Quinhentismo

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O que foi o Quinhentismo?

O Quinhentismo é a primeira escola literária considerada brasileira. Ela surge em 1500 quando Pedro Álvares Cabral chega ao Brasil e Pero Vaz de Caminha, que era o escrivão responsável por relatar tudo o que fosse visto por eles, escreve cartas – mais parecidas com relatórios – à corte portuguesa. Quando os portugueses chegaram ao Brasil, eles não encontraram muitos metais preciosos por aqui, então o que Pero Vaz de Caminha descreve em sua primeira carta é a paisagem brasileira – na região que hoje conhecemos como Bahia.

Em contrapartida, encontraram os índios e a cultura que eles cultivam. A primeira carta escrita pelo escrivão é considerada como a certidão de nascimento do Brasil e, apesar de pensarmos em Literatura como algo muito belo, cheio de textos bonitos e tudo isso, esse primeiro texto escrito em terras brasileiras apenas descreve o ambiente como muito bonito, com uma água maravilhosa. Além de falar, é claro, dos índios, que eles eram desinibidos e muito bonitos.

Tudo isso é feito com o único intuito de ser enviado à coroa portuguesa, o que provoca um debate entre estudiosos sobre se o Quinhentismo é, de fato, uma escola literária brasileira. O que leva a isso é justamente o fato de que apesar de ter sido escrita no Brasil, ela não foi feita para as pessoas originárias daqui. O idioma utilizado era o português e os índios não falavam português. É uma literatura feita de portugueses para portugueses. Para todos os efeitos, é a primeira escola literária que surgiu no Brasil.

O Quinhentismo é dividido em duas etapas:

A literatura informativa que eram justamente essas cartas que Pero Vaz de Caminha escreveu à corte portuguesa e que relatam como as coisas eram aqui no Brasil

A literatura jesuítica, que é a que foi usada para catequizar os índios, que expressa os valores religioso europeus aos indígenas que aqui viviam e que eles queriam submeter a cultura europeia.

Antes do Quinhentismo, todos os movimentos literários em Língua Portuguesa tinham seu início e eram fortemente focadas em Portugal porque, até então, o Brasil não havia sido descoberto pelos europeus.

Clique aqui para conferir a íntegra da primeira carta de Pero Vaz de Caminha à coroa portuguesa.

Por Amanda Abreu

Quinhentismo – Descrição

Na época das grandes navegações houve uma produção imensa de relatórios de viagens e guias que descreviam nos mínimos detalhes as diversas paisagens e lugares encontrados pelos navegantes.

No Brasil, durante essa época, houve um movimento literário conhecido como Quinhentismo.

Quinhentismo – O que é

Quinhentismo é tido pelos estudiosos como um período literário que engloba todas as manifestações literárias que surgiram no Brasil no período do seu descobrimento; ou seja, ao longo do século XVI. Como as viagens marítimas eram a principal preocupação de diversas nações daquela época, o Quinhentismo tem como um dos seus temas centrais a produção de relatórios de viagem que marcavam as Grandes Navegações da época.

Além das aventuras e paisagens que os viajantes tomavam contato e registravam em seus diários de viagem, a literatura do Quinhentismo também foi muito marcada pela produção de textos de padres e representantes da Igreja.

Como se sabe, nesse período a Igreja Católica estava perdendo muitos fiéis e estabeleceu o processo caracterizado como Contra-Reforma; uma das formas de fortalecer o poder da igreja e a conquista de novos fiéis era justamente através de textos como os da Companhia de Jesus.

Autores Famosos e Marcos do Quinhentismo

O objetivo principal da Companhia de Jesus e das produções literárias com fundo católico era justamente a Catequese.

Muitos literários daquela época produziam poesias e peças teatrais com o intuito principal de atrair novos fiéis para a Igreja Católica.

O padre José de Anchieta foi um dos principais autores de poemas e peças; através deles ele buscava catequisar índios da costa brasileira.

Outro autor do Quinhentismo que é muito famoso é Pero Vaz de Caminha. Pero Vaz de Caminha, como todos sabem, foi o escrivão que acompanhou Pedro Alvares Cabral em sua viagem rumo às Índias e veio justamente dele o relato dos portugueses sobre o Brasil. Na carta que Pero Vaz de Caminha enviou para o rei de Portugal, estavam as descrições da viagem, bem como o relatório do que tinha sido visto e encontrado nas terras brasileiras.

O Quinhentismo foi muito marcado por essas duas vertentes: relatos de viagens e literatura católica.

É um período muito importante, pois descreve exatamente o que estava acontecendo naquele período histórico; as grandes navegações e a contra-reforma estão constantemente presentes nas obras dos autores do período literário classificado como Quinhentismo.

Quinhentismo no Brasil

Quinhentismo (de 1500 a 1601)

O Quinhentismo foi a época literária em que textos eram escritos com cunho informativo. Esses escritos são prolongamento da literatura de viagens, gênero largamente cultivado em Portugal e em toda Europa.

A literatura informativa descreve a nova terra descoberta (Brasil), seus habitantes, sua beleza natural.

Também documenta as intenções do colonizador: conquistar, explorar , apresar escravos sob o disfarce da difusão do Cristianismo.

Os escritos decorrentes das viagens de reconhecimento eram simples relatórios destinados a Coroa Portuguesa reportando as possibilidades de exploração e colonização. Expressam muitas vezes uma visão paradisíaca em razão do deslumbramento do europeu diante da exuberante beleza tropical.

No Quinhentismo distinguimos quatro tipos de textos:

Textos Informativos?

Visam a descrição da terra e do selvagem. Temos como exemplos de escritores Pero Vaz de Caminha e Pero Lopes de Souza.

Citamos aqui a Carta de Pero Vaz de Caminha ao rei D. Emanuel sobre o Descobrimento do Brasil.

Trata-se de um dos mais importantes textos informativos do Quinhentismo.

Foi escrita sob forma de um diário de bordo datada de 1o de maio de 1500. Os pontos mais importantes desta carta são a simpatia pela terra e pelo índio.

Textos Propagandísticos?

Adicionam ao propósito informativo a intenção de atrair colonos e investimentos para a nova terra.

Textos Catequéticos?

Unem o propósito de conversão dos índios à preservação dos costumes e da moral ibérico-jesuíticos. Como principais escritores deste estilo temos Manoel da Nóbrega, Padre José de Anchieta e Fernão Cardim.

O Padre José de Anchieta é visto como a maior vocação literária que viveu no Brasil Quinhentista, apesar de sua obra ter caráter utilitário, didático e moralizante.

Escreveu várias poesias em latim, castelhano, português, tupi e multilingues.

Também escreveu oito autos entre os quais: Na Festa de São Lourenço e Na Visitação de Santa Isabel. Como os autos medievais e aproximando-se do teatro de Gil Vicente, eram encenações simples, envolvendo anjos, demônios, personificações do Bem e do Mal, dos Vícios, das Virtudes, entremeados de rezas, cantos e danças. Sua prosa consta de cartas, informações, fragmentos literários e sermões.

Textos de viajantes estrangeiros?

São escritos de não-portugueses que inventariam as riquezas e possibilidades da terra.

Em importante ressaltar que o Quinhentismo não pára por aí. Em vários momentos da nossa evolução literária, muitos escritores buscaram inspiração nos textos quinhentistas, como Oswald de Andrade (Modernismo), José de Alencar (Romantismo) , Gonçalves Dias (Romantismo), entre outros.

Quinhentismo – Literatura

No século XVI, a maioria das obras escritas no Brasil não foram feitas por brasileiros, mas sobre o Brasil por visitantes, chamada Literatura de Informação ou de Viagem. A esta literatura soma-se outra chamada Literatura Jesuítica, relato das incursões religiosas para catequização dos índios.

Então o Quinhentismo divide-se em:

Lit. Informativa – conquista material para o governo português
Lit. Jesuítica – conquista espiritual, num movimento resultante da Contra-Reforma

Referências históricas:

Capitalismo mercantil e grandes navegações
Auge do Renascimento
Ruptura na Igreja (Reforma, Contra-Reforma e Inquisição)
Colonização no BR a partir de 1530
Literatura jesuítica a partir de 1549

Literatura de Informação, de Viagem ou dos Cronistas

Destinava-se a informar os interessados sobre a “terra nova”, sua flora, sua fauna, sua gente. A intenção dos viajantes não era fazer literatura, mas sim uma caracterização da terra. Através dessa literatura se tem idéia do assombro europeu diante de um mundo tropical, totalmente diferente e exótico.

Além da descrição, os textos revelam as idéias dos portugueses em relação à nova terra e seus habitantes.

Características

Textos descritivos em linguagem simples
Muitos substantivos seguidos de adjetivos
Uso exagerado de adjetivos empregados, quase sempre, no superlativo

Autores

Pero Vaz Caminha

Autor da “certidão de nascimento” do BR, onde relatava ao rei de Portugal a “descoberta” da Terra de Vera Cruz (1500)

Pero Lopes de Souza

Diário da navegação da armada que foi à terra do BR em 1500 (1530)

Pero Magalhães Gândavo

Tratado da terra do BR e A história da Província de Santa Cruz a que vulgarmente chamam BR (1576)

Gabriel Soares de Sousa

Tratado descritivo do BR (1587)

Ambrósio Fernandes Brandão

Diálogo das grandezas do BR (1618)

Frei Vicente do Salvador

História do Brasil (1627)

Pe. Manuel da Nóbrega

Diálogo sobre a conversão dos gentios (1558)

Pe. José de Anchieta

Obra vasta a ser tratada com mais detalhes a seguir

Literatura Jesuítica

Junto às expedições de reconhecimento e colonização, vinham ao BR os jesuítas, preocupados em expandir a fé católica e catequizar os índios. Eles escreveram principalmente a outros missionários sobre os costumes indígenas, sua língua, as dificuldades de catequese etc.

Esta literatura compõe-se de poesias de devoção, teatro de caráter pedagógico e religioso, baseado em textos bíblicos e cartas que informavam o andamento dos trabalhos na Colônia.

Autores

José de Anchieta

Papel de destaque na fundação de São Paulo e na catequese dos índios. Iniciou o teatro no BR e foi pesquisador do folclore e da língua indígena.

Produção diversificada, sendo autor de poesias líricas e épicas, teatro, cartas, sermões e uma gramática do tupi-guarani.

De sua obra destacam-se: Do Santíssimo Sacramento, A Santa Inês (poesias) e Na festa de São Lourenço, Auto da Pregação Universal (autos).

Usava em seus textos uma linguagem simples, revelando acentuadas características de tradição medieval portuguesa.

Suas poesias estão impregnadas de idéias religiosas e conceitos morais e pedagógicos. As peças de teatro lembram a tradição medieval de Gil Vicente e foram feitas para tornar vivos os valores e ideais cristãos. Nas peças, ele está sempre preocupado em caracterizar os extremos como Bem e Mal, Anjo e Diabo, característica pré-barroca.

Obras

A carta de Caminha faz um relato dos dias passados na Terra de Vera Cruz (nome antigo do Brasil) em Porto Seguro, da primeira missa, dos índios que subiram a bordo das naus, dos costumes destes e da aparência deles (com uma certa obsessão por suas “vergonhas”), assim como fala do potencial da terra, tanto para a mineração (relata que não se achou ouro ou prata, mas que os nativos indicam sua existência), exploração biológica (a fauna e a flora) e humana, já que fala sempre em “salvar” os nativos, convertendo-os.

“Neste mesmo dia, a horas de véspera, houvemos vista de terra! A saber, primeiramente de um grande monte, muito alto e redondo; e de outras serras mais baixas ao sul dele; e de terra chã, com grandes arvoredos; ao qual monte alto o capitão pôs o nome de O Monte Pascoal e à terra A Terra de Vera Cruz!”

Quinhentismo – O que é

Esse termo é uma designação genérica das manifestações literárias produzidas no Brasil durante o século XVI.

Quinhentismo são as artes, as manifestações literárias que ocorreram no Brasil, antes de seu descobrimento.

Tem as ideias do renascentismo ( Europa ), e um de seus principais temas é saber o objetivo da expansão marítima. Foi paralelo ao movimento clássico Português.

Nesse período, não se pode tratar de uma literatura do Brasil, mas sim, de uma literatura no Brasil – uma manifestação ligada ao Brasil, mas que denotas as intenções européias.

Marco inicial

1500 – A composição da carta de Pero Vaz de Caminha, escrivão da esquadra de Cabral, ao rei de Portugal, D. Manuel, relatando as características das terras descobertas.

Este documento, publicado em 1817, é considerado uma espécie de “certidão de nascimento” do Brasil.

Características

A produção literária do período se divide em dois tipos de literatura:

Literatura informativa (ou de viagens) – composta por documentos a respeito das condições gerais da terra conquistada, as prováveis riquezas, a paisagem física e humana etc. No princípio, a visão européia é idílica. Porém, na segunda metade do século XVI, à medida que os índios iniciam a guerra contra os invasores, a visão se transforma e os habitantes da terra são pintados como seres bárbaros e primitivos.

Literatura catequética – constituída pelos textos (poemas, peças de teatro) escritos pelos missionários para a catequização dos índios.

Autores e obras

Pero de Magalhães Gândavo, com Tratado da Terra do Brasil (escrito, provavelmente em 1570, mas publicado em 1826) e História da Província de Santa Cruz a que Vulgarmente Chamamos Brasil (1576);
Padre Fernão Cardim, com Narrativa epistolar (1583) e Tratados da terra e da gente do Brasil;
Gabriel Soares de Sousa escreveu Tratado descritivo do Brasil (1587);
Diálogo sobre a conversão dos gentios (1557), do Pe. Manoel da Nóbrega;
História do Brasil (1627), de Frei Vicente do Salvador;
Duas Viagens ao Brasil, publicada em alemão por Hans Staden em 1557;
Viagem à Terra do Brasil, escrito pelo francês Jean de Léry no ano de 1578.

A obra literária de Anchieta

José de Anchieta (1534-1597) ingressou na Companhia de Jesus com 17 anos. Em 1553, veio para o Brasil e aqui ficou até morrer.

Desempenhou um papel destacado na fundação de São Paulo e na catequese indígena. Além de homem de ação, foi também escritor religioso, tendo produzido poesias líricas, épicas, teatro (autos), além de cartas, sermões e uma gramática da língua tupi.

Fonte: oqueeh.com.br/www.graudez.com.br/www.geocities.com

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