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A superfície terrestre encontra-se exposta, desde o início dos tempos, à influência de diversos fatores destrutivos. Grandes mudanças de temperatura, ventos, água e outros fatores produzem a decomposição das rochas. Todo solo tem sua origem, imediata ou remota, nesta decomposição.
Quando o solo, produto do processo de decomposição, permanece no próprio local onde se deu o fenômeno, ele se chama residual. Quando, depois de decomposto, é carregado pela água das enxurradas ou rios, pelo vento, pela gravidade ou por vários deste fatores simultaneamente ele é dito transportado.
Existem ainda outros tipos de solos, entre os quais aqueles que contém elementos de decomposição orgânica que se misturam ao solo transportado.
Na Engenharia Civil, como a grande maioria das obras apóiam-se sobre a crosta terrestre, os materiais que formam esta última podem ser ditos materiais de construção, além de que estes materiais podem ser utilizados nas próprias obras, como materiais de empréstimo.
Resumindo, o material solo é um material de construção natural, produzido pela natureza ao longo dos tempos, e que se apresenta sob diversas formas. Sob um ponto de vista puramente técnico, aplica-se o termo solo a materiais da crosta terrestre que servem de suporte, são arrimados, escavados ou perfurados e utilizados nas obras de Engenharia Civil. Tais materiais, por sua vez, reagem sob as fundações e atuam sobre os arrimos e coberturas, deformam-se e resistem a esforços nos aterros e taludes, influenciando as obras segundo suas propriedades e comportamento.
Classificação / Propriedade dos Solos
Este texto, que não tem a pretensão de esgotar o assunto, considerará somente as características mais pertinentes ao seu objetivo final: facilitar a correta especificação do tipo de compactador de solos a se utilizar, nos casos mais genéricos desta matéria. Estes tópicos são exaustivamente abordados nos livros de Mecânica dos Solos.
I Índices Físicos
Porosidade: Relação do volume de vazios pelo volume total da massa de solo analisada
Índice de Vazios: Relação do volume de vazios pelo volume sólidos da massa de solo analisada
Grau de Saturação: Relação do volume de água pelo volume de vazios da massa de solo analisada
Umidade Natural: Relação do peso da água pelo peso do material sólido da massa de solo analisada
Peso Específico: É a relação entre o peso de um determinado fragmento pelo seu volume.
II Forma das Partículas
A parte sólida de um solo é constituída por partículas e grãos que tem as seguintes formas:
Esferoidais: possuem dimensões aproximadas em todas as direções e poderão, de acordo com a intensidade do transporte sofrido, serem angulosas ou esféricas. Ex.: solos arenosos ou pedregulhos
Lamelares ou placóides: nos solos de constituição granulométrica mais fina, onde as partículas apresentam-se com estas formas, há predomínio de duas das dimensões sobre a terceira
Fibrosas: ocorrem nos solos de origem orgânica, onde uma das dimensões predomina sobre as outras duas.
A forma das partículas influi em algumas características dos solos como, por exemplo, a porosidade.
III Tamanho das Partículas
O comportamento dos solos está ligado, entre outras características, ao tamanho das partículas que os compõem.
De acordo com a granulometria, os solos são classificados nos seguintes tipos, de acordo com o tamanho decrescente dos grãos:
Pedregulhos ou cascalho
Areias (grossas, médias ou finas)
Siltes
Argilas.
Na natureza, raramente um solo é do tipo puro, isto é, constituído na sua totalidade de uma única granulometria. Dessa maneira, o comum é o solo apresentar certa percentagem de areia, de silte, de argila, de cascalho, etc.
Assim, os solos são classificados de acordo com a seguinte nomenclatura: o elemento predominante é expresso por um substantivo e os demais por um adjetivo.
Exemplo: areia argilosa é um solo predominantemente arenoso com certa percentagem de argila.
Tipos de Solos
I Solos Não Coesivos (Granulares)
Como solos não coesivos compreendem-se os solos compostos de pedras, pedregulhos, cascalhos e areias, ou seja, de partículas grandes (grossas).
Estas misturas, compostas por muitas partículas, individualmente soltas, que no estado seco não se aderem uma à outra (somente se apóiam entre si), são altamente permeáveis. Isto se deve ao fato de existirem, entre as partículas, espaços vazios relativamente grandes e intercomunicados entre si.
Em um solo não coesivo, em estado seco, é fácil reconhecer, por simples observação, os tamanhos dos diferentes grãos.
A capacidade para suportar cargas dos solos não coesivos depende da resistência ao deslocamento, à movimentação, entre as partículas individuais. Ao se aumentar os pontos, ou superfície de contato, entre os grãos, individualmente, por meio da quantidade de grãos por unidade de volume (COMPACTAÇÃO), aumenta-se a resistência ao deslocamento entre as partículas e, simultaneamente, melhora a transmissão de força entre os mesmos.
II Solos Coesivos
Individualmente os grãos destes tipos de solos são muito finos, quase farináceos, se aderem firmemente um a outro e não podem ser reconhecidos a olho nu. Os espaços vazios entre as partículas são muito pequenos. Devido à sua estrutura estes solos apresentam resistência à penetração de água, absorvendo-a muito lentamente. Entretanto, uma vez que tenha conseguido penetrar no solo, a água também encontra dificuldade para ser extraída do interior do mesmo.
Ao receber água, tendem a tornar-se plásticos (surge a lama). Apresentam maior grau de estabilidade quando secos.
Devido às forças adesivas naturais (coesão) existentes entre as pequenas partículas que compõem estes tipos de solo, é que a compactação por vibração não é a ideal nesta situação. Estas partículas tendem a agrupar-se, dificultando uma redistribuição natural entre elas, individualmente.
III Solos Mistos
Como já foi dito, na natureza a maioria dos solos está composta por uma mistura de partícula de diferentes tamanhos, ou seja, de grãos finos (coesivos) com outros de maior granulometria. Seu comportamento está diretamente relacionado à percentagem de partículas finas existentes, em relação às partículas grossas.
É importantíssimo se dizer que solos mistos compostos de partículas redondas e/ou lisas são muito mais suscetíveis à compactação que aqueles compostos por partículas com arestas vivas ou angulares. Entretanto, ao se comparar solos com igual grau de compactação, aqueles que possuem partículas angulares e/ou de arestas vivas (alto grau de rugosidade) possuem maior capacidade de carga que aqueles compostos por partículas de textura lisa, ainda que estes últimos apresentem menor granulaometria.
Relação entre Tipos de Solos e a Característica do Compactador
Numa análise mais simplificada, que não considera a rugosidade das partículas (textura) e a umidade do solo, pode-se dizer que Solos Não Coesivos (Granulares), quando podem, devem ser compactados por intermédio de Placas Vibratórias enquanto os Solos Coesivos devem ser compactados por intermédio de Compactadores à Percussão; uma vez que, simplificando, os primeiros facilitam o rearranjo entre as partículas não coesivas e os últimos quebram a resistência existente entre as partículas dos solos coesivos.
Para os solos mistos deve-se analisar a sua composição para se decidir corretamente que tipo de máquina usar, de acordo com os critérios acima.
Informações Finais
Finalmente, deve-se dizer que a quantidade de água contida no solo é determinante na compactação do mesmo. A água tende a distribuir-se na forma de uma película muito fina ao redor das partículas individuais, diminuindo, simultaneamente, o atrito entre as partículas. Ou seja, a água atua como um lubrificante, facilitando a redistribuição das partículas durante a compactação.
“Plataformas de Trabalho Aéreo”
Há algum tempo, pouco mais de seis anos, tivemos a introdução no Brasil, desses equipamentos que podem colocar em segurança, pessoas e materiais em até 45 metros de altura. Além disso, os benefícios são inúmeros pois, essas Plataformas Aéreas possibilitam que trabalhadores com suas ferramentas e materiais, acessem pontos elevados com muita rapidez e eficiência, eliminando a necessidade de se colocar escadas ou montar andaimes onde a mobilidade se torna incomparável com o que permitem as plataformas.
Mas o que são afinal, as Plataformas de Trabalho Aéreo ?
São equipamentos muito simples porém, dotados de tecnologia de ponta, incluindo a tão propalada Eletrônica Embarcada muito utilizada na industria automotiva. Autopropelidos com motores elétricos, gás ou diesel, possuem a configuração adequada para trabalhar em ambientes abertos e fechados, sobre pisos pavimentados ou não, de canteiros de obras a instalações industriais.
Entretanto, é sempre bom conhecermos o nível de desenvolvimento tecnológico e a real preocupação em estar investindo em pesquisa e desenvolvimento por parte do fabricante, para sabermos se ele pode mesmo estar oferecendo um alto padrão de qualidade, excelência em treinamento, serviços e eficiência para seus clientes.
Como sabemos, hoje em dia não se vende apenas equipamentos e sim alternativas que representem soluções para toda e qualquer necessidade do cliente.
No dimensionamento de uma Plataforma de Trabalho Aéreo algumas questões devem ser respondidas, antes de ofertarmos o equipamento adequado para executar determinado tipo de trabalho.
A seguir, sugerimos um roteiro que pode ser adotado:
Diferentes classes e configurações estão disponíveis para cada tipo de aplicação.
Plataformas elétricas de lança articulada (alturas de 9,1m e 10,7m) são usadas principalmente em ambientes fechados com piso pavimentado, para alcançar locais sobre máquinas, equipamentos e outros obstáculos presentes sobre o piso, além de outras posições elevadas.
As plataformas elétricas de lança articulada são alimentadas por baterias, recarregáveis em tomadas convencionais de 110V ou 220V. Todos os modelos articulados são manobráveis em elevação total e têm larguras de chassi que permitem o acesso entre corredores estreitos e áreas de trabalho congestionadas.
As aplicações mais comuns são, manutenção de instalações, manufatura e armazenagem, shopping centers e outros ambientes fechados, parques temáticos, estúdios de TV / Cinema e telecomunicações.
As plataformas de lança, multipropelidas, estão disponíveis com lanças articuladas e telescópicas (alturas de 12,19m a 18,29m), e podem ser usadas em ambientes abertos e fechados, sobre pisos pavimentados ou não. Esse modelo de plataforma oferece características e benefícios semelhantes às plataformas elétricas de lança, com o opcional QuickCharge GenSet (Trade Mark), que é um grupo gerador que recarrega e mantém o nível de carga das baterias. O gerador carrega as baterias duas vezes mais rápido que o carregador embarcado padrão e permite mais ciclos operacionais em velocidade mais alta.
Em termos de aplicação, oferecem versatilidade em serviços de manutenção e construção, evitando os problemas como emissões de gases e ruídos.
Plataformas de lança articuladas movidas a diesel (alturas de plataformas de 13,72m até 45,72m), são mais robustas, usadas para alcançar locais sobre máquinas, equipamentos e outros obstáculos sobre o piso e outras posições elevadas onde plataformas de lança telescópica não chegam. A mesa giratória da máquina tem movimento de 3600 em qualquer direção. A lança pode ser elevada ou abaixada e estendida enquanto a plataforma permanence horizontal e estável.
A partir da plataforma, mesmo elevada, o operador pode manobrar a máquina para frente e para trás ou para qualquer outra direção. Todos os modelos articulados são manobráveis com a plataforma na sua altura máxima e têm larguras de chassi que permitem o acesso entre corredores industriais e áreas congestionadas.
Estas máquinas são ideais para inúmeras aplicações, dentre as quais, se destacam:
Construção e manutenção predial ; empreiteiras de serviços mecânicos, elétricos, de utilidade e de pintura ; instalações industriais e de manufatura (indústrias sederúrgica, automotiva e aeronáutica) ; refinarias de petróleo e indústrias químicas ; plantas de fabricação e processamento de alimentos e produtos têxteis ; instalações esportivas, parques temáticos ; locais de trabalho com terrenos irregulares ; acesso sobre obstáculos terrestres.
Plataformas de lança telescópica (ou lança reta) atingem alturas de 12,29m a 36,58m e são especialmente úteis para aplicações que necessitam de grande alcance.
A estrutura giratória da máquina também tem um movimento de 3600 em qualquer sentido. Apresenta as mesmas condições de movimentação das lanças articuladas.
São utilizadas principalmente em prédios comerciais e infra-estrutura ; serviços mecânicos, elétricos, de utilidades e pintura ; indústrias automotiva e aeronáutica ; refinarias de petróleo, etc
Mais conhecidas por plataformas tipo tesoura, são uma classe de equipamentos usados quando há necessidade de menor alcance e altura mas, bastante espaço para trabalho e maior capacidade de elevação.
Esse modelo de plataforma foi concebido para oferecer maior área de trabalho no deck e, geralmente, permitir trabalhar com cargas mais pesadas que nas plataformas de lança.
As plataformas tipo tesoura podem ser manobradas de forma semelhante aos modelos de lança, apesar de serem elevadas apenas verticalmente exceto para a opção disponível de extensão horizontal de até 1,83m no deck. AS plataformas tipo tesoura estão disponíveis em vários modelos e atingem uma altura máxima de 15,24m.
São vendidas em todo o mundo para utilização na construção, indústria, manutenção, distribuição e entretenimento. Armazenagem e centros de distribuição são mercados em crescimento, assim como em hotéis e instalações educacionais e de recreação.
Por fim, temos os Elevadores Pessoais, que são compostos de uma plataforma de trabalho fixada a um mastro de alumínio que se estende verticalmente e, por sua vez, é montado numa base de aço. Atingem alturas que variam de 5m a 14,33m.
A Série AM (ACCESSMASTER)(Trade Mark) é uma máquina de deslocamento manual que, quando recolhida, passa facilmente por portas convencionais. A Série VP é uma máquina autopropelida que pode ser manobrada com a plataforma totalmente elevada. Também está disponível a exclusiva Série SP Almoxarife, que proporciona mais eficiência, alcance e segurança no manuseio de ítens de estoque.
As aplicações mais comuns são na manutenção geral de fábricas, centros de distribuição e varejista, teatros, aeroportos, prédios públicos, igrejas, parques temáticos, estúdios de TV / Cinema e telecomunicações.
A superfície terrestre encontra-se exposta, desde o início dos tempos, à influência de diversos fatores destrutivos. Grandes mudanças de temperatura, ventos, água e outros fatores produzem a decomposição das rochas. Todo solo tem sua origem, imediata ou remota, nesta decomposição.
Quando o solo, produto do processo de decomposição, permanece no próprio local onde se deu o fenômeno, ele se chama residual. Quando, depois de decomposto, é carregado pela água das enxurradas ou rios, pelo vento, pela gravidade ou por vários deste fatores simultaneamente ele é dito transportado.
Existem ainda outros tipos de solos, entre os quais aqueles que contém elementos de decomposição orgânica que se misturam ao solo transportado.
Na Engenharia Civil, como a grande maioria das obras apóiam-se sobre a crosta terrestre, os materiais que formam esta última podem ser ditos materiais de construção, além de que estes materiais podem ser utilizados nas próprias obras, como materiais de empréstimo.
Resumindo, o material solo é um material de construção natural, produzido pela natureza ao longo dos tempos, e que se apresenta sob diversas formas. Sob um ponto de vista puramente técnico, aplica-se o termo solo a materiais da crosta terrestre que servem de suporte, são arrimados, escavados ou perfurados e utilizados nas obras de Engenharia Civil. Tais materiais, por sua vez, reagem sob as fundações e atuam sobre os arrimos e coberturas, deformam-se e resistem a esforços nos aterros e taludes, influenciando as obras segundo suas propriedades e comportamento.
Fonte: www.locmaq.com.br
Tipos de Solo
A composição dos solos influencia a sua fertilidade, modifica a sua textura e permite que estes sejam classificados.
Existem diversos tipos de solos:
Solos arenosos
Os solos arenosos são aqueles cujas dimensões dos seus grãos estão compreendidos entre 2mm e 0,075mm, sendo formados principalmente por cristais de quartzo e oxido de ferro no caso de solos de regiões tropicais. Têm boa aeração, pelo que a água e o ar penetram com mais facilidade nele. O solo arenoso tem um teor em areia superior a 70%.
O deserto é o exemplo mais comum dos solos arenosos. Como é um solo permeável, seca depressa, pelo que para plantar nele há que irrigá-lo frequentemente.
Solos arenosos
Solos argilosos
Não são tão arejados como os arenosos mas armazenam mais água. Como são menos permeáveis, a água passa de uma forma mais lenta, ficando então armazenada.
Alguns solos, mesmo tendo muita argila, apresentam grande permeabilidade. Na sua composição existem quantidades consideráveis de óxidos de alumínio (gibbsita) e de ferro (goethita e hematite), formando grãos pequenos, semelhantes aos do pó do café, conferindo ao solo uma textura semelhante à do arenoso.
Solos argilosos
Solos siltosos
Possuem uma grande quantidade de silte, sendo por isso muito erodíveis. A silte não se mistura como a argila, as suas partículas são muito pequenas e leves.
Solos siltosos
Solos húmicos
Este tipo de solo apresenta uma quantidade muito superior de húmus em relação aos outros.
É um solo geralmente fértil, ou seja, um solo onde as plantas encontam melhores condições para se desenvolverem.
Solos húmicos
Solos cársicos
A quantidade de calcário presente neste tipo de solos é muito superior que nos outros.
Deste tipo de solo é retirado um pó branco ou amarelado, que pode ser utilizado na fertilização dos solos destinados à agricultura e à pecuária.
Este tipo de solo também fornece a matéria-prima (substância principal com que é fabricada) para a fabricação de cal e do cimento, que são utilizados na construção de edifícios, casa, muros, calçadas e pontes.
Solos cársicos
Fonte: www.quintabiologica.info
Tipos de Solo
Os principais tipos de solos brasileiros em relação à extensão geográfica e importância socioeconômica.
Base para classificação dos solos
Para classificar um solo primeiramente é necessário definir o horizonte diagnóstico em relação ao perfil daquele solo. Esse horizonte deve representar um equilíbrio entre os fatores de formação do solo e suas características específicas irão definir a qualidade e o tipo de solo.
Na maioria dos casos, o horizonte B é utilizado como diagnóstico que irá definir o tipo de solo (em alguns poucos casos o horizonte C é usado). Isso se deve ao fato de ser intermediário e ter muito do material original, mas que já foi modificado por fatores do intemperismo. Descarta-se o horizonte A, pois nesse ambiente já houve excessiva interferência do homem e o horizonte C (embora em alguns casos seja usado) pela dificuldade do acesso e pelo fato de ser muito influenciado pelo material de origem (parental), dessa forma não representa a influencia de fatores como o clima.
Levantamento dos solos (três etapas)
Mapeamento pré-campo (analisar mapas e informações já existentes sobre o local alvo)
Mapeamento de campo (analise de perfis de solo, coleta de amostras)
Análises de laboratório (determinar as propriedades físicas, químicas e mineralógicas dos solos, determinar as propriedades mecânicas se preciso, etc)
Os mapas produzidos depois de uma análise dos solos podem ser classificados em: Naturais ou Técnicos. Sendo o primeiro uma etapa preliminar para o segundo.
Na classificação natural será enfatizado os tipos de solos semelhantes (as classes de solo). Já no técnico será produzido em relação a característica técnica que se quer atingir (ex: susceptibilidade de erosão, capacidade de uso da terra, disponibilidade hídrica, etc)
Obs: em ambos os casos o maior e menor detalhamento depende da escala utilizada.
Classificação dos principais solos encontrados no Brasil
A classificação dos solos pode ser feita segundo diferentes critérios. A ênfase na utilização de critérios genéticos, morfológicos ou morfogenéticos varia de país para país, o que dá origem a diferentes classificações pedológicas. Contudo no nosso estudo iremos utilizar o método brasileiro.
O Brasil situa-se quase inteiramente no domínio tropical úmido (exceto a região Sul e o Nordeste semi-árido). Esta situação, aliada a estabilidade estrutural de seu embasamento, que desde o final do Cretáceo não sofreu movimentações de grande porte, leva a predominância de uma cobertura pedológica que reflete, de maneira acentuada, o fator climático como preponderante na sua formação. Nessa escala de análise, rocha original e condições topográficas locais tem importância secundária.
Os solos brasileiros são bem estudados, existindo um serviço cartográfico da EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) que vem realizando, desde a década de 1960, levantamentos cartográficos sistemáticos do território brasileiro. Esses trabalhos permitiram o desenvolvimento de uma classificação própria, publicada em 1999, subdividindo os solos em classes, com seis diferentes níveis hierárquicos. O primeiro nível comporta 14 classes e nós iremos enfatizar os mais predominantes em relação à extensão territorial.
As três classes mais freqüentes em relação a representação geográfica no Brasil são: o latossolo, o argissolo e o cambissolo:
Os latossolos (solo bem evoluído , laterizado, rico em argilominerais e oxi-hidróxidos de ferro e alumínio)
Os Argissolos (solo bem evoluído, argiloso, apresentando mobilização de argila da parte mais superficial)
Os Cambissolos (solo pouco desenvolvido, com horizonte B incipiente)
Latossolos
São formados pelo processo denominado latolização que consiste basicamente na remoção da sílica e das bases do perfil (Ca2+, Mg2+, K+ etc), após transformação dos minerais primários constituintes. Os latossolos apresentam tendência a formar crostas superficiais, possivelmente, devido à floculação das argilas que passam a comportar-se funcionalmente como silte e areia fina. A fração silte desempenha papel importante no encrostamento, o que pode ser evitado, mantendo-se o terreno com cobertura vegetal a maior parte do tempo, em especial, em áreas com pastagens.
Essas pastagens, quando manejadas de maneira inadequada, como: uso de fogo, pisoteio excessivo de animais, deixam o solo exposto e sujeito ao ressecamento.
Os latossolos são passíveis de utilização com culturas anuais, perenes, pastagens e reflorestamento. Normalmente, estão situados em relevo plano a suave-ondulado, com declividade que raramente ultrapassa 7%, o que facilita a mecanização. São profundos, porosos, bem drenados, bem permeáveis mesmo quando muito argilosos, friáveis e de fácil preparo. Apesar do alto potencial para agropecuária, parte de sua área deve ser mantida com reserva para proteção da biodiversidade desses ambientes. Um fator limitante é a baixa fertilidade desses solos. Contudo, com aplicações adequadas de corretivos e fertilizantes, aliadas à época propícia de plantio de cultivares adaptadas, obtêm-se boas produções. No Cerrado, os latossolos ocupam praticamente todas as áreas planas a suave-onduladas, sejam chapadas ou vales. Ocupam ainda as posições de topo até o terço médio das encostas suave-onduladas, típicas das áreas de derrames basálticos e de influência dos arenitos.
Argissolos
São solos minerais, não-hidromórficos, com horizonte A ou E (horizonte de perda de argila, ferro ou matéria orgânica, de coloração clara) seguido de horizonte B textural, com nítida diferença entre os horizontes. Apresentam horizonte B de cor avermelhada até amarelada e teores de óxidos de ferro inferiores a 15%.
Podem ser eutróficos, distróficos ou álicos. Têm profundidade variadas e ampla variabilidade de classes texturais. Nesses solos, constata-se grande diversidade nas propriedades de interesse para a fertilidade e uso agrícola (teor variável de nutrientes, textura, profundidade, presença ou ausência de cascalhos, pedras o concreções, ocorrência em diferentes posições na paisagem, entre outras). Dessa forma, torna-se difícil generalizar suas qualidades. Problemas sérios de erosão são verificados naqueles solos em que há grande diferença de textura entre os horizontes A e B, sendo tanto maior o problema quanto maior for a declividade do terreno.
Quando a fertilidade natural é elevada e não há pedregosidade, sua aptidão é boa para agricultura. São particularmente indicados para situações em que não é possível grandes aplicações de capital para o melhoramento e a conservação do solo e das lavouras, o que é mais comum em áreas de agricultura familiar.
Apesar de não ocorrerem em grandes áreas contínuas no Cerrado, sua presença é freqüente. Ocupam, na paisagem, a porção inferior das encostas onde o relevo apresenta-se ondulado (8% a 20% de declive) ou forte-ondulado (20% a 45% de declive).
Cambissolo
O Cambissolo é um solo pouco desenvolvido, com horizonte B incipiente. Uma das principais características dos Cambissolos é serem pouco profundos e, muitas vezes, cascalhentos. Estes são solos “jovens” que possuem minerais primários e altos teores de silte atê mesmo nos horizontes superficiais (os latossolos, por exemplo, podem ter muita areia ou argila, mas nunca têm teores altos de silte). O alto teor de silte e a pouca profundidade fazem com que estes solos tenham permeabilidade muito baixa. O maior problema, no entanto, é o risco de erosão. Devido à baixa permeabilidade, sulcos são facilmente formados nestes solos pela enxurrada, mesmo quando eles são usados com pastagensl. Contudo, existem cambissolos muito férteis no Brasil (com exceção do Cerrado).
Fonte: www.soartigos.com
Tipos de Solo
O tipo de solo encontrado em um lugar vai depender de vários fatores: o tipo de rocha matriz que o originou, o clima, a quantidade de matéria orgânica, a vegetação que o recobre e o tempo que se levou para se formar.
Em climas secos e áridos, a intensa evaporação faz a água e os sais minerais subirem. Com a evaporação da água, uma camada de sais pode depositar-se na superfície do solo, impedindo que uma vegetação mais rica se desenvolva.
Já em climas úmidos, com muitas chuvas, á água pode se infiltrar no solo e arrastar os sais para regiões mais profundas.
Alguns tipos de solo secam logo depois da chuva, outros demoram para secar. Por que isso acontece? E será que isso influencia na fertilidade do solo?
Solos arenosos
Solos arenosos
São aquele que têm uma quantidade maior de areia do que a média (contêm cerca de 70% de areia). Eles secam logo porque são muito porosos e permeáveis: apresentam grandes espaços (poros) entre os grãos de areia. A água passa, então, com facilidade entre os grãos de areia e chega logo às camadas mais profundas. Os sais minerais, que servem de nutrientes para as plantas, seguem junto com a água. Por isso, os solos arenosos são geralmente pobres em nutrientes utilizados pelas plantas.
Os chamados solos argilosos
Contêm mais de 30% de argila. A argila é formada por grãos menores que os da areia. Além disso, esses grãos estão bem ligados entre si, retendo água e sais minerais em quantidade necessária para a fertilidade do solo e o crescimento das plantas. Mas se o solo tiver muita argila, pode ficar encharcado, cheio de poças após a chuva. A água em excesso nos poros do solo compromete a circulação de ar, e o desenvolvimento das plantas fica prejudicado. Quando está seco e compacto, sua porosidade diminui ainda mais, tornando-o duro e ainda menos arejado.
Solo humífero
A terra preta, também chamada de terra vegetal, é rica em húmus. Esse solo, chamado solo humífero, contém cerca de 10% de húmus e é bastante fértil. O húmus ajuda a reter água no solo, torna-se poroso e com boa aeração e, através do processo de decomposição dos organismos, produz os sais minerais necessários às plantas.
Os solos mais adequados para a agricultura possuem uma certa proporção de areia, argila e sais minerais utilizados pelas plantas, além do húmus. Essa composição facilita a penetração da água e do oxigênio utilizado pelos microorganismos. São solos que retêm água sem ficar muito encharcados e que não são muito ácidos.
Solo humífero
Terra roxa
É um tipo de solo bastante fértil, caracterizado por ser o resultado de milhões de anos de decomposição de rochas de arenito-basáltico originadas do maior derrame vulcânico que este planeta já presenciou, causado pela separação da Gondwana – América da Sul e África – datada do período Mezozóico. É caracterizado pela sua aparência vermelho-roxeada inconfundível, devida a presença de minerais, especialmente Ferro.
Terra roxa
No Brasil, esse tipo de solo aparece nas porções ocidentais dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e sudeste do Mato Grosso do Sul, destacando-se sobretudo nestes três últimos estados por sua qualidade.
Historicamente falando, esse solo teve muito importância, já que, no Brasil, durante o fim do século XIX e o início do século XX, foram plantadas nestes domínios, várias grandes lavouras de café, fazendo com que surgisse várias ferrovias e propiciasse o crescimento de cidades, como São Paulo, Itu, Ribeirão Preto e Campinas. Atualmente, além do café, são plantadas outras culturas.
O nome terra roxa é dado a esse tipo de solo, devido aos imigrantes italianos que trabalhavam nas fazendas de café, referindo-se ao solo com a denominação Terra rossa, já que rosso em italiano significa vermelho. E, devido a similaridade entre essa palavra, e a palavra “roxa”, o nome “Terra roxa” acabou se consolidando.
O solo de terra roxa também existe na Argentina, aonde é conhecida como “tierra colorada”, bastante presente nas províncias de Misiones e Corrientes.
O solo é um grande filtro
Para que se obtenha plantas saudáveis e uma horta produtiva é necessário que o solo contenha água. A capacidade de retenção de água depende do tipo de solo. A água, por ser um líquido solvente, dissolve os sais existentes no solo, e assim as plantas podem absorvê-los
Nem toda a água da chuva flui diretamente para os córregos, riachos e rios. Quando chove, parte da água infiltra-se e vai penetrando na terra até encontrar uma camada impermeável, encharcando o solo. Por exemplo, 1 metro cúbico (1m³) de areia encharcada pode conter até 400 litros de água.
O ar também ocupa os poros existentes entre os grãos de terra. As raízes das plantas e os animais que vivem no solo precisam de ar para respirar.
Quando o solo se encharca a água ocupa o lugar antes ocupado pelo ar, dificultando o desempenho das raízes e a vida dos animais no solo.
Se o solo estiver muito compactado, não filtrará a água com facilidade. Acontecerão, por exemplo, as grandes enxurradas após uma forte chuva. A urbanização, com a pavimentação de ruas e estradas, a canalização de rios e o desmatamento de grandes áreas dificultam o escoamento da água das chuvas.
Terras para agricultura
Por muito tempo, no passado, a espécie humana conseguia alimento apenas caçando, pescando e colhendo grãos, frutos e raízes. Mas, há cerca de dez mil anos, nossa espécie passou também a plantar os vegetais e criar os animais que lhe servem de alimento. Era o ponto de partida para o desenvolvimento da agricultura.
Com o aumento da população e a necessidade de se produzirem cada vez mais alimentos, a vegetação original das florestas e de outros ecossistemas foi sendo destruída para dar lugar ao cultivo de plantas comestíveis e à criação de animais. Hoje, o desmatamento é feito com máquinas (tratores e serras) ou com o fogo – são as chamadas queimadas, que trazem uma série de problemas.
De todas as terras emersas (fora da água) que formam os continentes e as ilhas do nosso planeta, apenas 10% aproximadamente são cultiváveis.
Muitas vezes, a atividade agrícola é feita de forma inadequada, por desconhecimento ou por falta de recursos e equipamentos. Como resultado, depois de alguns anos de produção, os nutrientes do solo se esgotam e as plantas não crescem mais.
Dependendo do tipo de solo e do tipo de plantação são necessários tomar alguns cuidados com a terra, e aplicar certos procedimentos como vamos ver a seguir.
Agricultura sustentável
A agricultura para a produção de alimentos para ser sustentável, em relação ao meio ambiente:
Não deve causar prejuízos ao ambiente
Não deve liberar substâncias tóxicas ou danosas na atmosfera, nas águas superficiais ou nos lençóis freáticos
Deve preservar e restaurar a fertilidade do solo, prevenindo a erosão
Deve usar água de modo a permitir que se recarreguem as reservas aqüíferas, evitando que elas se esgotem.
Produzir alimento implica também manter uma diversidade de culturas para não empobrecer o solo e usar, quando necessário, um controle biológico para as pestes, mas com cuidado para evitar a contaminação do ambiente com substâncias químicas que possam se acumular.
Dessa forma a agricultura sustentável facilita a economia local e preserva a saúde do solo e a dos seres que nele vivem.
Cuidados com o solo
Quando o solo não apresenta condições necessárias à agricultura ou quando se deseja melhorar as suas condições, alguns cuidados devem ser tomados, como adubação, rotação de culturas, aragem do solo, irrigação e drenagem.
Adubação
Adubar significa enriquecer o solo com elementos nutrientes, quando ele está deficiente de minerais. Para isso, são utilizados adubos, substâncias capazes de fertilizar o solo.
Os adubos podem ser orgânicos (por exemplo: esterco, farinha de osso, folhas, galhos enterrados) ou minerais, que são inorgânicos (por exemplo: substâncias químicas são aplicadas, como nitrato de sódio, um tipo de sal).
Há ainda a adubação verde. Algumas vezes, as leguminosas também são utilizadas como adubos. Quando crescem são cortadas e enterradas no solo, enriquencendo-os com nitratos.
Rotação de culturas
A rotação de culturas consiste de alternar o plantio de leguminosas com outras variedades de plantas no mesmo local. Dessa forma as leguminosas, pela associação com bactérias que vivem nas suas raízes, devolvem para o local nutrientes utilizados por outras plantas, evitando o esgotamento do solo.
Aragem do solo
Arar o solo é outro cuidado que se deve ter para o solo não ficar compactado, “socado”.
Revolver a terra, além de arejar, facilita a permeabilidade do solo, permitindo que as raízes das plantas penetrem, no solo, além de levar para a superfície o húmus existente.
Minhocas – arados da natureza
As minhocas realizam um verdadeiro “trabalho” de arado no solo. Ao se movimentarem, elas abrem túneis e engolem parte da terra que deslocam, retirando daí o seu alimento.
Esses túneis, também denominados galerias, aumentam a porosidade do solo, e por isso a circulação do ar e a infiltração de água se intensificam.
As suas fezes contribuem para a formação do húmus, matéria orgânica importantíssima para a fertilidade do solo, facilitando o desenvolvimento de microorganismos decompositores ou fixadores de nitrogênio.
A minhocultura é a criação de minhocas em tanques especiais com finalidades comerciais. As minhocas são vendidas para isca, mas o húmus por elas produzido é comercializado como fertilizante para a agricultura, a jardinagem etc.
Irrigação e drenagem
Irrigar e drenar são alguns dos cuidados que devem ser tomados para manter o nível da umidade necessário ao solo e para garantir que ele continue fértil.
Com a irrigação, a água chega as regiões ou áreas muito secas. Já com a drenagem, retira-se o excesso de água do solo, possibilitando que ele seja arejado.
Com o aumento dos poros, criam-se passagens de ar entre as partículas do solo.
Os perigos da poluição do solo
Não só os ecologistas, mas autoridades e todo cidadão devem ficar atentos aos perigos da poluição que colocam em risco a vida no planeta Terra.
O lixo
No início da história da humanidade, o lixo produzido era formado basicamente de folhas, frutos, galhos de plantas, pelas fezes e pelos demais resíduos do ser humano e dos outros animais. Esses restos eram naturalmente decompostos, isto é, reciclados e reutilizados nos ciclos do ambiente.
Com as grandes aglomerações humanas, o crescimento das cidades, o desenvolvimento das indústrias e da tecnologia, cada vez mais se produzem resíduos (lixo) que se acumulam no meio ambiente.
Hoje, além do lixo orgânico, que é naturalmente decomposto, reciclado e “devolvido” ao ambiente, há o lixo industrial eletrônico, o lixo hospitalar, as embalagens de papel e de plástico, garrafas, latas etc. que, na maioria das vezes, não são biodegradáveis, isto é, não são decompostos por seres vivos e se acumulam na natureza.
Lixões a céu aberto
A poluição do solo causada pelo lixo pode trazer diversos problemas.
O material orgânico que sofre a ação dos decompositores – como é o caso dos restos de alimentos – ao ser decompostos, forma o chorume. Esse caldo escuro e ácido se infiltra no solo. Quando em excesso, esse líquido pode atingir as águas do subsolo (os lençóis freáticos) e, por conseqüência contaminar as águas de poços e nascentes.
As correntezas de água da chuva também podem carregar esse material para os rios, os mares etc.
A poluição do solo por produtos químicos
A poluição do solo também pode ser ocasionada por produtos químicos lançado nele sem os devidos cuidados. Isso ocorre, muitas vezes, quando as indústrias se desfazem do seu lixo químico. Algumas dessas substâncias químicas utilizadas na produção industrial são poluentes que se acumulam no solo.
Um outro exemplo são os pesticidas aplicados nas lavouras e que podem, por seu acúmulo, saturar o solo, ser dissolvidos pela água e depois ser absorvidos pelas raízes das plantas. Das plantas passam para o organismo das pessoas e dos outros animais que delas se alimentam.
Os fertilizantes, embora industrializados para a utilização no solo, são em geral, tóxicos. Nesse caso, uma alternativa possível pode ser, por exemplo, o processo de rotação de culturas, usando as plantas leguminosas; esse processo natural não satura o solo, é mais econômico que o uso de fertilizantes industrializados e não prejudica a saúde das pessoas.
A poluição do solo, e da biosfera em geral, pode e deve ser evitada. Uma das providências necessárias é cuidar do destino do lixo.
O destino do lixo
O lixo das residências, das escolas e das fábricas diferem quanto ao seu destino.
Se você mora em uma cidade e ela conta com a coleta de lixo, um importante serviço de saneamento básico, possivelmente ele será transportado para longe do ambiente urbano.
Mas vale lembrar que os depósitos de lixo a céu aberto ou mesmo os aterros comuns, onde o lixo é coberto de forma aleatória, não resolvem o problema da contaminação do ambiente, principalmente do solo.
Aterros sanitários
Nos aterros sanitários, o lixo, coberto com terra e amassado, é colocado em grandes buracos. Esse procedimento é repetido várias vezes, formando-se camadas sobrepostas.
Os aterros sanitários possuem sistemas de drenagem, que retiram o excesso de líquido, e sistemas de tratamento de resíduos líquidos e gasosos.
A construção de um aterro sanitário exige alguns cuidados:
O aterro deve ser pouco permeável, isto é, deixar passar pouca água e lentamente
O aterro deve ser distante de qualquer lugar habitado
Não deve haver lençol subterrâneo de água nas proximidades do aterro.
Por essas razões, a implantação e a manutenção de um aterro sanitário têm um alto custo econômico.
Incineração
A incineração reduz bastante o volume de resíduos e destrói organismos que causam doenças. É um processo caro, pois, para evitar a poluição do ar, é necessária a instalação de filtros e de equipamentos especiais para filtrar a fumaça resultante da incineração, que também é poluente.
O lixo deve ser queimado em aparelhos e usinas especiais. Após a queima, o material que resta pode ser encaminhado para aterros sanitários.
Compostagem
A compostagem é a transformação dos restos orgânicos do lixo em um composto, nesse caso, em adubo. Esse adubo é resultado da ação de seres decompositores (bactérias e fungos) sobre as substâncias orgânicas do lixo.
Reciclagem
Reciclar é uma boa opção, pois diversos componentes do nosso lixo diário podem ser reaproveitados.
Em várias cidades brasileiras, há a coleta seletiva e a reciclagem do lixo, o que tem contribuído para diminuir o desperdício, além de proteger o solo de materiais não recicláveis pela natureza.
A erosão do solo
Como sabemos as chuvas, o vento e as variações de temperatura provocadas pelo calor e pelo frio alteram e desagregam as rochas.
O solo também sofre a ação desses fatores: o impacto das chuvas e do vento, por exemplo, desagrega as suas partículas. Essas partículas vão então sendo removidas e transportadas para os rios, lagos, vales e oceanos.
Torres, RS
Bahia
Nas fotos acima, podemos observar como a ação da própria natureza pode provocar mudanças profundas na paisagem. O mar, chuva e o vento esculpiram os paredões na praia de Torres, RS e as falésias na Bahia.
No clima úmido e nos solos cobertos por uma vegetação natural, a erosão é, em geral, muito lenta, o que permite que seja compensada pelos processos que formam o solo a partir das rochas.
Os cientistas afirmam que as montanhas mais altas e que tem seus picos em forma de agulhas apontadas para cima são novas, do aspecto geológico. As mais antigas não são tão altas e tem o cume arredondado, com as suas rochas duras à vista. Elas vêm sofrendo a mais tempo a ação erosiva, que as desgastou bastante. Esse tipo de erosão é muito comum no território brasileiro, mas, por ter uma ação lenta, é quase sempre imperceptível aos nossos olhos.
Montanha com pico em forma de agulha: Dedo de Deus, Rio de Janeiro, RJ.
O desmatamento provocado pelas atividades humanas acelera muito a erosão natural. Vamos ver por quê.
Em vez de cair direto no solo, boa parte da água da chuva bate antes na copa das árvores ou nas folhas da vegetação, que funcionam como um manto protetor.
Isso diminui muito o impacto da água sobre a superfície. Além disso, uma rede de raízes ajuda a segurar as partículas do solo enquanto a água escorre pela terra.
E não podemos esquecer também que a copa das árvores protege o solo contra o calor do Sol e contra o vento.
Desmatamento para o cultivo em Marcelândia, MT.
Ao destruirmos a vegetação natural para construir casa ou para a lavoura, estamos diminuindo muito a proteção contra a erosão. A maioria das plantas que nos serve de alimento tem pouca folhagem e , por isso, não protege tão bem o solo contra a água da chuva. Suas raízes são curtas e ficam espaçadas nas plantações, sendo pouco eficientes para reter as partículas do solo. Finalmente, muitas plantas – como o milho, a cana-de-açúcar, o feijão e o algodão – não cobrem o solo o ano inteiro, deixando-o exposto por um bom tempo. O resultado é que a erosão se acelera, e a parte fértil fica prejudicada.
Com a erosão, o acúmulo de terra transportada pela água pode se depositar no fundo dos rios, obstruindo seu fluxo. Esse fenômeno é chamado de assoreamento e contribui para o transbordamento de rios e o alagamento das áreas vizinhas em períodos de chuva.
Há ainda outro problema resultante do desmatamento. Sem a cobertura da vegetação, as encostas dos morros correm maior risco de desmoronar, provocando desabamentos de terra e rochas, com graves consequências.
Quando o desmatamento é feito por meio de queimadas, ocorre outro problema: o fogo acaba destruindo também os microorganismos que realizam a decomposição da matéria orgânica e promovem a reciclagem dos nutrientes necessários às plantas. A perda de matéria orgânica deixa o solo mais exposto à erosão e à ação das chuvas, acentuando o seu empobrecimento.
A queimada também libera na atmosfera gases que, quando em concentração muito elevada, prejudicam a saúde humana. Além disso, nos casos em que a queimada é realizada de forma não controlada, ela pode se alastrar por áreas de proteção ambiental, parques, etc.
Por todos esses motivos, as queimadas devem ser evitadas.
Devastação provocada pelas queimadas
Como evitar a erosão?
Existem técnicas de cultivo que diminuem a erosão do solo. Nas encostas, por exemplo, onde a erosão é maior, as plantações podem ser feitas em degraus ou terraços, que reduzem a velocidade de escoamento da água.
Em encostas não muito inclinadas, em vez de plantar as espécies dispostas no sentido do fluxo da água, devemos formar fileiras de plantas em um mesmo nível do terreno, deixando espaço entre as carreiras. Essas linhas de plantas dispostas em uma mesma altura são chamadas de curvas de nível.
Outra forma de proteger a terra é cultivar no mesmo terreno plantas diferentes mas em períodos alternados. Desse modo o solo sempre tem alguma cobertura protetora. É comum a alternância de plantação de milho; por exemplo, com uma leguminosa.
As leguminosas trazem uma vantagem adicional ao solo: repõe o nitrogênio retirado do solo pelo milho ou outra cultura. Esse “rodízio” de plantas é conhecido como rotação de culturas.
Cabe ao governo orientar os agricultores sobre as plantas mais adequadas ao cultivo em suas terras e sobre as técnicas agrícolas mais apropriadas. É fundamental também que os pequenos proprietários do campo tenham acesso a recursos que lhes possibilitem comprar equipamentos e materiais para o uso correto do solo.
Fonte: www.sobiologia.com.br
Tipos de Solo
Conheça os três tipos principais de solo: areia, silte e argila
O terreno faz parte integrante de qualquer construção, afinal é ele que dá sustentação ao peso e também determina características fundamentais do projeto em função de seu perfil e de características físicas como elevação, drenagem e localização.
No que tange à mecânica dos solos, é é importante conhecer os três tipos básicos de solos: arenoso, siltoso e argiloso.
Para efeito prático de uma construção, é preciso conhecer o comportamento que se espera de um solo quando este receber os esforços.
Para tanto, a Mecânica dos Solos divide os materiais que cobrem a terra em alguns grandes grupos:
Rochas (terreno rochoso); Solos arenosos, Solos siltosos, e Solos argilosos.
Esta divisão não é muito rígida, ou seja, nem sempre (quase nunca…) se encontra solos que se enquadram em apenas um dos tipos. Por exemplo, quando dizemos que um solo é arenoso estamos na verdade dizendo que a sua maior parte é areia e não que tudo é areia. Da mesma forma, um solo argiloso é aquele cuja maior proporção é composto por argila.
O principal critério para fazer a classificação acima é o tamanho dos grãos que compõem o solo.
O quadro a seguir mostra os diâmetros dos grãos (em mm) para cada tipo básico de solo:
Tipo de solo: | Argila | Silte | Areia fina | Areia média | Areia Grossa | Pedregulho |
Diâm. Grãos (mm): | Até 0,005 | 0,005 a 0,05 | 0,05 a 0,15 | 0,15 a 0,84 | 0,84 a 4,8 | 4,8 a 16 |
Com se pode deduzir da tabela acima, uma argila é formada por grãos extremamente pequenos, invisíveis a olho nu. As areias, por sua vez, têm grãos facilmente visíveis, separáveis e individualizáveis, o mesmo acontecendo com o pedregulho. Estas características mudam o comportamento do solo, conforme veremos adiante.
Solos arenosos
São aqueles em que a areia predomina. Esta compõe-se de grãos grossos, médios e finos, mas todos visíveis a olho nú. Como característica principal a areia não tem coesão, ou seja, os seus grãos são facilmente separáveis uns dos outros.
Por exemplo, pense na areia seca das praias, em como é fácil separar seus grãos. Quando a areia está úmida ganha algo como uma coesão temporária, tanto que até permite construir os famosos Castelos que, no entanto, desmoronam ao menor esforço quando secam. A areia areia úmida na praia serve até como pista de corrida graças a essa coesão temporária. Mas os solos arenosos possuem grande permeabilidade, ou seja, a água circula com grande facilidade no meio deles e secam rapidamente caso a água não seja reposta, como acontece nas praias.
Imagine a seguinte situação — fazermos uma construção sobre um terreno arenoso e com lençol freático próximo da superfície. Se abrirmos uma vala ao lado da obra, a água do terreno vai preencher a vala e drenar o terreno. Este perderá água e vai se adensar, podendo provocar trincas na construção devido ao recalque provocado.
A ilustração a seguir mostra o que pode acontecer:
Note-se que esta é uma situação clássica, e acontece diariamente na cidade de Santos, SP, onde são muito conhecidos os prédios inclinados na beira da praia.
Estes foram feitos com fundação superficial que afundou quando mais e mais construções surgiram ao lado pois estas, além de aumentarem as cargas no solo, ajudaram a abaixar o nível do lençol freático que, por sua vez, já vinha diminuindo devido à crescente pavimentação das ruas.
Estradas construídas em terreno arenoso não atolam na época de chuva e não formam poeira na época seca. Isto porque seus grãos são suficientemente pesados para não serem levantados quando da passagem dos veículos, e também não se aglutinam como acontece nos terrenos argiloso. Estes, em comparação, quando usados em estradas sem pavimentação, torna as pistas barrentas nas chuvas e na seca formam um pisa duro. Já estradas com pisos siltosos geram muito pó quando os veículos passam, tudo isto em função do tamanho dos grãos e de como eles se comportam na presença da água.
Solos Argilosos
O terreno argiloso caracteriza-se pelos grãos microscópicos, de cores vivas e de grande impermeabilidade.
Como conseqüência do tamanho dos grãos, as argilas:
São fáceis de serem moldadas com água; Têm dificuldade de desagregação. Formam barro plástico e viscoso quando úmido. Permitem taludes com ângulos praticamente na vertical. É possível achar terrenos argilosos cortados assim onde as marcas das máquinas que fizeram o talude duraram dezenas de anos.
Em termos de comportamento, a argila é o oposto da areia. Devido à sua plasticidade e capacidade de aglutinação, o solo argiloso é usado há milhares de anos como argamassa de assentamento, argamassa de revestimento e na preparação de tijolos. As lendárias Torres de Babel, assim como todas as edificações importantes da Babilônia, foram feitos de tijolos de barro cozidos ao sol.
A maior parte do solo Brasileiro é de solo argiloso e este tem sido utilizado de maneiras diferentes ao longo da nossa história, desde a taipa de pilão do período colonial até os modernos tijolos e telhas cerâmicas, sem falar dos azulejos e pisos cerâmicos.
Os grãos de argila são lamelas microscópicas, ao contrário dos grãos de areia que são esferoidais. As características da argila estão mais ligadas à esta forma lamelar dos grãos do que ao tamanho diminuto.
Os solos argilosos distinguem-se pela alta impermeabilidade. Aliás, são tão impermeáveis que tornaram-se o material preferido para a construção de barragens de terra, claro que devidamente compactadas. Quando não há argila nas imediações vai se buscar onde ela estiver disponível, em regiões que passam a ser denominadas área de empréstimo.
Solos siltosos
O Silte está entre a areia e a argila e é o primo pobre destes dois materiais nobres. É um pó como a argila, mas não tem coesão apreciável. Também não tem plasticidade digna de nota quando molhado.
Estradas feitas com solo siltoso formam barro na época de chuva e muito pó quando na seca. Cortes feitos em terreno siltoso não têm estabilidade prolongada, sendo vítima fácil da erosão e da desagregação natural precisando de mais manutenção e cuidados para se manter.
Outras denominações
A divisão feita pela Mecânica dos Solos é meramente científica, na natureza os solos são encontrados em diversas proporções e recebem nomes populares dependendo de seu tipo, fa finalidade e da região do Brasil.
Veja alguns outros termos:
Piçarra: Rocha muito decomposta e que pode ser escavada com pá ou picareta.
Tabatinga ou turfa: Argila com muita matéria orgânica, geralmente encontrada em pântanos ou locais com água permanente (rios, lagos), no presente ou no passado remoto.
Saibro: Terreno formado basicamente por argila misturada com areia.
Moledo: Rocha em estado de decomposição mas ainda dura, tanto assim que só pode ser removida com martelete a ar comprimido.
Apresentamos a seguir quadro com os usos mais aconselháveis para os três tipos de solo:
USO | SOLO ARENOSO | SOLO SILTOSO | SOLO ARGILOSO |
---|---|---|---|
FUNDAÇÃO DIRETA | É adequado, mas necessita atenção aos recalques devido ao abaixamento do lençol freático. Durante a execução, é difícil manter a estabilidade das paredes laterais | Similar ao solo arenoso, porém é menos sensível ao lençol freático e também é mais fácil de escavar. | É usual e recomendável, mas também ocorrem problemas de recalques em função do lençol freático. Dirante a escavação, é fácil de manter a estabilidade das paredes laterais. |
FUNDAÇÃO EM ESTACA | Difícil de cravar frente ao atrito lateral. Em terrenos molhados, é preciso fazer cravação a ar comprimido. | É usual, por ser possível tirar partido tanto do atrito lateral quanto da resistência de ponta para aborver a carga. | Usual, mas a estaca geralmente precisa atingir profundidades maiores para aumentar capacidade de carga. |
CORTES E TALUDES SEM PROTEÇÃO | Não recomendável, pois o talude fica instável. | Possível, mas é preciso levar em conta a coesão e o ângulo de atrito para dimensionar o talude. A altura de corte é menor do que para as argilas. | Possível devido à grande coesão e estabilidade. |
ESFORÇOS EM ESCORAMENTO | Esforços são maiores, levando à necessidade de escoramento contínuo. | Comportamento idêntico ao solo arenoso. | Esforços são menores, o escoramento pode ser bem espaçado e não-contínuo. |
RECALQUES FRENTE ÀS CARGAS | Recalques em solo arenoso são imediatos à aplicação das cargas, mas podem ocorrer posteriormente devido à mudança do lençol freático. | Intermediário entre areia e argila. | Recalques extremamente lentos, pode levar décadas para ocorrer a estabilização. |
ADENSAMENTO E COMPACTAÇÃO | Adensamento ocorre apenas se houver perda de água. A compactação se faz com vibração. | Há adensamento se houver perda de água. Compactação é feita com percussão ou com rolos (pé-de-carneiro) | Há adensamento se houver perda de água. Compactação é feita com percussão e com rolos. |
DRENABILIDADE | Ocorre facilmente, mas precisa cuidado com a instabilidade das paredes e do fundo das valas. | Aceita água passante, mas necessita verificação cuidadosa da coesão e ângulo de atrito. | Alta impermeabilidade dificulta a drenagem. |
MATERIAL DE BARRAMENTO | Não recomendável, por ser permeável e sem coesão. Os taludes são instáveis e haveria fluxo intenso de água pela barragem. | Utilizável desde que com maior coeficiente de segurança. Tem pouca coesão e os taludes ficam mais abatidos (ângulo menor) | Recomendável pela impermeabilidade, coesão e ângulo de atrito favoráveis à estabilidade. |
O reconhecimento do tipo de solo pode ser complicado. Em geral, os solos estão misturados, é difícil achar um solo que seja 100% argila ou 100% areia. Por isto, usa-se denominações como argila silto-arenosa, silte argiloso, areia argilosa e similares. A determinação do tipo de solo é fundamental para a construção civil, em especial para o cálculo da movimentação de terra e para a escolha das fundações.
Justamente pela dificuldade em determinar o tipo de solo e em determinar suas características para a escolha de fundações é que se faz o denominado ensaio à percussão, mais conhecido como ensaio SPT, que mostramos no artigo a seguir. Com os parâmetros SPT em mãos torna-se possível escolher a fundação com precisão ou, caso o projetista ainda sinta falta de alguma informação, poderá solicitar um teste mais específico.
Fonte: www.forumdaconstrucao.com.br
Tipos de Solo
Os solos são formados a partir da decomposição das camadas rochosas. Em função do tipo de rocha, formaram-se diferentes solos ao longo dos séculos, ou estão ainda em vias de formação. A estrutura e as características dos solos, assim como a sua capacidade de assegurar o crescimento das plantas, variam segundo as dimensões das partículas de solo e a composição de matérias orgânicas e minerais.
TIPOS COMUNS DE SOLOS
Alguns solos são mais férteis do que outros. As bacias dos rios e os solos de origem vulcânica são férteis de forma natural. Alguns solos podem ser ácidos.
O Quadro abaixo descreve os tipos de solos geralmente encontrados em África, as suas características, os melhoramentos possíveis e alguns dos aspectos da sua valorização.
Tipos comuns de solos e modos de os melhorar
Tipo de solo |
Características |
Métodos de melhoramento |
Arenoso | · Estrutura pobre · Fertilidade pobre · Não retém a água | · Juntar regularmente matérias orgânicas e fertilizantes · Utilizar adubo verde · Juntar solo das térmitas · Praticar o mínimo de lavoura |
Limoso (Lamacento) | · Estrutura pobre | · Juntar matéria orgânica grosseiras |
Argiloso | · Endurece secando · Retém demasiada água | · Juntar matérias orgânicas, composto e gesso* |
Subsolo ácido | · A camada de subsolo é tóxica para algumas plantas | · Cultivar plantas com raízes pouco profundas (legumes) · Aplicar calcário em pó (depois dos resultados da análise do solo) e estrume |
Areno-limoso | · Mistura de areia, sedimento e argila | · Manter a fertilidade do solo, aplicando periodicamente fertilizante e composto |
A EROSÃO DO SOLO
A primeira etapa na conservação do solo consiste em impedir a sua perda devida à erosão. A camada arável é particularmente vulnerável à erosão se não for protegida por plantas ou por folhagem seca de protecção ou por outras medidas. Depois da perda da camada arável, o solo é geralmente menos produtivo, o que resulta num rendimento fraco das culturas da horta. O desafio consiste, pois, em proteger o solo das hortas, utilizando-o para a produção alimentar e para outras actividades não alimentares.
A erosão do solo é causada principalmente pelo vento e pela água, mas também por práticas de cultivo incorrectas. A chuva e o vento arrancam as partículas do solo, levando-as para longe. Quando o solo está descoberto ou quando a vegetação é pobre, a água da chuva escorre, em vez de penetrar no solo, levando consigo a frágil camada arável. Um solo em declive e um solo leve, contendo pouca matéria orgânica, são ambos propensos à erosão. Uma vez erosionado o solo está definitivamente perdido.
A erosão do solo é um problema em regiões com pouca vegetação, particularmente nas zonas áridas e semi-áridas de África. Nas zonas tropicais húmidas, a erosão não era considerada um problema quando a terra estava no seu estado natural, porque uma vegetação natural variada cobria o solo permanentemente. A situação agora é diferente, desde que se começaram a limpar vastas extensões de terra para fins agrícolas. As chuvas fortes associadas a uma má gestão do solo nas áreas cultivadas são agora as causas comuns da erosão do solo nas regiões húmidas.
FIGURA 1 Plantas de tamanhos diferentes protegem o solo
Erosão hídrica
Há três formas correntes de erosão hídrica:
Erosão por camadas: uma camada fina superior do solo é removida da camada mãe, pelo impacto da chuva. Com a erosão por camadas, os materiais soltos do solo (por exemplo a erva) acumulam-se entre finas linhas de areia depois de uma chuva torrencial. Esta erosão afecta toda a horta ou todo o campo.
Erosão em sulcos: ou regueiras: as águas correm em pequenas depressões à superfície da terra e cavam pequenos canais no solo. A erosão faz-se ao longo destes canais.
Erosão em ravinas: uma ravina forma-se ao longo de uma depressão natural à superfície do solo ou em declives. A ravina avança ao longo da encosta na direcção oposta à do escoamento da água. As ravinas são a marca de uma forte erosão.
Erosão eólica
A erosão eólica produz-se sobretudo em solos leves e em terras desnudadas. Os ventos violentos causam grandes danos. A erosão eólica é um problema comum nas regiões secas e semi-áridas, assim como nas regiões que sofrem chuvas sazonais.
Contrariamente à água, que só causa erosão em encostas, o vento pode arrancar tanto o solo dos terrenos planos como dos terrenos de encosta. Também pode transportar as partículas de solo através da atmosfera e depositá-las muito longe. Os solos vulneráveis à erosão do vento são secos, soltos, leves, com pouca ou nenhuma cobertura vegetal.
Lavrar no sentido da subida ou da descida de uma encosta pode também favorecer a erosão do solo. Para impedir a perda de solo da horta, devem ser tomadas algumas medidas.
Elas incluem:
Limpar apenas a terra a cultivar
Plantar segundo as curvas de nível e utilizar canais cobertos de erva
Instalar quebra ventos e terraços aplainados
Lavrar ao longo das curvas de nível
Plantar culturas de cobertura e usar folhagem seca de protecção para cobrir o solo
Quando se limpa a terra para a cultivar, devem-se ponderar os efeitos benéficos de certas árvores e plantas. Convém deixar algumas árvores, visto que estas podem fornecer alimentos, medicamentos, sombra ou matéria orgânica, graças à decomposição das suas folhas. É dada informação de como fazer curvas de nível na Rubrica Tecnológica de Horticultura 7 ” A luta contra a erosão, e conservação dos solos”.
O ENRIQUECIMENTO DO SOLO
Um dos principais objectivos a alcançar no desenvolvimento de uma horta é tornar o solo fértil e bem estruturado, de modo a que uma grande variedade de culturas úteis possa crescer e ter uma boa produção. Para crescer, as plantas necessitam de nutrientes que estão presentes nas matéria orgânica, como o azoto, o cálcio e o fósforo, assim como os sais minerais e os oligo-elementos.
Se o solo tiver uma fertilidade natural ou estrutura fracas, tem de ser continuamente «alimentado» com matérias orgânicas, tais como as folhas e o estrume, a fim de melhorar a sua produtividade e a sua capacidade de retenção de água. À medida que as matérias orgânicas se decompõem, constituem alimento para as plantas. Também melhoram a estrutura do solo ao amolecerem a argila pesada e ao ligarem o solo arenoso.
Enriquecer o solo com matéria orgânica é particularmente importante nos primeiros anos do desenvolvimento da horta. A matéria orgânica (por exemplo, os restos de plantas e de animais) podem ser recolhidas e enterradas no solo, onde se vai decompor. Também se pode utilizar a matéria orgânica para fazer composto, que poderá ser aplicado no solo para o tornar mais fértil.
As raízes das leguminosas contêm bactérias que fixam o azoto. Assim, cultivar leguminosas em associação ou em rotação com outras culturas ajuda a manter ou a melhorar o conteúdo do solo em azoto, favorecendo o crescimento de outras plantas.
As plantas saudáveis dão melhores rendimentos e estão melhor protegidas contra os insectos e contra as doenças. A aplicação de matérias orgânicas, tais como o composto, o estrume animal, o adubo verde e o solo das térmitas, melhora a estrutura do solo e adiciona-lhe nutrientes.
CONSERVAÇÃO DO SOLO A LONGO PRAZO
A maneira ideal de proteger e alimentar o solo consiste em aplicar regularmente matérias orgânicas ou composto, e manter uma cobertura vegetal. O sistema da cultura em diferentes níveis, em que se cultivam em conjunto árvores e plantas com diferentes tempos de maturação, permite proteger o solo e reciclar os elementos nutritivos. As leguminosas, tal como o feijão-nhemba, o amendoim e o feijão, são particularmente úteis, porque fornecem permanentemente elementos nutritivos às culturas da horta.
Fonte: www.fao.org
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