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Bacuri
O Bacuri é uma árvore, até 15m de altura ou mais e cerca de 1m de diâmetro, folhas opostas, pecioladas, lanceoladas, peninervias, coriáceas, inteiras, luzidias e glabras.
Flores branco-roseas, solitárias, grandes, terminais, fruto baga globosa, amarelo-citrina, de 7 cm de diâmetro longitudinal, contendo polpa branco-amarelada, mucilaginosa, agridoce, comestível e agradável, envolvendo sementes de 3cm ou mais.
Fornece madeira de lei (bacuri amarelo) com alburno pardo e cerme amarelado, compacta, dura, elástica, recebendo bem o verniz, própria para obras hidráulicas, construção naval e civil, tábua de assoalho e carpintaria. A casca serve para calafetagem de embarcações e a resina que ela exsuda tem emprego na veterinária.
Os frutos (bacuri), apesar de seu sabor delicioso e de conterem 9% de glucose (Peckolt), são de difícil digestão e por isso aproveitam-nos mais para doces, compotas, geleias, xaropes e refrescos, de larga extração nos Estados do Norte.
As sementes, feculentas e comestíveis, tem sabor de amêndoa verdadeira e encerram, quando secas, 6% de óleo de bacuri, com aplicações terapêuticas.
Experiências feitas nos Estados Unidos demonstraram que esta planta é o melhor cavalo para os enxertos de Garcinia Mangostana L., que, como se sabe, produz uma das mais finas frutas conhecidas.
Muito comum em estado silvestre na região Amazônica, estende-se ao Maranhão, Goiás, Mato Grosso, indo até o Paraguai. Seu centro e dispersão é, entretanto, o Estado do Pará, ocorrendo em quase todos os municípios, sempre em áreas mais ou menos descampadas ou de vegetação baixa. Na ilha de Marajó e região do Salgado encontram-se as maiores concentrações de “bacurizieros“. Prolifera com estrema facilidade, tanto de sementes abandonadas como de brotações das raízes, sendo, porisso, considerando até como um vegetal nocivo, invasor e difícil de exterminar (Huber, id.: 391).
Floresce regularmente entre junho e julho, seguindo-se a queda das folhas. Geralmente a queda dos frutos tem início em dezembro, prolongando-se até maio do ano seguinte; o clímax da safra está nos meses de fevereiro e março.
Flor sem o perianto de Bacuri
Botões florais de Bacuri
Flor de Bacuri
Ramo de Bacuri
Semente de Bacuri
Frutos, inteiro e aberto de Bacuri
Fonte: www.geocities.com
Bacuri
ASPECTOS BOTÂNICOS, ORIGEM E DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DO BACURIZEIRO
1. NOMES VERNACULARES
O bacurizeiro, nas áreas de ocorrência natural, recebe diferentes denominações comuns. Loureiro et al. (1979) compilou 28 sinonímias populares.
Essa multiplicidade de nomes comuns indica que não se trata de uma espécie muito abundante ou de importância econômica reconhecida em todos os locais onde ocorre de forma espontânea (Marchiori, 1995).
A propósito, nas áreas de ocorrência natural da espécie, o extrativismo dos frutos e secundariamente da madeira só tem alguma importância econômica no Pará,Maranhão e Piauí. Nesses estados,o nome de uso mais corrente é bacuri, palavra de origem tupi que significa o que cai logo que amadurece (Fonseca, 1954), em alusão ao fato de que o fruto é normalmente coletado, não colhido, em decorrência do porte elevado das plantas e, de certa forma, por ser difícil a identificação do ponto de maturação adequado para a colheita.
Três outras espécies da mesma família do bacurizeiro (Symphonia globulifera L., Moronobea pulchra Ducke e Moronobea coccinea Aubl.), uma Sapotaceae (Ecclinusa bacuri Aubrév. & Pellegr.) e, ainda, uma Arecaceae (Attalea phalerata Mart. ex. Spreng), são também conhecidas na Amazônia como bacuri (Maineri & Loureiro, 1964; Lorenzi et al., 1996). Ressalta-se, porém, que todas elas recebem outras denominações comuns de uso mais generalizado na região, sendo a denominação de bacuri usada, nas quatro primeiras espécies, em decorrência da semelhança de suas madeiras com a do bacurizeiro. Em relação à Arecaceae, a denominação é uma variação do nome comum acuri, pelo qual é mais conhecida tanto na Amazônia como no Pantanal Mato-Grossense.
Outras denominações, de uso mais restrito na Amazônia Brasileira, tais como bacuri-grande e bacuri-açu, enfatizam o tamanho do fruto (o maior dentro das diferentes espécies amazônicas da família Clusiaceae, conhecidas como bacuri). Para ilustrar, o sufixo açu, na linguagem indígena, significa grande.
No Suriname, é de uso mais generalizado a denominação pakoeli. Na Guiana Francesa é denominado de parcouri, parcori e manil; na Guiana é conhecido como pakuri, pakoori, pakoeli, geelhart, gerati, makasoe, mongomataaki e wild mammee apple.No Equador, recebe a denominação única de matazama. Na língua inglesa é mais comumente grafado como bakuri (Record & Mell, 1924; Loureiro et al., 1979;Roosmalen,1985;Cavalcante,1996).
2.TAXONOMIA
O bacurizeiro pertence à família Clusiaceae, subfamília Clusioideae e ao gênero Platonia, que é monotipo. A família botânica Clusiaceae engloba aproximadamente 1000 espécies subordinadas a 47 gêneros, dispersos em regiões tropicais e subtropicais do mundo (Barroso et al., 2002, 1978; Brummit, 1992; Cronquist, 1981), e um gênero que alcança as regiões temperadas (Joly, 1993). Em nove desses gêneros, cerca de 90 espécies são de plantas cujos frutos são comestíveis (Yaacob & Tindall, 1995).
No Brasil, essa família está representada por cerca de 20 gêneros e 183 espécies, distribuídas nas diferentes regiões do País (Barroso, 2002). Na Amazônia, a família é representada por aproximados 17 gêneros e número de espécies superior a 50.
Entre as espécies frutíferas nativas da Amazônia Brasileira, são encontrados cinco representantes dessa família, sendo a mais importante, do ponto de vista econômico, o bacurizeiro (Platonia insignis Mart.).As outras pertencem ao gênero Rheedia e são conhecidas como bacuri-mirim (R. gardneriana Miers. ex. Pl. et.Tr.), bacuripari liso (R.brasiliensis (Mart.) Pl.et.Tr.), bacurizinho (R. acuminata (R. et. P.) Pl. et. Tr.) e bacuripari (R. macrophylla (Mart.) Pl. et. Tr.), todas de porte e frutos bem menores, e de qualidade inferior, que o bacurizeiro (Platonia insignis Mart.). Além disso, essas espécies levam, na terminologia vulgar, alusão à espécie mais conhecida.
O bacurizeiro foi primeiramente descrito pelo botânico brasileiro Manuel Arruda da Câmara, em 1816, que o enquadrou no táxon genérico Moronobea e o denominou de Moronobea esculenta Arruda da Câmara.Em 1832, o botânico alemão Karl Friedrich Phillip von Martius, reconhecendo a impropriedade da inclusão do bacurizeiro no gênero Moronobea, criou o gênero Platonia e o denominou de Platonia insignis Mart. Essa designação, de uso generalizado no Brasil, pois é como a espécie está grafada na Flora Brasiliensis (Engler, 1888), foi considerada como ilegítima, em meados do Século XX, pelos botânicos H.W. Rickett e F. A. Stafleu, pelo não-reconhecimento do epíteto específico básico, que deve ser respeitado por direito de propriedade quando uma espécie é transferida para outro táxon genérico, conforme assinala Fernandes (1996).
Diante desse fato, Rickett & Stafleu (1959) propuseram uma nova combinação Platonia esculenta (Arruda da Câmara) Rickett et Stafleu , reconhecendo, nesse caso, o basônimo. No entanto, essa nova combinação, desde a sua proposição, foi de uso bastante limitado,pois persistia a dúvida se o tipo descrito por Manuel Arruda da Câmara correspondia, efetivamente, a Platonia insignis Mart. A dúvida era decorrente do fato de que algumas características descritas para Platonia esculenta (Arruda da Câmara) divergiam completamente de Platonia insignis Mart.
Recentemente, Rijckevorsel (2002), após análise criteriosa e detalhada das monografias publicadas sobre o bacurizeiro no Século XIX, concluiu pela validade do nome Platonia insignis Mart. Essa conclusão foi baseada no fato de que o nome Moronobea esculenta está associado a uma publicação duvidosa, com descrição precária, sem diagnose e com somente uma ilustração servindo como tipo, enquanto que o nome Platonia insignis está suportado por descrição e diagnose precisas, com ilustrações e bom material de herbário.
O nome genérico Platonia é uma homenagem ao filósofo grego Platão (Barroso, 2002). O epíteto específico insignis significa notável, insigne, importante, grande, aquele que chama a atenção (Rizzini & Rizzini, 1983; Ferreira, 1998), isso em alusão ao porte e à utilidade da planta, e também ao tamanho, sabor e aroma do fruto.
3. CENTRO DE ORIGEM
Na concepção de Huber (1904), não existem dúvidas sobre a origem amazônica do bacurizeiro, assinalando, ainda, que no início do Século XX era encontrado tanto na margem esquerda quanto na margem direita do Rio Pará, e abundante na costa sudeste da Ilha de Marajó, onde se constituiu em árvore característica das matas marginais e dos tesos e campos altos.
Cavalcante (1996) postula origem paraense pelo fato de que, em toda a Amazônia, a área de maior concentração da espécie localiza-se no estuário do Rio Amazonas, com ocorrência mais acentuada na microrregião Salgado e na Ilha de Marajó, principalmente na microrregião Arari.
Na mesorregião Nordeste Paraense, que engloba as microrregiões Salgado, Bragantina, Cametá, Tomé-Açu e Guamá, consideráveis fragmentos de floresta secundária são do tipo oligárquico, tendo como espécie dominante o bacurizeiro. Nessas microrregiões, em particular nas três primeiras, o bacurizeiro prolifera em multiplicidade de tipos que se distinguem entre si pela coloração das flores, tamanho, cor e formato do fruto; espessura da casca, tamanho das sementes, número de sementes por fruto e rendimentos porcentuais de casca, polpa e sementes, entre outras características.
Na microrregião Arari, na Ilha de Marajó, a espécie ocorre predominantemente em áreas abertas e mais raramente em floresta primária.
O caráter oligárquico desses fragmentos de floresta é determinado pela notável capacidade de regeneração natural do bacurizeiro, que se processa tanto por sementes e, principalmente, por brotações oriundas de raízes de plantas adultas, mesmo após a derrubada da planta-mãe. Essa característica da espécie permite a transformação de fragmentos de floresta secundária em pomares homogêneos de bacurizeiro (Figura abaixo). Essa prática vem sendo efetuada, empiricamente, ao longo dos tempos, por agricultores extrativistas, e consiste na remoção da vegetação concorrente e na redução do número de bacurizeiros por hectare.
Em ecossistemas de vegetação primária, o bacurizeiro ocorre em agrupamentos de cinco a sete plantas. Porém, quando se considera toda a área de ocorrência, a densidade de bacurizeiros por hectare é muito baixa (bastante inferior a um indivíduo por hectare), a exemplo do que ocorre com a maioria das espécies arbóreas da floresta amazônica.
Considerando-se os dez centros de diversidade genética, propostos por Giacometti (1993) para as espécies frutíferas nativas do Brasil, o bacurizeiro é originário do Centro 2, que corresponde à Costa Atlântica e ao Baixo Amazonas. Essa área envolve o delta do Rio Orinoco, na Venezuela, e se estende do Oiapoque, no Amapá, aos limites leste da Amazônia no Maranhão, incluindo a Ilha de Marajó, e oeste do Rio Tapajós (latitude entre 5° N e 4° S e longitude entre 45° W e 55° W).
Área de vegetação secundária no município de Maracanã, transformada em pomar de bacurizeiro.
4. DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
Do Estado do Pará, o bacurizeiro se dispersou em direção ao Nordeste do Brasil, alcançando os cerrados e os chapadões dos estados do Maranhão e do Piauí, onde forma povoamentos densos em áreas de vegetação secundária. Na direção sul, a dispersão atingiu os estados do Tocantins e do Mato Grosso, chegando a romper as fronteiras do Brasil ao atingir o Paraguai (Cavalcante, 1996).
Na distribuição geográfica do bacurizeiro, proposta por Cavalcante (1996), alguns pontos merecem consideração especial, como a presença da espécie no Paraguai e a não-consideração de áreas em locais em que não é encontrado em estado nativo.
Estudos efetuados por Müller et al. (2000), conforme consta das cartas elaboradas pelo Projeto RADAMBRASIL, em herbários, em levantamentos florísticos e em inventários florestais, indicaram dispersão bem mais ampla na Amazônia Brasileira, chegando a atingir os estados de Roraima e Acre, e não tão expressiva no Estado do Amazonas. Nesses locais, o bacurizeiro é encontrado em ecossistemas de floresta primária, com densidade muito inferior a um indivíduo por hectare, o que é comum quando a espécie ocorre nessa situação.
Segundo Müller et al. (2000), o bacurizeiro, no Estado do Pará, predomina na mesorregião Nordeste Paraense com grande freqüência e abundância nas microrregiões Salgado,Bragantina e Cametá; e com menor freqüência e abundância nas microrregiões Tomé-açu e Guamá. Na mesorregião Marajó, só é encontrado na microrregião Arari. Na primeira mesorregião citada, é encontrado formando populações densas em alguns sítios com número de indivíduos adultos por hectare superior a 400. Na segunda, embora ocorrendo em abundância, as plantas encontram-se mais dispersas, com densidade de 50 a 70 indivíduos adultos por hectare.
A dispersão natural, na Amazônia brasileira, atingiu os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Roraima e Tocantins. Nos quatro primeiros estados, a ocorrência é sempre em áreas de floresta primária e com reduzido número de indivíduos por hectare, enquanto no Estado do Tocantins é encontrado tanto em áreas de floresta primária como de floresta secundária.
Nesse último caso, ocorre em aglomerados, particularmente nos municípios de Araguatins, Cachoeirinha, Darcinópolis, Luzinópolis, Maurilândia, Palmeiras do Tocantins e Tocantinópolis, todos no norte do Estado.
Conquanto não haja registros de ocorrência da espécie em Rondônia, é provável que a dispersão também tenha atingido esse Estado, pois não existem barreiras físicas, climáticas e edáficas que impossibilitem a presença da espécie na localidade. Além disso, Rondônia limita-se ao norte com o Estado do Amazonas, ao leste com o Mato Grosso e ao oeste e ao sul com a Bolívia, locais em que a espécie já foi assinalada em estado espontâneo.
Na direção da Região Nordeste do Brasil, a dispersão alcançou os estados do Maranhão e do Piauí. No primeiro estado, ocorre em áreas limítrofes com o Tocantins e o Pará, acompanhando, respectivamente, os cursos dos rios Tocantins e Gurupi. É abundante no município de Carutapera, onde, em algumas áreas, é possível encontrar número superior a 200 indivíduos adultos por hectare. Também é encontrado em São Luís do Maranhão e na região mais ao leste desse estado, sobretudo nos municípios Mirador, Matões, Timon, Caxias, Aldeias Altas e Coelho Neto, entre outros. No Piauí, a distribuição da espécie está limitada s microrregiões do Baixo Parnaíba Piauiense,Campo Maior,Teresina, Médio Parnaíba Piauiense, Valença do Piauí e Floriano, concentrando-se, segundo Souza et al. (2000), em área delimitada ao norte pelo município de Buriti dos Portelas (3°19′ de latitude Sul); ao sul, pelo município de Amarante (6°15′ de latitude Sul); e a leste e a oeste pelos municípios de Barras (42°18′ de longitude Oeste) e Palmeirais (43°4′ de longitude Oeste), respectivamente.
Em muitos locais de ocorrência espontânea do bacurizeiro, no Piauí e, em especial, no Maranhão, são encontradas outras espécies da Hiléia Amazônica (Cecropia, Cedrela, Copaifera, Dipteryx, Genipa, Lecythis, Parkia e Schizolobium).
No Estado do Ceará, na serra da Ibiapaba, são encontrados alguns exemplares isolados em chácaras e quintais. A presença da espécie nesse local, não obstante situar-se próximo de alguns municípios piauienses, onde o surgimento do bacurizeiro é espontâneo, não se trata de produto de dispersão natural, mas de introduções efetuadas por cearenses que durante o ciclo da borracha dirigiram-se para a Amazônia e, ao retornarem, trouxeram consigo sementes e mudas de algumas espécies da Amazônia.
O relato tem fundamento no fato de que os bacurizeiros presentes nessa área são bastante raros e encontrados em áreas com forte ação antrópica, convivendo com outras espécies nativas da Amazônia brasileira como o açaizeiro (Euterpe oleracea Mart.), o cacaueiro (Theobroma cacao L.), a pupunheira (Bactris gasipaes Kunth) e a seringueira (Hevea brasiliensises Muell. Arg.), além de espécies de outros continentes cultivadas na Amazônia (Piper nigrum L., conhecida como pimenteira-do-reino).
Os exemplares presentes em Pernambuco também são produtos de introduções efetuadas por nordestinos durante o ciclo da borracha, tese diferente ao que afirmam Guimarães et al. (1993), que incluem esse estado na área de ocorrência natural da espécie.
A ocorrência espontânea fora do território brasileiro é registrada no Suriname (Roosmalem, 1985), Guiana (Steege & Persaud, 1993), Guiana Francesa (Fouque, 1989) e, de forma mais rara, na Amazônia Peruana, Equatoriana, Colombiana (Brako & Zaruchi, 1993; Villachica et al.,1996) e Venezuelana (Kearns et al., 1998). Em todos esses países, a espécie ocorre de forma rara e sempre em áreas de floresta primária, não tendo expressão econômica frutífera ou madeireira.
Com relação à ocorrência no Paraguai, não há registros que comprovem sua presença nesse país, seja em estado nativo, seja cultivado, podendo-se admitir que, na direção sul, a dispersão atingiu somente o Estado do Mato Grosso, com a localização de diminuto número de indivíduos nas margens do rio Guaporé, conforme constatou Macedo (1995). Há também o registro em herbário de coleta de material botânico no município de Poconé.
José Edmar Urano de Carvalho
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Fonte: www.iica.int
Bacuri
Bacuri – Platonia insignis
Bacuri fruto
1 – NOMECLATURA
Nome cientifico: Platonia insignis Mart
Família: Clusiaceae
Nomes Populares: Bacuri
2 – OCORRÊNCIA
Pará, Maranhão, Piauí, Tocantins, Goiás e Mato Grosso, alcançando também o Paraguai (Ferreira et al., 1987; Macedo, 1995; Cavalcante, 1996).
3 – DESCRIÇÃO
O bacurizeiro (Platonia insignis Mart.), espécie frutífera da família Clusiaceae, é uma planta arbórea tipicamente tropical. Os centros de origem e de diversidade da espécie estão localizados no Pará, onde é encontrada ampla variação de forma e tamanho de frutos, rendimento e qualidade de polpa, além de outras características de interesse econômico (Cavalcante, 1996; Macedo, 1995; Villachica et al., 1996).
Por não constituir ainda uma cultura comercialmente estabelecida, a produção de frutos é decorrente, na quase totalidade, de atividades extrativistas, sendo raros os pomares com essa espécie.
O bacurizeiro é considerada uma espécie ainda não domesticada (Giacometti, 1990), mas de elevado potencial de uso. Nas principais áreas de ocorrência da espécie, i.é., nas regiões Amazônica e Meio-Norte, existe uma grande diversidade genética, manifestada, principalmente, por diversas características fenotípicas do fruto, como formato (ovalado, arredondado, achatado, periforme), tamanho (150-1000 g de peso médio), percentagem de polpa (3,5-30,6%), espessura (0,72 a 2,06 cm) e coloração da casca (verde a amarelo-citrino, passando, também, pelo marrom-avermelhado), número de sementes por fruto, sabor e aroma, bem como nas características bromatológicas (Moraes et al., 1994; Mourão & Beltrati, 1995a, 1995b). Alta variação também é encontrada em produtividade.
Árvores entre 15 e 20 anos de idade produzindo de 800-1000 frutos têm sido reportadas (FAO, 1987).
Por outro lado, apesar da importância que se reveste a espécie em epígrafe e do seu elevado potencial econômico, muito pouco tem sido feito para o conhecimento e uso da mesma, quer seja na área de coleta, conservação, caracterização e avaliação de germoplasma, quer seja na de melhoramento genético, visando o desenvolvimento de cultivares, ou na de manejo cultural, objetivando o desenvolvimento de práticas adequadas de cultivo e manejo da espécie.
Atualmente, um banco ativo de germoplasma (BAG) está sendo formado na área experimental da Embrapa Meio-Norte, em Teresina, PI, o qual conta com acessos de 45 matrizes coletadas em diversos pontos de ocorrência das espécies no Meio-Norte (Souza et al., 2000).
Árvore de porte elevado, com altura entre 15 m e 25 m, podendo atingir, nos indivíduos mais desenvolvidos, altura superior a 30 m e diâmetro na altura do peito em torno de 1,00 m. O fuste é retilíneo e a copa ampla e aberta, em forma de cone invertido. As folhas são simples, elípticas e com disposição oposta cruzada.
Padrão de venação do tipo paxilato, ou seja, com nervuras secundárias copiosas, e próximas, terminando em uma nervura que acompanha toda a periferia da folha. Pecíolos curtos com comprimento variando entre 1 e 2 cm. As flores são hermafrofitas, constituídas de cinco pétalas de cor rósea intensa, mais raramente de coloração creme quase branca ou, ainda, com todas as tonalidades entre o róseo e o creme. Os estames estão agrupados em cinco feixes, uniformemente distribuídos, coalescentes na base, cada feixe contendo em média 82 estames. A deiscência da antera é longitudinal, com abundância de grãos de pólen. O ovário é súpero, geralmente pentaloculado, contendo cada lóculo elevado número de óvulos, que apresentam placentação axial e estão dispostos em duas fileiras.
O estigma é pentalobulado e, juntamente com estilete, apresentam cor verde-clara. O fruto é do tipo bacáceo, uniloculado, com formato arredondado, ovalado, piriforme ou achatado, nesse último caso com cinco sulcos visíveis na parte externa. O epicarpo é delgado, com maior freqüência de cor amarela e mais raramente com coloração verde-amarelada, marrom-avermelhada ou mais raramente verde.
O mesocarpo é espesso e de consistência coriácea, repleto de vasos lactíferos, exudando substância resinosa de cor amarela, quando cortado ou ferido. O conjunto formado pelo epicarpo e mesocarpo, popularmente denominado de casca, representa em média 70% do peso do fruto e apresenta espessura que varia entre 0,7 e 1,6 cm. A parte comestível é corresponde ao endocarpo, e representa em média 13% do peso do fruto. É de cor branca, com aroma forte e sabor adocicado e desprovido de vasos lactíferos. As sementes são volumosas, de coloração amarronzada e representam, aproximadamente, 17% do peso fruto. Tipos raros apresentam frutos desprovidos de sementes ou com número de sementes igual ou superior a seis.
De acordo com Souza et al. (2000), o bacurizeiro apresenta as fenofases de foliação, queda de folhas, floração e frutificação.
Sendo uma espécie caducifólia, o bacurizeiro apresenta senescência de folhas em determinada época do seu ciclo anual de produção, caracterizada, inicialmente, pela descoloração das folhas, as quais passam do verde para o amarronzado, seguida pela sua queda. Em função do caráter silvestre da espécie, o que implica em alta variabilidade entre os indivíduos, as fenofases nem sempre são simultâneas entre indivíduos, observando-se plantas em diferentes estágios fenológicos numa mesma área.
O bacurizeiro é uma planta que se desenvolve bem em regiões de clima úmido e subúmido e, também, em regiões de cerrado e cerradão.
A ocorrência do bacurizeiro em mata virgem é rara, sendo mais comum em áreas alteradas, onde a espécie se localiza em mata secundária ou em pastagens, onde apresenta um porte menor (Souza et al., 2000).
As características organolépticas do fruto de bacuri permitem enquadrá-lo tanto no grupo de frutas para consumo in natura como no grupo de frutas industriais. A parte comestível ou industrializável do fruto é a polpa (endocarpo), que é usada na fabricação de refresco, néctar, geléia, doce em pasta, compota, licor, iogurte, sorvete, picolé, bombom e, até mesmo, de uma cerveja com sabor da fruta.
Na culinária doméstica, o bacuri tem larga aplicação, sendo utilizado na elaboração de cremes, pudins, recheio de bolos, biscoitos e outras iguarias. Em algumas dessas formas de consumo, a casca do fruto, pré-cozida, é usada como ingrediente. Cada quilograma de polpa é suficiente para elaboração de cinco litros de refresco de boa qualidade organoléptica.
O bacurizeiro destaca-se entre as fruteiras nativas do Norte e Nordeste do País pela nobreza e fineza de seus frutos, os quais são intensamente disputados por coletores e consumidores. A polpa de seus frutos alcança alta cotação nos mercados da região e já despertou a atenção do mercado americano (Souza et al., 2000). Segundo Campbell (1996), suas características organolépticas são excelentes, sendo doce, aromático e altamente apreciado.
A parte comestível do fruto (polpa) apresenta pH variando entre 2,80 e 3,50, acidez total titulável entre 0,32% e 1,60% e teores de sólidos solúveis totais entre 10,2°Brix e 19,1°Brix. Essas características, embora sofram influência do ambiente, apresentam forte componente genético. Assim sendo, é possível a seleção de genótipos cuja polpa dos frutos apresentem características físico-químicas desejáveis. Por exemplo, para o consumo in natura é importante que o teor de sólidos solúveis totais seja superior a 16 °Brix e que a acidez total titulável seja, no máximo, de 1,0%.
O valor energético da polpa de bacuri é de 105 kcal/100g de polpa, na sua maior parte determinado pelos açúcares presentes, pois os teores de lipídios e, particularmente, de proteínas, são baixos. Dentro dos açúcares totais a participação relativa da sacarose é de 1,12%, e da glucose e frutose, de 13,15% e 16,15%, respectivamente.
A polpa de bacuri é um alimento rico em potássio, fósforo e cálcio e com razoável teor de ferro (Teixeira, 2000). Diversas vitaminas estão presentes no bacuri, todas, porém, em baixas concentrações.
A formação de mudas de bacurizeiro pode ser efetuada por sementes, pela regeneração da raiz primária de sementes em início de germinação ou por enxertia. O processo em que se utiliza a raiz primária de sementes em início de germinação, quando comparado com a propagação tradicional por sementes, é melhor por possibilitar a formação de mudas ou porta-enxertos no prazo de um ano, enquanto que por sementes esse prazo é de dois a três anos. Plantas propagadas por esses métodos só entram em fase de produção 10 a 12 anos após o plantio, sendo que em alguns casos esse tempo pode chegar até 15 anos.
A propagação por enxertia, por sua vez, além de ser um processo que conserva todas as características genéticas da planta-matriz, possibilita a redução do período de juvenilidade da planta. Por este método, normalmente, as plantas entram em fase de produção cinco a seis anos após o plantio, embora o início do florescimento já ocorra aos três anos de idade. A enxertia pode ser efetuada utilizando a garfagem no topo em fenda cheia, a garfagem no topo em bisel (à inglesa simples) ou a garfagem lateral em fenda cheia. Recomenda-se, entretanto, a utilização das duas primeiras, por proporcionarem maiores percentagens de pegamento do enxerto.
Ao escolher a área para implantação do pomar deve-se ter em mente a proximidade de uma fonte de água para irrigação. Em termos de solo, o bacurizeiro é uma planta rústica, não havendo restrições quanto ao tipo de terreno, desde que não seja sujeito a encharcamento (Souza et al., 2000). As atividades de preparo da área consistem em desmatamento e limpeza; aração e gradagem; marcação, preparo e adubação das covas (Calzavara, 1970).
Recomenda-se utilizar covas com 0,50 m nas três dimensões, quando se tratar de solos de textura leve a média, ou 0,60 m para solos pesados.
Em função do porte da planta e das práticas culturais que se pretende dar ao pomar, os seguintes espaçamentos podem ser indicados: 8,0 x 7,0 m ou 7,0 x 7,0 m, quando se tratar de plantio com mudas enxertadas; e 9,0 x 9,0 m, quando a implantação do pomar for feita com mudas originadas de sementes ou de pé franco. Na realidade, por se tratar de uma espécie ainda não domesticada, informações científicas, principalmente na área de manejo agronômico, são raras e frutos, na maioria das vezes, da observação e não da experimentação (Souza et al., 2000).
Em relação à adubação, a recomendação é que esta deve, preferencialmente, ser realizada com base nos resultados da análise de solo (Souza et al., 2000). No entanto, na ausência de informações sobre a cultura, tentou-se, inicialmente, na Embrapa Meio-Norte, utilizar recomendações próximas das usadas para a cultura da mangueira.
Assim, nas primeiras áreas de plantio implantadas na Embrapa Meio-Norte, em Teresina-PI, foi utilizada a seguinte adubação de fundação: 20 a 30 L de esterco de curral curtido/cova; 400 a 500 g de calcário dolomítico/cova; e 500 a 600 g de superfosfato simples/cova.
Entretanto, com a utilização dessa adubação observou-se elevado índice de mortalidade das mudas, tendo este chegado até 65% do estande inicial no primeiro ano do plantio. Ao arrancar as mudas mortas, detectou-se a completa podridão de seu sistema radicular. Por outro lado, observou-se que mudas plantadas sem o uso de qualquer tipo de adubação apresentavam índice de mortalidade bem menor. Assim, chegou-se a conclusão que, na verdade, o esterco de curral devia estar propiciando um ambiente favorável à proliferação de um fungo (ainda não identificado), o qual, provavelmente, é o responsável pela podridão das raízes das plantas. Em função desse problema, parou-se de utilizar esterco, até que se tenham dados experimentais que comprovem o contrário.
De acordo com Calzavara (1970), a alta rusticidade do bacurizeiro, aliada às necessidades de poucos cuidados operacionais, fazem do mesmo uma espécie ideal para o desenvolvimento da fruticultura em áreas litorâneas.
No entanto, mesmo em se tratando de uma planta rústica e pouco exigente em condições naturais, práticas culturais específicas são necessárias e essenciais para o bom desenvolvimento e produção do pomar de bacuri, assim como acontece com as demais fruteiras (Villachica et al., 1996).
Neste contexto, as seguintes práticas culturais são recomendadas: podas, manejo do mato, adubações de cobertura, irrigação e controle fitossanitário.
Os frutos de bacuri atingem o ponto de colheita em torno de 120 a 150 dias após a floração/frutificação (Calzavara, 1970).
Normalmente, em bacurizeiros nativos os frutos são coletados após sua queda natural, em virtude da grande altura que a planta atinge. Villachica et al. (1996) relatam que o uso de plantas enxertadas resulta em árvores menores, tornando conveniente o estudo de métodos mais adequados de colheita, o que já vem sendo observado nos trabalhos realizados no Brasil, principalmente pela Embrapa Meio-Norte e Embrapa Amazônia Oriental (Souza et al., 2000).
Devido à proteção dada pela casca grossa, os frutos não se danificam facilmente e podem ser transportados a grandes distâncias, mantendo boas condições (Calzavara, 1970). A polpa mantém sua qualidade para o consumo direto por 5 a 10 dias, contados desde o momento da queda do fruto. Este período pode ser prolongado quando os frutos são colhidos nas árvores (Villachica et al., 1996).
A industrialização do fruto de bacuri tem sido efetuada através de pequenas indústrias, que se utilizam, principalmente, das seções partenocárpicas dos frutos para a produção de diferentes produtos.
Além da geléia e do sorvete, usa-se a polpa para a fabricação de suco, doce, pudim e compota (Villachica et al., 1996). Um produto tradicional na região Amazônica, e que atrai a atenção de visitantes, é o chocolate com recheio de bacuri. O recheio oferece um contraste interessante com o chocolate e torna o produto muito apreciado.
A polpa, matéria-prima para as indústrias de processamento da região, pode ser encontrada durante todo o ano, sendo mantida em freezers ou câmaras frigoríficas em temperaturas de -10 ºC a -20 ºC, sem que ocorram alterações muito significativas por períodos de até oito meses (Santos, 1982).
Fonte: www.cnip.org.br
Bacuri
Nome científico: Platonia Insignus Mat
Origem: Nordeste do Brasil
Bacuri fruto
Muitas lendas remetem a origem do bacuri, proveniente de uma árvore frondosa, com folhas grandes e brilhantes, que da origem ao fruto de sabor e aroma inigualáveis. Muito apreciado pelos moradores da região durante a safra que vai de dezembro a abril.
O cultivo do bacuri ainda é extrativista pela dificuldade de propagação e pelo crescimento relativamente lento da planta, o que torna o seu preço elevado.
No Piauí é possível encontrar diversas preparações a partir do bacuri: sorvetes, compotas, geléias, torta.
Conta uma lenda que certo dia apareceu uma cabeça de um índio kaxinauá rolando pela selva, decepada sem motivo por um de seus companheiros. Trazia a cabeça rolante teimosas exigências, como recompensa pela morte não merecida. Uma delas era que os índios de sua tribo saíssem pela floresta colhendo todos os exemplares de um fruto amarelo escuro todo manchado, de casca grossa e dura, polpa deliciosamente aromática, caídos de uma árvore ponteada de flores rosas e vermelhas.
Tratava-se do bacuri, que daquele momento em diante, haveria de ser só dela. Por muito tempo os kaxinauás obedeceram tal ordem, colhendo-os exclusivamente do chão. Certo dia um dos índios resolveu desobedecer a ordem e provar o fruto, sendo seguido por seus companheiros.
A cabeça, furiosa e contrariada, retirou-se aos céus, convertendo-se na Lua. Desde então, diz-se àqueles que provam o bacuri que convém dar as costas a Lua para que ela não se zangue, prejudicando a safra da fruta (Frutas Brasil Frutas – TASSARA, Helena; SILVA, Silvestre).
Propriedades terapêuticas: digestivo, diurético e cicatrizante.
Informações Nutricionais: 100g possui 125 cal (kcal).
O bacuri
Bacuri fruto
O bacuri é uma das frutas mais populares da região norte e dos estados vizinhos à região Amazônica. A fruta mede cerca de 10 cm e apresenta uma casca dura e resinosa. Sua polpa é branca, de aroma agradável e sabor intenso.
O bacurizeiro é nativo da região Amazônica que inclui parte do Maranhão e se adapta melhor ao solo pobre, argiloso ou arenoso. A árvore pode ultrapassar os 30 metros de altura e produz frutos apenas depois dos 15 anos de idade.
Cada bacurizeiro produz em média de 200 a 300 frutos por ano. Quando maduros, os bacuris caem ao chão, geralmente entre os meses de dezembro e maio.
Delicioso in natura, quando maduro, o bacuri também pode ser saboreado em sorvetes, sucos, compotas, geléias e licores.
Fonte: www.alimentares.com/www.brasilsabor.com.br
Bacuri
Assim como a banana, o bacuri fruta originaria do norte da América do Sul também é rico em fósforo, cálcio e carboidratos.
Seu nome, em indígena, significa fruta que cai da árvore quando amadurece, já que a árvore do bacuri pode chegar a 25 metros.
O bacuzeiro é uma espécie frutífera e madeireira, encontrado principalmente no Pará, Maranhão, Piauí, Tocantins e Mato Grosso. Além do Brasil, o bacuri também é encontrado nas Guianas, Peru, Bolívia, Colômbia e Equador.
O bacuri tem a forma ovóide, mede cerca de 12 cm e pesa aproximadamente um quilo.
A casca é grossa e a polpa macia, de sabor agridoce e com quatro sementes A demora em começar a produzir após 10 anos do plantio não estimula a produção e eleva muito o preço da polpa. É uma fruta muito delicada e que estraga com facilidade. Com a polpa do bacuri é feito geléia, doce em pasta, compota, licor, iogurte, sorvete, recheio de bolos, cremes e pudins.
Bacuri fruto
Origem
Norte da América do Sul difundiu-se a partir do Pará, para o Maranhão, chegando também a Goiás, Mato Grosso e indo até o Paraguai.
Outros nomes
Ibá-curí, bacori, pacuri-uva, uvas-de-bacuri. O nome é indígena e significa fruta que cai da árvore quando amadurece, pois o bacurizeiro pode atingir 25 metros
Características
Tem a forma ovóide, mede cerca de 12 centímetros e pesa, mais ou menos, um quilo; a casca é grossa, amarelada, a polpa é branca (mas fica amarelada, quando exposta ao ar, logo que a fruta é aberta), macia, de sabor agridoce muito agradável com ligeiro gosto de flor; tem cerca de quatro sementes (que também podem ser comidas), mas uma delas nunca se desenvolve. Logo que o fruto é colhido, desprende uma resina amarela e avermelhada. Só começa a produzir, depois de 10 anos de plantado, o que não incentiva o cultivo, elevando bastante o preço da polpa.
Dicas para comprar
Encontrada nas feiras e mercados no norte do Brasil e nos demais Estados citados, deve-se observar o aspecto geral da fruta: sem manchas, marcas ou lesões na casca, além das demais características abordadas acima. É uma fruta delicada e facilmente perecível, e cuidados especiais precisam ser tomados como, por exemplo, o fato de que deve ser colhida e comida no mesmo dia, porque, caso contrário, perderá seu frescor, azedando e apodrecendo.
Dicas para consumo
Tem grande variedade de uso: refresco, sorvete, licor, geléia, torta, creme, bolo e outros doces.
Composição
Em 100 gramas da polpa, são encontradas:
Vitaminas (A, B1, B2, Niacina);
Glicídios;
Proteínas;
Lipídios;
Sais Minerais (Cálcio, Fósforo, Ferro)
Indicações Terapêuticas
É digestivo, diurético e cicatrizante.
Fonte: blig.ig.com.br/www.paty.posto7.com.br
Bacuri
Bacurizeiro
Embora o bacurizeiro possa ser encontrado em todo o Brasil, é no Pará que estão as maiores concentrações dessa árvore.
Há muitas variedades de bacuri, sendo que as mais conhecidas são o bacuri-vermelho, o bacuri-de-folha-miúda e o bacuri-de-folha-larga.
O fruto pode ser redondo ou comprido.
O primeiro se parece com uma laranja grande, pesa cerce de 300 gramas e tem sementes recobertas por uma polpa clara, doce e perfumada. Uma particularidade do bacuri é que algumas partes da polpa chamadas “filhos do bacuri” não têm sementes e são mais doces que o resto da fruta, sendo por isso muito apreciadas.
O bacuri comprido diferencia-se do redondo não só pela forma como por ter maior quantidade de “filhos”. Embora possa ser comido ao natural, o bacuri é mais consumido em doces, em geléias e refrescos.
Um detalhe importante em relação ao bacuri: ele não deve ser colhido no pé, pois contém uma resina que estraga seu sabor. Portanto, recomenda-se apenas recolher o fruto depois que ele cair no chão.
Bacuri fruto
Características Gerais
Humilde ante seu parente mais famoso, o BACURI, este fruto é, entretanto, deveras apreciado pela maioria da população, sendo consumido em estado natural. Bem menos carnudo, contém até quatro sementes envolvidas por uma polpa branca, mucilaginosa e, às vezes, bastante ácida. Embora esteja disperso até o Paraguai, é, provavelmente, de origem amazônica, pois, em estado silvestre, pontifica não só as matas de terra firme, como também na várzea, nos igapós, nas capoeiras, etc., sendo, de todos os bacuris, o mais cultivado por toda a região. O período de floração ocorre entre junho e novembro, e o amadurecimento dos frutos vai de agosto a fevereiro do ano subseqüente.
Tabela Nutricional Informação nutricional referente à porção de 100g
Valor Calórico | 39Kcal=163kJ |
Carboidratos | 7,1g |
Proteina | 1,0g |
Fibra Alimentar | 2,0g |
Gordura Total | 1,0g |
Gordura Saturadas | 0,0g |
Gordura Trans | 0,0g |
Sódio | 0,0mg |
Fonte: www.horti.com.br/www.todafruta.com.br
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