Sonetos de Luís Vaz de Camões
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Sentindo se tomada a bela esposa
de Céfalo, no crime consentido,
para os montes fugia do marido;
e não sei se de astuta, ou vergonhosa.
Porque ele, enfim, sofrendo a dor ciosa,
de amor cego e forçoso compelido,
após ela se vai como perdido,
já perdoando a culpa criminosa.
Deita se aos pés da Ninfa endurecida,
que do cioso engano está agravada;
já lhe pede perdão, já pede a vida.
Ó força de afeição desatinada!
Que da culpa contra ele cometida,
perdão pedia à parte que é culpada!
Fonte: www.bibvirt.futuro.usp.br
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