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Pronome – O que é
Pronome é a classe de palavras que substitui uma frase nominal. Inclui palavras como ela, eles e algo.
Os pronomes são reconhecidos como uma parte do discurso distinta das demais desde épocas antigas.
Essencialmente, um pronome é uma única palavra (ou raramente uma forma mais longa), com pouco ou nenhum sentido próprio, que funciona como um sintagma nominal completo.
O pronome é a palavra que acompanha ou substitui o substantivo, relacionando-o com uma das pessoas do discurso.
Quando um pronome substitui o substantivo ele é chamado de pronome substantivo.
Os pronomes classificam-se em vários tipos.
Os pronomes pessoais apontam para algum participante da situação de fala: eu, você, nós, ela, eles. Os pronomes demonstrativos apontam no espaço ou no tempo, como este em “Este é um bom livro”. Os pronomes interrogativos fazem perguntas, como quem em “Quem está aí?”. Os pronomes indefinidos, como alguém ou alguma coisa, preenchem um espaço numa frase sem fornecer muito significado específico, como em “Você precisa de alguma coisa?”. Os pronomes relativos introduzem orações relativas, como o que em “Os estudantes que tiraram a roupa durante a cerimônia de formatura estão encrencados”. Finalmente, um pronome reflexivo como si mesmo e um pronome recíproco como um (a)o outro referem-se a outros sintagmas nominais presentes na sentença de maneiras específicas, como em “Ela amaldiçoou a si mesma” e “Eles estão elogiando muito um ao outro, ultimamente”.
Como regra geral, um pronome não pode tomar um modificador, mas há umas poucas exceções: pobre de mim, coitado dele, alguém que entenda do assunto, alguma coisa interessante.
Pronome – Classe de Palavras
Pronome é uma subclasse de palavras variáveis que se antepõem ao substantivo para identificar e determinar o ser que este exprime. Se se trata Pronome
É a palavra que acompanha (determina) ou substitui um nome.
Ex.: Ana disse para sua irmã:
– Eu preciso do meu livro de matemática. Você não o encontrou? Ele estava aqui em cima da mesa.
1. eu substitui “Ana”
2. meu acompanha “o livro de matemática”
3. o substitui “o livro de matemática”
4. ele substitui “o livro de matemática”
Flexão:
Quanto à forma, o pronome varia em gênero, número e pessoa:
Gênero: (masculino/feminino) Ele saiu/Ela saiu Meu carro/Minha casa
Número: (singular/plural) Eu saí/Nós saímos Minha casa/Minhas casas
Pessoa: (1ª/2ª/3ª) Eu saí/Tu saíste/Ele saiu Meu carro/Teu carro/Seu carro
Função
O pronome tem duas funções fundamentais:
Substituir o nome: Nesse caso, classifica-se como pronome substantivo e constitui o núcleo de um grupo nominal. Ex.: Quando cheguei, ela se calou. (ela é o núcleo do sujeito da segunda oração e se trata de um pronome substantivo porque está substituindo um nome)
Referir-se ao nome: Nesse caso, classifica-se como pronome adjetivo e constitui uma palavra dependente do grupo nominal. Ex.: Nenhum aluno se calou. (o sujeito “nenhum aluno” tem como núcleo o substantivo “aluno” e como palavra dependente o pronome adjetivo “nenhum”)
Pronomes Pessoais
São aqueles que substituem os nomes e representam as pessoas do discurso:
1ª pessoa – a pessoa que fala – EU/NÓS
2ª pessoa – a pessoa com que se fala – TU/VÓS
3ª pessoa – a pessoa de quem se fala – ELE/ELA/ELES/ELAS
Pronomes pessoais retos: são os que têm por função principal representar o sujeito ou predicativo.
Pronomes pessoais oblíquos: são os que podem exercer função de complemento.
Pronome – Tipo
Pronomes oblíquos
Associação de pronomes a verbos:
Os pronomes oblíquos o, a, os, as, quando associados a verbos terminados em -r, -s, -z, assumem as formas lo, la, los, las, caindo as consoantes.
Ex.: Carlos quer convencer seu amigo a fazer uma viagem. Carlos quer convencê-lo a fazer uma viagem.
Quando associados a verbos terminados em ditongo nasal (-am, -em, -ão, -õe), assumem as formas no, na, nos, nas.
Ex.: Fizeram um relatório.
Fizeram-no.
Os pronomes oblíquos podem ser reflexivos e quando isso ocorre se referem ao sujeito da oração.
Ex.: Maria olhou-se no espelho
Eu não consegui controlar-me diante do público.
Antes do infinitivo precedido de preposição, o pronome usado deverá ser o reto, pois será sujeito do verbo no infinitivo
Ex.: O professor trouxe o livro para mim.(pronome oblíquo, pois é um complemento)
O professor trouxer o livro para eu ler.(pronome reto, pois é sujeito)
Pronomes de tratamento
São aqueles que substituem a terceira pessoa gramatical. Alguns são usados em tratamento cerimonioso e outros em situações de intimidade.
Conheça alguns:
você (v.) : tratamento familiar senhor (Sr.),
senhora (Srª.): tratamento de respeito senhorita
(Srta.): moças solteiras Vossa Senhoria
(V.Sª.): para pessoa de cerimônia
Vossa Excelência (V.Exª.): para altas autoridades
Vossa Reverendíssima (V. Revmª.): para sacerdotes
Vossa Eminência (V.Emª.): para cardeais
Vossa Santidade (V.S.): para o Papa
Vossa Majestade (V.M.): para reis e rainhas
Vossa Majestade Imperial (V.M.I.): para imperadores
Vossa Alteza (V.A.): para príncipes, princesas e duques
ATENÇÃO
1- Os pronomes e os verbos ligados aos pronomes de tratamento devem estar na 3ª pessoa. Ex.: Vossa Excelência já terminou a audiência? (nesse fragmento se está dirigindo a pergunta à autoridade)
2- Quando apenas nos referimos a essas pessoas, sem que estejamos nos dirigindo a elas, o pronome “vossa” se transforma no possessivo “sua”.
Ex.: Sua Excelência já terminou a audiência? (nesse fragmento não se está dirigindo a pergunta à autoridade, mas a uma terceira pessoa do discurso)
Pronomes Possessivos
São aqueles que indicam idéia de posse. Além de indicar a coisa possuída, indicam a pessoa gramatical possuidora.
Masculino Feminino Singular Plural meu meus minha minhas teu teus tua tuas seu seus sua suas nosso nossos nossa nossas vosso vossos vossa vossas seu seus sua suas
ATENÇÃO!
Existem palavras que eventualmente funcionam como pronomes possessivos. Ex.: Ele afagou-lhe (= seus) os cabelos.
Pronomes Demonstrativos
Os pronomes demonstrativos possibilitam localizar o substantivo em relação às pessoas, ao tempo, e sua posição no interior de um discurso.
Pronomes Espaço Tempo Ao dito Enumeração
este, esta, isto, estes, estas Perto de quem fala (1ª pessoa). Presente Referente aquilo que ainda não foi dito. Referente ao último elemento citado em uma enumeração.
Ex.: Não gostei deste livro aqui. Ex.: Neste ano, tenho realizado bons negócios. Ex.: Esta afirmação me deixou surpresa: gostava de química. Ex.: O homem e a mulher são massacrados pela cultura atual, mas esta é mais oprimida.
esse, essa, esses, essas Perto de quem ouve (2ª pessoa). Passado ou futuro próximos Referente aquilo que já foi dito.
Ex.: Não gostei desse livro que está em tuas mãos. Ex.: Nesse último ano, realizei bons negócios Ex.: Gostava de química. Essa afirmação me deixou surpresa
aquele, aquela, aquilo, aqueles, aquelas Perto da 3ª pessoa, distante dos interlocutores. Passado ou futuro remotos Referente ao primeiro elemento citado em uma enumeração.
Ex.: Não gostei daquele livro que a Roberta trouxe. Ex.: Tenho boas recordações de 1960, pois naquele ano realizei bons negócios. Ex.: O homem e a mulher são massacrados pela cultura atual, mas esta é mais oprimida que aquele.
Pronomes Indefinidos
São pronomes que acompanham o substantivo, mas não o determinam de forma precisa.
Alguns pronomes indefinidos: algum mais qualquer bastante menos quanto cada muito tanto certo nenhum todo/tudo diferentes outro um diversos pouco vários demais qual
Algumas locuções pronominais indefinidas: cada qual qualquer um tal e qual seja qual for sejam quem for todo aquele quem quer (que) uma ou outra todo aquele (que) tais e tais tal qual seja qual for
CURIOSIDADES
Uso de alguns pronomes indefinidos:
Algum
a) quando anteposto ao substantivo da idéia de afirmação: “Algum dinheiro terá sido deixado por ela.”
b) quando posposto ao substantivo dá idéia de negação: “Dinheiro algum terá sido deixado por ela.” Obs.: O uso desse pronome indefinido antes ou depois do verbo está ligado à intenção do enunciador.
Demais
Este pronome indefinido, muitas vezes, é confundido com o advérbio “demais” ou com a locução adverbial “de mais”. Ex.: ” Maria não criou nada de mais além de uma cópia do quadro de outro artista.” (locução adverbial)
“Maria esperou os demais.” (pronome indefinido = os outros) “Maria esperou demais.” (advérbio de intensidade)
Todo
É usado como pronome indefinido e também como advérbio, no sentido de completamente, mas possuindo flexão de gênero e número, o que é raro em um advérbio.
Ex.: “Percorri todo trajeto.” (pronome indefinido) “Por causa da chuva, a roupa estava toda molhada.” (advérbio)
Cada
Possui valor distributivo e significa todo, qualquer dentre certo número de pessoas ou de coisas.
Ex.: “Cada homem tem a mulher que merece.”
Este pronome indefinido não pode anteceder substantivo que esteja em plural (cada férias), a não ser que o substantivo venha antecedido de numeral (cada duas férias).
Pode, às vezes, ter valor intensificador: “Mário diz cada coisa idiota!”
Pronomes relativos
São aqueles que representam nomes que já foram citados e com os quais estão relacionados. O nome citado denomina-se ANTECEDENTE do pronome relativo.
Ex.: “A rua onde moro é muito escura à noite.” onde: pronome relativo que representa “a rua” a rua : antecedente do pronome “onde”
FORMAS VARIÁVEIS FORMAS INVARIÁVEIS
Masculino Feminino o qual / os quais a qual / as quais quem quanto / quantos quanta / quantas que cujo / cujos cuja / cujas onde
O pronome relativo QUEM sempre possui como antecedente uma pessoa ou coisas personificadas, vem sempre antecedido de preposição e possui o significado de “O QUAL”
Ex.: “Aquela menina de quem lhe falei viajou para Paris.” Antecedente: menina
Pronome relativo antecedido de preposição: de quem
Os pronomes relativos CUJO, CUJA sempre precedem a um substantivo sem artigo e possuem o significado “DO QUAL” “DA QUAL” Ex.: “O livro cujo autor não me recordo.”
Os pronomes relativos QUANTO(s) e QUANTA(s) aparecem geralmente precedidos dos pronomes indefinidos tudo, tanto(s), tanta(s), todos, todas. Ex.: “Você é tudo quanto queria na vida.”
O pronome relativo ONDE tem sempre como antecedente palavra que indica lugar. Ex.: “A casa onde moro é muito espaçosa.”
O pronome relativo QUE admite diversos tipos de antecedentes: nome de uma coisa ou pessoa, o pronome demonstrativo ou outro pronome. Ex.: “Quero agora aquilo que ele me prometeu.”
Os pronomes relativos, na maioria das vezes, funcionam como conectivos, permitindo-nos unir duas orações em um só período.
Ex.:A mulher parece interessada. A mulher comprou o livro. ( A mulher que parece interessada comprou o livro.)
Pronomes interrogativos
Os pronomes interrogativos levam o verbo à 3ª pessoa e são usados em frases interrogativas diretas ou indiretas.
Não existem pronomes exclusivamente interrogativos e sim que desempenham função de pronomes interrogativos, como por exemplo: QUE, QUANTOS, QUEM, QUAL, etc.
Ex.: “Quantos livros teremos que comprar?” “Ele perguntou quantos livros teriam que comprar.” “Qual foi o motivo do seu atraso?”
Pronome – Palavra
Palavra variável em gênero, número e pessoa que substitui ou acompanha um substantivo, indicando-o como pessoa do discurso.
Pronome substantivo X pronome adjetivo
Esta classificação pode ser atribuída a qualquer tipo de pronome, podendo variar em função do contexto frasal.
pronome substantivo – substitui um substantivo, representando-o. (Ele prestou socorro)
pronome adjetivo – acompanha um substantivo, determinando-o. (Aquele rapaz é belo)
Observação
Os pronomes pessoais são sempre substantivos
Pessoas do discurso
1a pessoa – aquele que fala, emissor
2a pessoa – aquele com quem se fala, receptor3a pessoa – aquele de que ou de quem se fala, referente
Tipos de pronomes
Pessoal
Indicam uma das três pessoas do discurso, substituindo um substantivo. Podem também representar, quando na 3ª pessoa, uma forma nominal anteriormente expressa.
Ex.: A moça era a melhor secretária, ela mesma agendava os compromissos do chefe.
Possessivo
Fazem referência às pessoas do discurso, apresentando-as como possuidoras de algo. Concordam em gênero e número com a coisa possuída.
Emprego:
normalmente, vem antes do nome a que se refere; podendo, também, vir depois do substantivo que determina. Neste último caso, pode até alterar o sentido da frase
seu (a/s) pode causar ambigüidade, para desfazê-la, deve-se preferir o uso do dele (a/s) (Ele disse que Maria estava trancada em sua casa – casa de quem?)
pode indicar aproximação numérica (ele tem lá seus 40 anos), posse figurada (“Minha terra tem palmeiras”), valor de indefinição = algum (Tenho cá as minhas dúvidas!)
nas expressões do tipo “Seu João”, seu não tem valor de posse por ser uma alteração fonética de Senhor
Demonstrativo
Indicam posição de algo em relação às pessoas do discurso, situando-o no tempo e/ou no espaço.
São: este (a/s), isto, esse (a/s), isso, aquele (a/s), aquilo. Isto, isso e aquilo são invariáveis e se empregam exclusivamente como substitutos de substantivos.
Mesmo, próprio, semelhante, tal (s) e o (a/s) podem desempenhar papel de pronome demonstrativo.
Emprego:
uso dêitico, indicando localização no espaço – este (aqui), esse (aí) e aquele (lá)
uso dêitico, indicando localização temporal – este (presente), esse (passado próximo) e aquele (passado remoto ou bastante vago)
uso anafórico, em referência ao que já foi ou será dito – este (novo enunciado) e esse (retoma informação)
as formas aqui, aí, ali, lá e acolá para RL são pronomes adverbiais demonstrativos
o, a, os, as são demonstrativos quando equivalem a aquele (a/s), isto (Leve o que lhe pertence)
tal é demonstrativo se puder ser substituído por esse (a), este (a) ou aquele (a) e semelhante, quando anteposto ao substantivo a que se refere e equivalente a “aquele”, “idêntico” (O problema ainda não foi resolvido, tal demora atrapalhou as negociações / Não brigue por semelhante causa)
mesmo e próprio são demonstrativos, se precedidos de artigo, quando significarem “idêntico”, “igual” ou “exato”. Concordam com o nome a que se referem (Separaram crianças de mesmas séries)
como referência a termos já citados, os pronomes aquele (a/s) e este (a/s) são usados para primeira e segunda ocorrências, respectivamente, em apostos distributivos (O médico e a enfermeira estavam calados: aquele amedrontado e esta calma / ou: esta calma e aquele amedrontado)
pode ocorrer a contração das preposições a, de, em com os pronomes demonstrativos (Não acreditei no que estava vendo / Fui àquela região de montanhas / Fez alusão à pessoa de azul e à de branco)
podem apresentar valor intensificador ou depreciativo, dependendo do contexto frasal (Ele estava com aquela paciência / Aquilo é um marido de enfeite)
nisso e nisto (em + pronome) podem ser usados com valor de “então” ou “nesse momento” (Nisso, ela entrou triunfante – nisso = advérbio)
Relativo
Retoma um termo expresso anteriormente (antecedente) e introduz uma oração dependente, adjetiva.
São eles que, quem e onde – invariáveis; além de o qual (a/s), cujo (a/s) e quanto (a/s).
São chamados relativos indefinidos quando são empregados sem antecedente expresso (Quem espera sempre alcança / Fez quanto pôde)
Emprego:
o antecedente do relativo pode ser demonstrativo o (a/s) (O Brasil divide-se entre os que lêem ou não)
como relativo, quanto refere-se ao antecedente tudo ou todo (Ouvia tudo quanto me interessava)
quem será precedido de preposição se estiver relacionado a pessoas ou seres personificados expressos
quem = relativo indefinido quando é empregado sem antecedente claro, não vindo precedido de preposição
cujo (a/s) é empregado para dar a idéia de posse e não concorda com o antecedente e sim com seu conseqüente. Ele tem sempre valor adjetivo e não pode ser acompanhado de artigo.
Indefinido
Referem-se à 3ª pessoa do discurso quando considerada de modo vago, impreciso ou genérico, representando pessoas, coisas e lugares. Alguns também podem dar idéia de conjunto ou quantidade indeterminada. Em função da quantidade de pronomes indefinidos, merece atenção sua identificação.
Emprego
algum, após o substantivo a que se refere, assume valor negativo (= nenhum) (Computador algum resolverá o problema)
cada deve ser sempre seguido de um substantivo ou numeral (Elas receberam 3 balas cada uma)
alguns pronomes indefinidos, se vierem depois do nome a que estiverem se referindo, passam a ser adjetivos. (Certas pessoas deveriam ter seus lugares certos / Comprei várias balas de sabores vários)
bastante pode vir como adjetivo também, se estiver determinando algum substantivo, unindo-se a ele por verbo de ligação (Isso é bastante para mim)
o pronome outrem equivale a “qualquer pessoa”
o pronome nada, colocado junto a verbos ou adjetivos, pode equivaler a advérbio (Ele não está nada contente hoje)
o pronome nada, colocado junto a verbos ou adjetivos, pode equivaler a advérbio (Ele não está nada contente hoje)
existem algumas locuções pronominais indefinidas – quem quer que, o que quer, seja quem for, cada um etc.
todo com valor indefinido antecede o substantivo, sem artigo (Toda cidade parou para ver a banda ? Toda a cidade parou para ver a banda)
Interrogativo
São os pronomes indefinidos que, quem, qual, quanto usados na formulação de uma pergunta direta ou indireta. Referem-se à 3a pessoa do discurso. (Quantos livros você tem? / Não sei quem lhe contou)
Observação: há interrogativos adverbiais (Quando voltarão? / Onde encontrá-los? / Como foi tudo?)
Pronome – Classificação
Pronome é a palavra que substitui ou acompanha um substantivo, relacionando-o à pessoa do discurso.
As pessoas do discurso são três:
Primeira pessoa-a pessoa que fala
Segunda pessoa-a pessoa com quem se fala
Terceira pessoa-a pessoa de quem se fala
Classificação do Pronome
Há seis tipos de pronomes: pessoais, possessivos, demonstrativos, indefinidos, interrogativos e relativos.
Pronomes pessoais
Os pronomes pessoais substituem os substantivos, indicando as pessoas do discurso.
São eles: retos, oblíquos e de tratamento.
Pronomes pessoais retos e oblíquos:
Pessoas do discurso |
Pronomes Retos |
Pronomes oblíquos |
primeira pessoa do singular segunda pessoa do singular terceira pessoa do singular |
eu tu ele/ela |
me, mim, comigo te, ti, contigo se, si, o, a, lhe, consigo |
primeira pessoa do plural segunda pessoa do plural terceira pessoa do plural |
nós vós eles/elas |
nos, conosco vos, convosco se, si, os, os, lhes, consigo |
Formas Pronominais
Os pronomes o, a, os, as, adquirem as seguintes formas:
lo, la, los, las, quando associados a verbos terminados em r, s ou z.
Ex.: encontrá-lo, fê-las…
no, na, nos, nas, quando associados a verbos terminados em som nazal.
Ex.: encontraram-no, põe-as.
Pronomes pessoais de Tratamento
Os pronomes pessoais de tratamento representam a forma de se tratar as pessoas: trato cortês ou informal.
Os mais usados são: Você, Senhor, Vossa Senhoria, Vossa Excelência, Vossa Alteza, Vossa Majestade, Vossa Magnificência…
Pronomes possessivos
Pronomes Possessivos são palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical(possuidor), acrescentam a ela a idéia de posse de algo(coisa possuída).
Pronomes possessivos
primeira pessoa do singular segunda pessoa do singular terceira pessoa do singular |
meu, minha, meus, minhas teu, tua, teus, tuas seu, sua, seus, suas |
primeira pessoa do plural segunda pessoa do plural terceira pessoa do plural |
nosso, nossa, nossos, nossas vosso, vossa, vossos, vossas seu, sua, seus, suas |
O pronome possessivo concorda em pessoa com o possuidor e em gênero e número com a coisa possuída.
Pronomes Demonstrativos
Pronomes Demonstrativos são palavras que indicam, no espaço ou no tempo, a posição de um ser em relação às pessoas do discurso.
Pronomes demonstrativos
Variáveis |
Invariáveis |
este, esta, estes, estas esse, essa, esses, essas aquele, aquela, aqueles, aquelas |
isto isso aquilo |
Pronomes Indefinidos
Pronomes Indefinidos são palavras que se referem à Terceira pessoa do discurso, dando-lhe sentido vago ou expressando quantidade indeterminada.
Pronomes indefinidos
Variáveis |
Invariáveis |
algum, nenhum, todo, muito pouco, certo, outro, quanto tanto, vários, diversos um, qual, bastante |
Algo, alguém nada, ninguém tudo, cada outrem, quem mais menos, demais |
Pronomes Interrogativos
Pronomes Interrogativos são aqueles usados na formulação de perguntas diretas ou indiretas. Assim como os indefinidos, referem-se a Terceira Pessoa do Discurso.
São eles: que, quem, qual, quanto…
Pronomes Relativos
São pronomes relativos aqueles que representam nomes já mensionados anteriormente e com os quais se relacionam.
Ex.: A página que estou navegando é muito boa.
Pronomes relativos
Variáveis |
Invariáveis |
o qual, cujo, quanto |
que, quem, onde |
Pronome – Classe de Substitutos
Podemos considerar os pronomes como uma classe de substitutos, pela característica que apresentam de, na maioria dos casos, poderem ser comutados por sintagmas substantivos. O sistema de pronomes do português é rico e complexo.
Flexões dos pronomes
Os pronomes são flexionados em pessoa, gênero, número, e caso, embora o sistema pronominal seja defectivo, como se observa no quadro de pronomes, onde existem lacunas que correspondem à ausência de algumas possibilidades de flexão. A flexão em gênero, por exemplo só existe para alguns pronomes de terceira pessoa. Muitas flexões apresentam a mesma forma que outras próximas no quadro.
A flexão de caso, em português, está presente apenas nos pronomes, que comportam três casos: reto, oblíquo OD e oblíquo SSp.
Reto
O caso reto é empregado quando o pronome desempenha função de Sujeito da Frase.
Oblíquo OD
O caso oblíquo OD é usado quando o pronome funciona como Objeto direto na Frase.
Oblíquo SSp
O caso oblíquo SSp, por sua vez, é usado em função de sintagma Substantivo preposicionado. Uma especialização do caso oblíquo SSp são os pronomes reflexivos. O oblíquo reflexivo é usado quando o pronome ocupa função de Objeto indireto e, além disso, o Sujeito e o Objeto indireto da Frase denotam o mesmo referente.
Terceira pessoa em função de segunda
Uma característica marcante do nosso sistema pronominal é a possibilidade de, em certos casos, se usar uma flexão de pessoa com valor de outra. O caso mais notável dessa peculiaridade ocorre quando nos dirigimos à quem se fala (segunda pessoa do discurso) usando pronomes de terceira pessoa. Nesse caso, o verbo também pode vir flexionado em terceira pessoa.
Observe os exemplos:
Tu podes me informar as horas?
Você pode me informar as horas?
O pronome da Frase um está flexionado em segunda pessoa e o pronome da Frase dois, está em terceira pessoa. No entanto, as frases se equivalem já que por meio de ambas, nos dirigimos ao receptor, ou seja, à segunda pessoa do discurso.
O uso de flexões de terceira pessoa em lugar de segunda explica-se historicamente. Os pronomes de tratamento eram formas cerimoniais de se dirigir às autoridades. Pela etiqueta da época, não se considerava apropriado dirigir-se à autoridade diretamente, usando pronomes de segunda pessoa. Os pronomes de tratamento, na verdade, citavam a pessoa a quem se fala de uma forma indireta, referindo-se à seus atributos.
Por exemplo: Em vez de dizer:
Tu podes me conceder um favor?
dizia-se:
Vossa mercê pode me conceder um favor?
Vossa senhoria pode me conceder um favor?
A forma de tratamento vossa mercê evoluiu para o pronome atual você. Essa maneira de se dirigir à quem se fala em terceira pessoa se consolidou na língua portuguesa e hoje não se limita aos pronomes de tratamento e às situações formais. Temos no português contemporâneo, regras que definem como usar flexões pronominais de terceira pessoa em função de segunda.
Vamos conhecer essas regras a seguir:
Reto
Frases com o pronome tu podem ser comutadas com correspondentes que usem pronomes de tratamento.
Por exemplo
Tu podes me fazer um favor?
Você pode me fazer um favor?
O senhor pode me fazer um favor?
Observe que o verbo concorda com a pessoa do pronome.
Oblíquo SSp átono
Frases com o pronome te podem ser comutadas por correspondentes que usem lhe ou a + pronome de tratamento.
Exemplos
Concedo-te o benefício.
Concedo-lhe o benefício.
Concedo a você o benefício.
Concedo ao senhor o benefício.
Oblíquo SSp tônico
Frases com o pronome ti são comutáveis por correspondentes que apresentem o pronome lhe ou pronomes de tratamento.
Exemplos
Concedo a ti o benefício.
Concedo-lhe o benefício.
Concedo a você o benefício.
Concedo ao senhor o benefício.
Observe que lhe substitui preposição + pronome tônico.
Com + pronome
Frases com a forma contigo podem ser permutadas com correspondentes que usem consigo ou com + pronome de tratamento.
Exemplos
Vou contigo ao escritório.
Vou consigo ao escritório.
Vou com você ao escritório.
Vou com o senhor ao escritório.
Não existem formas de segunda pessoa para oblíquo OD átono, oblíquo SSp átono reflexivo, oblíquo SSp tônico reflexivo, e pronomes de tratamento logo, não há como fazer permuta com formas de terceira pessoa nesses casos.
No caso dos pronomes lhe e consigo, somente pelo contexto podemos discernir se estão sendo usados em função de segunda ou terceira pessoa.
Embora os pronomes de tratamento sejam de terceira pessoa, seu uso ocorre praticamente só em função de segunda.
Emprego dos pronomes pessoais
1. Os pronomes pessoais do caso reto (eu, tu, ele/ela, nos, vós, eles/elas) devem ser empregados na função sintática de sujeito. Considera-se errado seu emprego como complemento.
Convidaram ele para a festa. (errado)
Eu cheguei atrasado. (certo)
Receberam nós com atenção. (errado)
Ele compareceu à festa (certo)
2. Na função de complemento. Usam-se os pronomes oblíquos e não os pronomes retos.
Convidei ele. (errado) Convidei-o. (certo)
Chamaram nós. (errado) Chamaram-nos. (certo)
3. Os pronomes retos (exceto eu e tu), quando antecipados de preposição, passam a funcionar como oblíquos. Neste caso, considera-se correto seu emprego como complemento.
Informaram a ele os reais motivos.
Emprestaram a nós os livros.
Eles gostam muito de nós.
4. As formas retas eu e tu só podem funcionar como sujeito. Considera-se errado seu emprego como complemento.
Nunca houve desentendimentos entre eu e tu. (errado)
Nunca houve desentendimentos entre mim e ti. (certo)
* Como regra prática, podemos propor o seguinte: quando precedidas de preposição não se usam as formas retas eu e tu, mas as formas oblíquas mim e ti.
Ninguém irá sem eu. (errado)
Ninguém irá sem mim. (certo)
Nunca houve discussões entre eu e tu. (errado)
Nunca houve discussões entre mim e ti. (certo)
Há, no entanto, um caso em que se empregam as formas retas eu e tu mesmo precedidas por preposição: quando essas formas funcionam como sujeito de um verbo no infinitivo.
Deram o livro para eu ler.
Deram o livro para tu leres.
Verifique que, neste caso, o emprego das formas retas eu e tu é obrigatório, na medida em que tais pronomes exercem a função sintática de sujeito.
5. Os pronomes oblíquos se, si, consigo devem ser empregados somente como reflexivos. Considera-se errada qualquer construção em que os referidos pronomes não sejam reflexivos.
Querida, gosto muito de si. (errado)
Querida, gosto muito de você. (certo)
Preciso muito falar consigo. (errado)
Preciso muito falar com você. (certo)
Observe que nos exemplos que seguem não há erro algum, pois os pronomes e, si consigo foram empregados como reflexivos.
Ele feriu-se.
Cada um faça por si mesmo a redação.
O professor trouxe as provas consigo.
6. Os pronomes oblíquos conosco e convosco são utilizados normalmente em sua forma sintética. Caso haja palavras de reforço, tais pronomes devem ser substituídos pela forma analítica.
Queriam falar conosco.
Queriam falar com nós dois.
Queriam conversar convosco.
Queriam conversar com vós próprios.
7. Os pronomes oblíquos podem aparecer combinados entre si.
As combinações possíveis são as seguintes:
me + o = mo me + os = mos me + a = ma me + as = mas te + o = to te + os = tos te + a =ta te + as = tas lhe + o = lho lhe + os = lhos lhe + a = lha lhe + as = lhas nos + o = no-lo nos + os = no-los nos + a = no-la nos + as = no-las vos + o = vo-lo vos + os = vo-los vos + a = vo-la vos + as = vo-las lhes + o = lho lhes + os = lhos lhes + a = lha lhes + as =lhas
Você pagou o livro ao livreiro? – Sim, paguei-lho.
Verifique que a forma combinada lho resulta da fusão lhe (que representa o livreiro) com o (que representa o livro).
8. As formas o, a, os, as são sempre empregadas como complemento de verbos transitivos diretos, ao passo que as formas lhe, lhes são empregadas como complemento de verbos transitivos indiretos. O menino convidou-a. O filho obedece-lhe. V.T.D. V.T.I. Consideram-se erradas construções em que o pronome o (e flexões) aparece como complemento de verbos transitivos indiretos, assim como as construções em que o pronome lhe (lhes) aparece como complemento de verbos transitivos diretos. Eu lhe vi ontem. (errado) Eu o vi ontem. (certo) Nunca o obedeci (errado) Nunca lhe obedeci. (certo)
9. Há pouquíssimos casos em que o pronome oblíquo pode funcionar como sujeito. Isso ocorre com os verbos deixar, fazer, ouvir, mandar, sentir, ver seguidos de infinitivo; o pronome oblíquo será sujeito desse infinitivo.
Deixei-o sair.
Sofia deixou-se estar à janela. (Machado de Assis)
sujeito Vi-o chegar.
É fácil perceber a função de sujeito dos pronomes oblíquos, desenvolvendo as orações reduzidas de infinitivo.
Deixei-o sair.
Deixei que ele saísse.
10. Não se considera errada a repetição de pronomes oblíquos.
A mim, ninguém me engana.
A ti tocou-te a máquina mercante. (Gregório de Matos)
Nesses casos, a repetição do pronome oblíquo não constitui pleonasmo vicioso, e sim ênfase.
11. Muitas vezes os pronomes oblíquos equivalem a pronomes possessivos, exercendo função sintática de adjunto adnominal. Roubaram-me o livro.
Roubaram meu livro.
Não escutei-lhe os conselhos.
Não escutei os seus conselhos.
12. As formas plurais nós e vós podem ser empregadas para representar uma única pessoa (singular), adquirindo valor cerimonioso ou de modéstia.
Nós – disse o prefeito – procuramos resolver o problema das enchentes. (plural de modéstia)
Vós sois a minha salvação. Meu Deus! (plural majestático)
13. Os pronomes de tratamento devem vir precedidos de vossa, quando nos dirigimos à pessoa representada pelo pronome, e por sua, quando falamos dessa pessoa.
Ao encontrar o governador, perguntou-lhe:
– Vossa Excelência já aprovou os projetos?
Sua Excelência, o governador, deverá estar presente na inauguração.
Verifique que no primeiro caso empregou-se Vossa Excelência, porque o interlocutor falava diretamente com o governador, Já no segundo caso, empregou-se Sua Excelência, pois se falava do governador.
14. Você e os demais pronomes de tratamento (Vossa Majestade, Vossa Alteza, etc.), embora se refiram à pessoa com quem falamos (2a. pessoa, portanto), do ponto de vista gramatical, comportam-se como pronomes de terceira pessoa. Você trouxe seus documentos?
Vossa Excelência não precisa incomodar-se com seus problemas.
Emprego dos pronomes demonstrativos
1. Os pronomes demonstrativos podem ser utilizados para indicar a posição espacial de um ser em relação às pessoas do discurso.
a) Os demonstrativos de 1a. pessoa (este, isto etc.) indicam que o ser está relativamente próximo à pessoa que fala.
Pode ser usado em frases em que apareçam os pronomes eu, me, mim, comigo e com o advérbio de lugar aqui.
Esta caneta que está comigo é azul.
Este relógio que eu tenho nas mãos é de ouro.
Isto que está aqui comigo é um livro.
b) Os demonstrativos de 2a. pessoa (esse, isso, etc.) indicam que o ser está relativamente próximo à pessoa com quem se fala. Podem aparecer com os pronomes tu, te, ti contigo, você, vocês e com o advérbio de lugar aí.
Essa caneta que está contigo é azul.
Esse relógio que tu tens nas mãos é de ouro.
Isso que está aí contigo é um livro.
c) Os demonstrativos de 3a. pessoa (aquele, aquilo, etc.) indicam que o ser está relativamente próximo à pessoa de quem se fala, ou distante dos interlocutores. Podem ser usados com os advérbios de lugar ali ou lá.
Aquela caneta que está com o aluno da outra sala é azul. Aquele relógio que está lá na vitrine é de ouro.
Aquilo que está ali com o professor é um livro.
2. Os demonstrativos servem para indicar a posição temporal, revelando proximidade ou afastamento no tempo, em relação à pessoa que fala.
a) Os demonstrativos de 1a. pessoa (este, isto, etc.) revelam tempo presente, ou bastante próximo do momento em que se fala.
Este dia está bom para se ir à piscina.
Pretendo fazer as compras ainda nesta semana.
Agora estou tranqüilo: neste ano o Corinthians montou um time à altura de suas tradições.
b) Os demonstrativos de 2a. pessoa (esse, isso, etc.) revelam tempo passado relativamente próximo ao momento em que se fala.
Em fevereiro fez muito calor; nesse mês pude ir várias vezes à piscina.
Há exatamente dois anos o Corinthians conquistou seu último campeonato; nesse ano possuía um esquadrão imbatível.
c) Os demonstrativos de 3a. pessoa (aquele, aquilo, etc.) revelam tempo remoto ou bastante vago.
Em 1950 realizou-se a Copa do Mundo no Brasil; naquele ano o Uruguai surpreendeu a todos, conquistando o título.
Logo no início do século foi publicado o Código Civil; naquela época a sociedade brasileira era bem mais conservadora.
3. Os pronomes demonstrativos podem indicar o que ainda vai ser falado e aquilo que já foi falado.
a) Devemos empregar este (e variações) e isto quando queremos fazer referência a alguma coisa que ainda vai ser falada.
Espero sinceramente isto: que se procedam às reformas.
Estas são algumas características do Romantismo: subjetivismo, apego à natureza, nacionalismo.
b) Devemos empregar esse (e variações) e isso quando queremos fazer referência a alguma coisa que já foi falada.
Que as reformas sejam efetuadas rapidamente; é isso o que mais desejo.
Subjetivismo, apego à natureza nacionalismo; essas são algumas características do Romantismo.
4. Emprega-se este em oposição a aquele quando se quer fazer referência a elementos já mencionados. Este se refere ao mais próximo; aquele, ao mais distante.
Ronaldinho e Edmundo atualmente jogam na Itália: este jogava no Vasco; aquele, no Cruzeiro.
Matemática e Literatura são matérias que me agradam: esta me desenvolve a sensibilidade; aquela, o raciocínio.
5. O, a, os, as, são pronomes demonstrativos quando podem ser substituídos por aquele, aquela, aquilo, isso.
Achei o que procuras.
Somos o que somos. (Fernando Pessoa)
6. Tal é pronome demonstrativo quando equivale a este, esse, isso, etc.
Não havia motivos reais para tal comportamento.
Jamais consegui compreender tais decisões.
7. Mesmo e próprio são demonstrativos de reforço e equivalem ao termo a que se referem, concordando com ele.
Ele mesmo fez o exercício.
Elas próprias resolveram o problema.
Observação
Em expressões como: por isso, além disso, isto é, o uso do demonstrativo nem sempre está em conformidade com a regra; nessas expressões, sua forma é fixa.
Emprego dos pronomes possessivos
1. Normalmente, o pronome possessivo antecede o substantivo a que se refere; nada impede, porém, que ele venha posposto ao substantivo, como nos exemplos que seguem:
Recebi notícias suas.
Recebi um livro teu.
Amigos meus, não desanimem!
Observações
Pode ocorrer mudança de sentido na frase, conforme a posição do pronome pessoal.
Compare:
Recebi notícias suas. (notícias sobre você)
Recebi suas notícias. (notícias transmitidas por você)
Tenho comigo uma carta sua. (uma carta que pertence a você)
Tenho comigo sua carta. (uma carta escrita por você)
2. Em muitos casos, a utilização do possessivo de terceira pessoa (seu e flexões) pode deixar a frase ambígua, isto é, podemos ter úvidas quanto ao possuidor.
Pedro saiu com sua irmã. (irmã de quem? De Pedro, ou do interlocutor?)
Para evitar essa ambigüidade deve-se reforçar o possessivo através da forma dele (e flexões).
Pedro saiu com a irmã dele.
Neste caso, não temos dúvida alguma, pois está claro que se trata da irmã de Pedro.
Veja outro exemplo
A professora disse ao diretor que concordava com sua nomeação.
Verifique que o emprego do possessivo torna a frase ambígua, pois sua pode estar referindo ao diretor ou à professora.
Desfaz-se a ambigüidade desta forma
A professora disse ao diretor que concordava com a nomeação dela. (da professora)
A professora disse ao diretor que concordava com a nomeação dele. (do diretor)
Observações
É considerado dispensável o uso do possessivo de terceira pessoa quando já está sendo utilizada a forma dele e flexões; entretanto, ele pode ser empregado como reforço em benefício da clareza.
Pedro saiu com sua irmã dele.
A professora disse ao diretor que concordava com sua nomeação dela.
3. Há casos em que o pronome possesivo não exprime propriamente idéia de posse. Ele pode ser utilizado para indicar aproximação, afeto ou respeito. Aquele senhor deve ter seus cinqüenta anos. (aproximação)
Meu caro aluno, procure esforçar-se mais. (afeto)
Minha Senhora, permita-me um aparte. (respeito)
4. Não se deve usar o pronome possessivo antes de termos que indiquem partes do corpo quando estes estiverem funcionando como complemento de verbos.
Quebrei minha perna. (errado)
Quebrei a perna. (certo)
Observações
A palavra seu que antecede nomes de pessoas não é pronome possessivo, mas corruptela de senhor. Seu Humberto, o senhor poderia emprestar-me a furadeira?
Emprego dos pronomes relativos.
Os pronomes relativos virão antecipados de preposição, se a regência assim determinar.
Este é o autor a cuja obra me refiro.
Este é o autor de cuja obra gosto.
São opiniões em que penso.
2. O pronome relativo quem é empregado com referência a pessoas.
Não conheço a menina de quem você falou.
Este é o rapaz a quem você se referiu.
Observações
Quando possui antecedente, o pronome relativo quem virá sempre precedido de preposição.
Não sei de quem você está falando.
* É comum empregar-se o relativo quem sem antecedente claro. Neste caso, ele é classificado com relativo indefinido.
Quem cala consente. (Aquele que cala consente.)
3. O pronome relativo que pode ser empregado com referência a pessoas ou coisas.
Não conheço o rapaz que saiu. (refere-se a pessoa)
Não li o livro que você me indicou. (refere-se a coisa)
4. Quando precedido de preposição monossilábica, emprega-se o pronome relativo que Com as preposições de mais de uma sílaba, usa-se o relativo no qual (e flexões).
Esta é a pessoa de que lhe falei.
Esta é a pessoa sobre a qual lhe falei.
Observações
Com as preposições sem e sob, usa-se de preferência o relativo o qual (e flexões).
O professor nos apresentou uma condição sem a qual o trabalho não terá sentido.
Este é o móvel sob o qual ficou escondido o documento.
5. O pronome relativo que pode ter por antecedente o pronome demonstrativo o (e flexões).
Cesse tudo o que a Musa antiga canta ” (Camões)
Sei o que estou dizendo.
6. O pronome relativo cujo (e flexões) é relativo possessivo, equivalendo a do qual (e flexões). Deve concordar com a coisa possuída e não admite a posposição de artigo.
Esta é a pessoa em cuja casa me hospedei. (casa da pessoa)
Feliz o pai cujos filhos são ajuizados. (filhos do pai)
7. O pronome relativo quanto (e flexões) normalmente tem por antecedente os pronomes indefinidos tudo, tanto, etc.; daí seu valor indefinido.
Falou tudo quanto queria.
Coloque tantas quantas forem necessárias.
Observação
Quando pode ser empregado sem antecedente. Esse emprego é comum em certos documentos jurídicos.
Saibam quantos lerem este proclama
8. O relativo onde é usado para indicar lugar e equivale a em que, no qual. Esta é a casa onde moro.
Não conheço o lugar onde você está.
Não conheço o lugar aonde você irá.
Observação
* Onde é empregado com verbos que não dão idéia de movimento * Aonde é empregado com verbos que dão idéia de movimento e equivale a para onde; é resultado da combinação da preposição a + onde.
Sempre morei na cidade onde nasci.
Aonde eu for, virás comigo.
Onde pode ser usado sem antecedente.
Fique onde está.
Colocação de pronomes oblíquos átonos
Os pronomes oblíquos átonos (o, a, os, as, lhe, lhes, me, te, se, nos, vos) costumam apresentar problemas de colocação, uma vez que podem ocupar três posições:
1. antes do verbo (próclise ou pronome proclítico):
Nunca me revelaram os verdadeiros motivos.
2. no meio do verbo (mesóclise ou pronome mesoclítico):
Revelar-me-iam os verdadeiros motivos.
3. depois do verbo (ênclise ou pronome enclítico):
Revelaram-me os verdadeiros motivos.
Convém lembrar que os pronomes oblíquos átonos nunca podem vir no início da frase, embora na linguagem popular isso ocorra com freqüência.
Assim, não são aceitas pelas norma culta construções como:
Me convidaram para a festa.
Nos revelaram os verdadeiros motivos.
Devemos dizer:
Convidaram-me para a festa.
Revelaram-no os verdadeiros motivos.
Uso da próclise
É obrigatória quando houver palavra que atraia o pronome para antes do verbo.
As palavras que atraem o pronome são as seguintes:
a) palavras ou expressões negativas:
Nunca me informavam os verdadeiros motivos.
b) advérbios:
Sempre me informavam os verdadeiros motivos.
Observação
Se houver vírgula depois do advérbio, ele deixa de atrair o pronome.
Aqui se trabalha.
Aqui, trabalha-se.
c) pronomes indefinidos e pronomes demonstrativos neutros:
Alguém me informou os verdadeiros motivos.
Isto me pertence.
d) conjunções subordinativas:
Embora me informassem os verdadeiros motivos, não acreditei.
e) pronomes relativos:
A pessoa que me informou os verdadeiros motivos não compareceu.
Observação
Se houver duas palavras atraindo um mesmo pronome, pode-se colocar o pronome oblíquo entre as duas palavras atrativas.
É difícil entender quando se não ama.
Ou, como é mais freqüente:
É difícil entender quando não se ama.
A palavra que atrai o pronome, mesmo que venha subentendida.
Desejo me compreendam. (Desejo que me compreendam.)
A próclise é obrigatória também nas orações:
a) interrogativas diretas:
Quem nos revelou os verdadeiros motivos?
b) exclamativas:
Quanto nos custou tal procedimentos!
c) optativas (orações que exprimem um desejo):
Deus te abençoe.
Uso da mesóclise:
A mesóclise é obrigatória com o verbo no futuro do presente ou no futuro do pretérito. Desde que não haja antes palavra atrativa.
Convidar-me-ão para a cerimonia.
Convidar-me-iam para a cerimônia.
No caso de haver uma palavra atrativa, a próclise será obrigatória.
Não me convidarão para a cerimônia.
Nunca me convidariam para a cerimônia.
Observação
É sempre errado o uso do pronome oblíquo depois de verbo no futuro do presente ou no futuro do pretérito.
Uso da ênclise:
A ênclise é obrigatória:
a) com o verbo no início da frase:
Entregaram-me as mercadorias.
Observação
Lembre-se de que é sempre errado o pronome oblíquo átono no início da frase.
b) com o verbo no imperativo afirmativo:
Alunos, comportem-se
c) com o verbo no gerúndio:
Saiu, deixando-nos por instantes.
Observação
Se o gerúndio vier precedido de preposição ou de palavra atrativa, ocorrerá próclise. Em se tratando de cinema, prefiro as comédias.
Saiu da sala, não nos revelando os motivos
d) com o verbo no infinitivo impessoal:
Era necessário ajudar-te.
Observação
Se o infinitivo impessoal vier precedido de palavra negativa, é indiferente o uso da ênclise ou da próclise.
Era necessário não te ajudar.
Era necessário não ajudar-te.
Se o infinitivo impessoal vier precedido de preposição, é indiferente o uso da ênclise ou da próclise.
Estou apto a te ajudar.
Estou apto a ajudar-te.
Com o infinitivo pessoal precedido de preposição ocorre próclise.
Foram censurados por se comportarem mal.
Colocação dos pronomes nas locuções verbais
a) Locução verbal com verbo principal no particípio.
Nas locuções verbais cujo verbo principal é um particípio, o pronome deve ficar depois do verbo auxiliar. Se houver palavra atrativa, deverá ficar antes do verbo auxiliar.
Havia-lhe contado a verdade.
Não lhe havia contado a verdade.
Observação
Se o auxiliar estiver no futuro do presente ou no futuro do pretérito, ocorrerá a mesóclise, desde que não haja atração.
Ter-me-iam falado a verdade, se a soubessem.
Veja que é sempre errada a colocação do pronome depois de um particípio.
b) Locução verbal com o verbo principal no infinitivo ou no gerúndio
Se não houver palavra atrativa, coloca-se o pronome oblíquo depois do verbo auxiliar ou depois do verbo principal.
Quero-lhe dizer a verdade. OU Quero dizer-lhe a verdade.
Ia-lhe dizendo a verdade. OU Ia dizendo-lhe a verdade.
Caso haja palavra atrativa, coloca-se pronome antes do verbo auxiliar ou depois do verbo principal.
Não lhe quero dizer a verdade. OU Não quero dizer-lhe a verdade.
Não lhe ia dizendo a verdade. OU Não ia dizendo-lhe a verdade.
Pronome – Função
Nos dois primeiros exemplos a função desses termos é substituir o nome (substantivo); já nos dois últimos, sua função é acompanhar o substantivo, determinando a extensão de seu significado. Tais palavras são denominadas pronomes.
Pronome é a palavra variável em gênero, número e pessoa que representa ou acompanha o substantivo, indicando sua posição em relação às pessoas do discurso ou situando-o no espaço e no tempo.
Quando o pronome representa o substantivo, dizemos tratar-se de pronome substantivo.
Ele não veio.
Convidei-o para a festa.
Quando o pronome acompanha o substantivo, dizemos tratar-se de pronome adjetivo.
Esta casa é antiga.
Meu livro está rabiscado.
Muitos livros são interessantes.
Isoladamente, o pronome não tem significado, pois não temos condições de identificar o ser a que ele se refere. Portanto, o pronome expressa um ser apenas quando inserido num contexto.
Paulo é uma pessoa divertida. Convidei-o para a festa, mas ele não veio.
Há em português, seis espécies de pronomes: pessoais; interrogativos; demonstrativos; relativos; indefinidos; interrogativos.
As pessoas do discurso
Como o pronome, via de regra, está relacionado às pessoas do discurso (ou seja, às pessoas que participam de uma fala, de uma conversação), é fundamental identificá-las.
São três as pessoas do discurso:
primeira pessoa aquela que fala.
segunda pessoa aquela com quem se fala.
terceira pessoa aquela de quem (ou de que) se fala.
Imaginemos um fragmento de conversa em que José (primeira pessoa) fala com Juliana (segunda pessoa) sobre Tiago (terceira pessoa):
Eu já te disse: não quero falar sobre ele!
Eu é um pronome que indica a primeira pessoa, a pessoa que fala (José); te é um pronome que indica a segunda pessoa, no caso, Juliana, com quem José fala; ele é um pronome que indica a terceira pessoa, de quem se fala, ou seja, Tiago.
Pronomes pessoais
Pronomes pessoais são aqueles que representam as pessoas do discurso. Além das flexões de pessoa (primeira, segunda e terceira), gênero (masculino e feminino) e número (singular e plural), o pronome pessoal apresenta variação de forma (reto ou oblíquo), dependendo da função que desempenhar na oração.
O pronome pessoal será reto quando desempenhar a função de sujeito da oração e será oblíquo quando desempenhar a função de complemento verbal.
Os pronomes pessoais são os seguintes:
Número | Pessoa | Pronomes retos | Pronomes oblíquos |
Singular | Primeira | eu | me, mim, comigo |
Segunda | tu | te, ti, contigo | |
Terceira | ele/ela | se, si, consigo, o, a, lhe | |
Plural | Primeira | nós | nos, conosco |
Segunda | vós | vos, convosco | |
Terceira | eles/elas | se, si, consigo, os, as, lhes |
As formas sintéticas comigo, contigo, conosco, convosco, e consigo resultam da combinação da preposição com + os pronomes oblíquos correspondentes.
Pronomes de tratamento
Na categoria dos pronomes pessoais, incluem-se os pronomes de tratamento. Eles se referem à pessoa com quem se fala (portanto, segunda pessoa), mas a concordância gramatical deve ser feita na terceira pessoa. Convém notar que, com exceção de você, esses pronomes são empregados no tratamento cerimonioso.
Veja alguns deles:
Pronome de tratamento | abreviatura | Referência |
Vossa Alteza | V.A. | Príncipes, duques |
Vossa Eminência | V.Em.ª | Cardeais |
Vossa Excelência | V.Ex.ª | Altas autoridades em geral |
Vossa Magnificência | V.Mag.ª | Reitores de universidades |
Vossa Reverendíssima | V.Rev.ma | Sacerdotes em geral |
Vossa Santidade | V.S. | Papas |
Vossa Senhoria | V.S.ª | Funcionários graduados |
Vossa Majestade | V.M. | Reis, imperadores |
São também pronomes de tratamento: o senhor, a senhora, você, vocês.
Pronomes possessivos
Pronomes possessivos são aqueles que se referem às pessoas do discurso, indicando idéia de posse.
Meu chapéu é vermelho
Posso ler teu jornal?
Os pronomes possessivos são os seguintes:
número | pessoa | pronomes possessivos |
Singular | Primeira | meu, minha, meus, minhas |
Segunda | teu, tua, teus, tuas | |
Terceira | seu, sua, seus, suas | |
Plural | Primeira | nosso, nossa, nossos, nossas |
Segunda | vosso, vossa, vossos, vossas | |
Terceira | sua, sua, seus, suas |
Concordância dos pronomes possessivos
Os pronomes possessivos concordam em gênero e número com a coisa possuída, e em pessoa com o possuidor.
(Eu) Vendi meus discos. (Eu) Vendi minha coleção de discos.
(Tu) Releste teus papéis? (Tu) Releste tua prova?
(Nós) Emprestamos nossos discos. (Nós) Emprestamos nossa casa.
Quando o pronome possessivo determina mais de um substantivo, ele deverá concordar em gênero e número com o substantivo mais próximo.
Fiquei ouvindo meus discos e fitas.
Emprego dos pronomes possessivos
1. Em muitos casos, a utilização do possessivo de terceira pessoa (seu e flexões) pode deixar a frase ambígua, ou seja, podemos ter dúvidas quanto o possuidor.
A professora disse ao diretor que concordava com sua nomeação. (nomeação de quem? Da professora ou do diretor?)
Para evitar essa ambigüidade, deve-se, sempre que possível, substituir o pronome seu (e flexões) pela forma dele (e flexões).
A professora disse ao diretor que concordava com a nomeação dela. (da professora)
A professora disse ao diretor que concordava com a nomeação dele. (do diretor)
2. Há casos em que o pronome possessivo não exprime propriamente idéia de posse. Ele pode ser utilizado pra indicar aproximação, afeto ou respeito.
Aquele senhor deve ter seus cinqüenta anos. (aproximação)
Meu caro aluno, procure esforçar-se mais. (afeto)
Minha Senhora, permita-me um aparte. (respeito)
3. A palavra seu que antecede nomes de pessoas não é pronome possessivo, mas corruptela de senhor.
Seu Humberto, o senhor poderia emprestar-me a furadeira?
Pronomes demonstrativos
Pronomes demonstrativos são aqueles que indicam a posição de um ser em relação às pessoas do discurso, situando-o no espaço ou no tempo.
Os pronomes demonstrativos são os seguintes:
Pessoa | Variáveis | Invariáveis |
Primeira | este, esta, estes, estas | isto |
Segunda | esse, essa, esses, essas | isso |
Terceira | aquele, aquela, aqueles, aquelas | aquilo |
As formas variáveis este, esse, aquele (e flexões) podem funcionar como pronomes substantivos ou pronomes adjetivos. As formas invariáveis isto, isso e aquilo sempre funcionarão como pronomes substantivos.
Esta casa foi reformada há pouco tempo. pronome adjetivo A casa que ele mandou reformar é esta. pronome substantivo A casa foi projetada por aquele arquiteto. pronome adjetivo O arquiteto que projetou a casa é aquele. pronome substantivo Isto não poderia ter ocorrido. pronome substantivo Sandra nunca concordou com aquilo. pronome substantivo
Dependendo do contexto, também podem funcionar como pronomes demonstrativos as seguintes palavras: o, a, os, as, mesmo, próprio, semelhante, tal.
Falaram tudo o que queriam.
As atletas convocadas não eram as que estavam em melhor forma.
Tal é pronome demonstrativo quando equivale a este, esse, isso (e respectivas flexões).
Não havia motivos reais para tal comportamento.
Jamais consegui compreender tais decisões.
Semelhante é pronome demonstrativo quando equivale a este, esse, tal (e respectivas reflexões).
Não diga semelhante asneira!
Mesmo e Próprio são demonstrativos de reforço. Estarão sempre se referindo a um substantivo ou pronome com o qual deverão concordar.
Ele mesmo preparou o jantar. Ela própria autorizou a viagem do filho. Fizeram as mesmas reclamações ao síndico. Não se deve fazer justiça pelas próprias mãos.
Os pronomes demonstrativos, com exceção de mesmo, próprio, semelhante e tal, podem aparecer unidos a preposições.
deste, desta, disto (= de + este, esta, isto) nesse, nessa, nisso (= em + esse, essa, isso) daquele, daquela, daquilo (= de + aquele, aquela, aquilo) àquele, àquela, àquilo, etc. (= a + aquele, aquela, aquilo)
Pronomes relativos
Pronomes relativos são aqueles que retomam um termo anterior (antecedente) da oração, projetando-o numa outra oração.
Não conhecemos os alunos. Os alunos saíram. Não conhecemos os alunos que saíram.
Observe: o pronome relativo que retoma o termo antecedente (os alunos), projetando-o na oração seguinte.
Os pronomes relativos são os seguintes:
Variáveis |
Invariáveis |
O qual, a qual, os quais, as quais | Que (quando equivale a o qual e flexões) |
Cujo, cuja, cujos, cujas | Quem (quando equivale a o qual e flexões) |
Quanto, quanta, quantos, quantas | Onde (quando equivale a no qual e flexões) |
Emprego dos pronomes relativos
1. Os pronomes relativos virão precedidos de preposição se a regência assim determinar.
Este é o autor a cuja obra me refiro. (me refiro) Este é o autor de cuja obra gosto. (gosto de) São opiniões em que penso. (penso em)
2. O pronome relativo quem é empregado com referência a pessoas e é precedido de preposição.
Não conheço a menina de quem você falou. Este é o rapaz a quem você se referiu.
3. É comum empregar o relativo quem sem antecedente claro. Nesse caso, ele é classificado como relativo indefinido e não é antecedido de preposição.
Quem cala consente. (= Aquele que cala, consente)
4. O pronome relativo que pode ser empregado com referência a pessoas ou coisas.
Não conheço o rapaz que saiu. (pessoa) Não li o livro que você me indicou. (coisa)
5. Quando precedido de preposição monossilábica, emprega-se o pronome relativo que. Com preposições de mais de uma sílaba, usa-se o relativo o qual (e flexões).
Esta é a pessoa de que lhe falei. Esta é a pessoa sobre a qual lhe falei. Aquela é a ferramenta com que trabalho. Aquele é o empreiteiro para o qual trabalho.
6. O pronome relativo que pode ter por antecedente o pronome demonstrativo o (e flexões). Cesse tudo o que a Musa antiga canta… (Camões)
Sei o que estou dizendo. Calou o que sentia. Nesses casos o pronome o equivale a aquilo.
7. O pronome relativo cujo (e flexões) é relativo possessivo, equivalendo a do qual (e flexões).
Deve concordar com a coisa possuída Esta é a pessoa em cuja casa me hospedei. (casa da pessoa) Esta é a cidade cujas praias são lindas. (praias da cidade) Feliz o pai cujos filhos são ajuizados. (filhos do pai)
8. O pronome relativo quanto (e flexões) normalmente tem por antecedentes os pronomes indefinidos tudo, tanto, etc.; daí seu valor indefinido.
Falou tudo quanto queria. Coloque tantas quantas forem necessárias.
Também pode ser empregado sem antecedente. Esse emprego é comum em certos documentos jurídicos.
Saiba quantos lerem esta escritura…
9. O relativo onde é usado para indicar lugar e equivale a em que, no qual.
Esta é a casa onde moro. Não conheço o lugar onde você está
Onde é empregado com verbos que não dão idéia de movimento. Pode ser usado sem antecedente.
Sempre morei na cidade onde nasci. Fique onde está.
Aonde é empregado com verbos que dão idéia de movimento e equivale a para onde, sendo resultado da combinação da preposição a + onde.
Não conheço o lugar aonde você irá. Voltei àquele lugar aonde meu pai costumava me levar quando criança.
Pronomes indefinidos
Pronomes indefinidos são aqueles que se referem à terceira pessoa do discurso de modo vago e impreciso.
Alguém me contou a verdade. Algo me diz que não é este o caminho.
Os principais pronomes indefinidos são os seguintes:
Variáveis | Invariáveis |
Algum, alguma, alguns, algumas Nenhum, nenhuma, nenhuns, nenhumas Todo , toda, todos, todas | (referem-se a coisas) algo tudo, nada |
Outro, outra, outros, outras Muito, muita, muitos, muitas Pouco, pouca, poucos, poucas Certo, certa, certos, certas Vário, vária, vários várias | (referem-se a pessoas) quem alguém ninguém outrem |
Quanto, quanta, Quantos quantas Tanto, tanta, tantos, tantas Qualquer, quaisquer Qual, quais Um, uma, uns umas | (referem-se a coisas ou pessoas) cada que |
Os pronomes indefinidos também podem aparecer sob forma de locução pronominal: cada qual, quem quer que, qualquer um.
Emprego dos pronomes indefinidos
1. O indefinido algum, quando posposto ao nome, assume valor negativo, equivalendo a nenhum.
Motivo algum me fará desistir do cargo. Livro algum faz referência a este episódio.
2. O pronome indefinido cada não deve ser utilizado desacompanhado de substantivo ou numeral. Recebemos cem mil cruzeiros cada um.
3. Certo é pronome indefinido quando anteposto ao nome a que se refere. Quando posposto, será adjetivo.
Não entendi certos exercícios. (pronome indefinido) Os exercícios certos valerão nota. (adjetivo, com sentido de corretos)
4. Todo, toda (singular), quando desacompanhados de artigo, significam qualquer.
Todo homem é mortal. (qualquer homem) Quando acompanhados de artigo passam a dar a idéia de totalidade. Ele comeu todo o bolo. (o bolo inteiro) No plural, todos, todas sempre virão seguidos de artigo, exceto se houver palavra que os exclua, ou numeral não seguido de substantivo. Todos os alunos compareceram Todos estes alunos compareceram. (estes: palavra que exclui o artigo). Todos os cinco alunos compareceram.
5. Qualquer tem por plural quaisquer.
Acabaram acolhendo quaisquer soluções. A palavra qualquer, quando posposta ao substantivo, assume valor pejorativo. Era um malandrinho qualquer.
Pronomes interrogativos
São aqueles usados para formular alguma pergunta, de forma direta ou indireta.
Que impacto a rejeição do público causou em você (interrogativa direta) Gostaria muito de saber quem fez isso. (interrogativa indireta)
Os principais pronomes interrogativos são:
Variáveis: qual, quanto
Invariáveis: quem, que
Por suas características, os pronomes interrogativos assemelham-se aos pronomes indefinidos.
Colocação pronominal
Os pronomes oblíquos átonos (o, a, os, as, lhe, me, te se, nos, vos), como todos os outros monossílabos, apóiam-se na tonicidade de alguma palavra próxima.
Assim sendo, esses pronomes podem ocupar três posições na oração: antes do verbo, no meio do verbo e depois do verbo.
Antes do verbo nesse caso, ocorre a próclise, e dizemos que o pronome está proclítico:
Nunca me revelaram os verdadeiros motivos.
No meio do verbo nesse caso, ocorre a mesóclise, e dizemos que o pronome está mesoclítico; a mesóclise só é possível com o verbo no futuro do presente ou no futuro do pretérito do indicativo:
Revelar-te-ei os verdadeiros motivos. Revelar-me-iam os verdadeiros motivos.
Depois do verbo nesse caso, ocorre a ênclise, e dizemos que o pronome está enclítico:
Revelaram-me os verdadeiros motivos.
Fonte: www.graudez.com.br/br.geocities.com/members.tripod.com
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