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Raiva – Definição
A raiva é uma doença viral aguda do sistema nervoso central que afeta humanos e outros mamíferos, mas é mais comum em carnívoros (comedores de carne). Às vezes é referido como uma zoonose, ou doença de animais que pode ser transmitida aos seres humanos. A raiva é quase exclusivamente transmitida através da saliva da mordida de um animal infectado.
Outro nome para a doença é hidrofobia, que significa literalmente “medo de água”, um sintoma compartilhado por metade de todas as pessoas infectadas com raiva. Outros sintomas incluem febre, depressão, confusão, espasmos musculares dolorosos, sensibilidade ao toque, barulho alto e luz, sede extrema, dor ao engolir, salivação excessiva e perda de tônus muscular. Se a raiva não for prevenida pela imunização, é quase sempre fatal.
Raiva – O que é
A raiva é uma zoonose, o que significa que pertence a um grupo de doenças que podem ser transmitidas aos humanos a partir de animais infectados.
Durante a maior parte da história humana, a raiva foi associada a cães infectados e foi uniformemente fatal até a descoberta de Louis Pasteur de uma vacina eficaz em 1885.
A Raiva é uma doença altamente contagiosa, incurável e, conseqüentemente, fatal.
Causada pelo vírus Rhabdoviridae, pode ser transmitida por vários animais como cavalos, morcegos, etc. mas as maiores fontes de transmissão da doença aos homens são os animais domésticos.
A transmissão se dá pelo contato com a saliva (mordida ou lambedura) de animais que já estejam contaminados.
Para que os humanos sejam contaminados, não há a necessidade de que sejam mordidos ou lambidos por animais raivosos. Para isso, basta que algum tipo de ferida já existente entre em contato com a saliva do animal doente.
Os animais contaminados pela doença apresentam alguns sintomas característicos como salivação além do normal, alterações de comportamento, paralisia dos músculos faciais, aversão à claridade, etc.
O tratamento da doença deve ser realizado enquanto o doente (homem ou animal) ainda não apresentar os sintomas, pois assim que os sintomas se manifestam não existem mais chances de cura.
Assim, sempre que houver contato (tanto de humanos quanto de animais) com um animal sabidamente raivoso, desconhecido ou que não tenha sido devidamente vacinado contra a doença, é preciso que o animal agressor permaneça em observação durante dez dias.
Durante esse período, caso o animal não apresente nenhum dos sintomas da Raiva, a vítima (homem ou animal) não precisará recorrer a nenhum tipo de tratamento e o animal com a suspeita da doença (agressor) poderá ser liberado.
Caso contrário, ou seja, caso o animal agressor venha a morrer ou não tenha sido capturado e colocado em observação após o contato, é importante que a vítima procure atendimento o mais rapidamente possível para que a doença possa ser diagnosticada e, se confirmada, neutralizada, inclusive com o auxílio de vacinas específicas, sempre sob a orientação de um médico (para pacientes humanos) ou de um veterinário (caso a vítima seja outro animal).
Por trata-se de uma doença fatal onde o tratamento de cães raivosos é absolutamente ineficaz, a melhor maneira de evitar a doença é a vacinação dos animais, que deve ser feita a partir do 3º mês de vida com reforços anuais, tanto da vacina anti-rábica quanto da vacina múltipla, sempre sob a supervisão de um veterinário.
A vacinação é o único meio de prevenção da Raiva pois, caso um animal sadio que não tenha sido vacinado entre em contato ou seja atacado por um animal doente, a doença progredirá rapidamente e poderá matar o animal em até dez dias.
Raiva – Infecção
Vírus da Raiva
A raiva ou hidrofobia é encefalite infecciosa que acomete praticamente todos os mamíferos: carnívoros – canídeos (cão, lobo, raposa, hiena,chacal, etc.), felídeos(gato), mustelídeos (skunk), quirópteros (morcegos), roedores (rato, esquilos), ruminantes (boi, veado), monogástricos (cavalo), primatas (sagui, homem).
O homem é um hospedeiro acidental na cadeia infecciosa, como o são, até certo ponto, os animais domésticos (cão e gato); o grande reservatório natural é representado por animais silvestres.
Nem todo o cão mordido por animal raivoso adquire Raiva: apenas cerca de 35%, segundo Hutyra e Marek. Quanto ao risco de infecção humana, é estimado em 35-50% quando o cão excreta vírus na saliva e em apenas perto de 15% quando o vírus é detectado no cérebro, mas não na saliva.
Raiva Canina
Raiva
No cão, a doença se inicia após uma incubação de 3-6 semanas.O que mais chama a atenção no período prodrômico é o comportamento anormal do animal, que se torna arredio, desobediente ao próprio dono e come pouco, ingerindo materiais indigestos, como pedaços de madeira, palha, etc.
Duas formas clínicas são observadas: a raiva furiosa e a raiva muda ou paralítica.
Na forma furiosa, o cão apresenta sintomas de excitação, late repetidamente com voz rouca e fanhosa, investe contra tudo e contra todos, mordendo com fúria.
Apresentando-se ao cão raivoso uma vara, o animal toma-a com violência e morde-a: sinal que se atribui importância diagnóstica. A morte sobrevém em 4-7 dias, com paralisias e convulsões.
Contrariamente à crença popular, o cão raivoso não apresenta hidrofobia e procura beber até o fim, mesmo quando, em consequência de paralisia dos músculos da faringe, a deglutição se torna impossível e a saliva escoa sob a forma de baba.
Na raiva muda, como o nome indica, faltam ou são apenas mitigados os sintomas de excitação: o que domina o quadro são as paralisias, sobretudo do trem posterior e dos maxilares, estas últimas dando a impressão de que o animal tem um osso atravessado na garganta.
Raiva – Sintomas
A sintomatologia costuma começar entre 30 e 50 dias depois do contágio, mas o período de incubação varia desde 10 dias a mais de um ano.
O dito período costuma ser mais curto nas vítimas de dentadas na cabeça e nas extremidades ou naqueles que sofrem muitas mordeduras.
Em 20 % dos casos, a raiva inicia-se com a paralisia das pernas, que se vai estendendo ao resto do corpo. Contudo, a doença costuma começar com um curto período de depressão mental, inquietação, sensação de mal-estar e febre. A inquietação converte-se numa agitação descontrolada e o doente produz grande quantidade de saliva.
Os espasmos musculares da garganta e da área vocal costumam ser terrivelmente dolorosos. Estes espasmos são causados pela irritabilidade da área cerebral responsável pelas ações de engolir e respirar.
Uma brisa ligeira ou a simples tentativa de beber água podem induzir os referidos espasmos. Em consequência, uma pessoa que sofre de raiva não pode beber e, por esse motivo, a doença costuma receber o nome de hidrofobia (medo da água).
Raiva – Sintomas nos Humanos
Raiva
O homem recebe o vírus da raiva através do contato com a saliva do animal enfermo. Isto quer dizer que, para ser inoculado, não precisa necessariamente ser mordido – basta que um corte, ferida, arranhão profundo ou queimadura em sua pele entrem em contato com a saliva do raivoso.
Independente da forma de penetração o vírus dirige-se sempre para o sistema nervoso central. O tempo de incubação, porém, varia com a natureza do vírus, o local da inoculação e a quantidade inoculada. se o ponto de contágio tiver sido a cabeça, o pescoço ou os membros superiores, o período de incubação será mais breve, porque o vírus atingiráa região predileta com maior rigidez. A partir daí, o vírus migra para os tecidos, mas sobretudo para as glândulas salivares, de onde é excretado juntamente com a saliva.
Tanto no homem como nos animais, quando os sintomas da moléstia se manifestam já não há mais cura possível – a morte é certa. Assim, todo tratamento tem que ser feito durante o período de incubação, quando o paciente não apresenta sintomas e não manifesta queixas.
No homem, o primeiro sintoma é uma febre pouco intensa (38 graus centígrados) acompanhada de dor de cabeça e depressão nervosa. Em seguida, a temperatura torna-se mais elevada, atingindo 40 a 42 graus.
Logo a vítima começa a ficar inquieta e agitada, sofre espasmos dolorosos na laringe e faringe e passa a respirar e engolir com dificuldade.
Os espasmos estendem-se depois aos músculos do tronco e das extremidades dos membros, de forma intermitente e acompanhados de tremores generalizados, taquicardia, parada de respiração.
Qualquer tipo de excitação pode provocá-los (luminosa, sonora, aérea, etc.). O homem, ao contrário do cão, torna-se hidrófobo (sofre espasmos violentos quando vê ou tenta beber água).
Frequentemente experimenta ataques de terror e depressão nervosa, apresentando tendência à vociferação,à gritaria e à agressividade, com acessos de fúria, alucinações visuais e auditivas, baba e delírio.
Esse período de extrema excitação dura cerca de três dias, vindo a seguir a fase de paralisia, mais rápida e menos comum nos homens do que nos animais. É então que se nota paralisia flácida da face, da língua, dos músculos da deglutição, dos oculares e das extremidades dos membros. Mais tarde, a condição pode atingir todo o corpo.
Às vezes, a moléstia pode manifestar evolução diferente: surge com a paralisia progressiva das extremidades e logo se generaliza. Mas, seja qual for o tipo, a raiva sempre apresenta uma evolução fatal para o paciente.
Raiva – Causas e Sintomas
Raiva
A raiva é causada por um vírus em forma de bastão ou bala que pertence à família Rhabdoviridae.
O vírus da raiva é um membro de um gênero de vírus chamado lyssavírus, que inclui vários vírus relacionados que infectam insetos e mamíferos.
O vírus da raiva geralmente é transmitido por mordida de animal, no entanto, também foram relatados casos em que o vírus penetrou no corpo através de saliva infectada, tecidos úmidos, como olhos ou lábios, um arranhão na pele ou transplante de tecidos infectados.
Acredita-se que a inalação do vírus no ar, como pode ocorrer em uma caverna de morcegos altamente povoada, também ocorra.
A partir da picada ou de outra área de penetração, o vírus se multiplica à medida que se espalha ao longo dos nervos que se afastam da medula espinhal e do cérebro (nervos eferentes) e nas glândulas salivares.
O vírus da raiva pode permanecer latente no corpo por várias semanas ou meses, mas raramente por muito mais tempo, antes que os sintomas apareçam. Inicialmente, a área ao redor da mordida pode queimar e ser dolorosa. Os primeiros sintomas também podem incluir dor de garganta, febre baixa, dor de cabeça, perda de apetite, náuseas e vômitos e diarreia.
Espasmos dolorosos se desenvolvem nos músculos que controlam a respiração e a deglutição. O indivíduo pode começar a babar saliva espessa e pode ter pupilas dilatadas ou irregulares, aumento das lágrimas e transpiração e pressão arterial baixa.
Mais tarde, à medida que a doença progride, o paciente torna-se agitado e combativo e pode apresentar confusão mental aumentada. A pessoa afetada geralmente se torna sensível ao toque, ruídos altos e luzes brilhantes. A vítima também fica com muita sede, mas não consegue beber porque a deglutição é dolorosa. Alguns pacientes começam a temer a água por causa dos espasmos dolorosos que ocorrem. Outros sintomas graves durante o estágio posterior da doença incluem salivação excessiva, desidratação e perda de tônus muscular.
A morte geralmente ocorre de três a 20 dias após o desenvolvimento dos sintomas. Infelizmente, a recuperação é muito rara.
Raiva – Diagnóstico
Quando alguém é mordido por um animal doente ou selvagem, a maior preocupação deve ser a possibilidade de que ele tivesse raiva.
Para determinar se se trata de um animal raivoso é habitualmente necessário efetuar um exame de uma amostra de tecido cerebral. Para isso, o animal deve ser capturado e observado. Na realidade, deverá ser sacrificado para se lhe examinar o cérebro. Entretanto, se um cão ou um gato sem sintomas morder uma pessoa, pode ser confinado e examinado por um veterinário durante 10 dias. Se, ao fim deste tempo, o animal continuar saudável, pode chegar-se à conclusão de que não tinha raiva no momento da mordedura.
Se um indivíduo que foi mordido por um animal desenvolver sintomas de inflamação cerebral progressiva (encefalite), é provável que a causa seja raiva.
Não serve de nada fazer um exame para detectar o vírus antes de aparecerem sintomas. Uma biopsia cutânea, segundo a qual se colhe uma amostra de pele (geralmente do pescoço) para a examinar ao microscópio, pode revelar a presença do vírus.
Após o início dos sintomas, serão realizados exames de sangue e análise do líquido cefalorraquidiano (LCR). O líquido cefalorraquidiano será coletado durante um procedimento chamado punção lombar, no qual uma agulha é usada para retirar uma amostra de LCR da área ao redor da medula espinhal. Os testes do líquido cefalorraquidiano LCR não confirmam o diagnóstico, mas são úteis para descartar outras causas potenciais para o estado mental alterado do paciente.
Os dois testes diagnósticos mais comuns são o teste de anticorpos fluorescentes e o isolamento do vírus da raiva da saliva de um indivíduo ou cultura da garganta.
O teste de anticorpos fluorescentes envolve a coleta de uma pequena amostra de pele (biópsia) da parte de trás do pescoço do paciente. Se proteínas específicas, chamadas anticorpos, que são produzidas apenas em resposta ao vírus da raiva estiverem presentes, elas se ligarão ao corante fluorescente e se tornarão visíveis.
Outro procedimento diagnóstico envolve fazer uma impressão da córnea na qual um swab ou lâmina é pressionado levemente contra a córnea do olho para determinar se há material viral.
Raiva – Profilaxia
O controle e profilaxia visa vacinar os animais de estimação a partir de 3 meses de idade e depois anualmente; capturar cães de rua; controlar os transmissores (morcegos), evitando, porém, contato direto com o mesmo.
Caso seja detectada a presença de morcegos em alguma região deve-se: procurar iluminar áreas externas nas residências; colocar telas nos vãos, janelas e buracos e fechar ou vedar porões, pisos falsos e cômodos pouco utilizados que permitam o alojamento de colônias.
O animal com suspeita de raiva deve ser isolado e ficar em observação ou sofrer eutanásia para ser realizado um exame do cérebro e tronco cerebral em busca do vírus.
Se houve exposição humana ou animal de um outro animal com sintomas clínicos sugestivos de raiva, deverá ocorrer inoculação em camundongos para verificar a presença do vírus, isto quando o exame cerebral der negativo.
Raiva – Prevenção e tratamento
Para prevenir a raiva devem tomar-se certas medidas antes da exposição ao vírus ou então imediatamente após a mesma. Por exemplo, pode aplicar-se uma vacina a quem tem um elevado risco de ser exposto ao vírus.
Entre esses indivíduos encontram-se os veterinários, os técnicos de laboratório que manipulam animais potencialmente infectados, os que vivem ou permanecem mais de 30 dias em países em vias de desenvolvimento em que a raiva canina seja muito frequente e os que se dedicam a explorar cavernas com morcegos.
A vacinação oferece um certo grau de proteção a quase toda a gente durante o resto da vida. Contudo, os níveis de anticorpos descem com o passar do tempo; assim, as pessoas com um risco elevado de continuar expostas deverão receber uma dose de reforço todos os dois anos.
Os indivíduos que tenham sido mordidos por um animal raivoso raramente desenvolvem a doença se forem de imediato tomadas medidas preventivas. Os mordidos por coelhos e roedores (incluindo esquilos, ardas, ratazanas e ratos) não precisam de tratamento ulterior, a menos que exista uma forte suspeita de raiva; estes animais raramente estão infectados.
Já aqueles que tenham sido mordidos por animais selvagens como as doninhas, os texugos, as raposas e os morcegos necessitam de tratamento, a não ser que o animal possa ser capturado e se demonstre que não tem raiva.
A melhor medida de prevenção é tratar de imediato a ferida causada pela mordedura de um animal. A zona contaminada é cuidadosamente desinfetada. As feridas profundas são lavadas com água e sabão.
Uma vez limpas as feridas, as pessoas que não tenham sido previamente imunizadas com a vacina contra a raiva recebem uma injeção de imunoglobulina contra esta, aplicando metade da dose na área da mordedura.
Também lhes é injetada a vacina contra a raiva no mesmo dia da exposição ao vírus e após 3, 7, 14 e 28 dias. A dor e a inflamação da zona da injeção costumam ser pouco importantes.
É raro verificarem-se reações alérgicas graves durante a série de cinco injeções; menos de 1 % dos vacinados desenvolvem febre depois de a terem recebido.
Em alguém mordido que já tenha sido anteriormente vacinado, o risco de contrair a raiva é baixo, mas mesmo assim é fundamental limpar a ferida de imediato e aplicar duas doses da vacina (nos dias 0 e 2).
Antes de se poder contar com a terapêutica que existe na atualidade, a pessoa que sofria de raiva morria ao fim de 3 a 10 dias depois de se manifestarem os sintomas.
A maioria morria em virtude de uma obstrução nas vias respiratórias (asfixia), convulsões, esgotamento ou paralisia generalizada. Apesar de no passado se considerar que a morte por raiva era inevitável, alguns sobreviviam. Nesses casos a sobrevivência pode ser atribuída aos cuidados intensivos para controlar os sintomas que afetavam os pulmões, o coração e o cérebro. Uma vez que os sintomas tenham aparecido, já nenhuma vacina nem imunoglobulina contra a raiva parece terem qualquer efeito.
Fonte: www.fasprotecaoanimal.org.br/www.manualmerck.net/www.encyclopedia.com/www.cdc.gov/my.clevelandclinic.org/www.avma.org/www.pasteur.fr