Tomás Vieira da Cruz
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Ali, na rua do Carmo
um coqueiro ficou abandonado
quando destruiram a casa velha
a que deu sombra.
E onde um par enamorado
teve sonhos de Amor,
nesse pedaço de Luanda antiga
agora modernizada.
E o coqueiro ligado à terra,
tombado na direcção
da Rua da Pedreira,
como filho nos maternos braços
ali ficou.
Talvez para saudar alguém
que muito sofreu e amou…
Mas tudo acaba e o tempo
tudo anda a destruir,
– porque tudo é passageiro,
quando se vive a mentir.
Ó pincelada verde na cidade,
ruina e gótica coluna
de marmore verde…
Morre, coqueiro morre,
Antes que os homens, tão maus,
cometam a crueldade
de te expulsar e matar.
Morre de pura saudade…
E perdoa, mas sofre como um homem,
coqueiro das verdes palmas,
porque tudo, afinal, na vida, é triste
quando se matam almas…
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