circulação de dinheiro.
Os nobres começaram a roubar e a saquear seus vizinhos, aplicando a força, os Condottieri eram famosos nobres bandidos no norte da Itália, que freqüentemente vendiam seus serviços como mercenários para garantir a segurança de algum feudo.
Ainda a mortalidade na Europa atingiu índices elevadíssimos com a chamada guerra dos cem anos e depois com a Peste Negra.
A região de Flandres era rica em manufaturas e estava localizada ao norte da França. A França pretendia anexar essa área, pois rendia importantes impostos, mas os comerciantes de Flandres mantinham fortes ligações com a Inglaterra, pois este país era um dos principais fornecedores de lã para os teares destes mercadores e artesãos. Assim começaram uma resistência, ao mesmo tempo que a sucessão do trono francês começava a mostrar problemas, pois em 1328, morreu o último descendente de Felipe IV-o-Belo sem deixar sucessor.
Os nobres franceses tinham um candidato da família Valois, mas a Inglaterra exigiu o direito ao trono, por que Eduardo III, rei da Inglaterra, era neto de Felipe IV, por parte de mãe. Os nobres franceses nem ligaram para isso e elegeram o candidato dos Valois, que recebeu o nome de Felipe VI. Daí meu amigo, começou a Guerra dos Cem Anos em 1337.
100 anos de guerra
A peste Negra e Joana D’arc
A guerra durou mais de cem anos, mas só se lutou poucos 50 anos, a guerra era interrompida por armistícios e negociações de tréguas.
Logo no início, quem levava vantagem era a Inglaterra.
A França mantinha seus exércitos nos moldes da cavalaria feudal, pesadamente armada e de pouca mobilidade, já a Inglaterra, inovou seu exército com a introdução de arqueiros lutando a pé, com muito mais mobilidade.
Na Batalha de Crecy, travada em 1346, a cavalaria francesa foi derrotada pelos arqueiros ingleses, os quais utilizaram arcos e flechas que podiam alcançar uma distância de 400 metros com tamanha força que chegavam a atravessar as armaduras dos nobres cavaleiros franceses, nesta única batalha os franceses tiveram uma baixa de 1.500 cavaleiros, um golpe na nobreza.
A situação piorou bastante com a chegada de um inimigo muito mais mortal, a peste negra de 1346 a 1350. Peste bubônica que alcançou a Europa a partir dos exércitos Tártaros, vindos da campanha de Criméia, que cercaram o porto de Caffa em 1347, ratos portando pulgas infectadas foram levadas para o exterior em navios comerciais trazendo a peste para o sul da Europa. Em 1348, ela alcançou a França, a Espanha e a Inglaterra. Um ano depois, a Alemanha, a Rússia e a Escandinávia. O número de mortos chegou a 25 milhões, entre os quais, um terço da população inglesa. Os efeitos foram profundos e duradouros.
A Igreja foi afetada com clérigos treinados inadequadamente e ordenados às pressas para substituir os sacerdotes mortos.
No ano de 1356, na batalha de Poitiers, o rei sucessor de Felipe VI, João-o-Bom, caiu prisioneiro dos ingleses, que pediram um alto resgate, Uma vergonha e a velha cavalaria feudal estava definitivamente ultrapassada como arma de guerra.
E os camponeses ainda se rebelavam, nas chamadas Jacqueries.
Os franceses só começaram a reverter o quadro quando começaram a modernização dos exércitos, que para isso, deixaram os cofres vazios. O rei Carlos VI se mostrava um rei fraco e não tinha nenhuma autoridade para impor-se à nobreza, que reconquistou sua antiga liberdade, gerando verdadeiros partidos na França, divididos pelos Armagnac e Borguinhões. Era a guerra civil.
Aproveitando-se disso, e com o apoio dos Borguinhões, O lendário Henrique V da Inglaterra invadiu a França pelo norte, ocasião da famosa vitória de Azincourt e do tratado de Troyes que obrigava Carlos VI a reconhecer que seu sucessor seria um rei inglês.
No reinado seguinte em 1422, a França estava dividida em dois reinos: ao norte, que era governada por Henrique VI, com o apoio dos Borguinhões e ao sul, governada pelo rei Carlos VII, com os Armagnac.
A oposição contra os ingleses começou a tomar forma, e um sentimento de nacionalismo, pela primeira vez era manifestado.
Uma grande figura apareceu nesta época, uma camponesa de Domremy que tinha visões e ouvia vozes que a mandavam deixar sua aldeia e libertar a França!
Organizou um exército e derrotou em muitas batalhas, ingleses e borguilhões. Conseguindo libertar vastos territórios.
Joana d’Arc (1412-1431) apoiada pelo exército de Carlos VII tomou a cidade de Orleans, em 1429, Levado a Reims, o rei foi reconhecido como soberano francês e Henrique VI nada mais era que um usurpador. Porem, Joana d’Arc representava um nacionalismo crescente e uma forte oposição ao interesse feudal.
Joana sofre várias derrotas, capturada pelos borgonheses é vendida para os ingleses, em um tribunal eclesiástico é acusada de feitiçaria e executada na fogueira em 30 de maio de 1431, na praça do mercado velho, em Ruão.
Carlos VII conseguiu assinar um tratado de paz com os borguilhões, em 1435. A partir daí, trabalhou para derrotar os ingleses.
Com um exército mercenário e uma invenção fantástica chamada Arma-de-Fogo, Carlos VII conseguiu em apenas um ano recuperar mais de 60 fortificações dos ingleses.
A guerra terminou em 1453, os ingleses foram derrotados, mantendo somente a fortaleza de Calais.
Antes as guerras eram travadas por pequenos grupos feudais, entre um pequeno número de nobres armados, agora era um exército centralizado em um único líder nacional, o rei. Com o grande número de mortos, aumentou a autoridade do rei.
As Guerras e a peste negra conferiu aos comerciantes, camponeses e artesãos que sobreviveram uma posição mais fortalecida, cansados de verem suas terras e colheitas destruídas apoiavam esse rei para por fim a anarquia.
A monarquia ainda teve que enfrentar focos de resistência da nobreza feudal. Luis XI em 1461 enfrentou uma revolta de nobres comandados por Carlos-o-temerário, duque da Borgonha que conseguiu o apoio dos ingleses. A rebelião fracassou em 1477.
Foi diante deste quadro que se consolidou os Estados Nacionais, concretizados em Monarquias com poderes fortemente centralizados.
A partir deste ponto, o feudalismo sofreu transformações, visando o lucro de uma nova camada da burguesia…Surgia o Capitalismo.
Como me referi no começo do texto, Constantinopla caiu em 1473 tomada pelas forças de Maomé II. Terminando a Idade-Média.
Muito deste resumo se concentrou na história Francesa, pretendo para o futuro relatar a Idade-Média na Inglaterra, na Espanha e na Alemanha.
Bem como a história da Igreja, que um importante papel representou em todos esses países.
Idade Média – História
A Baixa Idade Média
No século X, os países europeus deixaram de ser ameaçados por invasões.
Os últimos invasores – normandos e eslavos – já se haviam estabelecido respectivamente no Norte da França (Normandia) e no centro-leste da Europa (atual Hungria). O continente vivia agora a “paz medieval”, a qual ocasionou mudanças que provocaram transformações no panorama europeu.
No período que vai do século XI ao século XV – a chamada Baixa Idade Média – percebe-se uma decadência no feudalismo.
O aumento populacional provocado por essa fase de estabilidade levou à necessidade de mais terras, nas quais os trabalhadores desenvolveram técnicas agrícolas que lhes facilitaram o trabalho. Em torno dos castelos começaram a estabelecer-se indivíduos que comerciavam produtos excedentes locais e originários de outras regiões da Europa. A moeda voltou a ser necessária, e surgiram várias cidades importantes junto às rotas comerciais e marítimas e terrestres.
Ao mesmo tempo, a Igreja, fortalecida, promoveu expedições cristianizadoras ao Oriente – as Cruzadas – tentando recuperar a cidade de Jerusalém, então em poder do Império Islâmico. Durante dois séculos, as Cruzadas agitaram toda a Europa, pois além dos aspectos religiosos havia um impulso comercial muito grande.
A Expansão Comercial
As invasões que ocorreram do século V ao VIII e a desintegração do Império Romano do Ocidente levaram à formação de um sistema social, político e econômico adaptado às novas condições – o feudalismo. Da mesma forma, após o século X, novos fatos e circunstâncias determinaram outra grande transformação na Europa Ocidental.
Embora os feudos continuassem a produzir normalmente, com os servos trabalhando a terra e pagando suas obrigações aos senhores feudais, a produção era insuficiente para alimentar uma população em constante crescimento.
Nesse período, foram introduzidas várias conquistas técnicas que facilitaram em parte as atividades do campo, como o arado e outros instrumentos agrícolas de ferro, moinhos de vento e novas maneiras de se atrelarem os animais, de modo a permitir que eles fossem utilizados à plena força. Também a substituição do boi pelo cavalo, como animal de tração, trouxe vantagens, já que o cavalo é um animal mais ágil e com a mesma força do boi.
Apesar disso, o pedaço de terra cultivado era muito pequeno, o que gerava uma tendência à expansão do espaço agrícola para além dos limites dos feudos e das aldeias. Com o mesmo objetivo ocupavam-se também bosques e florestas.
Ao mesmo tempo, essa população que aumentava também requeria produtos de outra natureza: tecidos, instrumentos de trabalho, utensílios domésticos, entre outros. Alguns indivíduos (vilões) se especializavam na produção de artesanato ou na atividade comercial, surgindo então os artesãos e mercadores que comercializavam esses produtos e os eventuais excedentes agrícolas.
Alguns deles receberam permissão do senhor feudal para concentrar-se junto a castelos, mosteiros e igrejas, dando origem aos chamados burgos, núcleo das futuras cidades. Por essa razão, seus habitantes passaram a ser conhecidos como burgueses, uma nova categoria social que se dedicava ao artesanato e ao comércio de mercadorias.
Um fato relacionado com essa evolução foi o surgimento das Cruzadas, ocorridas nos séculos VI a XIII, que tiveram grande influência nesse panorama, aumentando as possibilidades de comércio da Europa e do Oriente.
A Importância das Cruzadas
Quando se denunciou na Europa que os muçulmanos maltratavam os peregrinos cristãos que chegavam à Terra Santa, iniciou-se o movimento cruzadista, que recebeu esse nome devido à cruz que usava em seus estandartes e vestuário os que dele participavam.
Convocadas primeiramente pelo papa Urbano II, em 1095, na França, as Cruzadas foram, então, expedições de cristãos europeus contra os muçulmanos ocorridas durante os séculos XI a XIII. A missão dos cavaleiros cristãos era libertar a região da Palestina, que na época fazia parte do Império Islâmico.
Além dessa motivação religiosa, entretanto, outros interesses políticos e econômicos impulsionaram o movimento cruzadista:
A Igreja procurava unir os cristãos do Ocidente e do Oriente, que haviam se separado em 1054, no chamado Crisma do Oriente, surgido a partir daí a Igreja Ortodoxa Grega, liderada pelo patriarca de Constantinopla;
Havia uma camada da nobreza que não herdava feudos pois a herança cabia apenas ao filho mais velho. Assim, os nobres sem terra da Europa Ocidental queriam apoderar-se das terras do Oriente;
Os comerciantes italianos, principalmente das cidades de Gênova e Veneza, desejavam dominar o comércio do Mar Mediterrâneo e obter alguns produtos de luxo para comercializarem na Europa;
Outros grupos populacionais marginalizados tinham interesse em conquistar riquezas nas cidades orientais.
Oito Cruzadas foram organizadas entre 1095 e 1270, que apesar de obterem algumas vitórias sobre os muçulmanos, não conseguiram reconquistar a Terra Santa.
Essas expedições envolveram desde pessoas simples e pobres do povo até a alta nobreza, reis e imperadores, tendo havido mesmo uma Cruzada formada apenas por crianças. Dezenas de milhares de pessoas uniam-se sob o comando de um nobre e percorriam enormes distâncias, tendo de obter alimentação e abrigo durante o percurso. A maioria antes de chegar ao destino era massacrada em combates.
Em 1099, Jerusalém foi conquistada, mas um século depois foi tomada novamente pelos turcos muçulmanos, não tendo sido jamais recuperada. No entanto, os europeus conseguiram reconquistar alguns pontos do litoral do Mar Mediterrâneo, restabelecendo o comércio marítimo entre a Europa e o Oriente.
O contato dos europeus com os povos orientais – bizantinos e muçulmanos – fez com que eles começassem a apreciar e a consumir produtos como perfumes, tecidos finos, jóias, além das especiarias, como eram chamadas a primeira, a noz-moscada, o cravo, o gengibre e o açucar.
No século XII, como conseqüência imediata das Cruzadas, inicia-se a expansão comercial na Europa e, com ela, o crescimento das cidades e a decadência do trabalho servil, típico do feudalismo.
As Rotas Comerciais e a Feiras
A expansão comercial, a partir da reabertura do Mar Mediterrâneo, beneficiou principalmente as cidades italianas de Gênova e Veneza. Os comerciantes dessas cidades passaram a monopolizar o comércio de especiarias, comprando-as em portos orientais de Constantinopla, Alexandria e Trípoli, para, através do Mediterrâneo, revendê-las no mercado europeu.
Mas no norte da Europa, junto as Mar do Norte e ao Mar Báltico, também se formaram regiões de intenso comércio, servidas em parte delas cidades italianas, que as atingiam tanto pro mar como por terra. Era a região de Flandres, produtora de tecidos, onde se destacava a cidade de Bruges, e a região do Mar Báltico, que tinha como importantes centro Hamburgo, Dantzig e Lübeck, que ofereciam mel, peles, madeira e peixes vindos de regiões próximas.
Para contatar esses pontos, estabeleceram-se diferentes rotas comerciais. A rota marítima ligava as cidades italianas a importantes centros comerciais do norte da Europa. Já a rota terrestre também ligava as cidades italianas à movimentada região de Fladres, mas atravessava toda a França.
Nos cruzamentos dessas grandes rotas comerciais com outras menores, que uniam todos os pontos da Europa, surgiram as feiras, grandes mercados abertos e periódicos, para onde se dirigiam comerciantes de várias partes do continente. Protegidos pelos senhores feudais, que lhes cobravam taxas de passagem e permanência, os comerciantes fixavam-se por dias e semanas em algumas regiões, oferecendo mercadorias, como tecidos, vinhos, especiarias e artigos de luxo orientais. As feiras mais famosas foram as da região de Champagne, na França.
O desenvolvimento comercial surgido no século XII, fez com que o dinheiro voltasse a ser necessário.
Porém, com em cada região cunhavam-se moedas de diferentes valores, apareceram os cambistas, pessos que conheciam os valores das moedas e se incubiam de trocá-las. Posteriormente, tornando-se as relações mais complexas, surgiram os baqueiros, que guardavam o dinheiro dos comerciantes e forneciam-lhes empréstimos mediante a cobrança de juros. São dessa época os sistemas de cheques e as letras de câmbio, que facilitavam as transações comerciais feitas a distância, utilizados até hoje.
O Ressurgimento das Cidades
Com a expansão comercial desenvolveram-se os burgos, que haviam aparecido em volta de castelos, mosteiros e igrejas, além de outros, surgidos nas rotas comerciais, no litoral e à margem de rios. Sua população, como já vimos, era composta basicamente de artesãos e comerciantes, que ganhavam cada vez mais importância, em função de sua riqueza e de seu número.
Os artesãos dedicavam-se à fabricação de tecidos, instrumentos de ferro, de couro, e de muitos outros materiais. Suas oficinas, que funcionavam com as portas abertas, serviam igualmente para vender as mercadorias diretamente, sem intermediários.
Com o rápido cresimento do comércio e do artesanato nos birgos, a concorrência entre mercadores e artesãos aumentou bastante. Para regulamentar e proteger as diversas atividades, surgiram as corporações. No início eram formados apenas por mercadores autorizados e exercer seu trabalho em cada cidade.
Posteriormente, com a especialização dos diversos artesãos, apareceram as corporações de ofício, que tiveram grande importância durante a Baixa Idade Média: corporações de padeiros, de tecelões, de pedreiros, de marceneiros etc.
Cada umas dessas corporações reunia os membros de uma atividade, regulando-lhes a quantidade e a qualidade dos produtos, o regime de trablho e o preço final. Procuravam assim eliminar a concorrência desleal, assegurar trabalho para todas as oficinas de uma mesma cidade e impedir que produtos similares de outras regiões entrassem nos mercados locais.
Dessa maneira, as corporações de ofício determinavam também as relações de trabalho. Em cada ofícina havia apenas três categorias de artesãos.
Mestres, que comandavam a produção, sendo donos de oficina, dos instrumentos de trabalho e da matéria-prima;
Oficiais ou companheiros, que eram trabalhadores especializados a serviço dos mestres, recebendo em troca um salário. Tornavam-se mestres após realizar uma obra que provasse sua capacidade e habilidade no ofício;
Aprendizes, jovens que aprendiam o ofício trabalhando, durante anos, e recebendo do mestre apenas casa e comida até poderem tornar-se companheiros.
Os comerciantes também procuravam organizar-se em corporações para manter o mercado comerciantes de diferentes cidades se associavam, formando uma liga. A mais famosa foi a Liga Hanseática, que reunia 80 ciades alemãs e que controlava comercialmente o norte da Europa.
Com o amplo desenvolvimento mercantil e artesanal e o conseqüente aumento de importância da classe dos burgueses, a antiga organização feudal, composta por nobres improdutivos e servos presos à terra, já não era mais adequada.
Os senhores feudais passaram a ganhar com o comércio, pois cobravam dos comerciantes taxas de passagem e de estabelecimento em seus feudos. A mão-de-obra servil declinava, pois, além de um grande número de trabalhadores agrícolas ter sido desviado para as Cruzadas (século XI e XII), muitos servos fugiram para dedicar-se às atividades urbanas. Interessados no aumento da produção e em maiores lucros, os senhores feudais liberaram os servos do trabalho obrigatório. Alguns senhores passam a permitir que os servos vendam seus produtos nas feiras e nas cidades, desde que lhes paguem uma quantia em dinheiro.
Outros ainda começaram a se utilizar de lavradores assalariados, pagos por jornada, chamamos jornaleiros.
Pouco a pouco, o poder dos senhores feudais diminuiu, assim como a submissão das cidades às suas leis e impostos. Alguns dos mais importantes comerciantes e mestres-artesãos passaram a organizar-se num conselho, conhecido como comuna. Eram eles que administravam as cidades, cobrando taxas e impostos de seus moradores. Foram essas comunas burguesas que, a partir do século XII, passaram a organizar a luta pela autonomia das cidades. Ela foi sendo conquistada aos poucos, ou de forma violenta, quando se armava e derrotava o senhor feudal da região, ou de forma pacifica, ao comprar a independência da cidade, recebendo a carta de franquia do senhor feudal, que dava ampla autonomia aos núcleos urbanos.
A vitória desses movimentos comunais refletia a importância cada vez maior da burguesia, fato que iria afetar diretamente os acontecimentos dos séculos seguintes.
As Sujas e Apertadas Cidades Medievais
Na baixa Idade Média, houve a rápida multiplicação do número de cidades, nas quais se exerciam atividades comerciais, manufatureiras e também artísticas.
As cidades eram guarnecidas por mulharas que serviam para protegê-la das invasões de nobres e bandidos. Seus habitantes haviam conseguido desvinvular-se parcialmente do controle dos senhores feudais, adquirindo certos direitos e liberdades que atraíam grande número de camponeses. Essa imigração aumentou em demasia a população das cidades, tornando necessária a destruição posteiror reconstrução da muralhas, a fim de ampliar o espaço urbano. Esse procedimento, no entanto, só era acessível aos grandes centro; nas demais cidades, contruíram-se casas e jardins até mesmo no alto das largas muralhas.
Assim, dentro dos limites cercados das cidades, os terrenos eram caríssimos e procurava-se aproveitar cada centímetro. As contruções, em geral de madeira, eram colocadas umas às outras, e os andares superiores eram projetados sobre as ruas, que já eram estreitas, tornando-as ainda mais sombrias. O perigo de incêndio era constante.
Esse incontrolável crescimento demográfico dificultava a observância de padrões de higiene e de conforto.
As condições sanitárias eram péssimas: o lixo eram despejado nas ruas e sua coleta ficava a cargo das eventuais chuvas; até que isso ocorresse, formavam-se montes de detrito, resolvidos por cães e porcos. A água dos rios e poços que abasteciam a cidade era freqüentemente contaminada, ocasionando consatantes surtos de tifo.
Em todo o século XIV e até meados do século XV, a Europa enfrentou uma série de circunstâncias que afetaram profundamente a vida de sua população. Mudanças climáticas trouxeram vários anos seguidos de muita chuva e frio, o que causou o extermínio de animais e plantações, levando a um longo período de fome; a peste negra, originária do Mar Negro e transmitida por ratos, dizimou milhões de europeus já enfraquecidos pela fome.
Além disso, a violência gerada pela Guerra do Cem Anos fez eclodirem revoltas populares que ceifaram outras tantas vidas.
As precárias condições urbanas agravaram ainda mais os problemas gerados por essas crises, pois só a peste negra, propiciada pelas más condições de higiene, fez a Europa perder mais da metade da sua população.
Idade Média – Período
A idade média, ao contrário do que muitos pensam, não foi um período negro na história.
Durante a idade média, foram desenvolvidas muitas coisas como técnicas de engenharia, construção, a arte tanto em quadros como em paredes, técnicas de cultivo entre muitas outras coisas. Havia também o claro domínio da igreja sobre as pessoas, prendendo-as na religião católica de certa forma sob opressão, mantendo-se forte durante esse período, sendo portanto a igreja a parte mais marcante dessa época.
Baixa Idade Média
A Baixa Idade Média corresponde ao período entre os séculos XII e meados do século XV. Nesse momento histórico ocorreram inúmeras transformações no feudalismo, como o renascimento do mundo urbano e o reaquecimento das atividades comerciais; o fim do trabalho servil; o surgimento da burguesia; a centralização política nas mãos dos monarcas; e as crises da Igreja Católica. Toda a trama histórica levou o sistema feudal ao seu limite, produzindo uma grave crise que desembocou na transição para o capitalismo.
Economia Feudal
A economia feudal deve ser dividida basicamente em dois blocos: alta idade média e baixa idade média.
Durante a alta idade média, que transcorreu entre o século V ao século XI, devido, principalmente a instabilidade política, fruto das invasões bárbaras, a economia feudal caracterizou-se pela auto-suficiência.
Na baixa idade média notou-se uma ruptura com as características de subsistência que apresentava o feudalismo. Com o fim das invasões e o surgimento de novas técnicas agrícolas foi possível a comercialização do excedente de produção.
Arte Medieval
A arte medieval sofreu uma grande influência da Igreja Católica.
As artes que se destacaram na Idade Média foram as artes plásticas: arquitetura, pintura e escultura.
Suas principais realizações foram as igrejas, podendo-se distinguir, nelas, dois estilos básicos: o romântico e gótico.
Romântico
1 na arquitetura: A impressão de solidez inabalável das construções, firmemente plantadas no solo. Um efeito visual perfeito, para transmitir a confiança na solidez da Igreja Católica, num mundo agitado e inseguro. Para agüentar o peso das abóbadas de pedra, usam-s e colunas grossas e paredes maciças, reforçadas, do lado de fora, por contrafortes. Para não enfraquecer as paredes, as janelas são poucas e estreitas, criando contrastes de luz e sombra no interior, que transpira recolhimento e paz.
2 na decoração: A escultura e a pintura são mais usadas como complementos da arquitetura. Os temas são escolhidos e tratados de modo a formarem um catecismo visual, que ensina ao povo analfabeto os fundamentos da religião.
Gótico
1 – na arquitetura: A catedral gótica é um movimento em direção ao céu. Tanto no exterior como no interior, todas as linhas da construção apontam para o alto. Essa atração para cima é acentuada pelo uso de arcos pontudos (arcos ogivais), substituindo os arcos plenos do estilo românico.
2 – na pintura: No estilo gótico, embora a pintura seja freqüentemente substituída pelos vitrais, são comuns as pinturas em painéis de madeira e sobre relevos. As figuras adquirem mais naturalidade ,e o colorido é mais vivo.
Sociedade feudal
A sociedade feudal era composta por três classes básicas: Clero, Nobres e Servos.
A estrutura social praticamente não permitia mobilidade, sendo portanto que a condição de um indivíduo era determinada pelo nascimento. As terras eram divididas em feudos, onde havia um senhor, o senhor feudal que mandava em tudo no local. O senhor era o proprietário dos meios de produção, enquanto os servos representavam a grande massa de camponeses que produziam a riqueza social.
Cada feudo tinha sua moeda, leis, tecnologia e às vezes a própria língua(o tamanho dos feudos eram tão grandes que não havia comunicação entre eles a não ser em caso de guerra, fazendo com que cada um tivesse um desenvolvimento diferente. O clero possuía grande importância no mundo feudal, cumprindo um papel específico em termos de religião, de formação social, moral e ideológica. No entanto esse papel do clero é definido pela hierarquia da Igreja, quer dizer, pelo Alto Clero, que por sua vez é formado por membros da nobreza feudal. Originariamente o clero não é uma classe social, pois seus membros ou são de origem senhorial (alto clero) ou servil (baixo clero).
A maioria dos livros de história retrata a divisão desta sociedade segundo as palavras do Bispo Adalberon de Laon: “Na sociedade alguns rezam, outros guerreiam e outros trabalham, onde todos formam um conjunto inseparável e o trabalho de uns permite o trabalho dos outros dois e cada qual por sua vez presta seu apoio aos outros”.
Os servos tinham de pagar muitas taxas aos senhores feudais, como:
Corvéia: O servo deveria prestar trabalho gratuito ao senhor feudal.
Banalidade: Pagamento de uma taxa por utilizar os instrumentos do senhor feudal.
Capitação: Imposto anual pago por cada indivíduo ao senhor feudal.
Talha: Parte da produção do servo deveria ser entregue ao nobre.
Heriot: Taxa paga pelo servo ao assumir o feudo no lugar de seu pai que veio a morrer.
Fonte: www.ducksters.com/www.conhecimentosgerais.com.br/www.geocities.com/www.colegiodasirmas.com.br
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