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Imigração Japonesa no Brasil – História
A manhã de 18 de junho de 1908 marcou a chegada dos primeiros imigrantes japoneses ao Brasil. No navio Kasato-Maru, vinham não apenas passageiros ou tripulantes, mas sim um povo que trazia como bagagem sua cultura milenar.
Com o objetivo de prosperar, os primeiros 800 imigrantes, logo estabeleceram contato com o povo brasileiro, o que não foi tarefa fácil devido à dificuldade de adaptação a uma terra completamente estranha, tanto em costumes como em clima. Suas características de povo verdadeiro e organizado não foram suficientes para superar tais dificuldades. No entanto, tais características ficaram para a história.
Os japoneses adaptaram-se com facilidade. Acima de tudo, acreditavam que a força de seu trabalho na terra resultaria em sucesso, pois, mais que um lugar para viver, procuravam um lugar para trabalhar.
Tal sucesso foi dificultado pelo mau contrato estabelecido com a Companhia Imperial de Imigração, pois esta os obrigava ao trabalho semi-escravo, em razão da dívida resultante da passagem e da alimentação, que aumentava e impedia o acesso à fortuna, mesmo com o passar dos anos.
Aqui chegando, os japoneses dividiram-se em fazendas (Fazenda Dumont, Fazenda Canaã, Fazenda Floresta, Fazenda São Martinho, Fazenda Guatapará e Fazenda Sobrado). Começaram a trabalhar colhendo café.
O contato com outros japoneses e principalmente com o Japão, era praticamente impossível, o que fez a família tornar-se ainda mais importante. Alguns, por causa da saudade, voltaram para o Japão, mas muitos persistiram.
Atraídos ainda pela propaganda de enriquecimento rápido, chegaram em 28 de junho de 1910 mais imigrantes japoneses, perfazendo um total de 247 famílias com 906 imigrantes.
As dificuldades foram maiores que na primeira vez, pois o próprio governo de São Paulo, temeroso da volta dos que estavam insatisfeitos, criou um contrato mais duro e mais difícil.
Porém, essa nova leva de imigrantes trouxe mais ânimo aos que aqui já estavam. Com eles chegaram as tão esperadas notícias do Japão e a oportunidade de formação de uma colônia e, com esta, as amizades e os casamentos.
A época não era propícia para o enriquecimento com o café, pois até os donos das plantações estavam em dificuldades. Com o tempo, os japoneses tornaram-se meeiros, pequenos proprietários.
Passaram a ter livre iniciativa, o que possibilitou a melhoria de vida.
O sonho de voltar para o Japão começou a ser esquecido, pois a possibilidade de ser feliz aqui começava a se tornar realidade.
Com a formação de novas colônias, não havia mais a preocupação com os vizinhos, porque os costumes eram iguais. As famílias eram fortes e grandes para negociar e viver à sua maneira. Não se tratava, porém, de um mundo isolado. As tradições japonesas eram muito fortes, mas os filhos já eram da nova terra. A adaptação e a aculturação, mesmo com os hábitos alimentares do país eram inevitáveis.
Muitos japoneses se dedicaram ao cultivo do arroz, outros ao desbravamento das matas, outros foram construir uma estrada-de-ferro no Mato Grosso, enfrentando a malária e o clima.
As colônias prosperaram, assim como o sucesso do trabalho no campo, o que não impediu que muitos imigrantes japoneses fossem para cidades e nelas se fixassem.
Regiões do interior de São Paulo foram habitadas pela comunidade japonesa: o Vale do Paraíba, a Alta Noroeste, a Alta Mogiana. As cidades foram crescendo e com elas a população imigrante, agora já bem brasileira.
Fatos históricos, dentre eles a II Guerra Mundial contribuíram, e muito, para dificultar a vida dos imigrantes no Brasil. A impossibilidade de ensinar o japonês, as tradições, as perseguições, a discriminação, as dificuldades com o desemprego pós-guerra. Tudo isso causou grandes danos aos japoneses que aqui viviam.
No entanto, alguns “cantinhos” da cidade de São Paulo foram, com o tempo, adquirindo características nipônicas. A Casa do Imigrante, as associações de moços, ruas do centro, como a Conde de Sarzedas, o próprio bairro da Liberdade, onde tudo era (e é) japonês. São Paulo e seu estado foram se adaptando às influências que recebiam. O universo da cidade foi tomando várias formas.
Novos imigrantes foram chegando e misturando-se aos filhos já brasileiros. Foram 180.000 imigrantes antes da segunda guerra e mais 70.000 depois. Acentuada ficou, porém, a dificuldade de relacionamento dos imigrantes com os descendentes nascidos aqui. Mas a miscigenação era inevitável com o contato com outras raças.
Desde a lavoura, onde isso só acontecia se houvesse uma fuga, até as cidades, onde já se podia, embora com restrições, aceitar alguém que não fosse japonês na família, a cultura e a população foram deixando de ser exclusiva de uma colônia para ser de uma cidade.
Chegaram ao todo 250.000 imigrantes. Gerações se sucediam, e cada vez mais aparecia um povo paulista e brasileiro com uma cultura militar e forte
Kasato Maru
Marco da imigração japonesa no Brasil
Kasato Maru
A imigração japonesa no Brasil tem como marco inicial a chegada em Santos do KASATO MARU, no dia 18 de junho de 1908.
Vindo do porto de Kobe, o navio trouxe numa viagem de 52 dias os 781 primeiros imigrantes vinculados ao acordo imigratório estabelecido entre Brasil e Japão além de 12 passageiros independentes.
Aqueles pioneiros chegaram cheios de esperança e sonhos de prosperidade a um país de costumes, língua, clima e tradição completamente diferentes.
A préhistória da imigração
Embora o Japão tenha enviado seus primeiros imigrantes ao Brasil em 1908, os primeiros japoneses a pisar o solo brasileiro foram os quatro tripulantes do barco WAKAMIYA MARU, em 1803, que afundou na costa japonesa. Os náufragos foram salvos por um navio de guerra russo que, não podendo desviar-se de sua rota, levou-os em sua viagem. No retorno, a embarcação aportou, para conserto, em Porto de Desterro, a atual Florianólis-SC, no dia 20 de dezembro, ali permanecendo até 4 de fevereiro de 1804.
Os quatro japoneses fizeram registros importantes da vida da população local e da produção agrícola da época.
Outros japoneses estiveram de passagem pelo País incidentemente, mas a primeira visita oficial para se buscar um acordo diplomático e comercial ocorreu em 1880. No dia 16 de novembro desse ano, o vice-almirante Artur Silveira da Mota, mais tarde Barão de Jaceguai, iniciou, em Tóquio, as conversações para o estabelecimento de um Tratado de Amizade, Comércio e Navegação entre os dois países.
O esforço nesse sentido prosseguiu em 1882, com o ministro prenipotenciário Eduardo Calado, mas o acordo só seria concretizado 13 anos mais tarde: no dia 5 de novembro de 1895, em Paris, Brasil e Japão assinaram o Tratado da Amizade, Comércio e Navegação.
Abertura à imigração
Entre eventos que antecederam a assinatura do Tratado, destaca-se a abertura brasileira às imigrações japonesa e chinesa, autorizada pelo Decreto-Lei nº 97, de 5 de outubro de 1892.
Com isso, em 1894 o Japão envia o deputado Tadashi Nemoto para uma visita, em cujo roteiro foram incluídos os Estados da Bahia, do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo. Satisfeito com o que viu, Nemoto manda um relatório ao governo e às empresas de emigração japonesas, recomendando o Brasil como país apto a acolher os imigrantes orientais.
A partida da primeira leva de japoneses que deveria vir trabalhar nas lavouras de café em 1897, teve, no entanto, de ser cancelada justamente na véspera do embarque.
O motivo foi a crise que o preço do produto sofreu em todo o mundo, e que iria perdurar até 1906.
Em 1907, o governo brasileiro publica a Lei da Imigração e Colonização, permitindo que cada Estado defina a forma mais conveniente de receber e instalar os imigrantes. E, em novembro desse mesmo ano, Ryu Mizuno, considerado o pai da imigração, fecha acordo com o secretário da Agricultura de São Paulo, Carlos Arruda Botelho, para a introdução de 3 mil imigrantes japoneses num período de três anos. Nessa época, o governador era Jorge Tibiriçá. Assim, no dia 28 de abril de 1908, o navio KASATO MARU deixa o Japão com os primeiros imigrantes, rumo ao Brasil.
O período da imigração
Os 793 japoneses recém chegados foram distribuídos em seis fazendas paulistas. Enfrentaram, porém um duro período de adaptação.
O grupo contratado pela Companhia Agrícola Fazenda Dumont, por exemplo, não permaneceu ali mais que dois meses.
As outras fazendas também foram sendo gradativamente abandonadas pelos exóticos trabalhadores de olhos puxados e costumes tão diferentes. Em setembro de 1909, restavam apenas 191 pessoas nas fazendas contratantes.
Não obstante, no ano seguinte a segunda leva de imigrantes já estava a caminho. E no dia 28 de junho de 1910, o navio Ryojun Maru aportava em Santos com mais 906 trabalhadores a bordo.
Distribuídos por outras fazendas, eles viveriam os mesmos problemas de adaptação dos compatriotas que os antecederam. Aos poucos, porém os conflitos foram diminuindo e a permanência nos locais de trabalho mais duradoura.
Donos da própria terra
Os primeiros imigrantes japoneses a se tornarem proprietários de terra foram cinco famílias que adquiriram, em fevereiro de 1911, os seus lotes junto à Estação Cerqueira César, da Estrada de Ferro Sorocabana, dentro do projeto de colonização Monções, criado na época pelo Governo Federal. Essas famílias foram, também as primeiras a cultivar o algodão. Em março de 1912 novas famílias são assentadas em terras doadas pelo governo paulista, na região de Iguape, graças ao contrato de colonização firmado entre uma empresa japonesa e aquele poder público.
Iniciado com cerca de 30 famílias – a maioria proveniente de outras fazendas onde os contratos já haviam sido cumpridos – esse foi um dos mais bem sucedidos projetos de colonização dessa fase pioneira.
Nesse mesmo ano, os imigrantes atingem o Paraná, tendo como precursora uma família procedente da província de Fukushima, e que se estabelece na Fazenda Monte Claro, em Ribeirão Claro, cidade situada no norte do Estado.
Em agosto de 1913, um grupo de 107 imigrantes chega ao Brasil para trabalhar em uma mina de ouro, em Minas Gerais. Foram os únicos mineiros na história da imigração. Em 1914, o número de trabalhadores japoneses no Estado de São Paulo, já estava em torno de 10 mil pessoas. Com uma situação financeira desfavorável, o governo estadual decidiu proibir novas contratações de imigrantes e, em março, avisou à Companhia da Imigração que não mais subsidiaria o pagamento de passagens do Japão para o Brasil.
No entanto, a abertura de novas comunidades rurais, utilizando-se a mãode-obra existente, continuou. Por essa época ocorreu também um dos episódios mais tristes da história da imigração, quando dezenas de pessoas, que haviam se instalado na Colônia Hirano, em Cafelândia, morreram vítimas da malária, doença então desconhecida para os japoneses.
Adaptação cultural e a Segunda Guerra
Com a aumento do número de colônias agrícolas japonesas, que nesse período se expande principalmente em direção ao noroeste do Estado de São Paulo, começa a surgir também muitas escolas primárias destinadas a atender os filhos dos imigrantes. E em 1918 formam-se as duas primeiras professoras oficiais saídas da comunidade, as irmãs Kumabe, pela Escola Normal do Rio de Janeiro.
Em 1923, Escola de Odontologia de Pindamonhangaba formaria o primeiro dentista de origem japonesa. Essa presença crescente de um povo exótico no País porém não pára de gerar polêmicas.
Tanto na esfera executiva como legislativa surgem opiniões a favor e contra a entrada de novos imigrantes japoneses.
Em 1932, segundo informações do Consulado Geral do Japão em São Paulo na época, a comunidade nikkey era composta por 132.689 pessoas, com maior concentração na linha Noroeste. Desse total, 90% dedicava-se à agricultura. Já havia, também diversas publicações em japonês com periodicidade semanal, quinzenal e mensal. Em 1938, ano que antecede o do início da Segunda Guerra Mundial, o Governo Federal começa a limitar as atividades culturais e educacionais dos imigrantes. Em dezembro, decreta o fechamento de todas as escolas estrangeiras, principalmente de japonês alemão e italiano.
As comunidades oriundas dos países integrantes do Eixo RO-BER-TO (Roma-Berlim-Tóquio) começa a sentir os sintomas do conflito iminente. Em 1940, todas as publicações em japonês têm a sua circulação proibida. No ano seguinte, chegam as últimas correspondências do Japão. Até o fim da guerra, os japoneses viveriam um período de severas restrições, inclusive com o confisco de todos os bens.
Período pósguerra
Em 1948, Yukishige Tamura é eleito vereador em São Paulo, tornando-se, assim, o primeiro nikkey a ocupar um cargo eletivo em uma capital.
Já em clima de paz, é restabelecido, em 1949, o comércio entre Brasil e Japão por meio de um acordo bilateral. Um ano depois, o Governo Federal anuncia a liberação dos bens confiscados aos imigrantes dos país do Eixo, e, em 1951 aprova projeto para introdução no País de 5 mil famílias imigrantes. Encorajadas, as empresas japonesas começa a planejar investimentos no Brasil. As primeiras delas chegam em 1953.
Cinqüenta anos após a chegada do navio KASATO MARU a Santos, o número de japoneses e descendentes no País somavam 404.630 pessoas.
O príncipe Mikasa, irmão do imperador Hiroito, visita o País para participar das festividades do cinqüentenário da imigração.
Nas eleições majoritárias de 1962 já se pode observar a plena integração social e política dos brasileiros descendentes de japoneses, quando seis nisseis são escolhidos por meio das urnas: três para a Câmara Federal (Miyamoto, do Paraná; Hirata e Tamura de São Paulo) e três para a Assembléia Legislativa de São Paulo (Yoshifumi Uchiyama, Antonio Morimoto e Diogo Nomura). Em 1967, o príncipe herdeiro Akihito e a princesa Michiko visitam o Brasil pela primeira vez.
Na recepção ao casal imperial, a comunidade nipo-brasileira lota o estádio do Pacaembu. Em 1973, chega a Santos o Nippon Maru, o último navio a transportar imigrantes japoneses. Em 1978 a imigração japonesa comemora 70 anos. O príncipe herdeiro Akihito e a princesa Michiko participam das festividades e novamente lotam o Pacaembu. No prédio da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa, inaugura o Museu da Imigração Japonesa no Brasil.
A integração consolidada
Os anos 60 marcam, em muitos aspectos, a plena integração dos nikkeis, à sociedade brasileira. Além da participação ativa na vida política por meio de seus representantes nas casas legislativas, eles começam a despontar nas áreas culturais, notadamente na grande imprensa – onde o pioneiro foi Hideo Onaga, na Folha de S. Paulo – e nas artes plásticas, com destaque para Manabu Mabe.
Também nesse período, durante o governo Costa e Silva, é nomeado o primeiro ministro descendente de japoneses, o empresário Fábio Yassuda, que assumiu a Pasta da Agricultura, sem, no entanto, cumprir integralmente sua gestão.
No futuro, dois outros seriam chamados a assumir cargos equivalentes: Shigeaki Ueki, como ministro de Minas e Energia do governo Geisel, e Seigo Tsuzuki, como ministro da Saúde do governo Sarney.
A inauguração da sede da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa na rua São Joaquim, em 1964, foi outro marco importante.
O Bunkyo passou a promover e/ou coordenar a maioria dos grandes eventos que envolvessem a comunidade nipo-brasileira como um todo: aniversários da imigração, visitas ao Brasil de membros da Família Imperial, etc.
A partir da década de 70 começa a surgir as primeiras obras literárias escritas por nikkeis, tendo como temas o Japão e os imigrantes, entre eles: Japão Passado e Presente, de José Yamashiro (1978), História dos Samurais, também de Yamashiro (1982), e a obra considerada como referência obrigatória dentro da história da imigração, que é O Imigrante Japonês de Tomoo Handa, lançado em 1987. Em 1988, no 80º aniversário da imigração, comemorada com a presença do príncipe Aya, filho de Akihito, o Censo Demográfico da Comunidade, feito por amostragem, estimava o número nikkeis no País em 1.228.000 pessoas.
Nesse final de década, a comunidade nipo-brasileira, e o próprio País já começam a sentir os efeitos de um novo e curioso fenômeno que se alastrava rapidamente entre as famílias nikkeis: os dekasseguis.
O fenômeno dekassegui
A ida de milhares de japoneses e descendentes, do Brasil para o Japão seguindo o caminho inverso dos imigrantes do KASATO MARU, mas com objetivos semelhantes, começam há cerca de 12 anos e atingiu o auge no início desta década, marcando-a como um dos eventos mais importantes da história da imigração japonesa nesse período. Para analisála, a Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa realizou, em 1991, o “Simposio sobre o fenômeno dekassegui”. E no ano seguinte é criado o CIATE – “Centro de Informação e Assistência aos Trabalhadores no Estrangeiro” – com a colaboração do Ministério do Trabalho do Japão. Esse serviço tem sua sede no prédio da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa.
Por essa época, surge também a primeira obra literária de ficção escrita por uma nikkey, tendo como personagens descendentes de japoneses, e abordando também o fenômeno dekassegui: Sonhos Bloqueados, lançado em 1992 pela professora Laura Hasegawa. Outro importante acontecimento desta década foram as comemorações, em 1995, do centenário do Tratado de Amizade, Comércio e Navegação entre Brasil e Japão. A princesa Norinomiya, filha de Akihito, já então imperador do Japão, veio prestigiar as festividades. Em 1997 o próprio casal imperial faz uma visita de dez dias ao Brasil, provocando grande emoção na Comunidade. Em 1998 a Comunidade nikkei de todo o País comemorou com festa os 90 anos da imigração. Nessa festa, a única sobrevivente da primeira leva de imigrantes, sra. Nakagawa, estava presente.
Decorrido todo este tempo desde sua chegada ao Brasil, o KASATO MARU permanece como marco da imigração japonesa no Brasil.
Os japoneses vieram de muito longe
A história da imigração japonesa no Brasil começou por volta de 100 anos atrás, no dia 18 de junho de 1908. Este ano estão comemorando o centenário da chegada no Brasil.
Nesse dia, o Kasato Maru, um navio a vapor que trazia 781 japoneses, chegou ao porto de Santos, no estado de São Paulo.
Navio Kasato Maru, que trouxe os primeiros japoneses ao Brasil
Os japoneses esperavam enriquecer e voltar
Como aconteceu com os europeus, os japoneses foram atraídos ao Brasil pela possibilidade de adquirir um pedaço de terra, ganhar dinheiro e, também, fugir da pobreza em que viviam no Japão.
Preocupadas com vários governos europeus que desaconselhavam a imigração para o Brasil por causa dos maus tratos dos patrões, as autoridades brasileiras começaram a incentivar a vinda de trabalhadores japoneses para cá. Então, assim como aconteceu com os italianos, várias propagandas, prometendo enriquecimento rápido, ajudaram a atrair os japoneses para cá.
Ao contrário dos europeus, a maior parte dos japoneses não tinha a intenção de ficar definitivamente no Brasil: eles esperavam juntar algum dinheiro e retornar ao Japão.
O motivo principal para isso eram as enormes diferenças culturais entre brasileiros e japoneses, como a língua e a alimentação.
Com os japoneses não foi diferente
Os cafeicultores brasileiros usaram com os trabalhadores japoneses as mesmas técnicas usadas com europeus: para mantê-Ios presos às fazendas, vendiam produtos indispensáveis, como alimentos e ferramentas, a preços altíssimos. Assim, sempre endividados, os japoneses também ficavam impedidos de abandonar o trabalho nas fazendas em busca de uma vida melhor nas cidades.
As dificuldades em se adaptar
A língua falada pelos japoneses era muito diferente do português. As instruções sobre como cuidar dos pés de café, por exemplo, eram transmitidas por mímica.
Os japoneses precisavam conviver e se relacionar com os brasileiros, mas, para isso era preciso aprender a língua portuguesa. Depois de algum tempo no Brasil, os filhos dos japoneses começaram a freqüentar as escolas brasileiras. Com isso, muitas vezes eram as crianças que traduziam para os adultos o que era dito em português.
A alimentação dos brasileiros era diferente
A alimentação dos brasileiros também era muito estranha aos japoneses.
Os imigrantes sentiam falta de consumir o arroz e verduras do modo como era preparado no Japão.
Tinham que comer carne-seca e o feijão com toucinho, que eram desconhecidos e desagradáveis aos japoneses.
Como não sabiam o modo de preparar muitos alimentos da cozinha brasileira, os japoneses, no princípio, consumiam a carne-seca e o bacalhau seco assados, mas não sabiam que tinham de fervê-los antes para amolecer e retirar o excesso de sal, então comiam tudo duro e muito salgado, sentindo-se muito mal, sofriam muito, pois preferiam mesmo era a tradicional comida japonesa, principalmente o arroz.
As moradias também eram diferentes
A esperança de retomar à terra natal e as enormes diferenças em relação aos hábitos dos brasileiros faziam com que os japoneses se preocupassem mais em economizar qualquer dinheiro que ganhavam do que com qualquer conforto.
A vida nas fazendas de café do Brasil era tão diferente da que levavam no Japão que o desinteresse pelo cuidado da casa era total.
Assim, nesses primeiros anos no Brasil, os japoneses estavam mais preocupados em tentar reproduzir aqui os hábitos alimentares com que estavam acostumados, Dessa forma, era comum, nos finais de semana, que eles abandonassem suas casas para cultivar arroz e verduras, por exemplo.
Imigração Japonesa no Brasil – Resumo
A imigração japonesa no Brasil é um capítulo importante da história do país, contribuindo significativamente para a diversidade cultural e econômica.
Aqui está um resumo:
História: A imigração japonesa para o Brasil teve início no início do século XX. O primeiro grupo de imigrantes japoneses chegou ao Brasil em 1908, a bordo do navio Kasato Maru, desembarcando no porto de Santos, no estado de São Paulo. Este grupo inicial foi enviado para trabalhar nas fazendas de café do interior paulista como mão-de-obra substituta, após a abolição da escravatura no Brasil.
Motivações: As principais motivações para a imigração japonesa foram econômicas, devido à crise agrícola no Japão, bem como o incentivo do governo brasileiro que buscava substituir a mão-de-obra escrava nas plantações de café.
Assentamento: Os imigrantes japoneses inicialmente enfrentaram muitos desafios, incluindo barreiras linguísticas e culturais, mas gradualmente estabeleceram comunidades em áreas rurais, especialmente em estados como São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul.
Contribuições: Os imigrantes japoneses trouxeram consigo habilidades agrícolas avançadas, introduzindo técnicas de cultivo inovadoras que contribuíram para o desenvolvimento da agricultura brasileira. Além disso, sua presença influenciou a culinária, as artes marciais, a arquitetura e outras áreas da cultura brasileira.
Integração: Ao longo das décadas, a comunidade japonesa no Brasil se integrou à sociedade brasileira, mantendo ao mesmo tempo suas tradições culturais e valores. Hoje, descendentes de japoneses ocupam posições de destaque em diversos setores da sociedade brasileira.
Comemorações: A imigração japonesa é comemorada no Brasil por meio de festivais e eventos culturais, como o Tanabata Matsuri, o Bon Odori e o Festival do Japão, que celebram a cultura japonesa e promovem o intercâmbio entre as duas nações.
Em resumo, a imigração japonesa desempenhou um papel significativo na história do Brasil, deixando um legado duradouro de contribuições econômicas, culturais e sociais.
Fonte: gobrazil.about.com/www.geocities.com/www.colegiosaofrancisco.com.br/www.japaonline.com.br
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