PUBLICIDADE
A Arte Egípcia antiga é a pintura, escultura, arquitetura e outras artes produzidas pela civilização do Egito Antigo na parte inferior do Vale do Nilo, cerca de 3000 aC a 100 dC.
A Arte Egípcia antiga atingiu um nível elevado em pintura e escultura, e foi altamente estilizado e simbólico. Grande parte da arte que sobreviveu vem de túmulos e monumentos e, portanto, há uma ênfase sobre a vida após a morte e a preservação do conhecimento do passado.
A Arte Egípcia antiga foi criada usando meios que vão desde desenhos em papiros, madeira, pedra, e pinturas.
A Arte Egípcia antiga exibe uma representação extraordinariamente vívida de sistemas de crenças e de status socioeconômicos do egito antigo. Estilos egípcios mudou muito pouco ao longo de mais de três mil anos.
A Arte Egípcia teve muita influência da religiosidade durante a Idade Antiga. O povo glorificava os deuses e idolatrava os faraós, para os quais construíam grandes templos e pirâmides.
Um aspecto que caracteriza essa arte é a Lei da Frontalidade, na qual as figuras humanas representadas estão sempre com a cabeça e as pernas de perfil, e os olhos e tronco, de frente. O tamanho das pessoas também varia de acordo com sua posição social.
A pintura egípcia é harmoniosa, assim como a escultura e a arquitetura. As obras passam a ilusão de força, majestade e imortalidade, pois a civilização acreditava que a vida após a morte seria muito melhor do que a atual.
As figuras masculinas eram pintadas em vermelho, e as femininas, em ocre, com formas piramidais e simétricas.
Os monumentos mais expressivos da arte egípcia são os túmulos e os templos, que eram divididos em três categorias: Pirâmide (túmulo real destinado ao faraó), Mastaba (túmulo para a nobreza) e Hipogeu (túmulo destinado ao povo).
A combinação de regularidade geométrica e observação aguçada da natureza é uma característica de todas as artes egípcias.
Tudo tinha que ser representada a partir do seu ângulo mais característico.
Artesanato egípcios em todo o estátuas, pinturas, jóias e cerâmica parecem cair no lugar, como se obedecessem a uma lei.
Arte Egípcia – Formas
Arquitetura – O estilo desenvolvido durante o período pré-dinástico manteve-se inalterada durante 2000 anos
Artesanato e Escultura – Elementos simbólicos foram amplamente utilizados e leis rigorosas foram aplicadas
Pinturas – As fotos encontradas em túmulos egípcios estavam conectados com a idéia de vida após a morte
Literatura – Caracterizado pela sua diversidade em uma ampla gama de tópicos
Música – Teve uma atenção considerável desde a 1ª Dinastia
Arte Egípcia – Religião
A arte egípcia estava intimamente ligada à religião, por isso era bastante padronizada, não dando margens à criatividade ou à imaginação pessoal, pois a obra devia revelar um perfeito domínio das técnicas e não o estilo do artista.
A arte egípcia caracteriza-se pela representação da figura humana sempre com o tronco desenhado de frente, enquanto a cabeça, as pernas e os pés são colocados de perfil. O convencionalismo e o conservadorismo das técnicas de criação voltaram a produziresculturas e retratos estereotipados que representam a aparência ideal dos seres, principalmente dos reis, e não seu aspecto real.
Após a morte de Ramsés II, o poder real tornou-se muito fraco. O Egito foi invadido sucessivamente pelos etíopes, persas, gregos e, finalmente, pelos romanos.
A sua arte, que influenciada pela dos povos invasores, vai perdendo sua características.
A pintura egípcia teve seu apogeu durante o império novo, uma das etapas históricas mais brilhantes dessa cultura. Entretanto, é preciso esclarecer que, devido à função religiosa dessa arte, os princípios pictóricos evoluíram muito pouco de um período para outro. Contudo, eles se mantiveram sempre dentro do mesmo naturalismo original. Os temas eram normalmente representações da vida cotidiana e de batalhas, quando não de lendas religiosas ou de motivos de natureza escatológica.
As figuras típicas dos murais egípcios, de perfil mas com os braços e o corpo de frente, são produto da utilização da perspectiva da aparência.
Os egípcios não representaram as partes do corpo humano com base na sua posição real, mas sim levando em consideração a posição de onde melhor se observasse cada uma das partes: o nariz e o toucado aparecem de perfil, que é a posição em que eles mais se destacam; os olhos, braços e tronco são mostrados de frente.
Essa estética manteve-se até meados do império novo, manifestando-se depois a preferência pela representação frontal. Um capítulo à parte na arte egípcia é representado pela escrita. Um sistema de mais de 600 símbolos gráficos, denominados hieróglifos, desenvolveu-se a partir do ano 3300 a.C. e seu estudo e fixação foi tarefa dos escribas.
O suporte dos escritos era um papel fabricado com base na planta do papiro. A escrita e a pintura estavam estreitamente vinculadas por sua função religiosa. As pinturas murais dos hipogeus e as pirâmides eram acompanhadas de textos e fórmulas mágicas dirigidas às divindades e aos mortos.
É curioso observar que a evolução da escrita em hieróglifos mais simples, a chamada escrita hierática, determinou na pintura uma evolução semelhante, traduzida em um processo de abstração. Essas obras menos naturalistas, pela sua correspondência estilística com a escrita, foram chamadas, por sua vez, de Pinturas Hieráticas. Do império antigo conservam-se as famosas pinturas Ocas de Meidun e do império novo merecem menção os murais da tumba da rainha Nefertari, no Vale das Rainhas, em Tebas.
A pirâmide foi criada durante a dinastia III, pelo arquiteto Imhotep, e essa magnífica obra lhe valeu a divinização. No início as tumbas egípcias tinham a forma de pequenas caixas; eram feitas de barro, recebendo o nome de mastabas (banco). Foi desse arquiteto a idéia de superpor as mastabas, dando-lhes a forma de pirâmide.
Também se deve a Imhotep a substituição do barro pela pedra, o que sem dúvida era mais apropriado, tendo em vista a conservação do corpo do morto. As primeiras pirâmides foram as do rei Djeser, e elas eram escalonadas.
As mais célebres do mundo pertencem com certeza à dinastia IV e se encontram em Gizé: Quéops, Quéfren e Miquerinos, cujas faces são completamente lisas.
A regularidade de certas pirâmides deve-se aparentemente à utilização de um número áureo, que muito poucos arquitetos conheciam. Outro tipo de construção foram os hipogeus, templos escavados nas rochas, dedicados a várias divindades ou a uma em particular.
Normalmente eram divididos em duas ou três câmaras: a primeira para os profanos; a segunda para o faraó e os nobres; e a terceira para o sumo sacerdote.
A entrada a esses templos era protegida por galerias de estátuas de grande porte e esfinges.
Quanto à arquitetura civil e palaciana, as ruínas existentes não permitem recolher muita informação a esse respeito.
A escultura egípcia foi antes de tudo animista, encontrando sua razão de ser na eternização do homem após a morte. Foi uma estatuária principalmente religiosa.
A representação de um faraó ou um nobre era o substituto físico da morte, sua cópia em caso de decomposição do corpo mumificado. Isso talvez pudesse justificar o exacerbado naturalismo alcançado pelos escultores egípcios, principalmente no império antigo.
Com o passar do tempo, a exemplo da pintura, a escultura acabou se estilizando. As estatuetas de barro eram peças concebidas como partes complementares do conjunto de objetos no ritual funerário.
Já a estatuária monumental de templos e palácios surgiu a partir da dinastia XVIII, como parte da nova arquitetura imperial, de caráter representativo. Paulatinamente, as formas foram se complicando e passaram do realismo ideal para o amaneiramento completo. Com os reis ptolemaicos, a grande influência da Grécia revelou-se na pureza das formas e no aperfeiçoamento das técnicas. A princípio, o retrato tridimensional foi privilégio de faraós e sacerdotes.
Com o tempo estendeu-se a certos membros da sociedade, como os escribas. Dos retratos reais mais populares merecem menção os dois bustos da rainha Nefertite, que, de acordo com eles, é considerada uma das mulheres mais belas da história universal. Ambos são de autoria de um dos poucos artistas egípcios conhecidos, o escultor Thutmosis, e encontram-se hoje nos museus do Cairo e de Berlim.
Igualmente importantes foram as obras de ourivesaria, cuja maestria e beleza são suficientes para testemunhar a elegância e a ostentação das cortes egípcias. Os materiais mais utilizados eram o ouro, a prata e pedras. As jóias sempre tinham uma função específica (talismãs), a exemplo dos objetos elaborados para os templos e as tumbas.
Os ourives também colaboraram na decoração de templos e palácios, revestindo muros com lâminas de ouro e prata lavrados contendo inscrições, dos quais restaram apenas testemunho.
Arte Egípcia – História
Os egípcios amavam demais o mundo terreno para acreditarem que os seus prazeres chegassem necessariamente ao fim com a morte. Achavam que pelo menos os ricos e poderosos poderiam desfrutar as delicias da vida pela eternidade afora, desde que as imagens desses falecidos fossem reproduzidas em suas respectivas tumbas.
Assim, boa parte da pintura egípcia era feita em prol dos mortos. Entretanto, é possível que os egípcios não julgassem que garantir uma boa vida após a morte exigisse muito gasto e que, por isso tenham escolhido a pintura como um recurso que poupava mão de obra e cortava gastos.
Em lugar da dispendiosa arte escultórica ou da pedra talhada, empregava-se uma expressão artística mais barata, a pintura. Em todo o caso, é certo que o estilo de pintura cerimonial e formal usado nas paredes das tumbas não era o único disponível.
Hoje sabemos que , ainda em vida, egípcios ricos tinham murais em casa e que estes eram elaborados em estilos pinturescos de rica textura. Infelizmente, só perduraram pequenos fragmentos desses murais.
A Pintura nas Tumbas Egipcías
Talvez uma das imagens mais impressionantes das tumbas egípcias sejam os Gansos de Medum, três majestosas aves da tumba de Nefermaat (um filho de Snefru, o primeiro faraó da IV Dinastia) e de sua esposa Itet.
Gansos de Medum
Os gansos, que remontam a mais de 2 mil anos antes de Cristo, são apenas um detalhe num friso pictórico na antiga cidade de Medum, mas já sugerem a vitalidade e pujança dos triunfos escultóricos que estavam por vir.
Outra pintura egípcia, da tumba de Ramose, mostra uma procissão funerária de Mulheres Lamentosas.
Ramose foi ministro de Amenófis III e Amenófis IV (mais conhecido como Akhenaton), dois faraós da XVIII Dinastia. Nessa pintura, as mulheres são bidimensionais e esquemáticas, mas os gestos angustiados vibram com o pesar.
Tumba de Ramose
Para os antigos egípcios, o que importava era a essência eterna, aquilo que constituía a visão de uma realidade constante e imutável. Portanto, sua arte não se preocupava em variar as aparências para atingir efeito visual, e até mesmo a arguta observação da natureza (em figuras que aparentemente eram pintadas de memória) submetia-se a uma rígida padronização de formas, as quais muitas vezes se transformavam em símbolos.
Se as cenas egípcias parecem definitivamente irreais, isso não se deve a nenhum primitivismo (pois fica bem clara a habilidade técnica e a evidente compreensão das formas naturais). Era antes, conseqüência direta da função essencialmente intelectual que a arte desempenhava.
Toda figura era mostrada do ângulo em que pudesse ser mais facilmente identificada, conforme uma escala que se baseava na hierarquia, sendo o tamanho dependente da posição social. Daí resultava um aspecto muitíssimo padronizado, esquemático e quase diagramático.
A absoluta preocupação com a precisão e a representação completa aplicava-se a todos os temas; assim, a cabeça humana é sempre reproduzida de perfil, mas os olhos são sempre mostrados de frente. Por essa razão, não há perspectiva nas pinturas egípcias tudo é bidimensional.
O Estilo e a Composição
Na maior parte, os murais egípcios, como na Cena de caça a aves selvagens, que está na tumba de um nobre em Tebas, eram criados com a técnica do falso afresco (que os italianos denominaram fresco secco).
Nesse método, a têmpera é aplicada à argamassa já seca, ao contrário do que acontece na verdadeira pintura a freco (o buon freco), que é feita sobre a massa úmida. A vida selvagem nos brejos de papiros e o gato de caça de Nebamun são mostrados com muita minúcia, mas a cena é idealizada.
Caça as Aves
O nobre está de pé em seu barco, segurando na mão direita três aves que acabou de abater e na esquerda uma espécie de bumerangue. É acompanhado pela esposa, que segura um buquê e usa um traje complexo, com um cone perfumado na cabeça.
Entre as pernas de Nebamun, acocora-se sua filha, a pequena figura que apanha na água uma flor de lótus (a composição é um exemplo de como se convencionava determinar as dimensões das figuras conforme a hierarquia familiar e social). Na origem, essa pintura era parte de uma obra maior, que também incluía uma cena de pesca.
As Regras Egípcias de Representação
Na arte egípcia, a representação por inteiro da figura humana organizava-se segundo a chamada regra de proporção, um rígido quadriculado, com dezoito unidades de igual tamanho, que garantia a repetição acurada da forma ideal egípcia em quaisquer escalas e posições. Era um sistema a prova de erro, que estabelecia as distâncias exatas entre as partes do corpo.
O sistema até especificava o comprimento exato das passadas nas figuras de caminhantes e a distância entre os pés (ambos mostrados da face interna) nas figuras que estivessem a pé e imóveis. Os artistas desenhavam o quadriculado na superfície de trabalho e então ajustavam ali dentro a figura que pretendiam representar.
Uma prancheta de desenho da XVIII Dinastia mostra o faraó Tutmés III num quadriculado desse tipo.
Os egípcios não adornavam apenas tumbas: eles também pintavam esculturas. Acredita-se que essa bela escultura de calcário, a Cabeça de Nefertite, esposa do faraó Akhenaton, tenha sido uma cópia de ateliê, pois a encontraram entre as ruínas da oficina de um escultor.
Cabeça de Nefertite
Ela é tão comovente quanto uma cabeça de Botticelli, com a mesma melancolia tocante e delicada. Demonstra um afrouxamento das rígidas convenções que regiam a arte egípcia anterior (e que regeriam a posterior), pois Akhenaton rompeu com o estilo tradicional. Em seu reinado, os entalhes, esculturas e pinturas foram alentadoramente graciosos e originais.
Culturas Egéias da Idade do Bronze
A civilização minóica (300-1100 a.C.), uma cultura da Idade do Bronze que recebeu esse nome por causa do mítico rei Mino, foi a primeira a surgir na Europa.
Tinha por base a pequena ilha de Creta, no mar Egeu, entre a Grécia e a Turquia, e desenvolveu-se mais ou menos em paralelo à civilização do Egito, seu vizinho africano. Mas, apesar de tal proximidade e de certas influências em comum, a cultura egípcia e a minóica permaneceram bastante separadas. A minóica viria a ter enorme influência na arte da Grécia antiga.
Cultural e geograficamente, Creta era o centro do mundo egeu. Também em paralelo com a civilização minóica, estava a das Cidades, um grupo de ilhas no Egeu.
Dessa sociedade recuperaram-se ídolos, objetos cujas formas antigas, quase neolíticas, reduzem-se à mais simples abstração, mas ainda retêm o poder mágico do fetiche.
Amorgo
Aqui temos um estranho antecessor da arte abstrata de nosso século, na qual o corpo humano é visto em termos geométricos, com uma imensa força em bruto, contida e controlada pela força linear. Na origem, os olhos, bocas e outros traços dos ídolos eram pintados.
Arte Egípcia – Origem
A arte Egípcia surgiu a mais de 3000 anos A.C., mas é entre 1560 e 1309 A.C. que a pintura Egípcia se destaca em procurar refletir os movimentos dos corpos e por apresentar preocupação com a delicadeza das formas.
O local a ser trabalhado primeiramente recebia um revestimento de gesso branco e em seguida se aplicava a tinta sobre gesso. Essa tinta era uma espécie de cola produzida com cores minerais. Os egípcios ao esculpir e pintar tinham o propósito de relatar os acontecimentos de sua época, as histórias dos Faraós, deuses e do seu povo em menor escala, já que as pessoas não podiam ser representadas ao lado de deuses e nem dentro de templos.
Provavelmente eles não tiveram a intenção de nos deixar a “arte” de seus criadores. O tamanho das pessoas e objetos não caracterizavam necessariamente a distância um do outro e sim a importância do objeto, o poder e o nível social. Os valores dos egípcios eram eternos e estáveis. Suas leis perduraram cerca de 6.000 anos.
O Faraó representava os homens junto aos deuses e os deuses junto aos homens, assim como era responsável pelo bem-estar do povo, sendo considerado também como um próprio Deus.
Arte e arquitetura do Egipto, edifícios, pinturas, esculturas e artes aplicadas do antigo Egipto, da pré-história à conquista romana no ano 30a.C.
A história do Egipto foi a mais longa de todas as civilizações antigas que floresceram em torno do Mediterrâneo, estendendo-se, quase sem interrupção,desde aproximadamente o ano 3000a.C. até o século IV d.C.
A natureza do país desenvolvido em torno do Nilo, que o banha e fertiliza, em quase total isolamento de influências culturais exteriores produziu um estilo artístico que mal sofreu mudanças ao longo de seus mais de 3.000 anos de história.
Todas as manifestações artísticas estiveram, basicamente, a serviço do estado, da religião e do faraó, considerado como um deus sobre a terra. Desde os primeiros tempos, a crença numa vida depois da morte ditou a norma de enterrar os corpos com seus melhores pertences, para assegurar seu trânsito na eternidade.
A regularidade dos ciclos naturais, o crescimento e a inundação anual do rio Nilo, a sucessão das estações e o curso solar que provocava o dia e a noite foram considerados como presentes dos deuses às pessoas do Egipto. O pensamento, a cultura e a moral egípicios eram baseados num profundo respeito pela ordem e pelo equilíbrio.
A arte pretendia ser útil: não se falava em peças ou em obras belas, e sim em eficazes ou eficientes.
O intercâmbio cultural e a novidade nunca foram considerados como algo importante por si mesmos. Assim, as convenções e o estilo representativos da arte egípcia, estabelecidos desde o primeiro momento, continuaram praticamente imutáveis através dos tempos.
Para o espectador contemporâneo a linguagem artística pode parecer rígida e estática. Sua intenção fundamental, sem dúvida, não foi a de criar uma imagem real das coisas tal como apareciam, mas sim captar para a eternidade a essência do objeto, da pessoa ou do animal representado.
Período pré-dinástico
Os primeiros povoadores pré-históricos assentaram-se sobre as terras ou planaltos formados pelos sedimentos que o rio Nilo havia depositado em seu curso. Os objetos e ferramentas deixados pelos primeiros habitantes do Egipto mostram sua paulatina transformação de uma sociedade de caçadores-catadores seminómades em agricultores sedentários. O período pré-dinástico abrange de 4000a.C. a 3100a.C., aproximadamente.
Antigo Império
Durante as primeiras dinastias, construíram-se importantes complexos funerários para os faraós em Abidos e Sakkara. Os hieróglifos (escrita figurativa), forma de escrever a língua egípcia, encontravam-se então em seu primeiro nível de evolução e já mostravam seu carácter de algo vivo, como o resto da decoração.
Na III dinastia, a capital mudou-se para Mênfis e os faraós iniciaram a construção de pirâmides, que substituíram as mastabas como tumbas reais. O arquiteto, cientista e pensador Imhotep construiu para o faraó Zoser (c.2737-2717a.C.) uma pirâmide em degraus de pedra e um grupo de templos, altares e dependências afins. Deste período é o famoso conjunto monumental de Gizé, onde se encontram as pirâmides de Quéops, Quéfren e Miquerinos.
A escultura caracterizava-se pelo estilo hierático, a rigidez, as formas cúbicas e a frontalidade. Primeiro, talhava-se um bloco de pedra de forma retangular; depois, desenhava-se na frente e nas laterais da pedra a figura ou objeto a ser representado. Destaca-se, dessa época, a estátua rígida do faraó Quéfren (c.2530a.C.).
A escultura em relevo servia a dois propósitos fundamentais: glorificar o faraó (feita nos muros dos templos) e preparar o espírito em seu caminho até a eternidade (feita nas tumbas).
Na cerâmica, as peças ricamente decoradas do período pré-dinástico foram substituídas por belas peças não decoradas, de superfície polida e com uma grande variedade de formas e modelos, destinadas a servir de objetos de uso quotidiano. Já as jóias eram feitas em ouro e pedras semipreciosas, incorporando formas e desenhos, de animais e de vegetais.
Ao finalizar a VI dinastia, o poder central do Egipto havia diminuído e os governantes locais decidiram fazer as tumbas em suas próprias províncias, em lugar de serem enterrados perto das necrópoles dos faraós a quem serviam.
Desta dinastia data a estátua em metal mais antiga que se conhece no Egipto: uma imagem em cobre (c.2300a.C.) de Pepi I (c.2395-2360a.C.).
Médio Império
Mentuhotep II, faraó da XI dinastia, foi o primeiro faraó do novo Egipto unificado do Médio Império (2134-1784a.C.). Criou um novo estilo ou uma nova tipologia de monumento funerário, provavelmente inspirado nos conjuntos funerários do Antigo Império. Na margem oeste do Tebas, até o outro lado do Nilo, no lugar denominado de Deir el Bahari, construiu-se um templo no vale ligado por um longo caminho real a outro templo que se encontrava instalado na encosta da montanha. Formado por uma mastaba coroada por uma pirâmide e rodeado de pórticos em dois níveis, os muros foram decorados com relevos do faraó em companhia dos deuses.
A escultura do Médio Império se caracterizava pela tendência ao realismo.
Destacam-se os retratos de faraós como Amenemés III e Sesóstris III.
O costume entre os nobres de serem enterrados em tumbas construídas em seus próprios centros de influência, em vez de na capital, manteve-se vigente. Ainda que muitas delas estivessem decoradas com relevos, como as tumbas de Asuán, no sul, outras, como as de Beni Hassan e El Bersha, no Médio Egipto, foram decoradas exclusivamente com pinturas.
A pintura também decorava os sarcófagos retangulares de madeira, típicos deste período. Os desenhos eram muito lineares e mostravam grande minúcia nos detalhes.
No Médio Império, também foram produzidos magníficos trabalhos de arte decorativa, particularmente jóias feitas em metais preciosos com incrustação de pedras coloridas. Neste período aparece a técnica do granulado e o barro vidrado alcançou grande importância para a elaboração de amuletos e pequenas figuras.
Novo Império
O Novo Império (1570-1070a.C.) começou com a XVIII dinastia e foi uma época de grande poder, riqueza e influência. Quase todos os faraós deste período preocuparam-se em ampliar o conjunto de templos de Karnak, centro de culto a Amon, que se converteu, assim, num dos mais impressionantes complexos religiosos da história. Próximo a este conjunto, destaca-se também o templo de Luxor.
Do Novo Império, também se destaca o insólito templo da rainha Hatshepsut, em Deir el Bahari, levantado pelo arquiteto Senemut (morto no ano de 1428a.C.) e situado diante dos alcantilados do rio Nilo, junto ao templo de Mentuhotep II.
Durante a XIX Dinastia, na época de Ramsés II, um dos mais importantes faraós do Novo Império, foram construídos os gigantescos templos de Abu Simbel, na Núbia, ao sul do Egipto.
A escultura, naquele momento, alcançou uma nova dimensão e surgiu um estilo cortesão, no qual se combinavam perfeitamente a elegância e a cuidadosa atenção aos detalhes mais delicados. Tal estilo alcançaria a maturidade nos tempos de Amenófis III.
A arte na época de Akhenaton refletia a revolução religiosa promovida pelo faraó, que adorava Aton, deus solar, e projetou uma linha artística orientada nesta nova direção, eliminando a imobilidade tradicional da arte egípcia. Deste período, destaca-se o busto da rainha Nefertiti (c.1365a.C.).
A pintura predominou então na decoração das tumbas privadas. A necrópole de Tebas é uma rica fonte de informação sobre a lenta evolução da tradição artística, assim como de excelentes ilustrações da vida naquela época.
Durante o Novo Império, a arte decorativa, a pintura e a escultura alcançaram as mais elevadas etapas de perfeição e beleza. Os objetos de uso quotidiano, utilizados pela corte real e a nobreza, foram maravilhosamente desenhados e elaborados com grande destreza técnica. Não há melhor exemplo para ilustrar esta afirmação do que o enxoval funerário da tumba (descoberta em 1922) de Tutankhamen.
Época tardia
Em Madinat Habu, perto de Tebas, na margem ocidental do Nilo, Ramsés III, o último da poderosa saga de faraós da XX dinastia, levantou um enorme templo funerário (1198-1167a.C.), cujos restos são os mais conservados na atualidade.
O rei assírio Assurbanipal conquistou o Egipto, convertendo-o em província assíria até que Psamético I (664-610a.C.) libertou o país da dominação e criou uma nova dinastia, a XXVI, denominada saíta. Desse período, destacam-se os trabalhos de escultura em bronze, de grande suavidade e brandura na modelagem, com tendência a formas torneadas.
Os egípcios tiveram então contato com os gregos, alguns dos quais haviam servido em seu exército como mercenários, e também com os judeus, através de uma colónia que estes tinham no sul, perto de Asuán.
A conquista do país por Alexandre Magno, em 332a.C., e pelos romanos, no ano 30a.C., introduziu o Egipto na esfera do mundo clássico, embora persistissem suas antigas tradições artísticas. Alexandre (fundador da cidade de Alexandria, que se converteu num importante foco da cultura helenística) e seus sucessores aparecem representados em relevo nos muros dos templos como se fossem autênticos faraós e num claro estilo egípcio, e não clássico. Os templos construídos durante o período ptolemaico (helénico) repetem os modelos arquitetónicos tradicionais do Egipto.
Arte Egípcia – Cultura
A religião é talvez o aspecto mais significativo da cultura egípcia, pois tudo girava em torno dela.
Na visão do povo egípcio o mundo poderia ser destruído não fossem as preces e os ritos religiosos. A felicidade nesta vida e a sobrevivência depois da morte eram assegurados pelas práticas rituais.
Tratava-se de um sistema de crenças particularmente voltado para a vida após a morte. Poder levar uma existência confortável no além, a arte precisava contribuir simbolicamente, a fim de manter o status social do morto. O corpo era embalsamado (múmia), colocado em sarcófagos superpostos, enterrados em lugares inacessíveis aos violadores de túmulos.
No Egito, a arte deveria sugerir o conceito de imutabilidade e eternidade das instituições político- sociais. Se a múmia de um faraó fosse destruida, sua alma iria viver no além sem um suporte terreno. Por isso, surgiram as estátuas como substitutas (duplos) da múmia. Sem estas estátuas, a alma não poderia identificar seu duplo e entrar nele. As estátuas personificam o defunto quando jovem dando a ideia de suportes eternos da alma, imperecíveis.
A religião portanto, invadiu toda a vida egípcia, interpretando o universo, justificando sua organização social e política, determinando o papel de cada classe social e consequentemente, orientando toda produção artística deste povo. O tamanho da figura varia conforme sua importância social, é o que se chama Perspectiva Hierárquica, primeiro o deus ou faraó. O que se quer é narrar totalmente as coisas como elas são e não como aparecem em nossa visão momentânea.
Os egípcios acreditavam em deuses e também numa vida após a morte e achavam que essa vida era mais importante do que a que viviam no presente. Por isso, a arte concretizou-se desde o início nos túmulos, nas estatuetas e nos vasos deixados juntos aos mortos.
A arquitetura se restringe sobretudo nas construções mortuárias. As tumbas dos primeiros faraós eram réplicas de suas casas, já as pessoas sem importância social eram sepultadas em construções retangulares simples, chamadas mastabas. Entretanto, foram as mastabas que deram origem às grandes pirâmides construídas mais tarde.
Antigo Império (3200-2200 a. C.)
Destaca-se a Pirâmide de Djoser, talvez a primeira construção egípcia de grandes proporções.
Destaca-se também as pirâmides do deserto de Gizé: Quéops, Quéfren e Miquerinos. Junto com estas três pirâmides está a esfinge que representa o faraó Quéfren, com 20 m de altura e 74m de comprimento. Em mil anos, os egípcios construíram 105 pirâmides.
A arte ligada a religião servia de veículo de difusão dos preceitos e das crenças religiosas, por isso obedecia a padrões. A obra deveria revelar um perfeito domínio das técnicas de execução e não o estilo do artista.
Assim, na pintura e nos baixos-relêvos haviam muitas regras a serem seguidas, dentre elas a Lei da Frontalidade que determinava que o tronco fosse de frente, enquanto sua cabeça, pernas e pés eram vistos de perfil, a figura era comumente retratada com duas mãos direitas pois era considerada a mais importante de corpo humano.
De acordo com esta convenção, a arte deveria ser reconhecida claramente de que se tratava de uma representação, isto é, o observador não poderia confundi-la com o próprio ser humano.
A idéia da eternidade está sempre ligada a um estilo geometrizado, simplificado em imagens móveis. Porque tudo o que se move tem vida e o que possui vida deve um dia perecer.
Na escultura destaca-se O Escriba, a obra revela dados particulares do retratado, fisionomia, traços raciais e condição social. Outras esculturas porém, de pedra basalto, granito e diorita aparecem sempre em posições rígidas, em simetria bilateral, as mãos coladas no corpo, o pescoço protegido por um tipo de capuz ou peruca, os pés bem plantados no solo; o movimento fica por conta das pernas que se encontram uma a frente da outra.
Médio Império (2000-1750a. C.)
As convenções e o estilo conservador das técnicas de criação voltaram a produzir obras estereotipadas representando a aparência ideal dos seres, principalmente reis, e não seu aspecto real.
Novo império (1580-1085a. C.)
Os faraós reiniciaram as grandes construções. As mais conservadas são os templos de Carnac e Luxor, ambos dedicados ao deus Amon. Destaca-se nestes templos um novo tipo de coluna trabalhada com motivos tirados da natureza, como o papiro e a flor de lotus. Destaca-se também neste período o templo da rainha Hatshepsut (séc. XV a. C.) cuja arquitetura tem como fundo uma montanha rochosa onde obra e natureza se fundem harmoniosamente.
Na pintura surgem criações mais artísticas e mais leves, com cores variadas e ganhando certo movimento. Chega até a ocorrer desobediência a rígida Lei da Frontalidade. Esta mudança ocorreu por Amenófis IV, que neutralizou o poder dos sacerdotes que chegavam a dominar até os faraós. Porém, com sua morte, os sacerdotes reassumiram o poder ao lado do faraó Tutancâmon. Este morreu com apenas 18 anos de idade. No seu túmulo foram encontrados papiros, vasos, arcas, trono, carruagens, esquifes e esculturas; entre as quais duas esculturas de quase 2 m de altura. A que continha o corpo de faraó era de ouro maciço com pedras preciosas.
Após o reinado de Tutancâmon, os reis da ditistia seguinte preocuparam-se em expandir o poder político do Egito. Destaca-se Ramsés II, que mostrou através da arte o poder, com estátuas gigantescas e imensas colunas dos templos onde eram esculpidos em hieróglifos (escrita ideogramática, pictórica ou simbólica) como elemento estético e com a intenção de deixar gravados para a posteridade as histórias dos cotidiano do Egito, explicando a importância do morto.
Após a morte de Ramsés II, o Império passou a ser governado pelos sacerdotes, houve uma estabilidade aparente, mas as ameaças de invasão acabaram acontecendo e o Egito foi invadido pelos etíopes, persas, gregos e romanos. Estas invasões foram aos poucos desorganizando a sociedade e consequentemente a sua arte, que vai perdendo suas características e refletindo a própria crise política do Império.
A arte egípcia, embora figurativa, empregava formas geométricas, portanto, abstratas, inorgânicas, inexistentes na natureza, conseguindo assim transmitir pela primeira vez na História da Arte o conceito de eternidade.
Fonte: www.aldokkan.com/en.wikipedia.org/www.portalartes.com.br/cultura.portaldomovimento.com/www.she.art.br
Redes Sociais