HISTÓRIA
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Bandeira do Pará
O impulso militar que trouxe os portugueses ao Pará, em 1616, fez parte de um projeto político ambicioso de conquista do vale amazônico associado a um projeto econômico, não menos ambicioso, de exploração da biodiversidade local as chamadas drogas do sertão, especiarias ocidentais de alto valor no mercado europeu.
A fundação de Belém, a 16 de janeiro de 1616, foi o primeiro passo desse projeto de conquista territorial. O processo foi contínuo e tenso e a ocupação do território se deu com base no massacre ou escravização das populações indígenas e no confronto bélico com as outras potências européias que possuíam feitorias na Amazônia.
Aos poucos, através de expedições militares, novas regiões foram sendo anexadas: os vales dos rios Guamá, Acará e Mojú, o baixo Tocantins, a costa dos Caetés (hoje costa do Salgado), a região da estrada do Maranhão, que hoje chamamos de Bragantina, a Ilha Grande de Joannes, atual Marajó, a penísula de Gurupá, o Cabo Norte, atual Amapá, o baixo Amazonas, os vales do Xingu e Tapajós, o Alto Amazonas e o vale do Rio Negro.
Cada um desses territórios correspondia a novas rotas de exploração riquezas, fossem elas as drogas do sertão, fossem terras, a acrescentar ao patrimônio dos principais colonos, ou fossem, enfim, as populações indígenas escravizadas.
Esse padrão econômico, baseado na coleta extrativista, na navegação fluvial e na escravização dos índios, juntamente com os aspectos geográficos da floresta equatorial, acabou diferenciando a nova colônia do restante da América Portuguesa.
Por isso, desde 1626, eram duas as colônias de Portugal na América: O Brasil, que incluía o Nordeste e toda a parte meridional da colônia e o Grão-Pará e Maranhão, que incluía toda a Amazônia, o Maranhão e, junto com este, o Piauí e parte do Ceará. O que diferenciava essas duas colônias era, basicamente, o modo de produção: no Brasil, predominava a monocultura e, no Grão-Pará, a atividade extrativa.
A igreja católica também fez parte dessa empresa colonizadora. Seu trabalho missionário, porém, entrava muitas vezes em concorrência com os interesses mercantis dos colonos, haja vista que as missões religiosas eram, ao mesmo tempo, grandes espaços de produção, com interesse na propriedade de terra, no comércio das drogas do sertão e na manutenção das populações indígenas nesses espaços de produção.
O debate entre colonos e a igreja atravessou os séculos XVII e XVIII, até que, nesse momento, a nova mentalidade política em vigor na metrópole iniciou um processo de expropriação de seus bens e, também, de dinamização da economia local.
Tratava-se da política do marquês de Pombal, personagem emblemático do despotismo esclarecido em Portugal. Carvalho e Mello, o famoso marquês, ministro de d. José I, passou a governar a nação com mãos de ferro após a grande tragédia que foi a destruição de Lisboa por um terremoto, seguido por um maremoto e por um imenso incêndio, em 1775.
Seu projeto político privilegiava um novo padrão de economia mercantilista, o tráfico negreiro como instrumento de elevação da produção e a valorização de colônias portuguesas antes descentradas, como era o caso do Grão-Pará e Maranhão.
Com efeito, a política externa de Portugal para a América, a partir desse último quartel do século XVIII, mudou nitidamente sua orientação, passando seu foco central da região do rio da Prata para o vale amazônico. Pombal promoveu mudanças significativas na estrutura social e econômica do Grão-Pará.
Trouxe para a região centenas de especialistas, dentre cientistas, militares, engenheiros, naturalistas, desenhistas, arquitetos e geógrafos. À pretexto de demarcar os limites entre Portugal e Espanha promoveu um levantamento científico acurado da região, de sua hidrografia, fauna, flora e populações humanas. O conhecimento acumulado nesse projeto foi fundamental para firmar o direito do Grão-Pará sobre a parte mais extensa do território amazônico.
Além disso, preocupou-se em colonizar melhor a região: da antiga praça colonial portuguesa de Mazagão, na África, trouxe 1.700 famílias, a grande maioria delas nobres e, do arquipélago dos Açores, trouxe também milhares de habitantes.
Destituindo os frades jesuítas e mercedários de seu patrimônio material e expulsando-os do Grão-Pará, distribuiu suas posses entre militares fiéis. Nos antigos assentamentos missionários, firmando a liberdade dos índios, criou mais de trinta vilas e cidades. E também incrementou o comércio e o tráfico negreiro, criando para isso a Companhia Geral de Comércio do Grão-Pará e Maranhão.
O objetivo era dinamizar a economia, incentivando o surgimento de múltiplas experiências, exitosas ou não, de atividades extrativistas ou monoculturas agrícolas, com o cacau, por exemplo, que passou a constituir uma riqueza importante da região.
O interesse do marquês de Pombal no Grão-Pará era quase pessoal: nomeou seu próprio irmão como governante da província, um sobrinho seu como bispo do Pará e vários outros parentes e amigos para cargos de destaque na burocracia colonial que dizia respeito a esta colônia americana.
Também incentivou o embelezamento de Belém: a construção do Palácio dos Governadores (atual Museu Histórico do Estado do Pará), a reconstrução das principais igrejas da cidade como a Sé, Santo Alexandre, Carmo, SantAnna e São Joãozinho e de outros prédios públicos ou residenciais. Nessa atividade destacou-se o arquiteto bolonhês Antônio José Landi, que, como vários outros dos especialistas trazidos por Pombal, acabou por fixar residência na colônia.
Porém, a destituição do marquês lançou o Grão-Pará e Maranhão num ciclo de decadência que perdurou por quase um século, até por volta de 1870. Nesse período a colônia experimentou muitas mudanças: a conturbada adesão à independência do Brasil, o surgimento da imprensa e de uma vida intelectual ativa e, mais que tudo, a experiência da guerra civil, que foi a Cabanagem.
A Cabanagem, essa revolução popular tão mal compreendida pela história, foi um momento de explosão social com impacto demográfico e cultural que marcaram para sempre o Pará. Alguns historiados estimam que um terço da população morreu no conflito, que foi cheio de episódios trágicos.
O movimento foi liderado pelas camadas populares. Iniciado em 1835, tomou Belém e espalhou-se por toda a Amazônia. Um governo do povo foi instalado e vigorou até 1838, quando a capital foi conquistada, novamente, pelas forças legalistas. Porém, os conflitos duraram até por volta de 1840.
A partir de então o Pará começou a receber fortes punições pelo governo brasileiro. Colônia popular, indianizada, subversiva, independentista e arrivista, aos olhos de muitos, passou a perder gradativamente seu status.
A língua geral, um misto de várias línguas indígenas amalgamadas com o latim, falada correntemente por todos os comerciantes e populações caboclas do vale amazônico e, praticamente, a língua do comércio no Ver-o-Peso e a língua da política, nos bairros populares de Belém, foi proibida. As populações caboclas foram, muitas vezes, perseguidas e as grandes propriedades agrícolas ou extrativistas deixaram de contar com a atenção e o apoio do governo central.
Essa situação foi superada com a descoberta dos processos de vulcanização da borracha, o que permitia a sua utilização em indústrias diversificadas. Era a Era da Borracha que começava. Belém converteu-se numa praça comercial febril, centro do comércio mundial da borracha. A prosperidade era tão grande que esse período ficou conhecido como uma Belle Époque Amazônica.
No imaginário burguês do período, a capital do Pará era a petite Paris, ou a Paris n América. Grandes lojas e magazines foram abertos, bem como bancos, casas seguradoras, empresas de crédito e firmas de toda sorte. Nesse período, por exemplo, o centro da cidade foi intensamente arborizado por mangueiras trazidas da Índia. Daí o apelido que até hoje estas árvores (já centenárias) dão à capital paraense.
O Pará enriqueceu rapidamente, e toda a base econômica anterior, essencialmente diversificada, cedeu lugar, rapidamente, ao extrativismo monocultor do látex. A proclamação de República, em 1889, não teve impacto maior sobre a formação das classes dominantes locais como, de resto, em todo Brasil, e os mesmos instrumentos de reprodução e controle social foram mantidos em sua essência, mesmo com o fim da escravidão.
A débâcle, ou melhor, a queda da economia seringueira, se deu repentinamente e, tal como na sucessão do ciclo de desenvolvimento pombalino, gerou décadas de estagnação. O fato é que a maior parte da riqueza gerada pela borracha não foi internalizada, ou seja, não foi transformada em capital de investimento.
Ainda que uma parte dela tenha dado origem a uma pequena, mas importante atividade industrial, a maior parte foi usada em bens de consumo ou transferida para praças mais sólidas, como Lisboa com quem sempre Belém teve uma relação de proximidade intelectual e comercial e Rio de Janeiro, capital da república, para onde boa parte das elites paraenses se deslocaram com a crise da borracha.
Com o declínio dos dois ciclos da borracha, veio uma angustiante estagnação, da qual o Pará só saiu na década de 1960, com o desenvolvimento de atividades agrícolas no sul do Estado. A partir da década de 1960, mas principalmente na década de 1970, o crescimento foi acelerando com a exploração de minérios (principalmente na região sudeste do estado), como o ferro na Serra dos Carajás e do ouro em Serra Pelada.
Fonte: www.pa.gov.br
Pará
A História do Pará
O povoamento do Pará começa com a entrada de holandeses e ingleses, mas consolidado com os portugueses. O início da formação do Estado se dá em 1616, com a fundação do Forte do Presépio, primeiro marco de construção da cidade de Belém, na época Santa Maria de Belém do Grão-Pará.
O responsável pela fundação foi Francisco Caldeira Castelo Branco, antigo Capitão-Mor do Rio Grande do Norte. Para chegar à Belém, ele saiu do Maranhão, chefiando uma expedição de 200 homens, em três caravelas – Santa Maria da Candelária, Santa Maria da Graça e Assunção.
Um relato, datado de 1650, registra uma informação do Padre Antônio Vieira dizendo, em sua “Resposta aos Capítulos do Procurador do Maranhão”, que a população de Belém somava 80 almas, sem incluir os nativos, os religiosos e os soldados.
As primeiras ruas da nova cidade foram sendo abertas, todas paralelas à grandiosa baía do Guajará. Os caminhos transversais levavam ao interior.
Era maior o desenvolvimento para o lado norte, onde os colonos levantaram suas casas de taipa. Era o começo de Belém. Assim nascia o primeiro bairro da capital, hoje conhecido como Cidade Velha, onde está boa parte da história da capital paraense.
No séc. XVIII, o território está integrado à capitania do Grão-Pará e Maranhão e vive um período próspero, com lavouras de café, arroz, cana-de-açúcar, cacau e tabaco, além de fazendas de gado.
No início do séc. XIX, Belém torna-se um grande centro urbano. Em 1821, a Revolução Constitucionalista do Porto é apoiada pelos paraenses, que se revoltam contra o rei de Portugal. O levante é sufocado.
Em 1835, é palco do movimento da Cabanagem, considerado o maior e verdadeiramente popular manifestação de luta no Brasil.
A economia fica estagnada até o fim do séc. XIX, quando o crescimento é retomado com o início do ciclo da borracha, que trouxe riqueza e ostentação à cidade. É nesta época que são construídas as grandes obras da cidade, como o rico e belo Teatro da Paz, um dos maiores símbolos desse período.
Fonte: www.topgyn.com.br
Pará
O Estado do Pará, com 1.248.042 km2 de extensão, representa 16,66% do território brasileiro e 26% da Amazônia. Cortado pela linha do Equador no seu extremo norte, é dividido em 143 municípios, onde vivem cerca de seis milhões de pessoas.
O Pará já conta como uma infra-estrutura capaz de sustentar a implantação de projetos produtivos para alavancar o desenvolvimento do Estado. A economia, tradicionalmente calcada no extrativismo, sofreu a primeira grande mudança na década de 70, com a política de incentivos fiscais definida pelo Governo Federal para estimular o desenvolvimento da Amazônia, que resultou na implantação de vários projetos industriais, agrícolas e pecuários.
Produção
Outra grande mudança no perfil da economia paraense começou a se desenhar em meados da década de 90, mais precisamente em 1995, quando o Governo do Pará, além de adotar mecanismos de incentivo à implantação de novos projetos produtivos, passou a trabalhar a mudança da base produtiva do Estado, a partir das suas áreas vocacionais, de modo a garantir um desenvolvimento econômico e social efetivo e permanente. A nova base produtiva do Pará está assim calcada em três grandes áreas: agroindústria, verticalização da produção mineral e turismo.
A verticalização da produção mineral prevê o melhor aproveitamento econômico da inúmeras e valiosas jazidas minerais do Estado, onde está a que é considerada a maior província mineral do Brasil. A verticalização reduz a exportação do minério, quase que em estado bruto, incorporando novas etapas ao processo produtivo, de forma integrada, solidificando, ampliando e diversificando o parque industrial paraense, aumentando a geração de emprego e renda e agregando valores aos produtos da pauta de exportação do Pará.
Neste campo são variadas as possibilidades para os investidores que contam com a diversidade da produção mineral do Estado – do ferro às pedras preciosas, passando por manganês, cobre bauxita e com indústrias já em operação que produzem, por exemplo, alumina e alumínio.
A meta no setor de agroindústria é a de fortalecer o desenvolvimento rural, através do consórcio entre agricultura e indústria. Ao lado das culturas já existentes, que vêm crescendo ano a ano, surgem indústrias como óleo de palma, sucos e polpas de frutas e de fibra de cocos.
A introdução da cultura da soja apresentou resultados excelentes, índices de produtividade acima da média verificada no país, o que indica boas perspectivas para a atividade. As culturas de cacau e café também apresentam boas perspectivas. Além dos aspectos econômicos, o desenvolvimento da agroindústria utiliza basicamente áreas já degradadas, recuperando-as de forma produtiva e evitando a destruição de novas áreas.
Turismo
O Estado do Pará oferece inúmeros e fortes atrativos (49% dos atrativos naturais de toda a Amazônia, segundo a OEA – Organização dos Estados Americanos ) para o turismo, atividade que vem crescendo, principalmente, depois dos investimentos em infra-estrutura realizados pelo Governo do Estado.
A política de desenvolvimento do turismo, que garante retorno dos investimentos, desenvolvimento sócio econômico e baixo nível de agressão ambiental, dividiu o Estado em seis pólos:
Belém e Costa Atlântica
Voltado para o turismo de negócios, lazer e cultura, com centros de convenções, museus, teatros, bosques e belas praias, inclusive algumas das poucas praias de rio com ondas, existentes no mundo.
Tapajós
Onde se encontram os rios Amazonas e Tapajós, além da exuberante paisagem de praias fluviais, cachoeiras, florestas e formações rochosas, oferece a possibilidade de acompanhar importantes manifestações culturais do povo paraense.
Araguaia-Tocantins
Voltado para o turismo ecológico e de aventura, concentra os torneios de pesca esportiva disputados no Estado, inclusive no lago da hidrelétrica de Tucuruí e oferece as belas praias fluviais dos rios desta microregião, que só aparecem nos meses de verão.
Marajó
Voltado para o turismo ecológico. Na ilha, localizada na foz do Amazonas, as atrações são inúmeras, da culinária à pororoca, das praias aos cenários de pantanal. Das manifestações culturais à riqueza da flora e fauna.
Xingu
Representado no Plano de Desenvolvimento Turístico, da Companhia Paraense de Turismo (Paratur), por Altamira. Conhecido como o maior município do mundo, em termos de extensão, Altamira é daquelas cidades inesquecíveis: belas praias, uma rica história cultural, preservada pelos descendentes de índios e portugueses e ainda faz parte de uma das mais belas e preservadas regiões do Norte do Brasil.
Com dois mil quilômetros de extensão, o rio Xingu é um dos principais corredores da pesca esportiva no Pará (modalidade que cresce a cada ano em todo o país) e abriga um manancial paradisíaco de belos peixes. Cachoeiras, corredeiras e praias de água doce são abundantes e se transformam num grande atrativo aos moradores locais e aos programas de turismo ecológico nos finais de semana.
História do Pará
Mapa do Pará
De volta ao navio, logo começamos a dissecar o tema “Estado do Pará”. Depois de efetuado o sorteio dos oradores, calhou à Marisa Cajado começar a falar sobre:
Estado do Pará
“A ocupação do delta amazônico foi iniciada por ingleses e holandeses. Penetrando pelo Amazonas e montaram feitorias e pequenos estabelecimentos fortificados até às cercanias do Rio Tapajós. No Xingu e nos estreitos estavam os principais estabelecimentos. A presença dos portugueses no Pará, deu-se no século XVll.
Em Janeiro de 1616, o capitão português, Francisco Caldeira de Castelo Branco iniciou a ocupação da terra, fundado o Forte Presépio, núcleo da futura cidade de Belém. A fixação portuguesa foi efetivada com as missões religiosas e as bandeiras, que ligavam o Forte do Presépio a São Luís do Maranhão, por terra e subiram o Rio Amazonas”.
Quando esta oradora terminou, a Marcia Smith já estava preparada para entrar (falar):
“As dificuldades enfrentadas pelos portugueses, foram enormes. Além da natureza hostil, tiveram que lutar contra os núcleos europeus já instalados na região, além de enfrentar a oposição guerreira dos índios. Em 1637, uma expedição comandada por Pedro Teixeira partiu de Belém e, subindo os Rios Amazonas e Napo, chegou a Quito, no Equador.
Ao voltar a Belém, tomou posse, em nome de Portugal, de todas as terras que se estendiam da margem esquerda do Rio Napo até ao Oceano Atlântico, ou seja, quase toda a Amazônia. Nas décadas seguintes, foram explorados os principais afluentes do Amazonas. Teve início a procura das chamadas “drogas do sertão”, como a canela, a baunilha, o cravo, o urucu e o cacau.
Sertanistas, religiosos, tropas de resgate, tropas de guerra, contratadas para vencer a resistência dos índios ou escravizá-los, subiam e desciam rios, montando feitorias, explorando a floresta, pescando, estabelecendo portanto, os fundamentos para uma ocupação efetiva”.
A seguinte foi a Malou, que começou a falar com um pincel na mão e houve logo quem perguntasse se ela ia falar de batuta !:
“Para esta ocupação, contribuiu a presença de casais açorianos e degredados portugueses. A capitania paraense estava integrada no Estado do Maranhão e Grão-Pará, criado em 1621, mas de 1751 em diante, passou para a capitania do Grão-Pará e Maranhão, passando Belém a sede do governo.
Em 1755, foi fundada a Companhia Geral de Comércio do Grão-Pará e Maranhão, que deu início a uma época de maios prosperidade para o Pará, com organização de lavouras de café, arroz, tabaco, cana-de-açúcar, cacau e algodão. A partir dessa época, surgiram fazendas de gado em Marajó e nas margens do Amazonas”.
A Henriette, sempre preocupada com os fundos de maneio, arranjou um momento para a dissertação:
“Em 1775, Pará e Maranhão foram definitivamente separados. Em 1821, o sentimento nacionalista e ideias antilusitanas levaram os paraenses a apoiar o movimento liberal do Porto, que extinguiu o poder absoluto do rei.
Houve lutas políticas e de rua, apaziguadas quando a junta do Governo local foi substituída por outra, sob a presidência do bispo Romualdo António de Seixas, favorável à independência do Brasil. Todavia, essa junta do dissolvida após a declaração da Independência do Brasil e os novos governantes eram contra a independência.
Um expedição enviada por D. Pedro l, do Brasil (4º de Portugal), comandada pelo capitão John Pascoe Grenfell, chegou a Belém em Agosto de 1823 e dominou os dissidentes, forçando-os a apoiar o Imperador. As agitações, porém, continuaram”.
A professora Gislaine, sempre preocupada com o seu grande hobby, a pesca, interrompeu o banho à isca, e veio dar o seu depoimento:
“Em 1833, o movimento popular conhecido como Cabanagem irrompeu no Pará. A partir de 1835, as lutas intensificaram-se e os cabanos conseguiram dominar a província. Sufocado em 1840, o levante causou a morte de cerca de 30 mil pessoas e paralisou a economia do Pará.
Somente no final de século XlX haveria recuperação, com a alta dos preços mundiais da borracha e a chegada de imigrantes nordestinos. Esse período de desenvolvimento coincidiu com os primeiros tempos da República. Todavia, na década de 1910, surgiram na Ásia plantações de seringueira com métodos de produção mais rentáveis”.
Foi a vez da descontraída e sempre alegre, Flóra Cavalcanti:
“O relevo geográfico paraense divide-se em três grandes planos: Planície Amazônica, Planalto das Guianas e Planalto Brasileiro. A Planície Amazônica é composta pela várzea e pela terra firme. A primeira estende-se ao longo do Rio Amazonas e nas suas partes mais baixas é inundada na época das cheias; a segunda é mais elevada, com altitude média de 100 metros, e forma duas faixas paralelas ao Norte e ao Sul a várzea, sendo constituída por terrenos arenosos.
O Planalto das Guianas, ao norte da Planície, apresenta elevação das altitudes em direção ao norte, até à serra de Acari, onde atinge o seu ponto mais alto, 906 metros.
Por fim, calhou à Arneyde falar. E ela que estava ansiosa … :
“O Planalto Brasileiro estende-se ao sul da Planície, com uma superfície ondulada onde as altitudes não ultrapassam os 500 metros. O principal rio paraense é o Amazonas, que no Estado tem como principais afluentes o Jari, o Paru, o Trombetas e o Nhamundá, pela margem esquerda; e o Xingu e o Tapajós, pela margem direita.
Também são importantes o rio Gurupi, na fronteira com o Maranhão, e o Araguaia, na fronteira com Goiás. A maior ilha brasileira, Marajó, fica no Pará, entre a foz do Rio Amazonas e o Oceano Atlântico. Cerca de 85% da superfície do Estado do Pará, são ocupados pela floresta amazónica. A parte restante, cabe aos campos e campos cerrados.
Os primeiros ocorrem na várzea e na ilha de Marajó, enquanto os campos cerrados formam pequenas manchas a norte de Óbidos e Monte Alegre, e ainda no médio vale do Rio Trompetas”.
Mais uma vez, a nossa querida Maria Nascimento nos surpreendeu com outro belíssimo trabalho sobre o Estado do Pará.
Todos ficaram absortos da sua bela voz e do seu belo trabalho:
PARÁ ( o Estado ) (Trabalho da Drª Maria Nascimento)
Para que todos os integrantes da comitiva conheçam um pouquinho melhor o Estado do Pará, necessário se faz que, inicialmente, prestemos algumas informações sobre o referido Estado.
O Pará, cuja capital é Belém, ocupa cerca de 15% de todo o território nacional e é o segundo maior Estado da federação em extensão territorial. Está localizado no Norte do Brasil e se situa entre a Guiana e o Suriname, ao norte; o Amapá e o Oceano Atlântico, a nordeste; o Maranhão, a leste; Goiás, a sudeste; Mato Grosso, ao sul e Amazonas e Roraima, a oeste e sua área é de 1.248.042km2.
Duas das mais importantes obras construídas pela engenharia brasileira estão localizadas no PARÁ, ambas cortadas pelo Tocantins e o Araguaia que são : A Hidrelétrica de Tucuruí e a exploração mineral da Serra dos Carajás.
Suas cidades mais importantes são : Belém (capital), Santarém, Castanhal, Abaetetuba, Altamira, Marabá, Faro, Óbidos, Bragança, Cametá, Vigia, onde se realizou o primeiro Círio de Nazaré, Capanema, Serra dos Carajás, Salva terra, Soure, Igarapé, Tucuruí, Conceição do Araguaia, Marajó, a maior ilha fluviomarítima do mundo, Barcarena etc.
No Pará encontram-se outras cidades, tais como : Acará, Afuá, Alenquer, Igarapé-Açu, Itaituba, Moju, Monte Dourado, Novo Repartimento, Ponta de Pedras, Redenção, Rondon do Pará, Salinópolis, Tucumã.
Tecendo alguns comentários sobre as regiões do Pará, registramos que:
Barcarena
A praia do Ciripy, de água doce e extensos coqueirais, é a principal atração deste município, tem acesso rodo fluvial e fica a 50 km de Belém.
Marapanim
Aqui o turista conhece o autêntico carimbó, nas festas de São Benedito, em dezembro. É a primeira praia de nudismo do norte do Brasil.. Acesso : rodoviário. 150 km de Belém.
Bragança
É o lugar mais apropriado para o turista dançar a Marujada e depois se refrescar numa das mais bonitas praias oceânicas, a Ajuruteua. Acesso : rodoviário. 210 km de Belém.
Vigia
Em novembro acontece o Festival da Gurijuba, peixe típico e delicioso da região. Acesso : rodoviário. 77 km de Belém.
Santarém
É a ” Pérola do Tapajós ” e a segunda maior cidade do estado. É nela que se verifica o encontro das águas límpidas do rio Tapajós e as águas barrentas do Amazonas. As águas não se misturam. Alter do Chão, vila tranqüila enfeitada por uma praia deslumbrante, acalentada pelas águas azuis do Tapajós.
Oriximiná
Fica às margens do rio Trombetas, um dos mais belos tributários do rio Amazonas, onde há uma infinidade de cachoeiras, reservas florestais e biológicas. Sua população é se constitui de nativos indígenas, descendentes de escravos africanos ( quilombolas ) e de europeus. Acesso : Aéreo e fluvial. 819 km de Belém em linha reta.
Óbidos
Em frente à cidade, o rio Amazonas tem apenas um quilômetro de largura e mais de 80m de profundidade. É igual a um prédio de 30 andares. Cidade histórica, berço do escritor Inglês de Souza. Uma das visitas mais importantes é a serra da Escama com suas incontáveis e indescritíveis cavernas. Acesso : aéreo e fluvial. Fica a 779 km de Belém em linha reta.
Monte Alegre
Contém grutas, cavernas, sítios arqueológicos e as fontes de águas sulfurosas que fazem parte da paisagem da cidade. Acesso : aéreo e fluvial. Fica a 623 km de Belém.
Alenquer
Visite a Morada dos Deuses : concentração de rochas em calcário forma inúmeros córregos de água cristalina. Acesso : aéreo e fluvial. A 701 km de Belém.
Tucuruí
Nos lagos da hidrelétrica de Tucuruí, acontece o Festival do Tucunaré, no mês de agosto, com torneio de pesca, que atrai turistas até de outros países.
Acesso
Aéreo, rodoviário e fluvial. Dista 385 km de Belém.
Marabá
Aqui acontece outro magnífico encontro das águas dos rios Tocantins e Itacaiúnas. O turista não pode deixar de conhecer a Casa de Cultura Antônio Morbach e as bonitas praias do Tucunaré e de São Félix. Acesso : aéreo e rodoviário. Fica a 500 km de Belém.
Conceição do Araguaia
É reconhecida pela Embratur como área e local de interesse turístico devido à sua beleza nativa e suas paradisíacas ilhas , praias e corredeiras.
Acesso
Aéreo e rodoviário. Está a cerca de 1.000 km de Belém.
Altamira
Bem no coração do Pará, às margens do misterioso rio Xingu, está cercada por densa floresta, com igarapés e rios cheios de espécies cobiçadas pelos pescadores esportivos. No município, há dezenas de reservas indígenas. Acesso : aéreo e fluvial. Encontra-se a 512 km de Belém, em linha reta.
Marajó
É a maior ilha fluviomarítima do mundo. Nela encontramos uma infinidade de búfalos, praias, mangues, igarapés, muito carimbó e, freqüentemente acontece aqui o fenômeno da pororoca. Visitando Marajó, o turista pode conhecer ainda estas cidades :
Soure , onde se destacam as praias, como a do Pesqueiro e os campos de criação de búfalos e cavalos da raça marajoara. Acesso : fluvial. Está a 87 km de Belém.
Salvaterra
Local da praia de Joanes. No mês de julho se realiza o Festival do Abacaxi. Acesso : rodofluvial, fluvial e aéreo. Fica a 83 km de Belém.
Seus Rios mais importantes são :Rio Amazonas, Xingu, Trombetas, Araguaia, Tapajós, São Benedito e Rio Pará. Há também outros Rios, como : o Mapuera, o Caruá, o Capim, Rio Fresco, Paru, Maicaru, Teles, Rio Gurupi, Arapiranga, Arataú, Guamá, do Leão etc.
Suas principais Ilhas são:Ilha do Marajó, de Mosqueiro, do Outeiro, de Cotijuba, Mexiana , Ilha Grande etc.
O Pará é dotado de um grande número de cachoeiras e entre elas estão :Cachoeira Grande, Tucunaré, Maranhão, da Bateria, do Tubarão, das Guaribas, Bacuri, Araras, Cantagalo, Ubá, do Chacorão, da Liberdade etc.
Principais Serras do Pará:Serra dos Carajás, Serra dos Gradaús, do Cachimbo, da Seringas etc.
Fonte: www.cespe.unb.br
Pará
Hino Oficial do Estado do Pará
LETRA:ARTHUR PORTO
MÚSICA:NICOLINO MILANO
ADAPTAÇÃO E ARRANJO:GAMA MALCHER
Salve, ó terra de ricas florestas,
Fecundadas ao sol do equador !
Teu destino é viver entre festas,
Do progresso, da paz e do amor!
Salve, ó terra de ricas florestas,
Fecundadas ao sol do equador!
Estribilho
Pará, quanto orgulha ser filho,
De um colosso, tão belo, e tão forte;
Juncaremos de flores teu trilho,
Do Brasil, sentinela do Norte.
E a deixar de manter esse brilho,
Preferimos, mil vezes, a morte!
Salve, ó terra de rios gigantes,
D’Amazônia, princesa louçã!
Tudo em ti são encantos vibrantes,
Desde a indústria à rudeza pagã,
Salve, ó terra de rios gigantes,
D’Amazônia, princesa louçã !
História do Hino do Pará
Segundo alguns pesquisadores, o Hino ao Pará surgiu em época anterior ao ano de 1915 e não tinha caráter ou sentido oficial, desconhecendo-se qualquer ato que tenha oficializado naquela oportunidade.
Cantado pelos alunos do “Colégio Progresso Paraense”, foi publicado em 1895, na página 5 dos “Annaes do Colégio Progresso Paraense”, edição comemorativa do tricentenário da fundação de Belém.
O referido Hino se tornou oficial com o nome de “Hino do Pará” através da Emenda Constitucional nº 1, de 29 de outubro de 1969.
AUTORES
O professor dr. Arthur Teódulo Santos Porto foi autor da letra do “Hino ao Pará”. Ele era conhecido intelectual e educador, fundador do “Colégio Progresso Paraense”, nascido em Pernambuco em 1886 e falecido em Belém-PA em 1938. Embora atribuída a Gama Malcher, professor de canto coral daquele colégio, a autoria da música é na realidade de Nicolino Milano, violonista, compositor e regente brasileiro, nascido em Lorena-SP, no ano de 1876 e falecido no Rio de Janeiro em 1931. O Maestro Gama Malcher foi o autor da adaptação e do arranjo musical para canto coral.
SIMBOLISMO
A letra deste Hino é um verdadeiro poema de exaltação ao Pará. Ela fala da beleza natural do Estado, da exuberância de suas matas e flores, dos seus rios, do heroísmo do seu povo e traz uma mensagem de otimismo e esperança para o futuro.
Fonte: www.pa.gov.br
Pará
Dança do Carimbó
A mais extraordinária manifestação de criatividade artística do povo paraense foi criada pelos índios Tupinambá que, segundo os historiadores, eram dotados de um senso artístico invulgar, chegando a ser considerados, nas tribos, como verdadeiros semi-deuses.
Inicialmente, segundo tudo indica, a “Dança do Carimbó” era apresentada num andamento monótono, como acontece com a grande maioria das danças indígenas. Quando os escravos africanos tomaram contato com essa manifestação artística dos Tupinambá começaram a aperfeiçoar a dança, iniciando pelo andamento que , de monótono, passou a vibrar como uma espécie de variante do batuque africano.
Por isso contagiava até mesmo os colonizadores portugueses que, pelo interesse de conseguir mão-de-obra para os mais diversos trabalhos, não somente estimulavam essas manifestações, como também, excepcionalmente, faziam questão de participar, acrescentando traços da expressão corporal característica das danças portuguesas.
Não é à toa que a “Dança do Carimbó” apresenta, em certas passagens, alguns movimentos das danças folclóricas lusitanas, como os dedos castanholando na marcação certa do ritmo agitado e absorvente.
Coreografia
A dança é apresentada em pares. Começa com duas fileiras de homens e mulheres com a frente voltada para o centro. Quando a música inicia os homens vão em direção às mulheres, diante das quais batem palmas como uma espécie de convite para a dança. Imediatamente os pares se formam, girando continuamente em torno de si mesmo, ao mesmo tempo formando um grande círculo que gira em sentido contrário ao ponteiro do relógio. Nesta parte observa-se a influência indígena, quando os dançarinos fazem alguns movimentos com o corpo curvado para frente, sempre puxando-o com um pé na frente, marcando acentuadamente o ritmo vibrante.
As mulheres, cheias de encantos, costumam tirar graça com seus companheiros segurando a barra da saia, esperando o momento em que os seus cavalheiros estejam distraídos para atirar-lhes no rosto esta parte da indumentária feminina. O fato sempre provoca gritos e gargalhadas nos outros dançadores. O cavalheiro que é vaiado pelos seus próprios companheiros é forçado a abandonar o local da dança.
Em determinado momento da “dança do carimbó” vai para o centro um casal de dançadores para a execução da famosa dança do peru, ou “Peru de Atalaia”, onde o cavalheiro é forçado a apanhar, apenas com a boca, um lenço que sua companheira estende no chão. Caso o cavalheiro não consiga executar tal proeza sua companheira atira- lhe a barra da saia no rosto e, debaixo de vaias dos demais, ele é forçado a abandonar a dança. Caso consiga é aplaudido.
Indumentária
Todos os dançarinos apresentam-se descalços. As mulheres usam saias coloridas, muito franzidas e amplas, blusas de cor lisa, pulseiras e colares de sementes grandes. Os cabelos são ornamentados com ramos de rosas ou jasmim de Santo Antônio. Os homens apresentam-se com calças de mescla azul clara e camisas do mesmo tom, com as pontas amarradas na altura do umbigo, além de um lenço vermelho no pescoço.
Denominação
A denominação da “Dança do Carimbó” vem do titulo dado pelos indígenas aos dois tambores de dimensões diferentes que servem para o acompanhamento básico do ritmo.
Na língua indígena “Carimbó” – Curi (Pau) e Mbó ( Oco ou furado), significa pau que produz som. Em alguns lugares do interior do Pará continua o título original de “Dança do Curimbó”. Mais recentemente , entretanto, a dança ficou nacionalmente conhecida como “Dança do Carimbó”, sem qualquer possibilidade de transformação.
Instrumentos típicos
O acompanhamento da dança tem, obrigatoriamente, dois “carimbos” (tambores) com dimensões diferentes para se conseguir contraste sonoro, com os tocadores sentados sobre os troncos, utilizando as mãos à guisa de baquetas, com os quais executam o ritmo adequado. Outro tocador, com dois paus, executa outros instrumentos obrigatórios, como o ganzá, o reco-reco, o banjo, a flauta, os maracás, afochê e os pandeiros. Esses instrumentos compõem o conjunto musical característico, sem a utilização de instrumentos eletrônicos.
Dança do Siriá
A mais famosa dança folclórica do município de Cametá é uma das manifestações coreográficas mais belas do Pará. Do ponto de vista musical é uma variante do batuque africano, com alterações sofridas através dos tempos, que a enriqueceram de maneira extraordinária.
Contam os estudiosos que os negros escravos iam para o trabalho na lavoura quase sem alimento algum. Só tinham descanso no final da tarde, quando podiam caçar e pescar. Como a escuridão dificultava a caça na floresta, os negros iam para as praias tentar capturar alguns peixes. A quantidade de peixe, entretanto, não era suficiente para satisfazer a fome de todos.
Certa tarde, entretanto, como se fora um verdadeiro milagre, surgiram na praia centenas de siris que se deixavam pescar com a maior facilidade, saciando a fome dos escravos. Como esse fato passou a se repetir todas as tardes, os negros tiveram a idéia de criar uma dança em homenagem ao fato extraordinário. Já que chamavam cafezá para plantação de café, arrozá para plantação de arroz, canaviá para a plantação de cana, passaram a chamar de siriá, para o local onde todas as tardes encontravam os siris com que preparavam seu alimento diário.
Coreografia
Com um ritmo que representa uma variante do batuque africano, a “dança do siriá” começa com um andamento lento. Aos poucos, à medida que os versos vão se desenvolvendo, a velocidade cresce, atingindo ao final um ritmo quase frenético. A “dança do siriá” apresenta uma rica coreografia que obedece às indicações dos versos cantados sendo que, no refrão, os pares fazem volteios com o corpo curvado para os dois lados.
Acompanhamento Musical
Tal como a “dança do carimbó”, os instrumentos típicos utilizados são dois tambores de dimensões diferentes: para os sons mais agudos (tambor mais estreito e menor) e para os sons graves (tambor mais grosso e maior). Os passos são animados ainda por ganzá, reco-reco, banjo, flauta, pauzinhos, maracá e o canto puxado por dois cantadores.
Indumentária
Também chamada pelos estudiosos como “a dança do amor idílico”, a “dança do siriá” apresenta os dançarinos com trajes enfeitados, bastante coloridos. As mulheres usam belas blusas de renda branca, saias bem rodadas e amplas, pulseiras e colares de contas e sementes, além de enfeites floridos na cabeça. Já os homens, também descalços como as mulheres, vestem calças escuras e camisas coloridas com as pontas das fraldas amarradas na frente. Eles usam ainda um pequeno chapéu de palha enfeitado com flores que as damas retiram, em certos momentos, para demonstrar alegria, fazendo volteios. Observa-se, na movimentação coreográfica, os detalhes próprios das três raças que deram origem ao povo paraense: o ritmo, como variante do batuque africano; a expressão corporal recurvada em certos momentos, característica das danças indígenas; e o movimento dos braços para cima, como acontece na maioria das danças folclóricas portuguesas.
Lundu Marajoara
O “Lundu” é uma dança de origem africana trazida para o Brasil pelos escravos. A sensualidade dos movimentos já levou a Côrte e o Vaticano a proibirem a dança no século passado. No Brasil o “Lundu”, assim como o “Maxixe” (a dança excomungada pelo Papa), foi proibido em todo Brasil por causa das deturpações sofridas em nosso país. Mas, mesmo às escondidas, o “Lundu” foi ressurgindo, mais comportado, principalmente em três Estados brasileiros: São Paulo, Minas Gerais e na Ilha do Marajó, no Pará.
Coreografia
A dança simboliza um convite que os homens fazem às mulheres “para um encontro de amor sexual”. O “Lundu”, considerado ao lado do “Maxixe “, uma dança altamente sensual, se desenvolve com movimentos ondulares de grande volúpia. No início as mulheres se negam a acompanhar os homens mas, depois de grande insistência, eles terminam conquistando as mulheres, com as quais saem do salão dando a idéia do encontro final.
Acompanhamento Musical
Rabeca (violino), clarinete, reco-reco, ganzá, maracás , banjo e cavaquinho.
Indumentária
Com as adaptações locais o “Lundu” sofreu diversas modificações, principalmente na indumentária. Ao contrário do primitivismo africano, apresenta todas as características marajoaras, razão por que passou a ser chamado de “Lundu marajoara”. As mulheres se apresentam com lindas saias longas, coloridas e bastante largas, blusas de renda branca, pulseiras, colares, brincos vistosos e flores no cabelo. Os homens vestem calças de mescla azul-claras e camisas brancas com desenhos marajoaras. Os pares se apresentam descalços.
Xote Bragantino
O “Xote” (Schotinch) tem sua origem na mais famosa dança folclórica da Escócia na segunda metade do século XIX. Aos poucos foi conquistando a Europa. Na Alemanha ganhou um ritmo valsado pela influência da Valsa Vienense. Na Inglaterra a dança era saltitante. Já na França os passos ganharam ritmo semi- clássico, com um andamento um tanto mais lento que o atual. Talvez por causa da indumentária feminina que, naquela época, dificultava os movimentos rápidos. Trazida para o
Brasil pelos colonizadores, despertou, desde o início, um grande interesse no povo brasileiro que, por sua vez, também fez seus acréscimos. No Estado do Pará os portugueses cultivavam o chote com bastante entusiasmo em todas as reuniões festivas assistidas de longe pelos escravos africanos.
A dança foi aproveitada, de fato, pelos negros em 1798, quando eles fundaram a Irmandade de São Benedito, no município de Bragança, que deu origem à Marujada. Outras danças de origem européia também vieram formar o novo ritmo, mas é no “Xote” que está o maior interesse do povo bragantino nas apresentações públicas da “Marujada”. A dança é executada repetidas vezes, valendo acrescentar que até mesmo os jovens bragantinos preferem o “Xote” a qualquer outra dança popular.
Os movimentos coreográficos do “Xote” primitivo praticamente já não existem em Bragança. Lá o povo fez belas adaptações, criando detalhes de impressionante efeito visual, que sempre despertam grande entusiasmo em todas as pessoas que assistem e se empolgam com a graciosa desenvoltura das dançarinas.
Acompanhamento Musical
Utilizando os mesmos instrumentos típicos das demais danças folclóricas paraenses, o “Xote” tem, obrigatoriamente, solos de violino (rabeca) e o canto, puxado por um dos integrantes do conjunto musical.
Indumentária
Tanto as damas quanto os cavalheiros apresentam-se com trajes festivos, já bastante modernizados, o que comprova que o “Xote” atual está muito longe da forma primitiva.
airé
ORIGEM: ALTER-DO-CHÃO (SANTARÉM) – PA
O Çairé é uma manifestação folclórica e religiosa encontrada na ilha de Alter-do-Chão, a 30 quilômetros de Santarém, no oeste do Pará. Atualmente acontece no mês de setembro. A festa atrai milhares de turistas que, durante três dias, cantam, dançam e participam de rituais religiosos e profanos, resultantes da miscigenação cultural entre índios e portugueses.
Consta que a festa foi criada pelos índios como forma de homenagear os portugueses que colonizaram o médio e o baixo Amazonas. Sua origem está no fato de que os colonizadores que aportavam em nossas terras exibiam seus escudos. Os índios então faziam o seu “ÇAIRÉ”, como foi chamado o símbolo que é carregado nas procissões, imitando o escudo usado pelos portugueses. O escudo dos índios era feito de cipó recoberto de algodão e outros adornos, enfeitado de tiras de várias cores e rosetas de pano colorido.
Como os símbolos dos portugueses possuíam cruzes, o Çairé também possui, só que neste, as cruzes representam o mistério da Santíssima Trindade. O caráter religioso também é atribuído aos frades jesuítas, que teriam criado o símbolo para ajudar na catequese dos indígenas.
Os preparativos para o Çairé começam com a procura pelos troncos que servirão de mastros, na abertura da festa. Os troncos escolhidos são enfeitados com folhas, flores e frutos, levantados em competição acirrada entre homens e mulheres para ver qual grupo consegue levantar o mastro em primeiro lugar.
A festa do Çairé tem ainda procissões, ladainhas, torneios esportivos e um festival folclórico, que conta com a apresentação de todos os grupos de Santarém e Alter-do-Chão, quando se tem uma mostra da riqueza cultural da região.
No último dia acontece a “varrição da festa”, seguida da derrubada dos mastros, do “marabaixo”, do “quebra-macaxeira” e da “cecuiara”, um almoço de confraternização no final da festa com pratos típicos.
Boi-Bumbá
OBoi-Bumbáé uma manifestação folclórica encontrada em quase todos os municípios paraenses. E é no mês de junho que são feitas as apresentações, ainda em sua formação original. É provável que a trama venha das estórias nascidas com o ciclo do gado, nos séculos XVII e XVIII, quando a vida girava em torno do boi e de sua criação.
Conta-se que na Belém da segunda metade do século XIX, o Boi-Bumbá reunia negros escravos em um folguedo que misturava, ao ritmo forte, a representação de um motivo surpreendente para a época: a luta de classes dentro da sociedade colonial. O boi acabou se tornando uma das manifestações mais autênticas da cultura paraense.
A estória encenada no Boi – Bumbá é quase sempre a mesma, com pequenas alterações. Um boi foi comprado para a festa de aniversário da esposa do fazendeiro. Quando o animal chegou, o feitor recebeu ordem para tratá-lo bem. Ao lado dessa fazenda morava uma família composta pelo pai Francisco, “Chico”, sua mulher Catarina, seu compadre Casumba e mãe Guiomar.
Mãe Catarina, grávida, desejava comer língua ou coração de um boi. Pai “Chico” então resolveu procurar um. O primeiro que encontrou matou. Só que, antes que mãe Catarina realizasse seu desejo, apareceu o dono do boi falando que o bicho era de estimação e que desejava seu boi vivo.
Todos saíram à procura de um pajé para ressuscitar o boi. O pajé foi logo pedindo cachaça, defumação e tabaco. Sentou-se no seu banco, passou cachaça nos braços, acendeu um cigarro e abriu os trabalhos.
Assim que o boi foi ressuscitado todos cantaram e dançaram. É aí que o animal começa a fazer investida contra as pessoas que assistem à encenação. A composição do elenco varia de grupo para grupo e de região para região. De um modo geral todos incluem ainda a moça branca filha do casal de fazendeiros, vaqueiros, cuzimbá (um preto velho), a maloca dos índios com seu chefe, o doutor curador, o padre e o tripa ( a pessoa que dança em baixo do boi).
A seguir os grupos de Boi-Bumbá encontrados em Belém:
Boi- Bumbá “Pingo de Ouro”
Fundado em 1969, tem 75 integrantes. Surgiu da extinção do Boi- Bumbá “Arranca- Toco”, da vila de Icoaraci, e pesquisa de outros grupos folclóricos que se exibiam à época na vila.
Boi- Bumbá “Pai da Malhada”
Fundado em 1935, tem 50 integrantes. O “Pai da Malhada” surgiu no bairro da Sacramenta, onde pertencia a um senhor chamado “Zeca Praiano”. Quando morreu, o grupo ficou sem liderança, tendo nessa época o Sr. José Rufino solicitado aos parentes do falecido, permissão para que usasse o nome de “Pai da Malhada”. Inicialmente o grupo foi formado só com garotos na faixa de 6 a 14 anos. Depois sofreu algumas modificações, entraram os adultos, mas o boi nunca perdeu suas raízes culturais.
Boi-Bumbá “Flor do Campo”
Fundado em 1960, tem 62 integrantes. Foi trazido para Belém pelo Sr. Emílio da Paixão que resolveu trazer a público um Boi- Bumbá de sua autoria. Seu Emílio trouxe a experiência da ilha do Mosqueiro, a 60 km de Belém, onde participava do Boi- Bumbá “Pai do Campo”.
Boi- Bumbá “Flor do Guamá”
Fundado em 1975, tem 50 integrantes. O grupo folclórico “Flor do Guamá” começou com uma turma de crianças moradoras da passagem Caparari, no bairro do Guamá, em Belém. A brincadeira surgiu à base do improviso. As barricas foram feitas com latas de leite vazias e os pandeiros com latas de goiabada. A indumentária era de serrilha e folhas de açaizeiro, previamente pintadas para as apresentações.
Boi- Bumbá “Flor da Noite”
O grupo folclórico “Flor da Noite” foi fundado em 1982. Tem 30 integrantes. Surgiu no Guamá durante a quadra junina. Como na época só existiam três grupos folclóricos, o senhor Álvaro de Souza resolveu formar uma brincadeira que viesse atender à carência de lazer na área onde mora.
Boi- Bumbá “Caprichoso”
Fundado em 1947, tem 45 integrantes. O grupo folclórico “Caprichoso” foi fundado na ilha de Mosqueiro. Em 1964 instalou-se na cidade de Belém.
Boi- Bumbá “Tira- Fama”
Fundado em 1958, tem 50 integrantes. A idéia de colocar o “Tira-Fama” na rua surgiu da necessidade de lazer na comunidade do bairro do Guamá. Naquela época havia apenas o Boi- Bumbá ” Machadinha “, sem estrutura para absorver todos os interessados em brincar a quadra junina. O Sr. Elias, mais conhecido como seu “Setenta”, foi o responsável em congregar amigos e familiares para formar o “Tira- Fama”.
Boi- Bumbá “Estrela D´Alva”
O grupo folclórico “Estrela D´Alva”, fundado em 1963, tem 48 integrantes. Surgiu quando o Sr. Solino Gonçalves, do bairro do Guamá, reuniu um grupo de garotos em sua casa para organizar a brincadeira. Foi confeccionado um modesto Boi com latas e caixas de madeira e os instrumentos foram improvisados. O nome “Estrela D´Alva” foi dado em homenagem à sua filha D´Alva.
Cordão dos Bichos
“Tem-tem”
Foi criado pelo Sr. Manoel da Silva, estudioso do folclore, em 1930. Em meio a um grupo animado de garotos na praia do Cruzeiro, em Icoaraci, teve a idéia de criar um “cordão de bichos”. E assim surgiu o “Tem-tem”, formado apenas por meninos de 8 a 14 anos. O grupo cresceu e passou a ser representado por adultos. Com o falecimento do Sr. Manoel o grupo ainda continuou em Icoaraci. Hoje é liderado pelo Sr. João Ramos, entusiasta do folclore, que imprime muito luxo e colorido ao grupo que se apresenta com rica indumentária.
“Rouxinol”
O Rouxinol é um grupo tradicional coordenado pelo Sr. Neco e depois pela Sra. Libânia. Com a morte dos fundadores o cordão continuou firme, quando em 1930 a Sra. Julieta assumiu. Com muitas dificuldades o Rouxinol já não concorria mais, só saía para brincar. Em 1950 o professor Laércio Gomes assumiu a direção. Ele é escritor, compositor das peças e maestro das músicas, conhecido como “Pena de Ouro” do folclore paraense. A partir daí o Rouxinol passou a ser novamente um grupo representativo da preservação e divulgação do nosso folclore.
“Beija-flor”
O Beija-flor existe desde 1963. Seu fundador foi o Sr. Manuel Lima, que junto com um grupo de amigos no Souza Bar, no bairro de São Braz, num momento de euforia, teve a idéia de criar um cordão. Com a morte de seu fundador, o “Beija-Flor” seguiu em frente sem se abalar, sempre seguindo a tradição da simplicidade, da beleza e da originalidade.
“Tucano”
É um grupo tradicional da terra, tendo sido fundado em 1928 pelo senhor Ciprino, apaixonado pelo folclore. Em 1942 consagrou-se campeão e daí por diante deixou de se apresentar por causa da morte de seu líder. Voltou em 1980 sob a coordenação do Sr. Laércio Gomes. A partir de 1982 a coordenação ficou a cargo da Sra. Iracema de Oliveira.
“Caboclo Lino Pardo”
Foi fundado em 1966 pela Sra. Manuela do Rosário Ribeiro. A partir de 1979 quem assumiu a direção foi a Srta. Ana Rute do Rosário Ribeiro.
“Leão Dourado”
O Leão Dourado surgiu na Ilha do Marajó, sob a direção de Dona Luzia, que teve a idéia de encenar o Cordão para suprir a escassez de lazer na ilha. A inspiração para o nome veio de um grupo chamado Leão, do qual Dona Luzia já participara antes em 1948. A partir de 1969 o Sr. Martiniano e sua esposa passaram a ser os proprietários do grupo.
“Bem-Te-Vi”
O cordão surgiu a partir de uma promessa, feita por dona Sulamita ao Menino Jesus, de todo ano fazer uma pastorinha. Mais tarde escreveu uma peça inspirada em São João Batista. Depois dessa encenação surgiu a idéia de criar um cordão de bicho, que denominou Bem-te-vi. Dona Sulamita é coordenadora, escritora, ensaia as peças e é responsável pelo guarda-roupa do grupo.
“Arara”
A Sra. Joana Cordovil foi a fundadora do grupo Arara em 1977. Dona Joana e seu filho são os coordenadores de todas as atividades do grupo, sendo ela quem cria e ensaia as peças, desenvolvendo temas da cultura paraense.
Marujada
ORIGEM: BRAGANÇA – PA
Trata-se de um auto dramatizado, onde predomina o canto sobre a dança. Há uma origem comum entre a Marujada de Bragança e a Irmandade de São Benedito. Quando os senhores brancos atenderam ao pedido de seus escravos para a organização de uma Irmandade, foi realizada a primeira festa em louvor a São Benedito. Em sinal de reconhecimento, os negros foram dançar de casa em casa para agradecer a seus benfeitores.
A Marujada é constituída quase exclusivamente por mulheres, cabendo a estas a direção e a organização. Os homens são tocadores ou simplesmente acompanhantes. Não há número limitado de marujas, nem tão poucos há papéis a desempenhar. Nem uma só palavra é articulada, falada ou cantada como auto ou como argumentação. Não há dramatização de qualquer feito marítimo.
A Marujada de Bragança é estritamente caracterizada pela dança, cujo motivo musical único é o retumbão.
A organização e a disciplina são exercidas por uma “capitoa” e por uma “sub-capitoa”. É a “capitoa” quem escolhe a sua substituta, nomeando a “sub-capitoa”, que somente assumirá o bastão de direção por morte ou renúncia daquela.
As marujas usam blusa branca, toda pregueada e rendada. A saia, comprida e bem rodada, é vermelha ou branca com ramagens de uma dessas duas cores. À tiracolo levam uma fita azul ou vermelha, conforme ramagem ou o colorido da saia. Na cabeça usam um chapéu todo emplumado e cheio de fitas de várias cores. No pescoço usam um colar de contas ou cordão de ouro e medalhas.
A parte mais vistosa dessa indumentária é o chapéu. Os modernos são de carnaúba, palhinha ou mesmo de papelão, forrado na parte interna e externa.
A aba tem papel prateado ou estanhado; na lateral o papel tem várias cores; e em torno, formando um ou mais cordões em semi-círculos, são colocadas alças de casquinhos dourados, prateados ou coloridos e espelhinhos quadrados ou redondos. No alto do chapéu são colocadas plumas e penas de aves de diversas cores, formando um largo penacho com mais ou menos cinqüenta centímetros de altura.
Da aba, na parte posterior do chapéu, descem ao longo da costa da maruja, numerosas fitas multicores. O maior número ou argura das fitas, embora não indicando hierarquia, é reservado às mais antigas.
Os homens, músicos e acompanhantes, são dirigidos por um capitão. Eles se apresentam de calça e camisa branca ou de cor, chapéu de folha de carnaúba revestido de pano, sendo a aba virada de um dos lados.
Os instrumentos musicais são:tambor grande e pequeno, cuíca, pandeiros, rabeca, viola, cavaquinho e violino.
As marujas caminham ou dançam em duas filas. À frente de uma delas a “capitoa”, e á frente da outra a “sub-capitoa”, empunhando aquela um pequeno bastão de madeira, enfeitado de papel, tendo na extremidade superior uma flor. Atrás e ao centro, fechando as duas alas, vão os tocadores e os demais marujos.
Em fila, a dança é de passos curtos e ligeiros, em volteios rápidos, ora numa direção, ora noutra, inversamente. Assim elas caminham descrevendo graciosos movimentos, tendo os braços ligeiramente levantados para a frente à altura da cintura, como se tocassem castanholas. Dançando obedecem à música plangente do compasso marcado pelo tambor grande.
No dia 26 de dezembro, consagrado à São Benedito, há na casa do juiz da Marujada um almoço, do qual participam todas as marujas e pessoas especialmente convidadas. O jantar é oferecido pela juíza, na noite desse dia. A 1º de janeiro o juiz escolhido para a festa seguinte é o anfitrião do almoço desse dia. Durante o ágape é transmitido ao novo juiz da festa o bastão de prata com uma pequena imagem de São Benedito, que é o emblema do juiz, usado nos atos solenes da festividade.
Os Pássaros
Apesar de serem chamados de Pássaros, esses grupos de teatro dramático-burlesco-popular nem sempre usam as aves como seu símbolo. Há notícias de pássaros como o Quati e o Javali. No interior do Estado são chamados de bichos, com mais propriedade.
O Pássaro constitui um espetáculo muito singular. É uma estranha mistura de novela, burleta e teatro de revista. Há um dramalhão absurdo com fidalgos vestidos à moda do século XVI. O Pássaro inclui cenas jocosas de matutos que nada têm a ver com o enredo e uma dança de belas jovens de 15 a 17 anos, a tremer provocantemente os seios e as ancas. Há ainda os índios, que quase sempre tentam impedir a presença do branco na mata. A riqueza da indumentária é motivo de orgulho para os organizadores dos Pássaros.
A parte principal da estória é a cena em que se tenta matar, a tiros, o Pássaro, que ora é o bicho de estimação da princesa, ora é o príncipe encantado, que a boa fada ressuscita. Uma criança encarna o animal, trazendo-o vivo ou empalhado numa gaiola na cabeça. A cada ano os Pássaros apresentam peça e músicas novas, escritas sob encomenda.
Círio de Nazaré
A Lenda
Era fim de 1700. Plácido era um caboclo da região. Certo dia, saiu para caçar no rumo do igarapé Murutucu. Horas depois, após muito caminhar na mata, parou para refrescar-se nas margens do igarapé e viu a imagem da Santa entre as pedras cheias de lodo.
Plácido levou a imagem para sua casa e ali num altar humilde passou a venerar a Santa. Mas, no dia seguinte a imagem havia sumido. Sem saber o que acontecera, Plácido saiu andando pela estrada indo parar nas margens do Murutucu. Para sua surpresa, a imagem estava novamente entre as pedras, no mesmo lugar onde fora encontrada.
Dizem os devotos, que a Santa sumiu outras vezes e essa história chegou ao conhecimento do governador, que mandou levar a Imagem para o palácio e a manteve sob severa vigilância. Mas, pela manhã a Imagem havia sumido novamente. Os devotos concluíram que a Santa queria ficar às margens do Igarapé e lá construíram a primeira Ermida.
O povo vem desde então invocando a Santa e atribuindo a ela as muitas graças recebidas. Foi assim que o culto nasceu e evoluiu.
A transladação no Sábado e o Círio no 2º Domingo de Outubro reproduzem simbolicamente o milagre, fazendo o trajeto da Santa das margens do Igarapé Murutucu (atual Colégio Gentil) até a cidade (atual Catedral na Cidade Velha) e seu retorno (atual Basílica de Nazaré).
A Festa
O Círio é a expressão de dois sentimentos fortes do povo brasileiro: a fé religiosa e o gosto pela festa.
Durante os quinze dias que duram a festa, Belém é envolvida por um espírito de união, onde a família paraense se confraterniza.
O ponto alto da festa é o almoço do Círio. Com mesa farta de comidas típicas de dar água na boca: o pato no tucupi, a maniçoba, o tacacá ou o casquinho de caranguejo….
À noite, o espetáculo é ver a Basílica iluminada, mais de 4.000 lâmpadas são colocadas para fazer os contornos da Fachada da Basílica de Nazaré.
No largo de Nazaré, onde foi construído o CAM conjunto Arquitetônico de Nazaré, dezenas de pessoas constroem barraquinhas de madeira para venda de bebidas, comidas típicas. As ruas ficam coloridas por brinquedos de miriti, em forma de barquinhos, cobras, carrinhos de vários formatos e tamanhos, que são vendidos nas calçadas e um sem número de lembranças do Círio.
Na concha acústica do CAM, são organizados shows, com músicos famosos e conjuntos de rock que levam a juventude ao delírio. Além disso o arraial montado ao lado da Basílica, garante a diversão da garotada, com direito a roda gigante e muitos brinquedos que vão desde o tradicional cavalinho até modernos jogos eletrônicos.
Durante todo o período do Círio, Belém é só festa, a cidade ganha uma alegria contagiante, uma mistura de fé, folclore, cores e sabores. Por tudo isso, o Círio é considerado o Natal dos paraenses.
A Procissão
Em Belém do Pará, no 2º Domingo de outubro, acontece a maior manifestação religiosa do Brasil. Na verdade toda a população de Belém, mais de um milhão de habitantes e grande parte da população do interior e estados vizinhos participam da festa. Nenhuma outra, inclusive o Natal, nem mesmo festas e espetáculos profanos, como o carnaval e o futebol, tem para o paraense o significado e a importância do Círio.
Os 15 dias de homenagem à Virgem de Nazaré começam com a Transladação que é uma procissão noturna, que acontece na noite do 2º Sábado de outubro, quando o povo conduz a Imagem da Virgem da Capela do Colégio Gentil Bittencourt em Nazaré até a Catedral Metropolitana na Cidade Velha.
A procissão do Círio propriamente dita, acontece no 2º Domingo de outubro, quando saindo da Catedral, a Imagem é conduzida pelo povo até o Largo onde está a Basílica de N.S. de Nazaré. Esse percurso de mais ou menos 2,5 Km é percorrido em 4 horas e mobiliza milhares de pessoas nas ruas de Belém, sem contar outras milhares que assistem à passagem da santa dos edifícios, das janelas das casas, dos palanques e arquibancadas armados nas praças, entoando cânticos e proferindo fervorosas orações num lindíssimo espetáculo de fé.
A procissão é repleta de simbolismo. O traço mais marcante é uma corda, utilizada para puxar o luxuoso carro que transporta a Imagem da Santa. Entre os devotos, a corda representa o elo de ligação do povo com a Virgem. São milhares de romeiros descalços, disputando cada pedaço da corda, fazendo assim um autêntico cinturão humano que protege a Berlinda.
O pagamento de promessas durante a procissão é um dos fatos mais impressionantes. Em agradecimento as graças recebidas por intercessão da Santa, muitos romeiros se vestem com longas mortalhas arrastando pesadas cruzes de madeira, outros levam miniaturas de casas, mini-embarcações e muitos outros objetos que aludem aos milagres feitos pela Virgem. No “carro dos milagres”, um barco sobre rodas onde são colocados braços, cabeças e outras partes do corpo trabalhadas em cera, que representam a cura de uma enfermidade por milagre da Santa. Este carro representa o naufrágio do navio São João Batista, em 1846, em que as pessoas se salvaram graças à ação milagrosa da Virgem.
Desde 1986, as festividades de Círio incluem a Romaria Fluvial, realizada no Sábado de manhã. A imagem é levada através da Baía de Guajará, do trapiche de Icoaraci à escadinha do Cais em Belém, acompanhada por um grande número de embarcações.
Durante os 15 dias no arraial no largo de Nazaré, tudo é festa, há fogos de artifício, comidas típicas e parque de diversão. O encerramento dos festejos dá-se após o 4º Domingo de outubro, com a procissão de retorno, chamada Recírio, quando a imagem é devolvida ao seu nicho na Capela Gentil Bittencourt.
Gastronomia
Pato no Tucupi
Depois de assado o pato é cortado em pedaços e fervido no tucupi, onde fica de molho durante algum tempo para tomar gosto.
Como tempero leva alho, chicória e alfavaca. O jambu, já aferventado em água e pouco sal, depois de escorrido é colocado sobre o pato, coberto pelo tucupi.
Acompanhamentos:
Arroz branco
farinha-d’água
pimenta-de-cheiro a gosto.
Pirarucu
É o maior peixe de escamas do Brasil, chegando a alcançar até 2,5m de comprimento e peso de até 80 kg. A pesca é feita nos rios da Amazônia com anzol ou arpão. Tem coloração avermelhada, daí a origem do seu nome em tupi “pirarúku”, que significa ‘peixe vermelho’. Sua carne é saborosa, podendo ser usada ressecada, como o bacalhau, ou fresca. Com ela são feitos diversos pratos muito apreciados. Sua língua é utilizada para ralar o guaraná e as escamas para lixar unhas.
Pirarucu Grelhado ou na Brasa
As postas ressecadas do pirarucu, após ficarem de molho durante algum tempo para a retirada do sal, são grelhados até ficarem douradas. Serve-se com farinha- d’água molhada, molho do tipo usado para churrasco ou salada de feijão manteiguinha de Santarém. As postas também podem ser cobertas com rodelas de cebola, regadas com azeite.
Pirarucu no leite de coco
As posta ressecadas do pirarucu, após ficarem de molho durante algum tempo para a retirada do sal, são cozinhadas em leite de coco (usa- se também o leite de Castanha-do-Pará). Como acompanhamento arroz branco e farinha-d’água.
Desafio de Pirarucu
As postas ressecadas do pirarucu, após ficarem de molho durante algum tempo para a retirada do sal, são aferventadas e desfiadas, juntando-se em seguida azeite, alho socado, cebola, cheiro- verde e tomate refogado. Pode-se acrescentar ovos, fazendo-se um mexido.
Peixada
É feita com peixe de uma só qualidade, preferencialmente filhote, pescada amarela ou tucunaré.
As postas do peixe são temperadas com um molho de limão, sal e alho. À parte, prepara-se um caldo com a cabeça do peixe, cheiro-verde, cebola, sal, alho socado e batatas cortadas em metades. Quando estas começam a amolecer colocam-se as postas que ficarão cozidas quando as batatas amolecerem completamente.
Acompanhamentos:
Ovos cozidos
Pirão de farinha-d’água ou farinha seca, feito com o próprio caldo da peixada
Pimenta-de-cheiro a gosto.
Caldeirada
Semelhante à peixada no tempero e no cozimento, mas feita com diversos tipos de peixes, além de verduras. Leve e nutritiva.
Acompanhamentos:
Ovos cozidos
Pirão de farinha-d’água ou farinha seca, feito com o próprio caldo da peixada
Pimenta-de-cheiro a gosto.
Maniçoba
Sua preparação demora cerca de uma semana, pois a folha da maniva (a planta da mandioca), depois de moída, deve ser cozinhada durante pelo menos quatro dias, após o que acrescenta-se charque, toucinho, bucho, mocotó, orelha, pé e costeleta salgadas de porco, chouriço, lingüiça e paio, praticamente os mesmos ingredientes de uma feijoada completa.
Acompanhamentos
Arroz branco, Farinha-d’água, Pimenta-de-cheiro a gosto.
Vatapá Paraense
É preparado com camarões secos descascados, refogados com cebola, tomate, cebolinha e azeite de dendê. Cozinha-se no leite de coco, engrossando com farinha de arroz ou de trigo, ou amido de milho, ou ainda miolo de pão. Pode ser guarnecido com folhas de jambu cozidas e camarões secos.
Caruru Paraense
É feito com camarões secos descascados, refogados com cebola, alho, cebolinha, pimentão, pimenta-do-reino e azeite de dendê. Após o refogado cozinha-se em água, engrossando com farinha seca coada e bastante quiabo cortado em rodelas. Pode ser guarnecido com folhas de jambu cozidas e camarões secos.
Tucupí
O tucupi é um líquido amarelo, extraído da raiz da mandioca. Seu preparo guarda a forma artesanal cultivada pelos índios da região. Deve ser cozido demoradamente antes de ser consumido, pois cru é venenoso. Oferece sabor inconfundível aos pratos com ele preparados, como o tacacá, pato, leitão, peixe, camarão e alguns tipos de caça.
Tamuatá no Tucupí
O tamuatá, também chamado “cascudo” por causa de sua couraça, é um peixe típico dos rios da Amazônia, de cor amarelada. Depois de bem lavado, e temperado com sal e limão, é cozinhado no tucupi junto com algumas folhas de chicória e alfavaca. Sobre o tamuatá no tucupi coloca-se o imprescindível jambu. Para acompanhamento arroz branco e farinha-d’água. Pimenta-de-cheiro a gosto.
Casquinho de Caranguejo
Depois de cozido o caranguejo na água e sal, retira-se a carne que é refogada com azeite, cheiro-verde, cebola, tomate, limão e pimenta-de-cheiro. Serve-se no próprio casco do caranguejo coberto com farofa de farinha-d’água.
Caranguejo Toc-Toc
É o caranguejo cozido inteiro em água, sal, limão e alho. Os caranguejos são quebrados com a ajuda de pauzinhos, para retirar as carnes. Os talheres são substituídos pelos próprios dedos. Molho de pimenta-de-cheiro a gosto.
Unha de Caranguejo
Após cozidas, as patas grandes do caranguejo, temperadas com sal, alho e limão, são envolvidas (na parte que tem carne) em massa de batata, farinha de trigo, ovos e um pouco de carne desfiada do caranguejo. Depois são fritas à milanesa em gordura bem quente. Pimenta-de-cheiro a gosto. Usa- se também as mesmas patas cozidas servidas com molho vinagrete.
Tacacá
O tacacá não é considerado uma refeição. É uma espécie de bebida ou sopa, servida em cuias e vendida pelas “tacacazeiras”, geralmente ao entardecer, na esquina das principais ruas das cidades paraenses, sobretudo Belém. Na hora de servir são misturados, na cuia, tucupi, goma de tapioca cozida, jambu e camarão seco. Pimenta-de-cheiro a gosto.
Jambú
Planta rasteira, companheira inseparável do tucupi na preparação dos pratos paraenses, sobretudo do tacacá e do pato. Suas folhas, quando mastigadas, produzem leve tremor nos lábios e, talvez por isso, muitos o apontem como afrodisíaco. Antes de ser acrescentado nos diversos pratos em que é usado, deve ser ligeiramente aferventado em água com pouco sal.
Farinha D’Água
É uma das muitas variedades de farinhas feitas com a mandioca e também a mais apreciada. Acompanha todos os pratos paraenses e, até mesmo, os que não são típicos do Pará. A melhor vem das colônias e deve estar bem torradinha. É encontrada nas feiras livres. Outros tipos de farinha feitas a partir da mandioca: tapioca, suruí, seca, etc.
Pimenta-de-Cheiro
Dentre a enorme variedade de plantas regionais a pimenta-de-cheiro se destaca pelo perfume marcante e agradável e por sua cor amarela e brilhante. Tem formato de uma bolinha e é autêntica marca registrada da cozinha paraense.
Açaí
Bebida extraída do pequeno fruto do açaizeiro, palmeira de porte esguio que chega a alcançar 30 m de altura e que produz cachos com dezenas de caroços (frutos) redondinhos de cor arroxeada.
A bebida é assim extraída: colocam-se os caroços do açaí de molho na água para amolecer a casca fina que os reveste. Em seguida os caroços são amassados com água em alguidar de barro ou máquina própria, coando-se então a mistura em peneiras especiais para que se obtenha um líquido roxo, espesso e de sabor característico incomparável.
Toma-se gelado com açúcar, farinha de tapioca ou farinha-d’água. Há quem o aprecie sem açúcar. É nutritivo e refrescante. É também delicioso no preparo de sorvetes, licores, mousses, etc.
Bacaba
Bebida extraída da palmeira de mesmo nome, que dá frutos em cachos com dezenas de caroços. Para a obtenção da bebida procede-se da mesma forma que no preparo do açaí. Obtém-se assim um líquido de cor parda, servido gelado com açúcar, farinha de tapioca ou farinha-d’água. Deliciosa e refrescante, a bacaba é, no entanto, menos popular que o açaí. Muito usada também para fazer sorvetes.
CUPUAÇU
Fruto cilíndrico com mais ou menos 20 cm de comprimento por 13 cm de diâmetro, arredondado nas extremidades. Casca dura de cor marrom-escura. Dentro cerca de 50 sementes graúdas recobertas inteiramente por massa branca, bastante espessa, de perfume forte e agradável e delicioso sabor agri-doce. Dele se faz refresco – também conhecido no Pará como “vinho de cupuaçu” -, sorvetes, geléias, pudins, tortas, cremes, bolos, licores, compotas, recheios, mousses e inúmeros outros doces.
BACURI
É o fruto do bacurizeiro, árvore frondosa, magnífica quando coberta de flores róseas ou, raramente, brancas. O Bacuri é, em geral, pouco maior que uma laranja graúda. Tem casca grossa e resinosa de cor amarelada. Dentro encontramos duas a três sementes grandes, revestidas de polpa branca perfumada, com excelente sabor agridoce característico. Entre as sementes estão os “filhos”, que são pedaços de polpa sem caroço. Seu uso é muito variado, com presença marcante em refrescos, sorvetes, licores, geléias, tortas, cremes, bolos, recheios, mousses, balas e inúmeros outros doces saborosos.
CASTANHA-DO-PARÁ
Fruto da castanheira-do-pará, árvore de porte magnífico e dimensões notáveis, com tronco de até 4 m de diâmetro, chegando a alcançar 50 m de altura. O fruto (ouriço) é esférico, de 11 a 14 cm de diâmetro, com peso variável entre 700 e 1.500 grs.
O ouriço tem casca lenhosa, muito dura, contendo de 11 a 22 amêndoas ou castanhas graúdas, envoltas por casca lenhosa fina, pouco resistente. Essas castanhas são comestíveis, muito saborosas e de elevado sabor alimentício. A Castanha-do-Pará é muito usada para a confecção de confeitos, recheios, coberturas de bolos, além de doces diversos. Quando frescas fornecem o leite usado na preparação de vários pratos típicos da cozinha paraense. Apreciada em todo o mundo, é um dos principais produtos de exportação do Pará.
PUPUNHA
Fruto da pupunheira, palmeira que alcança alturas elevadas com o tronco todo revestido por anéis de espinhos. Isso dificulta a colheita dos cachos com numerosos frutos, que variam de cor de planta para planta: vermelha, amarela, esverdeada, etc.
A pupunha tem o formato aproximado de uma esfera, com achatamento na parte, superior que fica presa ao cacho. Cada fruto apresenta em média 3 cm de diâmetro. Antes de ser consumida a pupunha deve ser cozida em água e sal. Para comê-la retira-se a pele que a envolve. A polpa, muito saborosa, é amarelada, densa, fibrosa e farinácea.
Em seu interior há um coquinho, que é o caroço. Come-se pura, com mel de cana ou manteiga, sendo excelente acompanhamento para café e chá. Igualmente saborosa quando caramelada ou em compota.
TUCUMÃ
Fruto do tucumanzeiro, palmeira que chega a alcançar 10m de altura. Essa palmeira produz cachos com numerosos frutos de formato ovóide, casca amarelo-esverdeada e polpa fibrosa, amarela, característica, que reveste o caroço. Muitas outras frutas típicas do Pará enriquecem esta relação, embora não tenham consumo tão acentuado como as anteriormente citadas: uxi, umari e bacuri-pari. Tantas outras têm incidência em todo o Brasil ou em apenas algumas regiões, não sendo exclusividade paraense: mangas, buriti, jenipapo, ingá, graviola, abricó, taperebá-do-sertão, goiaba, jaca, tamarindo, sapoti, carambola, mari-mari, abacaxi, biribá, etc.
MURUCI
Fruto da pequena árvore que tem o mesmo nome. Seu formato é esférico, achatado nos pólos, com cerca de 1,5cm de diâmetro. A casca é uma película de cor amarelada e a polpa, que envolve o pequeno caroço, também é amarela. Seu perfume agradável não pode ser comparado aos de nenhuma outra fruta, tais as suas características exclusivas. É delicioso como refresco, sorvete e em uma infinidade de doces.
PIQUIÁ
Fruto da árvore de mesmo nome, cujo tronco atinge alturas consideráveis. Tem forma esférica, ligeiramente achatada nos pólos, e seu tamanho regula o de uma laranja graúda. A casca, de cor marrom-acinzentada, é espessa e carnuda, com quatro bagos em forma de rim, composta de polpa amarela de 3 a 10 mm de espessura, aderente a um caroço lenhoso, muito duro, que contém uma amêndoa comestível e bastante apreciada.
TAPEREBÁ
Fruto do taperebazeiro, árvore de grande porte. Tem formato cilíndrico, com arredondamento nas extremidades. Seu tamanho é idêntico ao de uma pequena ameixa. A casca é uma película que envolve polpa de não mais de 3 mm de espessura, aderente a um caroço que é a parte maior da fruta. O taperebá é amarelo-escuro, muito perfumado, ácido, mas de excelente sabor adocicado. Especialmente apreciado em refrescos, sorvetes e licores.
Cuia
Entre os indígenas brasileiros as “cabaças” constituem-se nos mais difundidos recipientes para a água. Esta matéria-prima é empregada também na confecção de utensílios domésticos, como vasilhas para ingestão de bebidas, conchas e recipientes para uso diversificado. Seu emprego estende-se aos brinquedos, instrumentos musicais e máscaras. As “cabaças” podem receber decorações gravadas, pintadas ou incisas. No Pará é bastante usada com o nome de “cuia”, para tomar banho, tacacá, mingau, açaí e outros alimentos da culinária paraense.
Juta
A fibra da juta, planta da família das Tilicíceas, é obtida do caule e das hastes, sendo estas cortadas e maceradas durante alguns dias em água, para facilitar a separação das fibras. A partir delas são confeccionados bolsas, sacolas, bonecas, jogo americano, tapetes, panos e outras peças decorativas.
Balata
É uma árvore da família das Sapotáceas. Quando tem seu caule sangrado expele um látex que fornece uma goma elástica e visguenta. Os blocos desse látex são aquecidos em banho-maria no momento da confecção das peças artesanais. Dessa forma, são moldadas reproduções reduzidas de animais de nossa fauna, como o boto, o pirarucu, a tartaruga, o macaco, o cavalo, o boi, a cobra, etc. Os objetos de balata apresentam textura semelhante ao couro.
Patchouli
É uma herbácea da família das gramíneas, originária da Malásia. Suas folhas são utilizadas para confeccionar chapéus, mas é nas raízes que está seu grande atrativo. Dotadas de um perfume peculiar, quando secas são usadas para confecção de leques, bonecas, renas e ainda no preparo de “garrafadas”. Misturadas a outras raízes e cascas de árvores igualmente perfumadas dá origem ao ” Cheiro do Pará”.
Miriti
Produto tropical extraído de nossas matas, várzeas e beiras dos igarapés, a palmeira MAURITA FLEXUOSAL recebe o nome vulgar de MIRITIZEIRO ou BURITIZEIRO. Tem várias utilidades. À margem dos roçados e seringais fornece a palha para cobrir cabanas.
Do broto ou grelo tira-se a envira, fibra que serve para tecer maqueiras (redes artesanais), tapetes e bolsas.
A tala, tirada das folhas, fornece meios para os artesãos tecerem paneiros, tipitis, cestos, balaios e, ainda, para esculpir brinquedos de formas variadas, como cobras, pombinhas, soca-socas, barcos, araras, jacarés e tatus, entre outros.
A fruta, o miriti, é fonte de alimento vitamínico, degustada com farinha e açúcar. Dela são feitos licor e vinho, servindo também para aguar o tradicional mingau de farinha-d’água ou arroz. Do fruto ainda se extrai a tinta para pintar brinquedos e quadros originais.
Cestaria
Cipó titica
Matéria – prima da região Norte, extraída da mata, de grande utilidade artesanal na confecção de cestas, derivados e móveis em geral. Para os índios tem várias utilidades na confecção de cestas, no amarrado de suas tendas e de currais.
APUÍ
Material resistente da nossa região. Extraído da mata, serve para a fabricação de móveis artesanais como cadeiras, camas, mesas, cestas, etc.
GRACHAMA
Material rústico encontrado nas várzeas da região Norte, de grande utilidade na confecção de arranjos, cestas, porta-revistas, abajour, etc. Usado também para atracação de móveis de cipó.
Tururi
É uma espécie de palmácea originária da palmeira Baçu. Suas fibras entrelaçadas são extraídas do fruto. Os indígenas utilizam-nas para vestuário, calafetação de embarcações, cobertura de palhoças, etc. No artesanato são produzidas peças diversas como bolsas, chapéus, sacolas e bonecas.
Cerâmica
O processo começa com a retirada do barro cru, encontrado nos mangues, nos arredores de Icoaraci, principal cidade produtora do artesanato em cerâmica, a 15 Km de Belém. Os “tiradores” de barro, como são chamados, utilizam pequenos barcos feitos de tronco para o transporte da matéria – prima até os pequenos armazéns nas margens dos igarapés. Lá é feita a primeira limpeza e o beneficiamento, normalmente por meio de tração animal. O barro é vendido em bolas, de peso mais ou menos uniforme.
Começa, então, o trabalho do artesão propriamente dito. Assim que chega na olaria a argila é limpa novamente com fios de cobre. Depois é amassada manualmente até que se obtenha uma consistência uniforme na massa.
Só depois de um paciente trabalho de preparação é que o artesão põe sua “távola” giratória para funcionar. Este é um dos mais importantes instrumentos do ceramista. É aí que o artesão começa a dar forma às peças.
Algumas exigem emendas, devido à sua forma. Outras trazem figuras em relevo que são moldadas isoladamente e depois unidas ao conjunto ainda úmido.
Já em sua forma definitiva, a peça sofre um processo de pré-endurecimento, com a secagem natural. Nessa fase a peça é tingida com uma mistura de corantes naturais, de um vermelho “piçarra” ou bege bem claro. Algumas são deixadas na cor natural do barro. Depois disso a peça é polida com uma semente para ganhar brilho natural.
Sobre essa base é feito o trabalho de gravação, com estiletes ou desenho com pincel. Os motivos são os mais diversos. Vale destacar que grande parte desta produção é representada por cópias fiéis de importantes originais da cerâmica marajoara ou tapajônica, que fazem parte do acervo do Museu Paraense Emílio Goeldi, em Belém. Depois do processo natural de envelhecimento algumas peças parecem autênticos achados arqueológicos.
Em seguida o cozimento é feito em rústicos fornos de barro, onde as peças são colocadas sobre um estrado e cobertas com pedaços imprestáveis de outras peças quebradas. Com isso se obtém a vedação térmica desejada. Só depois de todo esse processo é que a peça está pronta para a venda.
Cerâmica Maracá
Tem como berço o Estado do Amapá, porém é no Distrito de Icoaraci que se desenvolve este trabalho. As urnas funerárias encontradas no Vale do Rio Maracá são de três tipos: tubulares, zoomorfas e antropomorfas.
Cerâmica Marajoara
É inspirada na História da Civilização Marajoara. São povos que viviam concentrados às margens do lago Arari.
São cinco fases arqueológicas na Ilha do Marajó, que correspondem a diferentes culturas e níveis de ocupação:
Ananatuba
Marcada por incisões e hachurado. Os principais objetos são tigelas e igaçabas.
Mangeuiras
Seu traço principal é a borda incisa, particularmente no que diz respeito à ornamentação.
Formiga
Fase pobre. Não apresenta características de modo a ser encaixada em um determinado estilo.
Marajoara
Caracteriza-se pela exuberância e variedade de decoração, utilizando pintura vermelha e preta sobre engobo branca.
Aruã
A louçaria Aruã é a mais inferior e bem simples, sem decoração. Apenas as urnas para enterramentos secundários tinham decoração.
Cerâmica Tapajônica
É tridimensional, feita com uma mistura de cauxi e cariapé. As características são figuras humanas e de animais. Esse tipo de cerâmica apresenta peças pequenas, como cariátides, gargalo, ídolos, pratos, etc.
Fonte: www.cdpara.pa.gov.br
Pará
Frutas do Pará
São encontradas generosamente nos alagadiços dos rios, furos e igarapés ou nos altos das terras firmes. Com mais de uma centena de espécies comestíveis, são as frutas regionais as responsáveis diretas pelo indefinível, requintado e, muitas vezes, exótico sabor das deliciosas sobremesas que enriquecem a mesa paraense. Venha conhecê-las.
Açaí
Bebida extraída do pequeno fruto do açaizeiro, palmeira de porte esguio que chega a alcançar 30 m de altura e que produz cachos com dezenas de caroços (frutos) redondinhos. De cor arroxeada, a bebida é assim extraída: colocam-se os caroços do açaí de molho na água para amolecer a casca fina que os reveste.
Em seguida os caroços são amassados com água em alguidar de barro ou máquina própria, coando-se então a mistura em peneiras especiais para que se obtenha um líquido roxo, espesso e de sabor característico incomparável. Toma-se gelado com açúcar, farinha de tapioca ou farinha-d’água. Há quem o aprecie sem açúcar. É nutritivo e refrescante. É também delicioso no preparo de sorvetes, licores, mousses, etc.
Bacaba
Bebida extraída da palmeira de mesmo nome, que dá frutos em cachos com dezenas de caroços. Para a obtenção da bebida procede-se da mesma forma que no preparo do açaí. Obtém-se assim um líquido de cor parda, servido gelado com açúcar, farinha de tapioca ou farinha-d’água. Deliciosa e refrescante, a bacaba é, no entanto, menos popular que o açaí. Muito usada também para fazer sorvetes.
Cupuaçu
Fruto cilíndrico com mais ou menos 20 cm de comprimento por 13 cm de diâmetro, arredondado nas extremidades. Casca dura de cor marrom-escura. Dentro cerca de 50 sementes graúdas recobertas inteiramente por massa branca, bastante espessa, de perfume forte e agradável e delicioso sabor agridoce. Dele se faz refresco – também conhecido no Pará como “vinho de cupuaçu” -, sorvetes, geléias, pudins, tortas, cremes, bolos, licores, compotas, recheios, mousses e inúmeros outros doces.
Castanha – do – Pará
Fruto da castanheira-do-pará, árvore de porte magnífico e dimensões notáveis, com tronco de até 4 m de diâmetro, chegando a alcançar 50 m de altura. O fruto (ouriço) é esférico, de 11 a 14 cm de diâmetro, com peso variável entre 700 e 1.500 grs.
O ouriço tem casca lenhosa, muito dura, contendo de 11 a 22 amêndoas ou castanhas graúdas, envoltas por casca lenhosa fina, pouco resistente. Essas castanhas são comestíveis, muito saborosas e de elevado sabor alimentício. A Castanha-do-Pará é muito usada para a confecção de confeitos, recheios, coberturas de bolos, além de doces diversos.
Quando frescas fornecem o leite usado na preparação de vários pratos típicos da cozinha paraense. Apreciada em todo o mundo, é um dos principais produtos de exportação do Pará.
Bacuri
É o fruto do bacurizeiro, árvore frondosa, magnífica quando coberta de flores róseas ou, raramente, brancas. O Bacuri é, em geral, pouco maior que uma laranja graúda. Tem casca grossa e resinosa de cor amarelada. Dentro encontramos duas a três sementes grandes, revestidas de polpa branca perfumada, com excelente sabor agridoce característico.
Entre as sementes estão os “filhos”, que são pedaços de polpa sem caroço. Seu uso é muito variado, com presença marcante em refrescos, sorvetes, licores, geléias, tortas, cremes, bolos, recheios, mousses, balas e inúmeros outros doces saborosos.
Pupunha
Fruto da pupunheira, palmeira que alcança alturas elevadas com o tronco todo revestido por anéis de espinhos. Isso dificulta a colheita dos cachos com numerosos frutos, que variam de cor de planta para planta: vermelha, amarela, esverdeada, etc.
A pupunha tem o formato aproximado de uma esfera, com achatamento na parte, superior que fica presa ao cacho. Cada fruto apresenta em média 3 cm de diâmetro.
Tucumã
Fruto do tucumanzeiro, palmeira que chega a alcançar 10m de altura. Essa palmeira produz cachos com numerosos frutos de formato ovóide, casca amarelo-esverdeada e polpa fibrosa, amarela, característica, que reveste o caroço. Muitas outras frutas típicas do Pará enriquecem esta relação, embora não tenham consumo tão acentuado como as anteriormente citadas: uxi, umari e bacuri-pari.
Tantas outras têm incidência em todo o Brasil ou em apenas algumas regiões, não sendo exclusividade paraense: mangas, buriti, jenipapo, ingá, graviola, abricó, taperebá-do-sertão, goiaba, jaca, tamarindo, sapoti, carambola, marimari, abacaxi, biribá, etc.
Muruci
Fruto da pequena árvore que tem o mesmo nome. Seu formato é esférico, achatado nos pólos, com cerca de 1,5cm de diâmetro. A casca é uma película de cor amarelada e a polpa, que envolve o pequeno caroço, também é amarela. Seu perfume agradável não pode ser comparado aos de nenhuma outra fruta, tais as suas características exclusivas. É delicioso como refresco, sorvete e em uma infinidade de doces.
Piquiá
Fruto da árvore de mesmo nome, cujo tronco atinge alturas consideráveis. Tem forma esférica, ligeiramente achatada nos pólos, e seu tamanho regula o de uma laranja graúda. A casca, de cor marrom-acinzentada, é espessa e carnuda, com quatro bagos em forma de rim, composta de polpa amarela de 3 a 10 mm de espessura, aderente a um caroço lenhoso, muito duro, que contém uma amêndoa comestível e bastante apreciada.
Tapereba
Fruto do taperebazeiro, árvore de grande porte. Tem formato cilíndrico, com arredondamento nas extremidades. Seu tamanho é idêntico ao de uma pequena ameixa. A casca é uma película que envolve polpa de não mais de 3 mm de espessura, aderente a um caroço que é a parte maior da fruta. O taperebá é amarelo-escuro, muito perfumado, ácido, mas de excelente sabor adocicado. Especialmente apreciado em refrescos, sorvetes e licores.
Comidinhas e Gulosemas
Além dos sorvetes, refrescos, pudins, tortas, cremes, licores, compotas, mousses e balas – entre outras do Pará, você ainda vai encontrar outras delícias de confecção artesanal e sabor caseiro, como: beijo de moça, munguzá ou mingau de milho, beiju de mandioca, mingau de banana verde, beiju-poqueca, tapioquinha, beiju-curuba, mingau de açaí, mingau de bacaba, beiju-xica e tantas coisas mais que você imaginar.
Fonte: www.istoeamazonia.com.br
Pará
A história do estado de Pará
O Estado de Pará distingue-se pelas suas indústrias de extração mineira, pela exploração das florestas, pela criação bovina, pela cultura o o do arroz, á juta, oleaginosas, mandioca, sisal e pela exploração da castanha do Pará e a borracha.
A estagnação econômica que seguiu o declínio da borracha pôde ser parada apenas através de uma política governamental de criação de órgãos públicos, especialmente girados para a Amazónia. Em 1953, o Superintendance do plano de aposta em valor da Amazónia (SPVA) viu o dia graças fortes a subsídios e a elaboração de numerosos projetos.
Nos anos 70, o Estado tentou favorecer o aumento da densidade de população, bem como a integração desta zona às outras regiões do país graças à abertura de auto-estradas (Belém-Brasília e Transamazonienne) e a criação de explorações agrícolas. A descoberta de imensos jazigos mineiros na região da montanha do Carajás, essencialmente do ouro e o ferro, provocou deslocações de população do Nordeste e outras regiões do país e foi a causa de numerosos conflitos sociais.
As grandes riquezas da região são os jazigos de manganês situados na bacia do rio Vermelho, afluente do Itacaiuna, de bauxite no vale de Trombetas e calcário à Itaituba e de Marabá.
É apenas no fim os xvi e século, com a união das monarquias ibéricas (1580-1640), que o território do atual Pará, que pertencia à Espanha em virtude do tratado Tordesillas, começou colonisé. Em janeiro de 1616, após a expulsão dos Franceses da ilha de São brilha, no Maranhão, o governo português derrete o forte de Presépio, à origem da atual Belém.
O novo Estado de Grão-Pará e de Maranhão, separado do Brasil em 1621, incentiva, a partir da sua criação, a cultura a da bengala à açúcar, o algodão, o café e o cacau, que provoca a chegada dos colonos, seguidamente o catéchisation de uma grande maioria da população indígena e a instalação de diversas ordens religiosas. Assim, aos xvii e século, numerosos conflitos nascem entre missionários e colonos para a exploração da mão-de-obra indígena.
Seguidamente, a Companhia geral do comércio do Grão-Pará e Maranhão é criada para o desenvolvimento da região e a introdução de escravos africanos. Os conflitos que não cessam, Pombal faz expulsar Jésuites e publica Diretorio dos Indios (1758), proclamando a primazia da autoridade civil sobre as missões.
Os xviii e século prova-se muito benéficos para o Pará, com a vinda numerosos emigrantes provenientes dos Açores e a transformação de simples núcleos de população em cidades. Aos xix e século, após a independência, a província do Pará é implicada em conflitos armados que conduzem proclamation da sua separação do resto do Brasil.
No fim dos xix e século e ao início dos xx e século, a exploração da borracha dá um novo desenvolvimento à economia da região, desenvolvimento curto, falta de chegar a fazer concorrência produção à asiática.
Mapa geográfico de Pará
O estado de Pará pertence à região Norte do Brasil. Faz fronteira a norte com o Suriname e o estado de Amapá, a nordeste fica o oceano Atlântico, a leste os estados do Maranhão e Tocantins, a sul o estado de Mato Grosso e a noroeste a Guiana e o estado de Roraima. A capital é Belém.
O estado tem uma superfície de 1 247 689 km² e tem uma população estimada em 7 110 465 habitantes (censo de 2006). Tem uma densidade populacional baixa, de apenas de 5,64 hab/km2 e uma esperança de vida de 71,1 anos. O nome Pará significa mar, na língua dos tupi-guarani.
O relevo está dividido em três unidades: a planície na proximidade da floresta amazónica que corre na direcção de sudoeste-nordeste, o planalto norte-amazónico, um prolongamento do planalto das Guianas e o planalto sul-amazónico, que faz parte do planalto-central brasileiro. O ponto mais alto é a serra de Acari, no planalto norte-amazónico, com 906 m de altitude.
O principal rio é o Amazonas e junto à foz deste rio fica o rio Pará que dá nome ao estado. Outros rios importantes para a região são o Tapajós, o Xingu, o Jari e o Tocantins. A cobertura vegetal é dominada pela floresta amazónica, mas no litoral existem mangais e campos para pastagem na ilha de Marajó. O Pará tem um clima equatorial com temperaturas de 24ºC a 26ºC com índices de precipitação que podem chegar aos 2000 mm anuais.
Fonte: www.voyagesphotosmanu.com
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