Diamantina

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Diamantina – História
Fundação: 6 de março de 1831
Densidade geográfica: 
11,86 hab./km²
Área da unidade territorial (Km²): 
3.892
Clima: 
Ameno
Distância até a capital: 297 km

Diamantina – História

Diamantina mineira, nasceu Arroio do Tijuco e foi uma das cidades mais ricas do Brasil no século 18, graças aos diamantes, que brotavam aos borbotões e eram colhidos à flor do chão, entre os cascalhos dos seus riachos.

Entre 1714, quando alguém achou acidentalmente uma bonita pedra transparente, e 1870, quando a riqueza começou a rarear, estima-se que quase 2 milhões de quilates da mais preciosa das pedras saíram de lá, quase todo s para financiar os luxos da corte portuguesa, que, felizmente, porém, também deixaram marcas na encantadora arquitetura colonial da própria cidade, razão pela qual ela acabou transformada em Patrimônio da Humanidade.

Hoje, ainda existem diamantes na região. Dizem até que a rocha-fonte, de onde se originariam todas as pedras, nunca teria sido encontrada, embora isso esteja mais para lenda do que para fato.

Mas há muito tempo que Diamantina deixou de viver de suas pedras preciosas para tentar a sorte com outra valiosa fonte de renda: o turismo. Só que este ainda não chegou por lá, embora a cidade esteja prontinha para recebê-lo, o que, por sinal, só aumenta o prazer de quem for agora.

Sobrados e casarões, quase todos dos séculos 18 e 19 e com simpáticos balcões de madeira e janelas coloridas, estão pintados como se fossem novos, não há postes à vista, porque toda a fiação foi transferida para debaixo do solo a fim de não comprometer a paisagem, e suas ruas conservam o mesmo calçamento de pedra-sabão do passado, com curiosas faixas de blocos longitudinais, por onde avançavam as carroças e passeavam, sem tropeços nem escorregões, as damas da sociedade da época. Diamantina parece um cenário de minissérie da Globo, à espera de espectadores para contar boas histórias.

A Terra de Xica Xavier e JK

Uma delas já passou na própria televisão e fala de uma negra de dentes alvos, curvas salientes e porte de rainha, que reinou debochadamente na cidade em plena época da escravidão, fazendo de gato e sapato seu amo e amante, o português João Fernandes de Oliveira, então um dos manda-chuvas locais.

Seu nome: Xica da Silva.

O poder de Xica era tão grande que gerou a única igreja com torre nos fundos do país, dizem que por duas razões: para ela poder freqüentá-la livremente (uma lei da Igreja impedia que os negros fossem além das torres, como forma de impedir seu acesso aos altares) e para que o badalar dos sinos não perturbasse seu sono, já que sua casa ficava – e está lá até hoje! Exatamente em frente à tal igreja. Uma das 18 de Diamantina, por sinal.

A outra história que Diamantina não se cansa de contar é a do seu filho mais ilustre, o ex-presidente da república Juscelino Kubitschek, o JK, ou, para eles que são íntimos, apenas o “Seu Nonô”. O construtor de Brasília nasceu, cresceu e jamais se esqueceu de Diamantina. A tal ponto que convenceu o amigo Niemeyer a construir um hotel e uma escola na cidade com o mesmo estilo arquitetônico da Capital Federal, você os verá e imediatamente reconhecerá. Em contrapartida, foram os humildes arcos de madeira do antigo mercado central da cidade que inspiraram o artista nas formas no Palácio do Planalto. Brasília, quem diria? Imitou Diamantina.

Foi JK, também, o responsável pelo surgimento de outro hábito que se tornaria marca registrada da cidade: a musicalidade. Como ele gostava de serestas, todos passaram a tocá-las. E as melodias não pararam mais. Hoje, há mais de 90 grupos musicais na cidade, e é rara a família que não possui pelo menos um instrumento em casa.

A coisa evoluiu de tal forma que, recentemente, surgiram as vesperatas, ou espetáculos únicos no país, onde bandas sinfônicas espalham-se pelas sacadas das casas, enquanto um maestro fica regendo tudo de baixo, em plena rua, ao lado do povo.

Curiosos Vilarejos

Diamantina ainda vive com um pé no passado e cercada por vilarejos de nomes curiosos, que pararam ainda mais no tempo. Como a simplória Milho Verde, com cavalos na frente das vendinhas e casas de pau-a-pique.

Ou a graciosa São Gonçalo do Rio das Pedras, ainda com ruas calçadas pelos escravos e que é grande só no nome.

Ambas fazem parte de um delicioso passeio pela região que tem o seu ponto alto em Biribiri (lá os nomes são mesmo assim!), uma antiga fábrica têxtil que parou de funcionar há décadas e virou uma minicidade habitada por apenas duas famílias e oito moradores, embora possua igreja, escola e uma dúzia de casas, todas vazias.

Se Diamantina lembra um cenário, Biribiri é como uma cidade cenográfica. Ali, muito provavelmente, você será o único (único mesmo!) visitante. É uma sensação, no mínimo, curiosa. E bem diferente daquela que qualquer turista experimentaria nas demais cidades históricas das Minas Gerais hoje em dia. Deve ter a ver com o nome daquela região. Porque diamantes são realmente raros.

As vesperatas acontecem num único fim de semana por mês e são responsáveis pelo principal movimento turístico da cidade. Se quiser ver Diamantina cheia, é só perguntar quando será a próxima vesperata. Caso contrário, qualquer dia serve. Porque a cidade ainda leva a mesma vidinha pacata e tranqüila de sempre.

Nem mesmo o ambicioso projeto da Estrada Real, um caminho ainda não sinalizado que pretende reconstituir a rota usada para escoar as riquezas das cidades históricas de Minas até os portos do Rio de Janeiro e que começava justamente em Diamantina, conseguiu, por enquanto, alterar este quadro.

Diamantina – Cidade

O SURTO aurífero verificado na região do Ivituruy, em fins do século XVII, motivou uma expedição com o fito de explorar as minas do território.

Fracassada a mineração nas terras do vale do Jequitinhonha, o grupo rumou para oeste orientado pelo pico de Itambé até a confluência de dois rios: Pururuca (em tupi-guarani, ‘cascalho grosso’) e o rio Grande acampando (1691) nas margens de um riacho a que denominaram Tijuco e do qual originou o arraial do mesmo nome, mais tarde cidade de Diamantina.

Não existia, naquele sítio, abundância de ouro, como a princípio se supôs. Este fracasso inicial ameaçava o desenvolvimento da povoação, quando a descoberta de diamantes por Bernardo da Fonseca Lobo fez convergir (1729), para as áreas do Tijuco, a cobiça de habitantes das terras vizinhas, transformando o arraial em lugar de esplendor e grande luxo. O progresso local durante esta época esteve conjugado com o comércio diamantífero.

Chegando a notícia da descoberta à Corte Portuguesa, D. João V começou por proibir as minerações, através da ordem Régia de 16 de março de 1731, ao Governador das Minas D. Lourenço de Almeida. Em 1732, no entanto, ante reiteradas petições ao governador, foram restabelecidas com a condição de não serem praticadas por escravos ou fora do arraial; dois anos depois, foi criada a Real Intendência, com o objetivo de evitar que os garimpeiros se subtraíssem à fiscalização da Coroa, o que desencadeou uma ação terrorista contra eles. Em vista disso, a Real Coroa, em 1738, resolveu implantar o regime de contratos para a extração de diamante.

Nomeado contratador, pouco tempo depois, João Fernandes de Oliveira estimulou construções, o comércio floresceu, surgiram as primeiras igrejas, ensejando a que o arraial conhecesse tempos de grande prosperidade.

Os garimpeiros, todavia, viveram dias de grande opressão durante o regime dos contratos; o poderio dos contratadores era tão atuante que os transformava em verdadeiros carrascos na execução dos atos impostos pela Real Coroa.

É desta época o célebre Livro da Capa Verde, código que controlava os atos da população sob seus vários aspectos. Os intendentes cumpriam fielmente os artigos despóticos do livro. Depois de luta incansável, os tijucanos conseguiram, em 1821, a reforma do código, fazendo diminuir o poderio dos intendentes.

Por esta época, o arraial do Tijuco foi visitado por diversas figuras de nomeada internacional: Spix, Von Martius, Saint-Hilaire, Eschwege, John Mawe, dentre outros, lá estiveram.

A partir de 1828, a povoação, ultrapassado o período inicial de seu crescimento, livre da simples ambição de riqueza, teve amplo desenvolvimento; a sociedade se organiza, definem-se as classes sociais e surge o interesse pela cultura Em conseqüêcia Diamantina se tornou um dos centros mais florescentes da época.

A elevação do arraial do Tijuco á categoria de vila, com o nome de Diamantina, ocorrido em 1831, a criação da cidade do mesmo nome, passados sete anos, foram, dentre outros, fatos que contribuíram decisivamente para o progresso daquela região.

cidade de Diamantina possui diversas lendas do tempo da mineração e dos escravos. Como algumas histórias de túneis secretos feito por escravos que leva à tesouros e de assombrações.

Diamantina – Formação Administrativa

O Distrito foi criado por Alvará de 17 de outubro de 1819, é o Município, por Decreto de 13 de outubro de 1831, com território desmembrado do termo da vila do Serro e sede no povoado de Tijuco. Instalado a 4 de junho de 1832, teve a sede municipal elevada à categoria de cidade, em face da Lei provincial n.° 93, de 6 de março de 1838.

A Lei estadual n.° 2, de 14 de setembro de 1891, confirmou a criação do distrito-sede de Diamantina que, segundo a divisão administrativa de 1911, era constituída de 17 distritos: Diamantina, Curralinho, Mendanha, Rio Manso, Chapada, Datas, Gouvêa, Inhaí, Rio Preto Pouso Alto, Mercês de Araçuaí Curimataí, Glória, Campinas de São Sebastião, Guinda, Varas e Tábua.

No Censo de 1920, os distritos continuam os mesmos, apresentando-se, porém, alguns com outras designações. Assim, o de Chapada transformou-se em São João da Chapada; Varas, em Conselheiro Mata, e Tábua, em Joaquim Felício.

Pelo disposto na Lei estadual n.° 843, de 7 de setembro de 1923, Diamantina perdeu o distrito de Glória, desligado para fazer parte do novo Município de Corinto e teve suprimido o de Mendanha, cujo território foi anexado aos de Diamantina, Inhaí, Campinas (ex-Campinas de São Sebastião), Rio Manso e Extração (ex-Curralinho). Ainda em face da mesma lei, foi criado o distrito de Buenópolis, desmembrado do de Joaquim Felício, o distrito de São Gonçalo do Rio Preto (ex-Rio Preto) tomou o nome de Felisberto Caldeira; e o de Pouso Alto, o de Tijucal.

Segundo a divisão administrativa de 1933, o distrito de Calabar (ex-Mercês de Araçuaí) teve seu topônimo alterado para Mercês de Diamantina.

De acordo com o texto do Decreto-lei n.° 148, de 17 de dezembro de 1938, perdeu Diamantina os distritos de Buenópolis, Curimataí e Joaquim Felício para o novo Município de Buenópolis e voltou a abranger o de Mendanha, já agora instituído com terras desmembradas apenas do de Couto de Magalhães (ex-Rio Manso).

A Lei n.° 1.058, de 31 de dezembro de 1943 alterou a denominação de Campinas para Senador Mourão, e pela de n.° 336, de 27 de dezembro de 1948, o distrito de Gouvêa passou a Município e foi criado o distrito de Monjolos, com território desmembrado do de Conselheiro Maia.

Na divisão estabelecida pela Lei n. 1.039, de 12 de dezembro de 1953, Diamantina contou com mais um distrito, o de Felício dos Santos, criado com parte dos de Felisberto Caldeira e Mercês de Diamantina. Assim permaneceu na Divisão Territorial de 1.° de julho de 1960.

Em 30 de dezembro de 1962, segundo a Lei n.° 2.764, perdeu os distritos de Couto de Magalhães Datas, Felício dos Santos, Felisberto Caldeira, Monjolos, os quais, com os mesmos nomes, foram elevados à categoria de Município, e os de Tijucal e Mercês de Diamantina que passaram a constituir os municípios de Presidente Kubitschek e Senador Modestino Gonçalves, respectivamente.

Criados na mesma data, os distritos de Desembargador Otoni, Planalto de Minas e Sopa.

Constituição atual: Diamantina (sede), Conselheiro Mata, Desembargador Otoni, Extração Guinda, Inhaí, Mendanha, Planalto de Minas, São João da Chapada, Senador Mourão e Sopa, a mesma existente no Censo Demográfico de 1970.

Diamantina é sede de Comarca de 3.ª entrância e tem jurisdição sobre os municípios de Couto de Magalhães de Minas, Felício dos Santos, Felisberto Caldeira, Gouvêa, Monjolos, Presidente Kubitschek e Senador Modestino Gonçalves.

Diamantina – Cultura

Quem gosta de cultura, história e aventura tem um prato cheio em Diamantina (290 km ao norte de Belo Horizonte), onde os casarões do século 18 ‘tocam’ música e a natureza oferece muitas trilhas, cachoeiras e caminhadas.

Incrustada no Vale do Jequitinhonha, na região onde no século 18 foram descobertas as primeiras minas de diamante do Brasil, Diamantina ainda encanta por sua história, suas ladeiras de pedra e seus casarões, tão bem cuidados que deram à cidade -antigo Arraial do Tijuco-, o título de Patrimônio Cultural da Humanidade.

Apesar de pequena, a cidade é bem preservada -tanto em suas ruas quanto em seu centro histórico- e oferece uma tranquilidade que o turista não encontra mais em Ouro Preto, outra cidade histórica de Minas.

Diamantina perde, no entanto, no quesito compras: não vá esperando uma profusão de artesanato local.

Aproveite as atividades culturais e os passeios de aventura que a região oferece.

Vem dos casarões do centro histórico um dos eventos culturais mais característicos e charmosos de Diamantina, a Vesperata.

A ladeira da rua da Quitanda fica tomada por mesinhas onde o público pode beber vinho e comer petiscos típicos da região. De repente, no meio da rua de pedra, levanta-se um maestro; das janelas dos casarões centenários que circundam o largo saem meninos e meninas de uma fanfarra; os casarões da cidade ‘executam’ então as tradicionais serenatas e serestas. Um espetáculo imperdível pela originalidade e beleza com que é feito.

As serestas, aliás, têm papel fundamental na história da cidade e influenciaram até um de seus filhos mais ilustres: o presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira.

Um dos políticos mais populares da história brasileira, o presidente ‘bossa nova’, idealizador e construtor de Brasília, é o grande orgulho de Diamantina, sendo homenageado em estátua e num museu montado na casa onde ele foi criado, que conta com vários objetos de sua infância.

Outro personagem da história do Brasil que teve Diamantina como casa foi a “rainha negra” Xica da Silva. Imortalizada na música de Jorge Benjor e no filme homônimo, a história da escrava que ascendeu à elite da sociedade diamantinense e se tornou uma das mulheres mais poderosas das Minas no século 18 é contada no museu da Casa de Xica da Silva e nas histórias dos moradores. Para quem quer mergulhar no passado minerador de Diamantina, o Caminho dos Escravos é outra boa pedida.

Mas a aventura também tem lugar em Diamantina. Porta de entrada das chapadas da região central do Brasil, a cidade é circundada por cachoeiras de até 70 m de queda e tem vegetação densa e preservada. Os picos favorecem as escaladas e o rapel, e os vales são propícios às caminhadas.

Diamantina – Geografia

O município localiza-se na Mesorregião do Jequitinhonha, estando a sede a 285 km de distância por rodovia da capital Belo Horizonte. A cidade está situada a uma altitude de 1.280 m, emoldurada pela Serra dos Cristais, na região do Alto Rio Jequitinhonha

Diamantina – Pontos turísticos

A cidade possui várias igrejas e prédios em estilo colonial. dentre eles as igrejas, citam-se as mais antigas, construídas principalmente no séc. XVIII, as de N.S. do Bonfim dos Militares, N.S. do Carmo, N.S. do Rosário dos Pretos e São Francisco de Assis.

Em Diamantina, de seu casario colonial, de certa forma bem preservado, destacam-se o Mercado dos Tropeiros(atual Mercado Municipal), a Biblioteca Pública , o Museu do Diamante e a Prefeitura Municipal (antiga casa da Intendência). Nesta cidade, o turista ainda poderá conhecer vários outros lugares históricos situados nas proximidades da cidade, como algumas cachoeiras e Biribiri (antiga fábrica de tecido).

Asilo do Pão de Santo Antônio

Construção simples, constituída por um pouco mais de 10 pavilhões e uma capela ao centro. Em 1902, preocupados em abrigar os idosos pobres, José Augusto Neves, com o apoio de Willian G. Mayer, iniciaram as obras. Dentro do asilo, está o Museu da Memória do Pão de Santo Antônio – um museu da imprensa, onde estão expostos antigos equipamentos gráficos utilizados para a impressão do jornal da cidade, entre outros objetos.

Passadiço da Rua da Glória

Na Rua da Glória, vê-se dois sobrados ligados por um passadiço, que nas palavras do Cônego Severiano de Campos Rocha, o primeiro tem frente para o sudoeste, é um edifício antiquíssimo e histórico. A sua construção é da época do Brasil colônia.

Era um edifício com amenos jardins, chafarizes, tanques, bosques artificiais e labirintos de roseiras entrelaçadas. Serviu de residência a vários Intendentes. Em 1865 o primeiro Bispo de Diamantina, D. João Antônio dos Santos comprou este prédio para destiná-lo a Colégio e Orfanato de Nossa Senhora das Dôres. Foi por pouco tempo, sua morada.

O segundo prédio, situado de frente ao primeiro, é de estilo arquitetônico menos pesado e mais no estílo do século XIX. Foi construído às expensas do Ten. Cel. da Guarda Nacional, Rodrigo de Souza Reis. Na construção foram usadas madeiras da chácara de Chica da Silva. Após a morte do Ten. Cel. Rodrigo, o Bispo D. João adquire a sua propriedade, para ampliação das instalações do Colégio Nossa Senhora das Dôres.

Mercado Municipal

O Mercado como nós o conhecemos, data de 1835, tendo sido um ponto de encontro das tropas e tropeiros que vinham do Serro Frio ou do sertão das Minas Novas. Hoje, aos sábados, funciona a Feira de Produtores Rurais e Artesanatos, tendo o turista a sensação de estar ouvindo as mulas chegando das estradas das montanhas. Todo sábado, na parte da manhã, o velho Mercado é pura emoção.

Casa de Chica da Silva

O belo casarão da escrava que virou senhora possui características típicas das grandes construções coloniais. Abriga hoje a sede do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Construção do século XVIII, antiga residência do sexto e último Contratador de diamantes, Desembargador João Fernandes de Oliveira. O sobrado tem sacadas à frente e uma bela varanda colonial de rótulas, a qual olha para o nascente.

Os seus assoalhos são de táboas largas, estilo típico colonial. Pouco acima da casa havia uma capela particular, que era conhecida como Capela da Chica da Silva. Dizem que o Contratador João Fernandes mandou edificá-la, porque sua companheira, pela cor e condição especial, inicialmente não podia frequentar a Igreja do Carmo, aonde iam ouvir missas as pessoas brancas e de posses.

A julgar pela bela porta de entrada, no mesmo estilo das Igrejas, supõe-se que era rica e magnificante. Era pequena mas comportava umas cem pessoas. No final do século XIX, o Vigário Geral, Monsenhor Augusto Júlio de Almeida, tomou a seus cuidados a Capelinha, onde celebrava missa nos domingos. Novas pesquisas sobre Chica da Silva, estão sendo desenvolvidas, e a história de sua vida ainda está em aberto.

Casa do Padre José da Silva Rolim

Sobrado do século XVIII, foi confiscado pela Real Fazenda do primeiro proprietário, Padre José da Silva Rolim. Hoje, abriga o Museu do Diamante. Entre os diversos objetos do acervo, o visitante tem acesso à arte sacra, indumentárias, pedras preciosas e semipreciosas, balanças de pesagem de ouro e diamante, além dos oratórios típicos da região.

Hoje é de propriedade do Governo Federal, por força do Decreto de Desapropriação n. 5.764 de 1943, funcionando como o Museu do Diamante. O sobrado é do século XVIII, que a Real Fazenda confiscou do Inconfidente Padre José da Silva e Oliveira Rollim. A Real Fazenda, posteriormente vende o imóvel para o Dr. Jozé Soares Pereyra da Sylva, que em 1809, já no século XIX, revende o imóvel a Ana Clara Freyre.

Casa de Juscelino Kubitschek

Juscelino não nasceu na casa da Rua do São Francisco, nasceu na casa do avô Augusto Elias Kubitschek, num sobrado da Rua Direita, em 12 de setembro de 1902. Quando tinha menos de 03 anos, morreu seu pai, o caixeiro viajante, João Cesar de Oliveira. D. Júlia Kubitschek, mãe de Juscelino, já morava com seus filhos na casa que alugara na Rua do São Francisco, e como professora, continuou a dar suas aulas na Palha e a cuidar de seus filhos.

Maria da Conceição e Juscelino ficavam sob a guarda de Augusta da Generosa, filha de antigos escravos, mas nascida depois da Lei do Ventre Livre. Juscelino entra para os estudos no Seminário em 1914, e antes de completar quinze anos, havia terminado o aprendizado com os padres lazaristas. Se quisesse continuar os estudos, teria que prestar exames preparatórios para curso superior nas cidades grandes.

Dos quinze anos até os dezoito anos, estudou sozinho com orientações de parentes e amigos. Juscelino se transferiu de Diamantina para Belo Horizonte em fins de 1920, começo de 1921. A casa da Rua do São Francisco de n. 241, onde morou Juscelino Kubitschek de Oliveira, foi declarada de utilidade pública pelo Decreto 23.002, de 01 de setembro de 1983.

Casa de Muxarabié

A chamada Casa de Muxarabié, tem traços característicos lembrando a arquitetura árabe, com a varanda de treliças e os arcos típicos da arte mossárabe da Península Ibérica. Foi no século XIX, em 1890, sede do Corpo de Polícia Militar da Província de Minas Gerais, sob o comando do Major Francisco de Paula Xavier Abreu.

Em 1941, D. Virgínia Neto Aguiar, requereu o usucapião do imóvel, e no ano seguinte, doou à União Federal dos Estados Unidos do Brasil, destinando-o ao Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Hoje é a Casa da Biblioteca Pública Antônio Torres, e não há quem não queira tirar um retrato diante dela.

Prédio da Intendência

Construção do século XVIII, tendo funcionado como a Casa da Intendência a partir de 01 de janeiro de 1772 pela Real Extração. Neste prédio, encontra-se um fosso, que era usado para eliminar os vendedores de diamantes, antes de receberem o pagamento.

O Intendente, Desembargador Manuel Ferreira da Câmara Bittencourt Aguiar e Sá (Intendente Câmara), foi o que a usou mais humanamente, até o dia em que deixou o Distrito Diamantino, em 1822. A Casa da Intendência funcionou até a extinção da Real Extração em 1841. Na casa da Intendência é que ficava o Regimento Diamantino, conhecido como o Livro da Capa Verde.

Tempos depois funcionou neste prédio a Escola Normal e depois passou a ser de propriedade da Câmara Municipal. No princípio do século XX, em 1908, a Câmara Municipal doou o imóvel para o Estado de Minas Gerais, sendo depois revertido à Prefeitura Municipal, que a ocupa até os dias de hoje.

Casa do Contrato

Construção do século XVIII, hoje Palácio da Arquidiocese de Diamantina, reformado em 1915, ainda lembra muito o velho casarão, a antiga Casa dos Contratos. Quando foi residência do Terceiro Contratador dos Diamantes, Felisberto Caldeira Brant, o prédio foi confiscado por Freire de Andrade em 1755, depois de haver confiscado milhares de oitavas de diamantes, que estavam no cofre, e grande quantidade de ouro.

Depois de confiscada, foi o prédio lacrado e o Contratador Felisberto Caldeira Brant enviado preso para Lisbôa. O prédio foi usado pelo sistema dos Contratos, até 31 de dezembro de 1771, sendo o último Contratador, o Desembargador João Fernandes de Oliveira.

Em meados do século XIX, o prédio foi convertido em Colégio de São Vicente de Paulo ou Atenieu de São Vicente. Pensou-se em transformar o prédio em Quartel do Batalhão da Força Pública de Minas, mas, sabendo o Secretário do Interior do Estado que alí residia o Bispo de Diamantina, desistiu da compra que propuzera à União.

Prédio do Fórum

Sobrado do século XVIII. No século XIX este imóvel foi de propriedade de Vicente Ferreira Fróes, que em 22 de abril de 1837 vendeu o imóvel para o Cel. Duarte Henrique da Fonseca, que por sua vez vendeu a Modesto Antônio de Almeida e Silva.

O Governo Provincial adquiriu o sobrado, por desapropriação amigável, ocorrida na cidade de Ouro Preto em 20 de outubro de 1876, pelo valor de 20:000$000, sendo destinado para cadeia central do Norte, Casa da Câmara, Juri e Audiências. Atualmente, funciona somente como Fórum da Comarca de Diamantina.

Sobradinho do Laport

Sobradinho do século XIX, e ficou assim conhecido, devido ao Laport ( José da Cunha Valle Laport) seu proprietário, promover sempre, em noites de luar, esplêndidas serenatas. Era pintor, músico e tocador de flauta.

A sua filha, Maria Salvina Laport da Conceição, adquiriu o imóvel pelo falecimento de seu pai, e nele viveu, deixando-o aos seus filhos. O imóvel foi vendido em 1932 a Jair Moreira da Silva, que o doou à Fazenda Nacional, atual proprietária.

Casa do Intendente Câmara

Uma pesquisa mais apurada, mostra que este sobrado data do início do século XIX, localizado na Rua Direita, construído pelo Intendente Câmara(Desembargador Manuel Ferreira da Câmara Bittencourt Aguiar e Sá), para ser a morada da sua filha, que casara com o Fiscal Dr. Luiz José Fernandes de Oliveira, que servia de Intendente nas suas ausências.

O povo do antigo Tijuco amava Câmara, mas odiava seu genro, por seu ar arrogante. Como Fiscal, morando perto da Casa da Intendência, tinha como substituir facilmente o Intendente e observar sempre os serviços, das janelas ou sacadas de sua casa. Câmara eleito Deputado à Assembléia Geral Constituinte e Legislativa em 1822, deixa o Arraial do Tijuco e o cargo de Intendente.

O seu genro, o Fiscal Dr. Luiz é nomeado Intendente Interino, continuando a morar na casa da Rua Direita até a posse do novo Intendente: Manuel Caetano de Almeida Albuquerque (+- 1824).

Moraram depois, nesta mesma casa, os Fiscais: Caetano Ferraz Pinto e João Pires Cardoso, até a extinção da Real Extração em 1841.O sobrado tem o teto da sala de visitas ornamentado com pintura que representa quadro de motivo bucólico, no qual salienta uma figura de pastor. Hoje pertence à Mitra Arquidiocesana.

Chafariz do Câmara ou da Câmara

Data do princípio do século XIX a construção, sendo possivelmente feito pelo Intendente Câmara (Desembargador Manuel Ferreira da Câmara Bittencourt Aguiar e Sá). Foi o terceiro chafariz que a cidade teve e o único em que corre água limpa até os dias de hoje. Está situado na parte central da cidade, próximo à Catedral de Santo Antônio.

Em 1861 a Câmara Municipal mandou construir de pedras, um frontispício, ao lado do Chafariz. Em 1899 a Câmara Municipal manda acrescentar uma açoteia de cimento sobre o referido frontispício de pedras. A água vem da Grupiara, passando pelo quintal da Casa que foi do Padre Rolim, confiscada na época da inconfidência pela Real Fazenda.

Chafariz do Rosário

Data de 1787 a construção do primeiro chafariz público, ainda arraial do Tijuco, na gestão do Governador Luiz da Cunha Menezes. Foi consertado em 1900, sendo depois por ordem da municipalidade, criminosamente cortadas a picaretas, as suas carrancas, de cujas bocas desciam dois anéis d`água potável, que vinham de uma mina atrás da Igreja das Mercês, em bicas de pau de coqueiro e outras madeiras. As carrancas foram restauradas, porém a água do rego público não corre mais neste chafariz.

Recolhimento dos Pobres do Pão de Santo Antônio

Singelas construções de pouco mais de 10 pavilhões, com uma capela ao centro, comunicando-se por extenso alpendre. A história de sua fundação é que corria o ano de 1902, em que os diamantinenses estavam preocupados seriamente com um local para o abrigo e recolhimento dos pobres. Foi então, fundada a Pia União do Pão de Santo Antônio, em 14 de julho de 1901, com a iniciativa de José Augusto Neves, que cogitando obter recursos para edificar o abrigo destinado aos pobres velhos abandonados, lançou mão de uma loteria, mediante de $1000 o bilhete.

Mesmo com boa vendagem dos bilhetes, viu-se que não seria atingido o seu objetivo. Daí, William G. Mayer, comprador de lavras diamantíferas e também diamantes, resolveu doar a quantia de 4:000$000 (quatro contos de reis), que deram condições para a realização do sonho.

Capela da Santa Casa de Caridade

A nossa Santa Casa de Caridade ou Hospital de Santa Izabel, foi fundada pelo Ermitão Manoel de Jesus Fórtes, tendo a colaboração imediata do Padre Carlos da Silva e Oliveira Rolim, irmão do incofidente Padre Rolim e do Capitão Manoel Roiz Carvalho.

A Santa Casa foi instalada em duas casas que foram compradas do Capitão Manoel Lopis de Souza, sendo a primeira diretoria instalada em 23 de maio de 1790, como Presidente: Rafael da Rocha Neves Quintella.

É a única Santa Casa de Caridade que se conhece, pois as demais são todas denominadas de Santa Casa de Misericórdia.

Arquitetura de Osacar Niemeyer

Desde quando Juscelino Kubitschek era prefeito de Belo Horizonte, já gostava de incluir a arte de Niemeyer e de Cândido Portinari, nas obras que realizava. O espírito político desenvolvimentista, possibilitou que a arte e a arquitetura, pudessem realizar o que representaria o moderno. Quando Juscelino foi Governador de Minas Gerais, não deixou de realizar obras na sua cidade natal, com a assinatura de Niemeyer. Foi a introdução do novo na arquitetura barroca e simbolizava o moderno contrastando com o velho.

Duas construções chamam a atenção dos visitantes: o prédio do Hotel Tijuco, na área central e o prédio da Escola Estadual Professora Júlia Kubitschek, na Rua Jogo da Bola, próximo ao centro histórico.

Hoje, Diamantina possui a arquitetura barroca, o eclético e a introdução do moderno, representando quase todas as fases do desenvolvimento do país.

O prédio do Hotel Tijuco foi construído em terrenos que o Estado adquirira aos herdeiros do Cel. Cosme Alves do Couto. Depois de construído, foi transferido à Hidrominas ‘ Águas Minerais de Minas Gerais S/A, hoje privatizado e pertencente a particulares. O prédio da Escola Estadual Prof. Júlia Kubitschek ficou pronto em 1954, mas na época, foi cedido para que a Faculdade Federal de Odontologia pudesse iniciar seus trabalhos.

A Escola começa a funcionar em seu prédio próprio somente em julho de 1955, ganhando em sua inauguração, um painel de Di Cavalcanti, oferecido ao amigo Juscelino. O hino foi escrito pelo Padre Celso de Carvalho e a música é de autoria de D. Maria Conceição Reis Costa. A bandeira, foi idealizada pela D. Helena Lopes, sua primeira diretora.

Praça da Unesco

Esta praça é um reconhecimento do povo diamantinense à Unesco, que no dia 06 de dezembro de 1999, em Marrakech, incluiu Diamantina no seleto grupo de cidades Patrimônio da Humanidade. A nova praça está localizada na Rua do São Francisco, próxima à Casa de Juscelino Kubitschek. O painel de azulejo é da artista plástica Yara Tupinambá, homenageando Chica da Silva. O azulejo é fosco, queimado a 900 graus, com tintas dissolvidas em óleo e terebintina e mede 2,20m x 2,10 m.

Caminho dos Escravos

No século XVIII foi aberto trilha entre o velho Tijuco e o Mendanha, para o trânsito de animais e tropeiros. Era também a rota dos diamantes extraídos nos serviços do Rio Jequitinhonha. No princípio do século XIX, o Intendente Câmara (Desembargador Manuel Ferreira da Câmara Bitencourt Aguiar e Sá), manda os escravos calçar este caminho até o Mendanha.

O naturalista Auguste De Saint-Hilaire, nele passando, admirou muito a beleza e a conservação do caminho de pedras, que escreveu Esse caminho é fruto dos cuidados do Sr. Da Câmara e honra a sua inteligência. Hoje, as caminhadas ecológicas feitas de Diamantina ao distrito de Mendanha, encantam a todos os turistas.

Cruzeiro do Centenário

Aos 05 de março de 1938, no alto da Serra do Rio Grande, foi inaugurado e abençoado um novo Cruzeiro (terceiro) para a cidade de Diamantina, antecedendo às comemorações do Centenário da cidade, que aconteceria no dia seguinte, 06 de março de 1938, com imponente passeata cívica pelas principais ruas da cidade.

O novo Cruzeiro tem 5 metros de altura por 1,50 de braço, feito de cimento armado e o primeiro a ser todo iluminado. A benção do novo Cruzeiro, foi realizada durante missa campal, celebrada pelo Bispo D. Serafim Gomes Jardim, com a presença do Prefeito Municipal Dr. Joubert Guerra, Dr. Juscelino Kubitschek, dentre outros. Após executada a retreta pela Banda do Terceiro Batalhão de Polícia Militar, foi inaugurado o novo Cruzeiro, sob vibrantes palmas, de onde se descortina quase todos os pontos da cidade.

Cruzeiro do Cula

Para os cristãos, a mais venerável de todas as imagens é a Cruz do Salvador. As nossas igrejas, os nossos altares e os nossos cemitérios estão todos ornados com cruzes. As missas nunca são celebradas sem a presença da Cruz. A Cruz do Cula é a segunda que a cidade possuiu, como símbolo confortante da Igreja Católica e de proteção para a população.

O idealizador deste segundo Cruzeiro foi Herculano Carlos de Magalhães e Castro, conhecido como Seu Cula, derivando daí, o nome de Cruzeiro do Cula. Seu Cula foi homem importante no final do século XIX, tendo sido eleito Conselheiro para representar os negócios da Diamantina, em reuniões na capital Ouro Preto. Quando da colocação da Cruz, no alto da Serra, em pequena cerimônia, foi o mesmo, abençoado pelo primeiro Bispo de Diamantina, D. João Antônio dos Santos.

Vila de Biribiry

O primeiro Bispo de Diamantina, D. João Antônio dos Santos, fundou quase no final do século XIX, a Fábrica de Tecidos Biribiry, distante uns 12 kilômetros da cidade, empregando principalmente mulheres pobres.

Neste local formou-se um núcleo de casas de operários, igreja, galpões, etc. Hoje pertence à Estamparia S/A e os seus terrenos já constituem uma área de Proteção Ambiental.

O Biribiry provoca ao visitante, ao mesmo tempo que encantamento e nostalgia, uma viagem no tempo. A igreja é rica em detalhes e é lá que está enterrado o irmão do Bispo D. João, Dr. Joaquim Felício dos Santos, advogado, jornalista, escritor e deputado estadual, falecido em 1895.

Seus artigos sobre o Distrito Diamantino, foram posteriormente, enfeixados em livro e publicados em primeira edição sob o título Memórias do Distrito Diamantino da Comarca do Serro Frio, pela Tipografia Americana, do Rio de Janeiro, em 1868, hoje publicado pela Editora Itatiaia Ltda. Considerado por muitos, como o clássico da história diamantinense.

Distrito de Extração

O distrito de Extração, antigo Curralinho, é característico de povoações mineiras. Está situado em vastos e desertos campos, com belas serras, próximo ao encontro do Jequitinhonha preto ou do Campo, que vem do Serro e o Jequitinhonha branco, que vem do município de Diamantina.

O velho nome é Gectinhonha, e a explicação trivial é que jequi tem nhonha. Jequi é uma palavra Tupi, para designar uma armadilha de apanhar peixe. O Córrego Curralinho, originou a primeira denominação do distrito e o atual nome de Extração, se deve à companhia de mineração da Coroa Portuguesa, a Real Extração. Ao centro da povoação está a Capela de Nossa Senhora do Rosário.

Foi nos campos do então Curralinho que a Real Extração definhou, lavando o córrego e margens adjacentes. No ano de 1841, a pequena tropa da Real Extração, compunha-se de apenas um feitor e dez escravos alugados. Era o seu último sopro de vida. Os garimpeiros, vendo que a Coroa Portuguesa não tinha mais meios de defender as terras ainda por garimpar, invadiram os campos, que ainda estavam virgens por serem de gorgulho.

Os garimpeiros, começaram a extrair diamantes em abundância e começaram a formar uma povoação que se engrandecia e prosperava, formando um distrito típico como Mendanha, São João da Chapada e Datas.

Gruta do Salitre

O Distrito Diamantino, além de outras riquezas minerais, possuía o salitre, que era encontrado em uma ou outra lapa. A extração era fácil, bastava apanhar o salitre puro e cristalizado, que se firmava na superfície das nitreiras, sendo usado somente para uso da farmácia ou para o fabrico clandestino da pólvora em quantidades insignificantes.

Antes do Intendente Câmara ( Desembargador Manuel Ferreira da Câmara Bittencourt Aguiar e Sá), o salitre não tinha sido convenientemente sido explorado. Foi o Intendente Câmara que animou e fez prosperar esta indústria, permitindo ao Distrito Diamantino a fabricação da pólvora comum, acabando com a importação de fora.

Depois, em 1808, estabeleceu-se no Rio de Janeiro uma fábrica de pólvora por conta da Fazenda Real, e estabelecendo-se no Distrito Diamantino um Comissário encarregado da compra do salitre que se extraísse. O Intendente Câmara contrário à determinação da Coroa Portuguesa, animou este gênero de indústria.

Passou-se a fabricar novamente a pólvora, que era mais usada pela Real Extração, na quebra de pedras, para desviar os rios. Câmara também não proibiu aos outros a fabricação da pólvora, fazendo com que o Distrito Diamantino não mais importasse a pólvora comum. O lugar conhecido como Gruta do Salitre, foi um dos principais locais de exploração.

Pico do Itambé

Ita-mbé, a grande pedra ou rochedo. De vários pontos da cidade avista-se o Pico do Itambé, cotado a uma altura de 2.002 metros, situado no município de Santo Antônio do Itambé, que outrora foi o orientador e o protetor de todos aqueles que vinham de Ouro Preto, no sentido Serro a Diamantina, seja pela Estrada Real ou pelos caminhos que os tropeiros enfrentavam para a comercialização de suas cargas.

Cachoeiras

Em meio às passagens entre campos, morros e serras, nos antigos caminhos dos garimpeiros e dos tropeiros, os riachos formam cachoeiras e praias naturais, rodeadas de pedras e com o fundo coberto de fina areia branca, descida das serras. São ideais para um contato direto com a natureza, sempre alegrado com flores dos campos, orquídeas, etc.

Catedral de Santo Antônio

Reza a lenda que já os primeiros bandeirantes que se fixaram no Tijuco ergueram uma tosca e pobre capela em honra de Santo Antônio, o querido santo dos portugueses. Posteriormente, em sua honra foi construída, em parte mais alta do Arraial, uma verdadeira igreja, bem maior e de muita solidez.

Essa igreja, com a elevação de Diamantina a diocese, é que foi promovida à dignidade de Catedral ou Igreja da Sé, como era conhecida por todos. Nos dias de D. Joaquim Silvério de Souza, foi forçoso destruí-la e o sucessor dele, D. Serafim Gomes Jardim, enfrentando não pequenas dificuldades, construiu, na década de 30, a atual Catedral, igreja na qual se encontra a Cátedra oficial de onde o Pastor fala a todo o povo da sua Diocese.

Aos 19 dias do mês de março de 1932 o Arcebispo de Diamantina D. Joaquim Silverio de Souza, benzeu solenemente a primeira pedra da nova Catedral Metropolitana da Arquidiocese de Diamantina, substituindo à antiga Catedral de Santo Antônio, que tinha sua frente para a Rua Direita.

Os construtores desta nova Catedral foram: Celso Tavares Werneck Machado e Anastacio Frattesi.

Teatro Santa Izabel: A antiga cadeia funcionava onde hoje está localizado o Centro Cultural. Recentemente reformado, possui sala de exibição, galeria e moderna infra-estrutura.

Igreja da Luz: Construída nos primeiros anos do século XIX por iniciativa de Dona Tereza de Jesus Perpétuo, da corte real, em cumprimento de promessa feita por ter se salvado do terremoto de 1775 em Lisboa. Possui belas imagens que datam provavelmente de princípios do século XIX.

Igreja de São Francisco

Construída a partir de 1776 e concluída em 1782. São sobretudo notáveis, nesta igreja de estilo barroco, as pinturas do forro da capela-mor, de autoria de José Soares de Araújo, e da sacristia, de Silvestre de Almeida Lopes, principal pintor da região no período rococó. Nos altares encontram-se belas imagens barrocas.

É a única igreja em Diamantina com um relógio em sua torre.

Igreja do Rosário: Construída em 1731 pelos negros escravos. É a igreja mais antiga da cidade. A pintura da capela-mor é de autoria de José Soares de Araújo; as imagens, em sua maioria, são de santos negros. Existe uma gameleira em frente à igreja que brotou de dentro de um cruzeiro que ali existia, envolvendo-o e elevando-o entre os seus troncos e galhos. A cruz está suspensa e envolvida pela árvore.

Igreja Nossa Senhora do Carmo: Construída entre 1760 e 1766 a mando do contratador de diamantes João Fernandes de Oliveira, amante de Chica da Silva. A igreja tem a curiosidade de possuir a sua torre nos fundos da edificação; segundo a crença popular, uma exigência feita por Chica da Silva para que as badaladas dos sinos não a incomodassem em sua casa, que ficava próxima à igreja.

Diamantina – Atrativos principais

Diamantina é bem diferente das outras cidades históricas das Minas Gerais. No mínimo, ela é bem menos contaminada pelo vírus do turismo, apesar da relativa fama, o que não deixa de ser ainda mais surpreendente. A razão é que lá o turismo de massa ainda não chegou. E ganha com isso quem for agora, antes que ele chegue pra valer.

As construções históricas do século XVIII enchem de charme o centro de Diamantina. São belas igrejas, sobrados e casarões suntuosos que remetem ao período colonial, quando a vida no arraial girava em torno da extração de pedras preciosas.

Você começará a desconfiar de que o mundo ainda não descobriu Diamantina quando procurar por ônibus de excursões nas ruas da cidade e só encontrar um ou outro casal passeando tranqüilamente de mãos dadas.

E terá certeza disso quando parar para conversar com os moradores da cidade (com exceção dos pães de queijo, não há nada mais gostoso em Diamantina…) e descobrir que nem agência de turismo existe por lá.

Diamantina ainda não despertou do passado. E olha que estamos falando de uma das únicas seis cidades brasileiras que fazem parte da seleta lista dos Patrimônios Mundiais da Humanidade!

A razão disso está na combinação de dois pecados: a preguiça e a ignorância ‘ um terceiro poderia ser incluído: não ter tido a curiosidade de conhecer Diamantina até hoje. A preguiça é a de encarar os 300 quilômetros (ou mais de quatro horas de viagem) que separam Diamantina de Belo Horizonte. E a ignorância em confundi-la sistematicamente com outra Diamantina, a da Chapada, lá na Bahia. Não, não é o mesmo lugar, embora tenham sido os mesmos diamantes que fizeram a fama das duas no passado.

Casa da Glória: Um dos cartões-postais de Diamantina, a construção do século XVIII traz dois sobrados interligados por um passadiço sobre a rua. Sede do Centro de Geologia da UFMG, o espaço é aberto à visitação e apresenta mapas geológicos, fotografias, quartzos e diamantes.
Casa de Juscelino Kubitschek: A casa simples onde o ex-presidente do Brasil passou a infância foi transformada em museu. Os cômodos abrigam biblioteca, objetos pessoais, fotos e os violões usados pelo político para participar das serestas.
Mercado Velho: Construído em 1835, era ponto de venda de mercadorias trazidas pelos tropeiros. Atualmente abriga o Centro Cultural David Ribeiro e a tradicional feira de artesanato, comidas, bebidas e hortifrutigranjeiros realizada aos sábados.
Vesperata: São exibições públicas de bandas de música, na mais pura tradição mineira. É um evento grandioso, uma vez que os músicos se espalham pelo cenário colonial de Diamantina, utilizando inclusive as sacadas dos casarões. Acontece de março a outubro, pelo menos duas vezes a cada mês deste período.

Visite toda a arte barroca de Diamantina e descubra um pouco da história brasileira através das Igrejas da cidade em sua região histórica.

Para amantes da natureza, explore a Gruta do Monte Cristo, a Cachoeira do Barão, Sítio Arqueológico de Batatal e a Cachoeira das Fadas. Vá a Casa da Glória e conheça de perto o antigo conjunto interligado por um passadiço que corta o alto da rua. Durante o carnaval, caia na folia em Diamantina com o Bartucada.

Fonte: www.viaje.com.br/www.minasgeraistur.com.br/www.mundi.com.br/www.coloniadiamantina.org.br/veredasdoespinhaco.com.br

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