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A jabuticabeira, mirtácea, espontânea em grande parte do Brasil, mais comum em Minas Gerais, Espirito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná, encontradiça noutras, como Bahia, Pernambuco, Paraíba, Pará, Ceará, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Goiás e Mato Grosso, a jabuticabeira, a magnífica jabuticabeira é uma árvore de tamanho médio, porte piramidal, belíssima.
Folhas opostas, lanceoladas, vermelhas quando novas.
Flores brancas e sésseis.
Frutifica fartamente, pois se cobrem de frutos o tronco, os galhos não raro até as raízes descobertas.
A jabuticaba, fruta brasileira por excelência, é uma baga redonda ou arredondada, em regra roxo – escura, com polpa esbranquiçada doce, saborosíssima, envolvendo 1 a 4 sementes. Também há jabuticabas “listradas de roxo ou vermelho, quase negro, com listras roxas ou vermelhas “.
E as há também verde-claras e verde-bronzeadas.
Variedades
A fitografia da jabuticabeira, produtora de uma das melhores frutas do mundo, ainda está um tanto confusa. Barbosa Rodrigues, por exemplo, cita duas espécies de Myrciaria: Myrciaria jaboticaba, com frutos pequenos de pedúnculo escuro e Myrciaria cauliflora, com frutos grandes e sésseis.
Há quem encontre três espécies: Myrciaria cauliflora, Myrciaria trunciflora e Myrciaria jaboticaba.
De todas as variedades anteriores a mais aceita é a Myrciaria cauliflora e todas sua espécies, tais como:
Jabuticaba Sabará: A mais apreciada e doce das jabuticabas e a mais intensamente plantada. É de crescimento médio mas muito produtiva. Frutos miúdos, de epicarpo fino, muito saborosos. Maturação precoce.
Jabuticaba Paulista: De maior porte do que a anterior e de grande produção. Fruto grande e coriáceo. A maturação é um tanto tardia.
Jabuticaba Rajada: Assemelha-se as anteriores em crescimento e produção. Os frutos são grandes, muito doces e muito saborosos. A pele é verde bronzeada. Maturação mediana.
Jabuticabeira Branca: Porte médio. Produz, fartamente, frutas grandes e deliciosas. São verde-claras.
Jabuticabeira Ponhema: É uma árvore de grande porte e extraordinária produção. O fruto é grande e de pele um tanto coriácea. Deve ser consumida quando bem madura. É a variedade mais apropriada a fabricação de geléias, doces e licores.
Climas e solos
Embora mais comum na grande região sudeste ( Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Guanabara e São Paulo) é encontradiça, como já vimos, do Pará , onde a plantaram e é uma arvoreta, ao Rio Grande do Sul. No Ceará, cresce em algumas serras, como Ibiapaba e Baturité.
Em Pernambuco e Paraíba existe, embora raramente, no litoral e é mais freqüente, mais desenvolvida e produtiva nos planaltos e encostas da Borborema. Estes fatos mostram que a jabuticabeira tem uma extraordinária capacidade de adaptação a diversos climas. Não resta dúvida, porém, os sílico-argilosos e os argilo-silicosos profundos, férteis, bem drenados.
Multiplicação
É multiplicada por sementes, mergulhia, estaquia enxertia. As sementes serão plantadas em canteiros bem cuidados. Para a estaquia escolhem-se galhos fortes, no início da primavera. Enterram-se três quartos das estacas, em canteiros feitos à sombra e bem úmidos. Usam-se os enxertos de borbulha e garfo em pés-francos de jabuticabeira.
Plantio e tratos culturais
A jabuticabeira é sensibilíssima ao transplantio. As mudas serão arrancadas, na época oportuna, com um grande torrão, em dias úmidos. Prepara-se a terra do futuro pomar com cuidados de praxe. Ara-se e gradeia-se. Faz-se uma adubação verde, se possível.
Abrem-se covas de 50cm nos três sentidos, com o compasso de 6 x 6 a 10 x 10 metros, conforme a variedade a plantar, o clima e a fertilidade do solo.
Na cova colocar-se-ão uns 20 litros de estrume de curral ou composto, misturado com aproximadamente 200 gramas de nitro-cálcio ou sulfato de amônio, 200 gramas de farinha de ossos, 100 gramas de superfosfato e 100 gramas de cloreto de potássio. Fazem-se as carpas indispensáveis, de preferência com o cultivador ou a grade de discos.
Nos primeiros anos, podem fazer-se culturas consorciadas, de preferência leguminosas e de pequeno porte, deixando-se sempre um grande espaço livre em torno de cada jabuticabeira. Prefiram-se o feijão, o amendoim a soja como culturas consorciadas.
Adubação
Reage muito bem ao adubos, principalmente aos adubos orgânicos.
Seria aconselhável a seguinte adubação para a jabuticabeira adulta: estrume de gado ou de aves, bem curtido,10 a 20 litros; farelo de algodão; farelo de mamona ou farinha de sangue, 3 a 6Kg; farinha de ossos, 1 a 3Kg.
Pragas e moléstias
É atacada pelos insetos e fungos. O grande inimigo da jabuticabeira é o pulgão ceroso Capulina jaboticabae, Ih. Os ramos atacados serão raspados e pincelados com calda sulfo-cálcica ou algo equivalente.
Colheita
A jabuticabeira infelizmente cresce vagarosamente e custa a produzir. Mas a produção é vultosa nas jabuticabeiras grandes e bem adubadas. Raul de Faria diz ter visto jabuticabeiras enormes que produziam, em Petrópolis (RJ) e Sabará (MG), 100 caixas de 40 litros cada uma! E não tinham sido adubadas.
Fonte: www.agrov.com
Jabuticaba
“Atrás do grupo-escolar ficam as jabuticabeiras.Estudar, a gente estuda. Mas depois,ei pessoal: furtar jabuticaba.Jabuticaba chupa-se no pé.O f urto exaure-se no ato de furtarConsciência mais leve do que asaao descer,volto de mãos vazias para casa.” MENINO ANTIGO Carlos Drummond de Andrade
Características da planta
Árvore de até 8 m de altura e porte piramidal. Folhas vermelhas quando jovens, verdes posteriormente. Suas flores são alvas e surgem diretamente do caule.
Floresce duas vezes ao ano: de julho a agosto e de novembro a dezembro.
Fruto
Arredondado de coloração roxo-escura, com polpa esbranquiçada, adocicada, envolvendo de I a 4 sementes. Surge de agosto a setembro e janeiro a fevereiro.
Composição média por 100 gramas:
Calorias | 43 |
Glicidios | 11,2g |
Proteínas | 0,54g |
Cálcio | 9mg |
Fósforo | 60mg |
Ferro | 1,26mg |
Sódio | 8,3mg |
Potássio | 13,2g |
Jabuticaba crua
TACO – Tabela Brasileira de Composição de Alimentos
Tabela de valor Nutricional
Porção de 100 gramas
% VD* | ||
---|---|---|
Valor energético | 58.1kcal = 244kj | 3% |
Carboidratos | 15,3g | 5% |
Proteínas | 0,6g | 1% |
Fibra alimentar | 2,3g | 9% |
Cálcio | 8,4mg | 1% |
Vitamina C | 16,2mg | 36% |
Fósforo | 14,6mg | 2% |
Manganês | 0,3mg | 13% |
Magnésio | 17,8mg | 7% |
Lipídios | 0,1g | – |
Ferro | 0,1mg | 1% |
Potássio | 129,7mg | – |
Cobre | 0,1ug | 0% |
Zinco | 0,3mg | 4% |
Tiamina B1 | 0,1mg | 7% |
* % Valores diários com base em uma dieta de 2.000 Kcal ou 8.400kj. Seus valores diários podem ser maiores ou menores dependendo de suas necessidades.
Cultivo
A jabuticabeira prefere solos profundos e ricos em matéria orgânica. Exige muita água. Desenvolve-se em qualquer tipo de clima e solo. O crescimento é lento e o plantio deve ser feito na época das chuvas, por sementes e enxertia.
Quem nunca provou um “beijo de jabuticaba” roubado do pé carregadinho, que se apresse, pois a safra, mesmo abundante, dura pouco. Homens de todas as idades, animais, pássaros e insetos de todo tipo disputam seus frutos com voracidade.
Árvore de grande longevidade, a magnífica jabuticabeira costuma demorar para dar os primeiros frutos, mas quando começa não pára mais, e quanto mais velha, melhor e mais produtiva.
Protagonizando verdadeiros espetáculos de beleza e fartura, na floração, a árvore se cobre de pequenas flores brancas e muito perfumadas. Depois, na frutificação, o exagero de frutos costuma espantar os desavisados.
Na jabuticabeira, são milhares e milhares de flores e de frutas que nascem e crescem grudadinhas por toda a superfície dos galhos e, até mesmo, do tronco até o rés do chão.
Nessas ocasiões, as jabuticabeiras estão sempre repletas de frutos em todas as fases de maturação, colorindo, em geral, toda a árvore por tonalidades que variam entre o verde e o roxo quase negro.
Algumas variedades de jabuticabeiras apresen-tam frutos desenhados por finas estrias de cor carmim; outras, produzem jabuticabas de tom oliváceo e listras escuras.
Os frutos são redondos como bolinhas de gude e de seu tamanho, às vezes um pouco maiores: dependendo da variedade, algumas jabuticabas aproximam-se da forma e do diâmetro de uma grande ameixa. Em todos os casos, porém, a casca resistente e escura rompe-se facilmente com uma leve mordida, deixando escapar a polpa esbranquiçada e sumarenta. Na maioria das vezes, de sabor agradavelmente doce, essa polpa envolve no máximo quatro pequenas sementes em cada fruto.
Existem diversas qualidades de jabuticabeiras e de jabuticabas, uma verdadeira coleção que alcança de 12 a 15 variedades diferentes.
Entre elas, cerca da metade é bem produtiva; a outra metade, nem tanto.
A Sabará, entre todas a mais cultivada e famosa jabuticabeira, tem também o fruto mais apreciado e mais doce.
A Paulista, árvore de grande porte se comparada às outras, tem tudo grande: os frutos roxos e a produção. A Rajada oferece frutos grandes de cor esverdeada, e muito doces. A Ponhema é a melhor para a produto de geléias e doces.
Na verdade, esse não é um privilégio da jabuticabeira Ponhema: o suco de qualquer uma delas obtido por maceração, levado ao fogo com pouco açúcar, com ou sem as cascas, resulta em uma esplêndida geléia, que pode ser servida como sobremesa ou doce e, até mesmo, como acompanhamento para pratos salgados como aves e carnes bovinas.
A partir da fermentação dos frutos com casca, costuma-se também produzir um licor caseiro bastante apreciado no interior do país. Em Goiás, aproveita-se ainda a casca da jabuticaba semi-amadurecida, ainda um pouco esverdeada, para a produção de compota.
Todas as jabuticabeiras são árvores nativas do Brasil e, até hoje, podem ser encontradas espontâneas na maior parte do país. São, no entanto, mais freqüentes em Minas Gerais, no Espírito Santo, no Rio de Janeiro, em São Paulo e no Paraná, encontrando-se, também, em paragens longínquas.
Tempos atrás, provavelmente, as jabuticabeiras vegetavam nas áreas que margeavam os rios e córregos da região Sudeste, dando formação a extensas capoeiras e matas repletas pela árvore, tendo se expandido tanto naturalmente como através do cultivo.
Desde sempre, quando o homem aprendeu a cultivá-la e a saborear seus frutos, a jabuticabeira é árvore obrigatória em qualquer pomar ou quintal.
Nas fazendas do sul de Minas Gerais e de São Paulo foi bastante freqüente – e seria bom que continuasse a sê-lo – o costume de se manterem extensos pomares formados, exclusivamente, por diferentes variedades de jabuticabeiras: verdadeiros jabuticabuis que, sem qualquer pretensão comercial, proviam de seus deliciosos frutos as afortunadas famílias e a comunidade de seus agregados.
Apesar de todas as suas qualidades, do sabor tão apreciado e da abundância de frutos que oferece a cada floração, a jabuticabeira continua sendo, até hoje, uma fruteira quase exclusiva de pomares caseiros ou de pequenas plantações. Ou seja, não se encontram pomares verdadeiramente comerciais de jabuticabas.
Os dois principais fatores que restringem a expansão de sua cultura são, em primeiro lugar, os custos e as dificuldades de uma colheita num pomar com muitas árvores; e, em segundo, a precariedade da conservação de seus frutos, uma vez que o fruto deve ser colhido pronto para o consumo e que a sua fermentação inicia-se praticamente no mesmo dia da colheita.
E depois, quem já foi criança, como o poeta, e já enlouqueceu ao descobrir uma jabuticabeira repleta de frutos, sabe que “jabuticaba chupa-se no pé”!
Fonte: www.bibvirt.futuro.usp.br
Jabuticaba
Nome científico: Myrcia cauliflora Berg
Nome popular: jabuticabeira; jabuticaba-preta
Família botânica: Myrtaceae
Origem: Brasil – Mata Atlântica.
Partes usadas: Folha, casca e frutos
Fruta com elevado valor nutritivo, é riquíssima em vitaminas do Complexo B, principalmente B2 e Niacina, aparecendo em menor quantidade a vitamina C e, ainda, sais minerais como Ferro, Cálcio e Fósforo.
As vitaminas do Complexo B tem como principais funções evitar problemas de pele, reumatismo, são essenciais ao crescimento e evitam a queda dos cabelos.
A vitamina C dá resistência aos tecidos e age contra infecções; e os sais minerais são importantes para o organismo porque contribuem para a formação dos ossos, dentes e sangue.
Ao comprar jabuticabas dê preferência às graúdas, sem rachaduras ou picadas de insetos.
Antes de consumir, aconselha-se lavá-las bem em água corrente. Não devem ser lavadas se não forem consumidas imediatamente, pois é fruta muito sensível, que se azeda facilmente.
Em geladeira conserva-se de 2 a 3 dias e seu período de safra é de agosto a novembro.
Características da planta
A jabuticabeira é espontânea em grande parte do Brasil. Frutifera de origem sul-americana (brasileira) é encontrada com mais freqüência em Minas Gerais, Espirito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná, mas pode também ser encontrada em outras regiões do país, como na Bahia, ou em Pernambuco, Paraíba, Ceará, Pará, Goiás, Mato Grosso, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Árvore de porte médio, piramidal, podendo chegar até 9m de altura, dependendo da espécie. Folhas opostas, lanceoladas, vermelhas quando novas e posteriormente, verdes.
É conhecida há mais de 400 anos, também, na Argentina, Paraguai e Uruguai. Nome de origem indígena que significa, em tupi, jabuti (animal silvestre, parecido com a tartaruga), caba (lugar onde), por ser comum a existência deste animal nas proximidades das jabuticabeiras, alimentando-se dos frutinhos que caiam no chão. Estes índios consumiam a jabuticaba na forma natural ou em bebida fermentada que preparavam.
Clima
Planta de clima tropical e subtropical úmido, sem excesso de umidade; não suporta estiagens prolongadas e geadas fortes. As jabuticabeiras são encontradas desenvolvendo-se bem em regiões onde a temperatura média anual está em torno de 20ºC (Rio Grande do Sul) e em regiões onde a temperatura média anual está em torno de 30ºC (Pará).
A pluviosidade mínima (chuvas) requerida é de 1.000mm./ano( ideal em torno de 1.500mm./anuais bem distribuídos). Em regiões secas o cultivo da jabuticabeira requer irrigação adequada. A umidade relativa do ar deve estar entre 75% a 80% e a luminosidade, em 2.000 horas/luz/ano. O pomar deve ser protegido de ventos dominantes, com a utilização de quebra-ventos
Frutos
Seus frutos (tipo baga) são arredondados, de coloração roxo-escura, com polpa esbranquiçada, adocicada, saborosíssima, envolvendo de 1 a 4 sementes.
Surgem de agosto a setembro e de janeiro a fevereiro. A safra, mesmo abundante, dura pouco. A jabuticabeira é uma árvore de grande longevidade; comumente demora para dar os primeiros frutos, mas quando começa não pára mais, e quanto mais velha, melhor e mais produtiva. . Suas flores são brancas, sésseis, e surgem diretamente do caule. Floresce duas vezes ao ano, de julho a agosto e de novembro a dezembro, e sua frutificação é abundante, cobrindo de frutos o tronco, os galhos, e ocasionalmente, até as raízes descobertas.
Variedades
Existem diversas qualidades de jabuticabeiras e de jabuticabas, uma verdadeira coleção que alcança de 12 a 15 variedades diferentes, cerca da metade delas é bem produtiva; a outra metade, nem tanto.
A fitografia da jabuticabeira, ainda está um tanto confusa.
Alguns pesquisadores citam duas espécies de Myrciaria: Myrciaria jaboticaba, com frutos pequenos de pedúnculo escuro e Myrciaria cauliflora, com frutos grandes e sésseis.
Outros afirmam que existem três espécies: Myrciaria cauliflora, Myrciaria trunciflora e Myrciaria jaboticaba.
De todas as variedades anteriores a mais aceita é a Myrciaria cauliflora e todas sua espécies, tais como:
Jabuticaba Sabará: A mais apreciada e doce das jabuticabas e a mais intensamente plantada. É de crescimento médio mas muito produtiva. Frutos miúdos, de epicarpo fino, muito saborosos. Maturação precoce.
Jabuticaba Paulista: De maior porte do que a anterior e de grande produção. Fruto grande e coriáceo. A maturação é um tanto tardia.
Jabuticaba Rajada: Assemelha-se as anteriores em crescimento e produção. Os frutos são grandes, muito doces e muito saborosos. A pele é verde bronzeada. Maturação mediana.
Jabuticabeira Branca: Porte médio. Produz, fartamente, frutas grandes e deliciosas. São verde-claras.
Jabuticabeira Ponhema: É uma árvore de grande porte e extraordinária produção. O fruto é grande e de pele um tanto coriácea. Deve ser consumida quando bem madura. É a variedade mais apropriada a fabricação de geléias, doces e licores. Na verdade, esse não é um privilégio da jabuticabeira Ponhema. Qualquer uma delas pode ser utilizada no fabrico destas iguarias.
Apesar de todas as suas qualidades, do sabor tão apreciado e da abundância de frutos que oferece a cada floração, a jabuticabeira continua sendo, até hoje, uma fruteira quase exclusiva de pomares caseiros ou de pequenas plantações. Ou seja, não se encontram pomares verdadeiramente comerciais de jabuticabas.
Os dois principais fatores que restringem a expansão de sua cultura são, em primeiro lugar, os custos e as dificuldades de uma colheita num pomar com muitas árvores; e, em segundo, a precariedade da conservação de seus frutos, uma vez que o fruto deve ser colhido pronto para o consumo e que a sua fermentação inicia-se praticamente no mesmo dia da colheita.
Embora adaptável a solos de tipos diversos o cultivo da jabuticabeira deve ser feito, preferencialmente, nos silico-argilosos. Devem ser profundos, bem drenados, férteis, ricos em matéria orgânica, com boa umidade (na floração/frutificação), pH em torno de 6,5 a 7,0. Os terrenos devem ter altitude inferiores a 600 m. O crescimento é lento e o plantio deve ser feito na época das chuvas.
A jabuticabeira pode ser propagada por sementes, estaquia, mergulhia e por enxertia (estas são mais precoces que as plantas de pé-franco, no entanto os enxertos produzem plantas de copas menores e menos produtivas). Para a estaquia escolhem-se galhos fortes, no início da primavera. Enterram-se três quartos das estacas, em canteiros feitos à sombra e bem úmidos. Usam-se os enxertos de borbulha e garfo em pés-francos de jabuticabeira.
Para a obtenção de sementes para o plantio, os frutos devem ser colhidos em plantas boas produtoras, precoces e isentas de pragas e doenças. A seleção do fruto é condicionada à forma, tamanho, coloração e natureza da superfície segundo característica da espécie. As sementes obtidas devem ser bem constituídas, vigorosas e sadias. Na seleção destas sementes, deve-se eliminar aquelas mal conformadas e chochas (Um grama de semente pode conter de 40 a 50 unidades).
Após romper sua casca (c/canivete ou unha) aperta-se o fruto para extrair a semente que está envolta pela polpa; esta é eliminada deixando-a fermentar por 24 horas ou lavando-a com cal em peneira ou ainda, esfregando-a sobre peneira ou espremendo-a em saco de pano de tecido ralo. Em seguida a semente é espalhada sobre um papel absorvente ou pano seco e colocada a secar à sombra. Como elas perdem o poder germinativo facilmente, as sementes devem ser postas a germinar em até 5 dias após a sua obtenção.
Para o semeio de grandes quantidades de sementes, utiliza-se canteiros de 1,2 m. de largura por comprimento variável com superfície destorroada a aplainada; a terra deve ser composta de 1 parte de areia silicosa, 1 parte de terra argilosa e 4 partes de terra fértil (de mata). O semeio é feito com 1 a 2cm de profundidade, em sulcos transversais, com espaçamento 30 cm entre linhas (sulcos), e 10 cm entre sementes. Logo após o semeio, irrigar bastante.
A germinação ocorre em torno de 15 a 30 dias. A muda deve ser repicada para o viveiro (ou para saco plástico) com terra bem estercada, quando atingirem cerca de 15 cm de altura, o que ocorre 6 a 12 meses após o lançamento das primeiras folhas. Dois meses antes da repicagem o leito do canteiro deve ser preparado; nele abre-se sulcos com 20 cm de profundidade que devem receber os adubos químicos recomendados pela análise do solo, misturados a 6Kg de esterco de curral para cada metro de sulco. A repicagem é feita num espaçamento de 80cm x 40cm. Ao atingirem 60cm de altura as mudas estarão aptas para o plantio definitivo no campo.
Atenção
A jabuticabeira é sensibilíssima ao transplantio, portanto, todo cuidado é pouco, sendo preferível a produção de mudas em sacos plásticos (sacos de polietileno preto, de 15 x 25 ou de 18 x 30). O substrato para o enchimento dos sacos é semelhante ao feito para o leito do canteiro, substituindo 1 parte de terra fértil por 1 parte de esterco de curral bem curtido.
A propagação via estaquia é efetuada com a retirada do ramo da planta mãe na primavera. Este ramo deve ter aproximadamente 80cm de comprimento com 5 a 7cm de espessura, aponta-se sua extremidade inferior, lasca-se em cruz e, com uma marreta, enterra-se 2/3 da estaca, logo após, irrigar bem.
Plantio
Para o plantio definitivo das mudas, abrem-se covas de 50 X 50 X 50cm, com um espaçamento variando de 6 x 6m a 10 x 10m, dependendo da variedade a ser plantada, do clima e da fertilidade do solo. Na cova coloca-se misturados à terra, 20 litros de esterco de curral bem curtido ou composto orgânico, acrescidos de 200 gramas de farinha de ossos. Irriga-se um pouco o fundo da cova e coloca-se o torrão com a muda, enchendo-se a mesma com a mistura de terra+adubo, mantendo o colo da planta 5cm acima da superfície do solo.
Faz-se uma pequena bacia em torno da muda e irriga-se com 20 litros de água e coloca-se cobertura morta de palha ou capim seco. No plantio de mudas provenientes de canteiros, estas devem ser arrancadas com um grande torrão, em dias úmidos. Prepara-se a terra do futuro pomar com cuidados de praxe, arando-se e gradeando a mesma, tomando-se o cuidado de efetuar uma análise do solo, logo após a aração. Anualmente, no período das chuvas, adubar cada planta com 20 litros de esterco de curral bem curtido, acrescidos das quantidades de adubos químicos recomendados pela análise do solo, com leve incorporação.
Tratos Culturais
É aconselhável manter o pomar livre de ervas daninhas. Nos primeiros anos, para proporcionar uma renda extra ao produtor, as culturas consorciadas são aconselháveis, de preferência as leguminosas (não trepadeiras) e/ou culturas de pequeno porte, deixando-se sempre um grande espaço livre em torno de cada jabuticabeira. Se faz necessário efetuar podas anuais para eliminar os galhos que tendam a “fechar” a copa, facilitando assim o arejamento e a penetração de raios solares. Eliminar também os galhos secos, doentes, tortuosos e mal distribuídos. Na formação da copa retirar os ramos da base do caule, para que a copa fique a 80cm ou mais de altura do solo.
Como a planta reage muito bem aos adubos, principalmente os orgânicos, efetua-se a seguinte adubação para a jabuticabeira adulta:
Estrume de gado ou de aves, bem curtido,10 a 20 litros
Farelo de algodão; farelo de mamona ou farinha de sangue, 3 a 6Kg
Farinha de ossos, 1 a 3Kg.
As pragas que mais atacam a jabuticabeira são o pulgão ceroso (Capulina jaboticabae, Ih), as cochonilhas (Capulinia spp), a broca-das-mirtáceas ( Timocrata albella, Zeller) e o gorgulho da Jabuticaba (Conotrachelus myrciariae, Marsh). Quanto as doenças, a ferrugem , causada pelo fungo Puccinia psidii Wint, que afeta folhas, flores, frutos e ramos com manchas necróticas circulares, é a mais importante delas. Para o controle das pragas e doenças, consulte um agrônomo.
Produção
A jabuticabeira infelizmente cresce vagarosamente e custa a produzir. Mas a produção é vultosa nas jabuticabeiras grandes e bem adubadas. Três meses após a floração a jabuticabeira inicia a frutificação; com adubação mais intensa e sob regime de irrigação, a planta pode dar 2 a 3 floradas/ano. O ponto de maturação é mostrado pela cor (de acordo com a variedade) e quando o fruto estiver macio à compressão com os dedos.
A colheita é feita à mão, com auxilio de escadas. Os frutos são colocados em sacos a tiracolo (sem deixar cair no chão). Desses sacos passam a cestas ou caixa pequena (para evitar esmagamento) sem forro (para circular ar). Tendo casca consistente o fruto apresenta boa conservação e resiste bem ao transporte. Uma jabuticabeira pode produzir 200 Kg, 500 Kg, 800 Kg e até acima de 1.000 Kg (Sabará) de frutos por ano. A planta inicia produção entre o quinto e o oitavo ano, e a produção pode prolongar-se por 30 anos ou mais.
Planta de madeira resistente, seu tronco é destinado ao preparo de vigas, esteios, dormentes e obras internas. Do fruto, em uso caseiro, é consumido ao natural ou usado no preparo de doces, geléias, licores, vinho, vinagre.
Na indústria, o fruto é usado para o preparo de aguardente, geléias, jeropiga (vinho artificial), licor, suco, e xarope. O extrato do fruto é usado como corante de vinhos e vinagres. Na medicina caseira utiliza-se o “chá-de-cascas” para tratar anginas, disenterias e erisipelas e, a entrecasca do fruto, em chá, destina-se ao tratamento de asma.
Fonte: www.emater-rondonia.com.br
Jabuticaba
A jabuticaba é uma fruta silvestre, de cor roxo-escura ou negra, segundo a variedade da planta, e polpa suculenta, mole e esbranquiçada.
Pode ser consumida ao natural ou usada para fazer doce, geléia, licor ou vinho.
É rica em ferro e contém, em menores quantidades, cálcio e fósforo. Também fornece algumas vitaminas, principalmente a C, sendo comprada por quilo.
Quando for escolher prefira as jabuticabas que estiverem viçosas, firmes, brilhantes e sem rachaduras.
Como é uma fruta que se estraga com muita facilidade, consuma a jabuticaba no mesmo dia da compra.
Para guardar por 1 ou 2 dias, lave, enxugue bem e guarde na gaveta da geladeira
Para fazer licor ou vinho de jabuticaba, a fruta deve ser amassada em socador de madeira ou numa vasilha de vidro. Já para preparar geléia não é necessário estourar a jabuticaba, pois elas arrebentam com o calor do fogo.
Fonte: www.geocities.com
Jabuticaba
JABUTICABEIRA – Myrciaria cauliflora
Ocorrência: É espontânea em grande parte do Brasil, com mais freqüência em Minas Gerais , Espirito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná, mas pode também ser encontrada em outras regiões do país, como na Bahia, ou em Pernambuco, Paraíba, Ceará, Pará, Goiás, Mato Grosso, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Outros nomes: Jabuticaba, fruita, jabuticaba-preta, jaboticaba, jabuticaba-açu, jabuticaba-do-mato, jabuticaba-paulista, jabuticaba-sabará, jaboticabeira
Características
Espécie perenifólia, de porte médio, podendo chegar a 7 m de altura. Tronco ramificado, de casca fina e muito lisa, que se descama anualmente em placas.
Folhas glabras, brilhantes, pequenas, de 3 a 5 cm de comprimento, lanceoladas, avermelhadas quando novas, com glândulas translúcidas. Flores brancas, pequenas, presas diretamente no caule e ramos (caulifloria).
Fruto baga globosa, de até 3 cm de diâmetro, casca de avermelhada a quase preta com polpa mucilagenosa, branca, agridoce, comestível, saborosa, com uma única semente.
Não suporta estiagens prolongadas e geadas fortes. É uma árvore de grande longevidade. Comumente demora para dar os primeiros frutos, mas quando começa não pára mais, e quanto mais velha, melhor e mais produtiva. Um grama de semente pode conter de 40 a 50 unidades.
Habitat: Formações florestais do complexo atlântico e das florestas estacionais semideciduais
Propagação: Sementes, estaquia, mergulhia e por enxertia
Madeira: Moderadamente pesada, compacta, elástica, dura, de longa durabilidade quando protegida de intempéries.
Utilidade
Fruta consumida ao natural ou como geléias. A polpa fermentada produz licor. A casca é adstringente, útil contra diarréia e irritações da pele. A madeira é utilizada para utensílios domésticos pela elevada durabilidade, para o preparo de vigas, esteios, dormentes e obras internas.
É uma planta elegante de folhas pequenas e atinge seu “auge” como planta ornamental durante a floração e frutificação. É uma planta própria para o quintal ou pomar.
Florescimento: Agosto a setembro
Frutificação: Setembro a novembro. A planta inicia produção entre o quinto e o oitavo ano, e a produção pode prolongar-se por 30 anos ou mais.
Cuidados
Apesar de todas as suas qualidades, do sabor tão apreciado e da abundância de frutos que oferece a cada floração, a jabuticabeira continua sendo, até hoje, uma fruteira quase exclusiva de pomares caseiros ou de pequenas plantações. Ou seja, não se encontram pomares verdadeiramente comerciais de jabuticabas.
Os dois principais fatores que restringem a expansão de sua cultura são, em primeiro lugar, os custos e as dificuldades de uma colheita num pomar com muitas árvores; e, em segundo, a precariedade da conservação de seus frutos, uma vez que o fruto deve ser colhido pronto para o consumo e que a sua fermentação inicia-se praticamente no mesmo dia da colheita.
Fonte: www.vivaterra.org.br
Jabuticaba
Origem
Brasil, aparecendo também na Colômbia, Paraguai, Argentina e ocasionalmente Flórida.
Clima
Tropical e subtropical
Características
Árvore frutífera muito popular no Brasil, chegando a atingir 12 a 15 m de altura. Os galhos crescem naturalmente logo a partir do solo. Possui o tronco liso, em tons que variam do marrom claro ao cinza. Tem como característica desprender a casca ao longo do tronco e galhos criando um efeito bastante atrativo.
Possui folhas perenes e pequenas, com uma coloração suavemente rosa. Suas pequenas flores brancas surgem diretamente no tronco e galhos da árvore, que se desenvolvem em frutos médios (1,5 a 3 cm) brilhantes, escuros, quase negros, e muito apreciados por seu exótico sabor. Dentro da polpa de cor branca, encontramos de uma a quatro sementes.
Situação: Em climas temperados pode ser colocada todo ano próxima a uma janela bem iluminada. Em ambientes externos, desde a metade da primavera até o final do verão, em local ensolarado ou de meia sombra. Não suporta geadas fortes e seu crescimento se detém abaixo dos 12o C.
Rega: Regue generosamente durante os meses de verão e reduza a freqüência durante o inverno. O melhor é manter o solo uniformemente úmido.
Adubação: Utilize fertilizante líquido a cada quinze dias, desde o início da primavera até o final do verão. Durante o outono e inverno, adube a cada quatro semanas.
Transplante: A melhor época é o inicio da primavera, a cada dois anos, procurando fazer uma poda moderada das raízes.
Poda: Pode os brotos no segundo ou quarto par de folhas, quando estiver com seis ou oito pares de folhas desenvolvidas. É possível fazer podas vigorosas ou remoção de galhos durante todo o ano, mas é melhor época é na primavera.
Aramação: Como esta planta cresce naturalmente como uma árvore, a aramação é pouca utilizada. Mas porém se for necessário, faça somente nos galhos lignificados.
Dicas
A propagação através de sementes é feita com muita facilidade se semeadas logo após serem retiradas do fruto. Como a jabuticaba é uma planta que demora para produzir frutos, recomenda-se a obtenção do material através da alporquia de um galho que já esteja produzindo, fazendo o anelamento completo do tronco e se possível, utilizando algum tipo de hormônio enraizante.
Como melhor época para esta operação, recomendase o final do inverno. Pelo fato da jabuticaba possuir uma raiz principal e pivotante, é importante que seja eliminada aos poucos para que se consiga o plantio em um vaso raso.
Fonte: www.vivabonsai.com.br
Jabuticaba
Origem: Brasil
Uso medicinal
Devido a presença de antocianinas, têm uma potente ação antioxidante, ajudam a varrer as moléculas instáveis de radicais livres. Ultimamente surgem estudos apontando que substâncias antioxidantes também auxiliam a estabilizar o açúcar no sangue dos diabéticos.
O chá da casca é usado no tratamento da diarréia e disenteria. O cozimento, para uso externo no caso de erisipela. O bagaço dos frutos é adstringente, sendo usado em cozimento para o combate de diarréias e em gargarejos para os casos de amidalite crônica. A entrecasca do tronco (a película transparente que fica entre a casca e a polpa) é considerada como um bom remédio contra a asma.
Uso culinário
A jabuticaba é a matéria-prima de geléia, suco, licor e vinho.
Utilidades
Doces, geléias, licores, vinagres, vinhos, aguardente, suco, xarope.
Jabuticaba: uma amiga do coração
Nativa do Brasil, e com o nome científico Myrcia cauliflora Berg, ela costuma medir entre 6 e 9 metros e é conhecida desde o período do descobrimento.
“A espécie é encontrada de norte a sul, desde o Pará até o Rio Grande do Sul”, diz o engenheiro agrônomo João Alexio Scarpare Filho, da Esalq. Segundo ele, a palavra jabuticaba é tupi e quer dizer “fruto em botão”. A jabuticaba é a matéria-prima de delícias já conhecidas, como a geléia, licor e, também, uma espécie de vinho.
Em 100 gramas ou 1 copo, temos: calorias 51, vitamina C 12 mgm, Niacina 2,50 mg, ferro 1,90 mg e fósforo 14 g
Características da fruta
Atributos para essa fruta tipicamente brasileira é o que não faltam. Vitaminas, fibras e sais minerais aparecem nela ao montes. Agora, para melhorar ainda mais esse perfil nutritivo, pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas descobriram que ela está cheia de antocianinas, substâncias que protegem o coração. Mais uma razão para que a jabuticaba esteja sempre no seu cardápio.
Ela ganha até da uva e, provavelmente, do vinho tinto, que são festejados no mundo inteiro por evitarem infartos. Você vai conhecer agora uma revelação científica – e das boas – que acaba de cair do pé.
A química Daniela Brotto Terci nem estava preocupada com os problemas que se passam com o coração. Tudo o que ela queria, em um laboratório da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no interior paulista, era encontrar na natureza pigmentos capazes de substituir os corantes artificiais usados na indústria alimentícia.
E, claro, quando se fala em cores a jabuticaba chama a atenção. Roxa? Azulada? Cá entre nós, jabuticaba tem cor de… jabuticaba! Mas o que tingiria a sua casca?
A cientista ficou surpresa e impressionada ao verificar: enormes porções de antocianinas, foi a resposta.
As antocianinas são pigmentos responsáveis por uma variedade de cores atrativas e brilhantes de frutas, flores e folhas que variam do vermelho vivo ao violeta e azul. Daniela jamais tinha suspeitado de que havia tanta antocianina ali, na jabuticaba; aliás, nem ela e nem ninguém mais.
“Os trabalhos a respeito dessa fruta são muito escassos”, tenta justificar a pesquisadora, que também mediu a dosagem de antocianinas da amora e da uva. Ironia, o fruto da videira saiu perdendo no ranking, enquanto o da jabuticabeira…
Dê só uma olhada, o número representa a quantidade de miligramas das benditas antocianinas por grama da fruta:
Jabuticaba: 314
Amora: 290
Uva: 227
As atocianinas é que dão as cores
“Se um fruto tem cor arroxeada é porque elas estão ali”, entrega a nutricionista Karla Silva, da Universidade Estadual do Norte Fluminense, no Rio de Janeiro. No reino vegetal, esse tingimento serve para atrair os pássaros. “E isso é importante para espalhar as sementes e garantir a perpetuação da espécie”, explica Daniela Terci, da Unicamp.
Usos da Jaboticabeira
Planta: a madeira, resistente, é destinada ao preparo de vigas, esteios, dormentes e obras internas.
Fruto: em uso caseiro o fruto é consumido ao natural ou usado no preparo de doces, geleias, licores, vinho, vinagre. Em indústria, o fruto é usado para o preparo de aguardente, geleias, jeropiga (vinho artificial), licor, suco, xarope; o extrato do fruto é usado como corante, de vinhos e vinagres.
Em medicina caseira utiliza-se: o chá-de-cascas para tratar anginas, desinteria e erisipelas; a entrecasca do fruto, em chá, destina-se ao tratamento de asma.
Uso medicinal
Para a Medicina, o interesse nas antocianinas é outro. “Elas têm uma potente ação antioxidante”, completa a pesquisadora de Campinas. Ou seja, uma vez em circulação, ajudam a varrer as moléculas instáveis de radicais livres.
Esse efeito, observado em tubos de ensaio, dá uma pista para a gente compreender por que a incidência de tumores e problemas cardíacos é menor entre consumidores de alimentos ricos no pigmento.
Ultimamente, surgem estudos apontando uma nova ligação: as tais substâncias antioxidantes também auxiliariam a estabilizar o açúcar no sangue dos diabéticos.
Se a maior concentração de antocianinas está na casca, não dá para você simplesmente cuspi-la. Tudo bem, engolir a capa preta também é difícil. A saída, sugerida pelos especialistas, é batê-la no preparo de sucos ou usá-la em geléias; a boa notícia é que altas temperaturas não degradam suas substâncias benéficas.
O professor Lelington conta que costuma mastigar as cascas e engoli-las; além das antocianinas, ela evita a prisão de ventre. Ele também mastiga as sementes e as engole, pois contém elementos antialérgicos.
Segundo ele, as antocianinas são os pigmentos presentes nos vacúolos de plantas responsáveis por fantásticas exibições de vermelho e azul na Natureza e por fabulosas alterações das cores das folhas de determinadas plantas no Outono.
Existem diferentes antocianinas naturais. Os corantes de antocianina são fabricados normalmente a partir de cascas de uva e de jabuticaba.
Devido à solubilidade e à mudança de cor em função do pH, este corante possui uso restrito a produtos que normalmente são fabricados a partir de alimentos que contém frutas: sorvetes de uva, geléias, vinhos compostos etc.
Os pigmentos naturais, que dão a algumas frutas e vegetais a cor avermelhada, azul ou roxa, contribuem para a diminuição do número de células cancerígenas no organismo e, em alguns casos, podem mesmo causar a sua extinção; tornando-os, assim, uma importante ajuda no combate ao câncer, afirma um estudo realizado por cientistas norte-americanos.
Frutas e vegetais que contenham um número elevado destes pigmentos, como a acerola e a beterraba, são mais eficazes em desacelerar o crescimento de células cancerígenas. Em 20% dos casos, podem mesmo extingui-las. Mas os benefícios não param por aí, alimentos menos ricos nestes pigmentos, como o rabanete e o morango, diminuem o crescimento do câncer do colón entre os 50% e os 80%.
Estes resultados são a conclusão de um estudo que combina testes de laboratório em células cancerígenas humanas e experiências em animais, citado pelo The Guardian. O objetivo é saber se há uma relação entre uma dieta rica nestes alimentos e o baixo risco de desenvolver um câncer, tal como foi apresentado no encontro da American Chemical Society, nos EUA.
Os componentes destes pigmentos pertencem a um grupo denominado por antocianinas que, por ser um antioxidante, dificulta a sua absorção pela corrente sanguínea. Estes componentes viajam do estômago até ao intestino delgado. Os cientistas acreditam que no conseguir percorrer este caminho está o segredo para as suas propriedades anti-cancerígenas.
O próximo passo é saber se os componentes destes pigmentos podem ser modificados de modo a torná-los ainda mais poderosos. Foram identificados 600 antocianinas diferentes e os pesquisadores já analisaram a sua composição. Sabe-se que as antocianinas são responsáveis pela pigmentação de alimentos, flores e folhas, e a sua cor varia entre o vermelho vivo, o azul e o violeta.
Os benefícios destes alimentos, como a acerola, camu-camu – muito usados em sumos naturais -, foi testado em ratos. Os animais sofriam de câncer do colón e, ao fazerem uma dieta à base de antocianinas extraídas de frutas, o seu estado clínico melhorou entre 60% e 70% em comparação com outro grupo que não se alimentou destas frutas.
Além do câncer, em particular o do cólon, estes alimentos ajudam a combater ainda doenças cardiovasculares e a formação de coágulos no sangue. (contém em sua maioria potássio).
Os sucos, particularmente, rendem experiências bem coloridas. A nutricionista Solange Brazaca, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), em Piracicaba, interior paulista, dá lições que parecem saídas da alquimia: “Misturar a jabuticaba com o abacaxi resulta numa bebida azulada”, ensina. “Já algumas gotas de limão deixam o suco avermelhado. “As variações ocorrem devido às diferenças de Ph e pela união de pigmentos ácidos.
Mas, vale lembrar a velha máxima saudável: Bateu, tomou!
“Luz e oxigênio reagem com as moléculas protetoras”, diz a professora. Não é só a saúde que sai perdendo: o líquido fica com cor e sabor alterados. Aliás, no caso da jabuticaba, há outro complicador. Delicada, a fruta se modifica assim que é arrancada da árvore.
“Como tem muito açúcar, a fermentação acontece no mesmo dia da colheita”, conta a engenheira agrônoma Sarita Leonel, da Universidade Estadual Paulista, em Botucatu. A dica é guardá-la em saco plástico e na geladeira. Agora, para quem tem o privilégio de ter uma jabuticabeira, a professora repete o que já diziam os nossos avós: “Jabuticaba se chupa no pé”.
A parte branca tem seu valor
A bioquímica Edna Amante, do laboratório de frutas e hortaliças da Universidade Federal de Santa Catarina, destaca alguns nutrientes da parte branca e mais consumida da jabuticaba: “É na polpa que a gente encontra ferro, fósforo, vitamina C e boas doses de niacina, uma vitamina do complexo B que facilita a digestão e ainda nos ajuda a eliminar toxinas.”
Ufa! E não só nessa polpa, mas também na casca escura, você tem excelentes teores de pectina. “Essa fibra tem sido muito indicada para derrubar os níveis de colesterol, entre outras coisas”, conta a nutricionista Karla Silva.
Um novo estudo da Universidade de Georgia, nos EUA, demonstrou que a pectina, um tipo de fibra encontrado em frutas e hortaliças e utilizada na confecção de geléias e outros alimentos consegue eliminar as células cancerígenas da próstata em até 40%.
O estudo publicado na edição de agosto de 2007 da revista Glycobiology, demonstrou que a pectina inclusive conseguiu eliminar células que geralmente não respondem à terapia hormonal e por isto são de difícil tratamento com as medicações disponíveis no momento.
Em outros estudos, diz o professor Lelington, a pectina esteve relacionada com redução do colesterol e dos níveis de glicose no sangue além de reduzir a divisão celular prevenindo câncer de pulmão e tumores no cólon.
O time de pesquisadores agora está envolvido na identificação da menor estrutura dentro da pectina, capaz de induzir à morte de células cancerígenas a fim de fabricar medicamentos e alimentos com mais benefícios à saúde.
A pectina faz uma excelente dobradinha com as antocianinas no fruto da jabuticabeira.
Daí o discurso inflamado dessa especialista, fã de carteirinha: “A jabuticaba deveria ser mais valorizada, consumida e explorada”. Nós concordamos, e você?
Lelington Lobo Franco
Fonte: ci-67.ciagri.usp.br
Matéria muito boa!