Sonetos de Luís Vaz de Camões
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No tempo que de Amor viver soía,
nem sempre andava ao remo ferrolhado;
antes agora livre, agora atado,
em várias flamas variamente ardia.
Que ardesse num só fogo, não queria
O Céu, porque tivesse exprimentado
que nem mudar as causas ao cuidado
mudança na ventura me faria.
E se algum pouco tempo andava isento,
foi como quem co peso descansou,
por tornar a cansar com mais alento.
Louvado seja Amor em meu tormento,
pois para passatempo seu tomou
este meu tão cansado sofrimento!
Fonte: www.bibvirt.futuro.usp.br
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