Juramento – Valentim Magalhães

Valentim Magalhães

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(F. Coppée)

Oh! poeta, por que te deixaste encantar,
Se deviam roubar-te essa gentil criança,
E se o seu coração, cheio de confiança,
Não podia por ti viver a palpitar?

Que importa! Germinou à luz do seu olhar
Na minh’alma tristonha e que a existência cansa
O amor, que nos remoça e enche de esperança;
Por isso eu devo sempre a bendizer e amar.

Feliz ou infeliz, ser-lhe-ei fiel ainda!
Amarei minha dor, pois dela será vinda,
Dela por quem do seio os males arranquei.

Virgem, de cujo olhar cativam-me os encantos,
Se me fazes chorar, eu abençôo os prantos,
Se me deres a morte, – a morte abençoarei.

Dezembro – 1879.

(Rimário, 1900.)

 

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