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Efeito La Niña – O que é
Tradicionalmente, La Niña tem recebido menos atenção do que o mais conhecido El Niño. Por exemplo, durante os anos de 1997 e 1998, El Niño foi o fenômeno climático mais noticiado. No entanto, do final de 1998 até o primeiro semestre de 2000, o El Niño foi sucedido pelo fenômeno La Niña, menos amplamente divulgado.
La Niña é a contrapartida de água fria do El Niño.
O El Niño é um período de aquecimento incomum no Pacífico perto do Peru e do Equador, enquanto o La Niña é um período de temperaturas da água anormalmente frias na mesma região.
O La Niña às vezes segue o rastro do El Niño.
O termo “la niña” é espanhol para “menina”. Foi nomeado por sua relação com o El Niño. Dois outros termos que às vezes são usados para descrever esse fenômeno de água fria são El Viejo, que significa “o velho”; e “evento ENSO de fase fria” (em contraste com El Niño, a fase quente do El Niño/Oscilação Sul). De acordo com as diretrizes estabelecidas pela Associação Meteorológica Japonesa, um ano de La Niña é aquele em que as temperaturas médias do mar ao longo do equador no Pacífico são mais de 0,5°C mais frias do que o normal, e a água permanece fria por cerca de menos seis meses.
O La Niña às vezes, mas nem sempre, segue o El Niño. Desde 1975, houve metade dos La Niñas do que El Niños. Em média, o La Niña está presente um ano em cada quatro. Às vezes, La Niñas ocorrem tão raramente quanto uma vez a cada dez anos. As condições de La Niña geralmente duram de nove a doze meses, mas podem persistir por até dois anos.
La Niña – Fenômeno
O La Niña é o oposto do El Niño, ou seja, um fenômeno que ocorre nas águas do pacífico equatorial e altera as condições climáticas de algumas regiões do mundo.
Se caracteriza pelo resfriamento anômalo da superfície do mar na região equatorial do centro e leste do pacífico.
A pressão na região tende a aumentar e uma das consequências é a ocorrência de ventos alísios mais intensos. Tem duração de aproximadamente de 12 a 18 meses.
O La Niña é um fenômeno oceânico-atmosférico que é caracterizado por um esfriamento anormal nas águas superficiais do Oceano Pacifico Tropical. A temperatura chega a cair cerca de 2 a 3 graus.
O fenômeno La Niña não ocorre todos os anos e nem sempre é da mesma forma. Acontece com uma frequência de 2 a 7 anos, dura em média de 9 a 12 meses, com exceção de alguns casos que podem durar até 2 anos.
Efeitos do La Niña no clima
La Niña
Entre os meses de dezembro a fevereiro:
Aumento das chuvas na região nordeste do Brasil
Temperaturas abaixo do normal para o verão, na região sudeste do Brasil
Aumento do frio na costa oeste dos Estados Unidos
Aumento das chuvas na costa leste da Ásia
Aumento do frio no Japão.
Entre os meses de junho e agosto:
Inverno seco na região sul e sudeste do Brasil
Aumento do frio na costa oeste da América do Sul
Frio e chuvas na região do Caribe (América Central)
Aumento das temperaturas médias na região leste da Austrália
Aumento das temperaturas e chuvas na região leste da Ásia.
Efeitos da La Niña no Brasil
No Brasil este fenômeno causa menos danos que o El Niño, porém alguns prejuízos são registrados em cada episódio. Como consequência da La Niña, as frentes frias que atingem o centro-sul do Brasil tem sua passagem mais rápida que o normal e com mais força.
Como as frentes tem mais força a passagem pela região sul e sudeste é rápida não acumulando muita chuva e a frente consegue se deslocar até o nordeste.
Sendo assim a região nordeste, principalmente o sertão e o litoral baiano e alagoano, são afetados por um aumento de chuvas o que pode ser bom para a região semi árida, mas causa grandes prejuízos a agricultura.
O norte e leste da Amazônia também sofrem um grande aumento no índice pluviométrico.
Na região centro-sul há estiagem com grande queda no índice pluviométrico, principalmente nos meses de setembro a fevereiro e no outono as massas de ar polar chegam com mais força.
Como consequência o inverno tende a chegar antes e já no outono grandes quedas de temperatura são registradas, principalmente na região sul e em São Paulo.
No ultimo episódio La Niña em 1999 fortes massas de ar polar atingiram a região sul causando neve nas regiões serranas e geadas em toda a região já em abril. Para se ter uma ideia, normalmente em abril registra-se geadas apenas nas regiões serranas.
Nevar é normal apenas após o mês de maio e no norte do Paraná as geadas só costumam ocorrem a partir de junho. Mas apesar de um mês de abril e maio frio, o inverno não foi tão frio quanto o esperado apresentando-se com temperaturas normais. Na região sudeste também o outono foi com temperaturas mais baixas.
Causas e consequências do fenômeno La Niña
O resfriamento das águas do Pacífico gera a formação de uma ?piscina de águas frias?. Com a ocorrência do fenômeno La Niña, a Circulação de Grande Escala é modificada, provocando mudanças no clima em diferentes regiões do planeta.
O pensamento mais lógico frente ao fenômeno climático batizado como El Niño (aquecimento das águas do Pacífico Sul) é pensar que um evento climático batizado de La Niña nada mais é que o seu oposto, ou seja, o resfriamento das águas do Oceano Pacífico Equatorial. A lógica procede, mas se rodeia de fatores bem mais complexos que uma simples oposição.
O resfriamento das águas do Pacífico gera a formação, nesse oceano, de uma ?piscina de águas frias?. Com a ocorrência do fenômeno La Niña, a Circulação de Grande Escala é modificada, provocando mudanças no clima em diferentes regiões do planeta.
As condições que indicam a presença do fenômeno La Niña estão associadas à intensificação dos Ventos Alísios e ao declínio da Temperatura da Superfície do Mar (TSM) no Pacífico Equatorial Leste.
As águas adjacentes à costa Oeste da América do Sul tornam-se ainda mais frias devido à intensificação do movimento de ressurgência.
Evidências são apontadas pela comunidade científica para mostrar que os processos resultantes da interação terra-atmosfera na América do Sul tropical afetam, de modo direto, as temperaturas da superfície do mar do Caribe e no oceano Atlântico Norte Tropical.
Em geral, episódios La Niña ocorreram em menor quantidade que o El Niño durante as últimas décadas. Além do mais, os episódios La Niña têm períodos de, aproximadamente, 9 a 12 meses, e somente alguns episódios persistem por mais que dois anos. O último registrado (CPTEC, 2010) foi entre 2007 e 2008 e apresentou uma intensidade forte.
Outro ponto interessante é que os valores das anomalias de temperatura da superfície do mar (TSM) em anos de La Niña têm desvios menores que em anos de El Niño, ou seja, enquanto se observam anomalias de até 4, 5ºC acima da média em alguns anos de El Niño, em anos de La Niña as maiores anomalias observadas não chegam a 4ºC abaixo da média.
Segundo informações do jornal O Globo, de julho de 2010, O La Niña retornará mais intenso, podendo formar furacões no Golfo do México e ameaçar as plantações no Meio-Oeste dos Estados Unidos e em países como Brasil, Argentina e Índia.
A emergência do La Niña é especialmente preocupante para a indústria do petróleo no Golfo, já prejudicada pelo derramamento gigante de petróleo vinda de um poço danificado da British Petroleum.
Um estudo de caso apresentado por Poveda et al (2001) trata da variabilidade anual e inter-anual da umidade do solo em uma área de colheita de café na Colômbia. No período de 1997-1999, durante fortes eventos El Nino e La Nina, observou-se que a umidade do solo apresentou maiores anomalias negativas do que em 1997-1998.
O El Niño foi mais forte durante as duas estações secas que normalmente ocorrem na Colômbia central. Observaram-se, ainda, déficits de umidade do solo, principalmente nas zonas abrangidas pelo café iluminado do que aqueles cobertos por florestas e sombreado.
A umidade do solo mais intensa responde a condições de precipitação normal durante La Niña de 1998-1999, atingindo níveis máximos ao longo desse período.
Efeito La Niña – Resumo
La Niña
O fenômeno La Niña, que é oposto ao El Niño, corresponde ao resfriamento anômalo das águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial Central e Oriental formando uma ?piscina de águas frias? nesse oceano.
À semelhança do El Niño, porém apresentando uma maior variabilidade do que este, se trata de um fenômeno natural que produz fortes mudanças na dinâmica geral da atmosfera, alterando o comportamento climático.
Nele, os ventos alísios mostram-se mais intensos que o habitual (média climatológica) e as águas mais frias, que caracterizam o fenômeno, estendem-se numa faixa de largura de cerca de 10 graus de latitude ao longo do equador desde a costa peruana até aproximadamente 180 graus de longitude no Pacífico Central. Observa-se, ainda, uma intensificação da pressão atmosférica no Pacífico Central e Oriental em relação à pressão no Pacífico Ocidental.
Em geral, um episódio La Niña começa a desenvolver-se em um certo ano, atinge sua intensidade máxima no final daquele ano, vindo a dissipar-se em meados do ano seguinte. Ele pode, no entanto, durar até dois anos.
Os episódios La Niña algumas vezes, favorecem a chegada de frentes frias até à Região Nordeste do Brasil (NEB), principalmente no litoral da Bahia, Sergipe e Alagoas.
No Brasil este fenômeno causa menos danos que o El Niño, porém alguns prejuízos são registrados em cada episódio. Como consequência da La Niña, as frentes frias que atingem o centro-sul do Brasil têm sua passagem mais rápida que o normal e com mais força.
Como as frentes têm mais força a passagem pela região sul e sudeste ocorre de forma mais rápida que o normal, consequentemente ocorre uma redução nos índices pluviométricos e a frente alcança o Nordeste do Brasil mais facilmente. Sendo assim a região nordeste, principalmente o sertão e o litoral baiano e alagoano, são afetados por um aumento de chuvas o que pode ser bom para a região semi-árida, mas causa grandes prejuízos a agricultura. O norte e leste da Amazônia também sofrem um grande aumento no índice pluviométrico.
A precipitação no Nordeste, com La Niña, tende a ser mais abundante no centro-sul do Maranhão e do Piauí nos meses de novembro a janeiro.
Os episódios La Niña podem vir a favorecer a ocorrência de chuvas acima da média sobre o semi-árido do Nordeste se também é formado um Dipolo Térmico do Atlântico favorável, ou seja, com temperatura da superfície do mar acima da média no Atlântico Tropical Sul e abaixo da média no Atlântico Tropical Norte. Em geral, a circulação atmosférica tende a apresentar características de anos normais na presença de La Niña, mas a distribuição de chuva, de fevereiro a maio, no semi-árido do Nordeste pode se caracterizar por uma elevada irregularidade espacial e temporal mesmo em anos de La Niña.
Durante os episódios de La Niña, os ventos alísios são mais intensos que a média climatológica. O Índice de Oscilação Sul (o indicador atmosférico que mede a diferença de pressão atmosférica à superfície, entre o Pacífico Ocidental e o Pacífico Oriental) apresenta valores positivos, os quais indicam a intensificação da pressão no Pacífico Central e Oriental, em relação à pressão no Pacífico Ocidental.
Na região centro-sul há estiagem com grande queda no índice pluviométrico, principalmente nos meses de setembro a fevereiro e no outono as massas de ar polar chegam com mais força.
Como consequência o inverno tende a chegar antes e já no outono grandes quedas de temperatura são registradas, principalmente na região sul e em São Paulo.
De acordo com as avaliações das características de tempo e clima, de eventos de La Niña ocorridos no passado, observa-se que o La Niña mostra maior variabilidade, enquanto os eventos de El Niño apresentam um padrão mais consistente.
Os principais efeitos de episódios do La Niña observados sobre o Brasil são:
Passagens rápidas de frentes frias sobre a Região Sul, com tendência de diminuição da precipitação nos meses de setembro a fevereiro, principalmente no Rio Grande do Sul, além do centro-nordeste da Argentina e Uruguai
Temperaturas próximas da média climatológica ou ligeiramente abaixo da média sobre a Região Sudeste, durante o inverno
Maior chegada das frentes frias até a Região Nordeste, principalmente no litoral da Bahia, Sergipe e Alagoas
Tendência às chuvas abundantes no norte e leste da Amazônia
Possibilidade de chuvas acima da média sobre a região semi-árida do Nordeste do Brasil.
Essas chuvas só ocorrem, se simultaneamente ao La Niña, as condições atmosféricas e oceânicas sobre o Oceano Atlântico mostrarem-se favoráveis, isto é, com TSM acima da média no Atlântico Tropical Sul e abaixo da média no Atlântico Tropical Norte.
Outro ponto interessante é que os valores das anomalias de temperatura da superfície do mar (TSM) em anos de La Niña têm desvios menores que em anos de El Niño, ou seja, enquanto observam-se anomalias de até 4, 5ºC acima da média em alguns anos de El Niño, em anos de La Niña as maiores anomalias observadas não chegam a 4ºC abaixo da média.
Fonte: www.climabrasileiro.hpg.ig.com.br/www.encyclopedia.com/educarbrasil.org.br/canaldatv.com/www.nemrh.uema.br
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