Redondilhas de Luís Vaz de Camões
Glosa
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a este moto alheio
Sem vós e com meu cuidado
olhai com quem, e sem quem
Amor, cuja providência
foi sempre que não errasse,
porque n’alma vos levasse,
respeitando o mal de ausência
quis que em vós me transformasse.
E vendo-me ir maltratado,
eu e meu cuidado sós,
proveio nisso, de atentado,
por não me ausentar de vós,
sem vós e com meu cuidado.
Mas est’alma que eu trazia
porque vós nela morais,
deixa-me cego, e sem guia;
que há por milhor companhia
ficar onde vós ficais.
Assi me vou de meu bem
onde quer a forte estrela,
sem alma, que em si vos tem,
co mal de viver sem ela:
olhai com quem, e sem que
Fonte: www.bibvirt.futuro.usp.br
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