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São erros gramaticais e ortográficos que devem, por princípio, ser evitados.
Alguns, no entanto, como ocorrem com maior freqüência, merecem atenção redobrada.
Além dos problemas com ortografia e gramática, há muitos alunos que não conseguem organizar as ideias e produzir um texto claro e coeso.
Veja os cem erros mais comuns do idioma e use esta relação como um roteiro para fugir deles:
1 – “Mal cheiro”, “mau-humorado”.
Mal opõe-se a bem e mau, a bom.
Assim: mau cheiro (bom cheiro), mal-humorado (bem-humorado).
Igualmente: mau humor, mal-intencionado, mau jeito, mal-estar.
2 – “Fazem” cinco anos.
Fazer, quando exprime tempo, é impessoal: Faz cinco anos. / Fazia dois séculos. / Fez 15 dias.
3 – “Houveram” muitos acidentes.
Haver, como existir, também é invariável: Houve muitos acidentes. / Havia muitas pessoas. / Deve haver muitos casos igueais.
4 – “Existe” muitas esperanças.
Existir, bastar, faltar, restar e sobrar admitem normalmente o plural: Existem muitas esperanças. / Bastariam dois dias. / Faltavam poucas peças. / Restaram alguns objetos. / Sobravam idéias.
5 – Para “mim” fazer.
Mim não faz, porque não pode ser sujeito.
Assim: Para eu fazer, para eu dizer, para eu trazer.
6 – Entre “eu” e você.
Depois de preposição, usa-se mim ou ti: Entre mim e você. / Entre eles e ti.
7 – “Há” dez anos “atrás”.
Há e atrás indicam passado na frase. Use apenas há dez anos ou dez anos atrás.
8 – “Entrar dentro”.
O certo: entrar em.
Veja outras redundâncias: Sair fora ou para fora, elo de ligação, monopólio exclusivo, já não há mais, ganhar grátis, viúva do falecido.
9 – “Venda à prazo”.
Não existe crase antes de palavra masculina, a menos que esteja subentendida a palavra moda: Salto à (moda de) Luís XV.
Nos demais casos: A salvo, a bordo, a pé, a esmo, a cavalo, a caráter.
10 – “Porque” você foi?
Sempre que estiver clara ou implícita a palavra razão, use “por que” separado: Por que (razão) você foi? / Não sei por que (razão) ele faltou. / Explique por que razão você se atrasou.
Porque é usado nas respostas: Ele se atrasou porque o trânsito estava congestionado.
11 – Vai assistir “o” jogo hoje.
Assistir como presenciar exige a: Vai assistir ao jogo, à missa, à sessão.
Outros verbos com a: A medida não agradou (desagradou) à população. / Eles obedeceram (desobedeceram) aos avisos. / Aspirava ao cargo de diretor. / Pagou ao amigo. / Respondeu à carta. / Sucedeu ao pai. / Visava aos estudantes.
12 – Preferia ir “do que” ficar.
Prefere-se sempre uma coisa a outra: Preferia ir a ficar.
É preferível segue a mesma norma: É preferível lutar a morrer sem glória.
13 – O resultado do jogo, não o abateu.
Não se separa com vírgula o sujeito do predicado.
Assim: O resultado do jogo não o abateu.
Outro erro: O prefeito prometeu, novas denúncias.
Não existe o sinal entre o predicado e o complemento: O prefeito prometeu novas denúncias.
14 – Não há regra sem “excessão”.
O certo é exceção.
Veja outras grafias erradas e, entre parênteses, a forma correta: “paralizar” (paralisar), “beneficiente” (beneficente), “xuxu” (chuchu), “previlégio” (privilégio), “vultuoso” (vultoso), “cincoenta” (cinqüenta), “zuar” (zoar), “frustado” (frustrado), “calcáreo” (calcário), “advinhar” (adivinhar), “benvindo” (bem-vindo), “ascenção” (ascensão), “pixar” (pichar), “impecilho” (empecilho), “envólucro” (invólucro).
15 – Quebrou “o” óculos.
Concordância no plural: os óculos, meus óculos.
Da mesma forma: Meus parabéns, meus pêsames, seus ciúmes, nossas férias, felizes núpcias.
16 – Comprei “ele” para você.
Eu, tu, ele, nós, vós e eles não podem ser objeto direto.
Assim: Comprei-o para você.
Também: Deixe-os sair, mandou-nos entrar, viu-a, mandou-me.
17 – Nunca “lhe” vi.
Lhe substitui a ele, a eles, a você e a vocês e por isso não pode ser usado com objeto direto: Nunca o vi. / Não o convidei. / A mulher o deixou. / Ela o ama.
18 – “Aluga-se” casas.
O verbo concorda com o sujeito: Alugam-se casas. / Fazem-se consertos. / É assim que se evitam acidentes. / Compram-se terrenos. / Procuram-se empregados.
19 – “Tratam-se” de.
O verbo seguido de preposição não varia nesses casos: Trata-se dos melhores profissionais. / Precisa-se de empregados. / Apela-se para todos. / Conta-se com os amigos.
20 – Chegou “em” São Paulo.
Verbos de movimento exigem a, e não em: Chegou a São Paulo. / Vai amanhã ao cinema. / Levou os filhos ao circo.
21 – Atraso implicará “em” punição.
Implicar é direto no sentido de acarretar, pressupor: Atraso implicará punição. / Promoção implica responsabilidade.
22 – Vive “às custas” do pai.
O certo: Vive à custa do pai.
Use também em via de, e não “em vias de”: Espécie em via de extinção. / Trabalho em via de conclusão.
23 – Todos somos “cidadões”.
O plural de cidadão é cidadãos.
Veja outros: caracteres (de caráter), juniores, seniores, escrivães, tabeliães, gângsteres.
24 – O ingresso é “gratuíto”.
A pronúncia correta é gratúito, assim como circúito, intúito e fortúito (o acento não existe e só indica a letra tônica).
Da mesma forma: flúido, condôr, recórde, aváro, ibéro, pólipo.
25 – A última “seção” de cinema.
Seção significa divisão, repartição, e sessão eqüivale a tempo de uma reunião, função: Seção Eleitoral, Seção de Esportes, seção de brinquedos; sessão de cinema, sessão de pancadas, sessão do Congresso.
26 – Vendeu “uma” grama de ouro.
Grama, peso, é palavra masculina: um grama de ouro, vitamina C de dois gramas. Femininas, por exemplo, são a agravante, a atenuante, a alface, a cal, etc.
27 – “Porisso”.
Duas palavras, por isso, como de repente e a partir de.
28 – Não viu “qualquer” risco.
É nenhum, e não “qualquer”, que se emprega depois de negativas: Não viu nenhum risco. / Ninguém lhe fez nenhum reparo. / Nunca promoveu nenhuma confusão.
29 – A feira “inicia” amanhã.
Alguma coisa se inicia, se inaugura: A feira inicia-se (inaugura-se) amanhã.
30 – Soube que os homens “feriram-se”.
O que atrai o pronome: Soube que os homens se feriram. / A festa que se realizou…
O mesmo ocorre com as negativas, as conjunções subordinativas e os advérbios: Não lhe diga nada. / Nenhum dos presentes se pronunciou. / Quando se falava no assunto… / Como as pessoas lhe haviam dito… / Aqui se faz, aqui se paga. / Depois o procuro.
31 – O peixe tem muito “espinho”.
Peixe tem espinha.
Veja outras confusões desse tipo: O “fuzil” (fusível) queimou. / Casa “germinada” (geminada), “ciclo” (círculo) vicioso, “cabeçário” (cabeçalho).
32 – Não sabiam “aonde” ele estava.
O certo: Não sabiam onde ele estava.
Aonde se usa com verbos de movimento, apenas: Não sei aonde ele quer chegar. / Aonde vamos?
33 – “Obrigado”, disse a moça.
Obrigado concorda com a pessoa: “Obrigada”, disse a moça. / Obrigado pela atenção. / Muito obrigados por tudo.
34 – O governo “interviu”.
Intervir conjuga-se como vir.
Assim: O governo interveio.
Da mesma forma: intervinha, intervim, interviemos, intervieram.
Outros verbos derivados: entretinha, mantivesse, reteve, pressupusesse, predisse, conviesse, perfizera, entrevimos, condisser, etc.
35 – Ela era “meia” louca.
Meio, advérbio, não varia: meio louca, meio esperta, meio amiga.
36 – “Fica” você comigo.
Fica é imperativo do pronome tu.
Para a 3.ª pessoa, o certo é fique: Fique você comigo. / Venha pra Caixa você também. / Chegue aqui.
37 – A questão não tem nada “haver” com você.
A questão, na verdade, não tem nada a ver ou nada que ver.
Da mesma forma: Tem tudo a ver com você.
38 – A corrida custa 5 “real”.
A moeda tem plural, e regular: A corrida custa 5 reais.
39 – Vou “emprestar” dele.
Emprestar é ceder, e não tomar por empréstimo: Vou pegar o livro emprestado.
Ou: Vou emprestar o livro (ceder) ao meu irmão.
Repare nesta concordância: Pediu emprestadas duas malas.
40 – Foi “taxado” de ladrão.
Tachar é que significa acusar de: Foi tachado de ladrão. / Foi tachado de leviano.
41 – Ele foi um dos que “chegou” antes.
Um dos que faz a concordância no plural: Ele foi um dos que chegaram antes (dos que chegaram antes, ele foi um). / Era um dos que sempre vibravam com a vitória.
42 – “Cerca de 18” pessoas o saudaram.
Cerca de indica arredondamento e não pode aparecer com números exatos: Cerca de 20 pessoas o saudaram.
43 – Ministro nega que “é” negligente.
Negar que introduz subjuntivo, assim como embora e talvez: Ministro nega que seja negligente. / O jogador negou que tivesse cometido a falta. / Ele talvez o convide para a festa. / Embora tente negar, vai deixar a empresa.
44 – Tinha “chego” atrasado.
“Chego” não existe. O certo: Tinha chegado atrasado.
45 – Tons “pastéis” predominam.
Nome de cor, quando expresso por substantivo, não varia: Tons pastel, blusas rosa, gravatas cinza, camisas creme.
No caso de adjetivo, o plural é o normal: Ternos azuis, canetas pretas, fitas amarelas.
46 – Lute pelo “meio-ambiente”.
Meio ambiente não tem hífen, nem hora extra, ponto de vista, mala direta, pronta entrega, etc. O sinal aparece, porém, em mão-de-obra, matéria-prima, infra-estrutura, primeira-dama, vale-refeição, meio-de-campo, etc.
47 – Queria namorar “com” o colega.
O com não existe: Queria namorar o colega.
48 – O processo deu entrada “junto ao” STF.
Processo dá entrada no STF.
Igualmente: O jogador foi contratado do (e não “junto ao”) Guarani. / Cresceu muito o prestígio do jornal entre os (e não “junto aos”) leitores. / Era grande a sua dívida com o (e não “junto ao”) banco. / A reclamação foi apresentada ao (e não “junto ao”) Procon.
49 – As pessoas “esperavam-o”.
Quando o verbo termina em m, ão ou õe, os pronomes o, a, os e as tomam a forma no, na, nos e nas: As pessoas esperavam-no. / Dão-nos, convidam-na, põe-nos, impõem-nos.
50 – Vocês “fariam-lhe” um favor?
Não se usa pronome átono (me, te, se, lhe, nos, vos, lhes) depois de futuro do presente, futuro do pretérito (antigo condicional) ou particípio.
Assim: Vocês lhe fariam (ou far-lhe-iam) um favor? / Ele se imporá pelos conhecimentos (e nunca “imporá-se”). / Os amigos nos darão (e não “darão-nos”) um presente. / Tendo-me formado (e nunca tendo “formado-me”).
51 – Chegou “a” duas horas e partirá daqui “há” cinco minutos.
Há indica passado e eqüivale a faz, enquanto a exprime distância ou tempo futuro (não pode ser substituído por faz): Chegou há (faz) duas horas e partirá daqui a (tempo futuro) cinco minutos. / O atirador estava a (distância) pouco menos de 12 metros. / Ele partiu há (faz) pouco menos de dez dias.
52 – Blusa “em” seda.
Usa-se de, e não em, para definir o material de que alguma coisa é feita: Blusa de seda, casa de alvenaria, medalha de prata, estátua de madeira.
53 – A artista “deu à luz a” gêmeos.
A expressão é dar à luz, apenas: A artista deu à luz quíntuplos.
Também é errado dizer: Deu “a luz a” gêmeos.
54 – Estávamos “em” quatro à mesa.
O em não existe: Estávamos quatro à mesa. / Éramos seis. / Ficamos cinco na sala.
55 – Sentou “na” mesa para comer.
Sentar-se (ou sentar) em é sentar-se em cima de.
Veja o certo: Sentou-se à mesa para comer. / Sentou ao piano, à máquina, ao computador.
56 – Ficou contente “por causa que” ninguém se feriu.
Embora popular, a locução não existe.
Use porque: Ficou contente porque ninguém se feriu.
57 – O time empatou “em” 2 a 2.
A preposição é por: O time empatou por 2 a 2. Repare que ele ganha por e perde por.
Da mesma forma: empate por.
58 – À medida “em” que a epidemia se espalhava…
O certo é: À medida que a epidemia se espalhava…
Existe ainda na medida em que (tendo em vista que): É preciso cumprir as leis, na medida em que elas existem.
59 – Não queria que “receiassem” a sua companhia.
O i não existe: Não queria que receassem a sua companhia.
Da mesma forma: passeemos, enfearam, ceaste, receeis (só existe i quando o acento cai no e que precede a terminação ear: receiem, passeias, enfeiam).
60 – Eles “tem” razão.
No plural, têm é assim, com acento. Tem é a forma do singular.
O mesmo ocorre com vem e vêm e põe e põem: Ele tem, eles têm; ele vem, eles vêm; ele põe, eles põem.
61 – A moça estava ali “há” muito tempo.
Haver concorda com estava.
Portanto: A moça estava ali havia (fazia) muito tempo. / Ele doara sangue ao filho havia (fazia) poucos meses. / Estava sem dormir havia (fazia) três meses. (O havia se impõe quando o verbo está no imperfeito e no mais-que-perfeito do indicativo.)
62 – Não “se o” diz.
É errado juntar o se com os pronomes o, a, os e as.
Assim, nunca use: Fazendo-se-os, não se o diz (não se diz isso), vê-se-a, etc.
63 – Acordos “políticos-partidários”.
Nos adjetivos compostos, só o último elemento varia: acordos político-partidários.
Outros exemplos: Bandeiras verde-amarelas, medidas econômico-financeiras, partidos social-democratas.
64 – Fique “tranquilo”.
O u pronunciável depois de q e g e antes de e e i exige trema: Tranqüilo, conseqüência, lingüiça, agüentar, Birigüi.
65 – Andou por “todo” país.
Todo o (ou a) é que significa inteiro: Andou por todo o país (pelo país inteiro). / Toda a tripulação (a tripulação inteira) foi demitida.
Sem o, todo quer dizer cada, qualquer: Todo homem (cada homem) é mortal. / Toda nação (qualquer nação) tem inimigos.
66 – “Todos” amigos o elogiavam.
No plural, todos exige os: Todos os amigos o elogiavam. / Era difícil apontar todas as contradições do texto.
67 – Favoreceu “ao” time da casa.
Favorecer, nesse sentido, rejeita a: Favoreceu o time da casa. / A decisão favoreceu os jogadores.
68 – Ela “mesmo” arrumou a sala.
Mesmo, quando eqüivale a próprio, é variável: Ela mesma (própria) arrumou a sala. / As vítimas mesmas recorreram à polícia.
69 – Chamei-o e “o mesmo” não atendeu.
Não se pode empregar o mesmo no lugar de pronome ou substantivo: Chamei-o e ele não atendeu. / Os funcionários públicos reuniram-se hoje: amanhã o país conhecerá a decisão dos servidores (e não “dos mesmos”).
70 – Vou sair “essa” noite.
Este designa o tempo no qual se está ou o objeto próximo: Esta noite, esta semana (a semana em que se está), este dia, este jornal (o jornal que estou lendo), este século (o século 20).
71 – A temperatura chegou a 0 “graus”.
Zero indica singular sempre: Zero grau, zero-quilômetro, zero hora.
72 – A promoção veio “de encontro aos” seus desejos.
Ao encontro de é que expressa uma situação favorável: A promoção veio ao encontro dos seus desejos.
De encontro a significa condição contrária: A queda do nível dos salários foi de encontro às (foi contra) expectativas da categoria.
73 – Comeu frango “ao invés de” peixe.
Em vez de indica substituição: Comeu frango em vez de peixe.
Ao invés de significa apenas ao contrário: Ao invés de entrar, saiu.
74 – Se eu “ver” você por aí…
O certo é: Se eu vir, revir, previr.
Da mesma forma: Se eu vier (de vir), convier; se eu tiver (de ter), mantiver; se ele puser (de pôr), impuser; se ele fizer (de fazer), desfizer; se nós dissermos (de dizer), predissermos.
75 – Ele “intermedia” a negociação.
Mediar e intermediar conjugam-se como odiar: Ele intermedeia (ou medeia) a negociação.
Remediar, ansiar e incendiar também seguem essa norma: Remedeiam, que eles anseiem, incendeio.
76 – Ninguém se “adequa”.
Não existem as formas “adequa”, “adeqüe”, etc., mas apenas aquelas em que o acento cai no a ou o: adequaram, adequou, adequasse, etc.
77 – Evite que a bomba “expluda”.
Explodir só tem as pessoas em que depois do d vêm e e i: Explode, explodiram, etc. Portanto, não escreva nem fale “exploda” ou “expluda”, substituindo essas formas por rebente, por exemplo. Precaver-se também não se conjuga em todas as pessoas. Assim, não existem as formas “precavejo”, “precavês”, “precavém”, “precavenho”, “precavenha”, “precaveja”, etc.
78 – Governo “reavê” confiança.
Equivalente: Governo recupera confiança.
Reaver segue haver, mas apenas nos casos em que este tem a letra v: Reavemos, reouve, reaverá, reouvesse. Por isso, não existem “reavejo”, “reavê”, etc.
79 – Disse o que “quiz”.
Não existe z, mas apenas s, nas pessoas de querer e pôr: Quis, quisesse, quiseram, quiséssemos; pôs, pus, pusesse, puseram, puséssemos.
80 – O homem “possue” muitos bens.
O certo: O homem possui muitos bens.
Verbos em uir só têm a terminação ui: Inclui, atribui, polui.
Verbos em uar é que admitem ue: Continue, recue, atue, atenue.
81 – A tese “onde”…
Onde só pode ser usado para lugar: A casa onde ele mora. / Veja o jardim onde as crianças brincam.
Nos demais casos, use em que: A tese em que ele defende essa idéia. / O livro em que… / A faixa em que ele canta… / Na entrevista em que…
82 – Já “foi comunicado” da decisão.
Uma decisão é comunicada, mas ninguém “é comunicado” de alguma coisa.
Assim: Já foi informado (cientificado, avisado) da decisão.
Outra forma errada: A diretoria “comunicou” os empregados da decisão.
Opções corretas: A diretoria comunicou a decisão aos empregados. / A decisão foi comunicada aos empregados.
83 – Venha “por” a roupa.
Pôr, verbo, tem acento diferencial: Venha pôr a roupa.
O mesmo ocorre com pôde (passado): Não pôde vir.
Veja outros: fôrma, pêlo e pêlos (cabelo, cabelos), pára (verbo parar), péla (bola ou verbo pelar), pélo (verbo pelar), pólo e pólos.
Perderam o sinal, no entanto: Ele, toda, ovo, selo, almoço, etc.
84 – “Inflingiu” o regulamento.
Infringir é que significa transgredir: Infringiu o regulamento.
Infligir (e não “inflingir”) significa impor: Infligiu séria punição ao réu.
85 – A modelo “pousou” o dia todo.
Modelo posa (de pose). Quem pousa é ave, avião, viajante, etc. Não confunda também iminente (prestes a acontecer) com eminente (ilustre). Nem tráfico (contrabando) com tráfego (trânsito).
86 – Espero que “viagem” hoje.
Viagem, com g, é o substantivo: Minha viagem.
A forma verbal é viajem (de viajar): Espero que viajem hoje.
Evite também “comprimentar” alguém: de cumprimento (saudação), só pode resultar cumprimentar.
Comprimento é extensão. Igualmente: Comprido (extenso) e cumprido (concretizado).
87 – O pai “sequer” foi avisado.
Sequer deve ser usado com negativa: O pai nem sequer foi avisado. / Não disse sequer o que pretendia. / Partiu sem sequer nos avisar.
88 – Comprou uma TV “a cores”.
Veja o correto: Comprou uma TV em cores (não se diz TV “a” preto e branco).
Da mesma forma: Transmissão em cores, desenho em cores.
89 – “Causou-me” estranheza as palavras.
Use o certo: Causaram-me estranheza as palavras. Cuidado, pois é comum o erro de concordância quando o verbo está antes do sujeito.
Veja outro exemplo: Foram iniciadas esta noite as obras (e não “foi iniciado” esta noite as obras).
90 – A realidade das pessoas “podem” mudar.
Cuidado: palavra próxima ao verbo não deve influir na concordância.
Por isso: A realidade das pessoas pode mudar. / A troca de agressões entre os funcionários foi punida (e não “foram punidas”).
91 – O fato passou “desapercebido”.
Na verdade, o fato passou despercebido, não foi notado. Desapercebido significa desprevenido.
92 – “Haja visto” seu empenho…
A expressão é haja vista e não varia: Haja vista seu empenho. / Haja vista seus esforços. / Haja vista suas críticas.
93 – A moça “que ele gosta”.
Como se gosta de, o certo é: A moça de que ele gosta.
Igualmente: O dinheiro de que dispõe, o filme a que assistiu (e não que assistiu), a prova de que participou, o amigo a que se referiu, etc.
94 – É hora “dele” chegar.
Não se deve fazer a contração da preposição com artigo ou pronome, nos casos seguidos de infinitivo: É hora de ele chegar. / Apesar de o amigo tê-lo convidado… / Depois de esses fatos terem ocorrido…
95 – Vou “consigo”.
Consigo só tem valor reflexivo (pensou consigo mesmo) e não pode substituir com você, com o senhor.
Portanto: Vou com você, vou com o senhor.
Igualmente: Isto é para o senhor (e não “para si”).
96 – Já “é” 8 horas.
Horas e as demais palavras que definem tempo variam: Já são 8 horas. / Já é (e não “são”) 1 hora, já é meio-dia, já é meia-noite.
97 – A festa começa às 8 “hrs.”.
As abreviaturas do sistema métrico decimal não têm plural nem ponto.
Assim: 8 h, 2 km (e não “kms.”), 5 m, 10 kg.
98 – “Dado” os índices das pesquisas…
A concordância é normal: Dados os índices das pesquisas… / Dado o resultado… / Dadas as suas idéias…
99 – Ficou “sobre” a mira do assaltante.
Sob é que significa debaixo de: Ficou sob a mira do assaltante. / Escondeu-se sob a cama.
Sobre equivale a em cima de ou a respeito de: Estava sobre o telhado. / Falou sobre a inflação.
E lembre-se: O animal ou o piano têm cauda e o doce, calda. Da mesma forma, alguém traz alguma coisa e alguém vai para trás.
100 – “Ao meu ver”.
Não existe artigo nessas expressões: A meu ver, a seu ver, a nosso ver
Os dez erros mais graves
Alguns erros revelam maior desconhecimento da língua que outros.
Os dez abaixo estão nessa situação:
1 – Quando “estiver” voltado da Europa. Nunca confunda tiver e tivesse com estiver e estivesse.
Assim: Quando tiver voltado da Europa. / Quandoestiver satisfeito. / Se tivesse saído mais cedo. / Se estivesse em condições.
2 – Que “seje” feliz.
O subjuntivo de ser e estar é seja e esteja: Que sejafeliz. / Que esteja (e nunca “esteje”) alerta.
3 – Ele é “de menor”.
O de não existe: Ele é menor.
4 – A gente “fomos” embora.
Concordância normal: A gente foi embora. Etambém: O pessoal chegou (e nunca “chegaram”). / A turma falou
5 – De “formas” que.
Locuções desse tipo não têm s: De forma que, demaneira que, de modo que, etc.
6 – Fiquei fora de “si”.
Os pronomes combinam entre si: Fiquei fora de mim. /Ele ficou fora de si. / Ficamos fora de nós. / Ficaram fora de si.
7 – Acredito “de” que.
Não use o de antes de qualquer que: Acredito que,penso que, julgo que, disse que, revelou que, creio que, espero que, etc.
8 – Fale alto porque ele “houve” mal. A confusão está-se tornando muitocomum.
O certo é: Fale alto porque ele ouve mal.
Houve é forma de haver:Houve muita chuva esta semana.
9 – Ela veio, “mais” você, não.
É mas, conjunção, que indica ressalva, restrição: Ela veio, mas você, não.
10 – Fale sem “exitar”.
Escreva certo: hesitar.
Veja outros erros de grafia eentre parênteses a forma correta: “areoporto” (aeroporto), “metereologia”(meteorologia), “deiche” (deixe), enchergar (enxergar), “exiga” (exija). E nuncatroque menos por “menas”, verdadeiro absurdo lingüístico.
Fonte: www.vitoria.es.gov.br/www.acmcomunicacao.com.br
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