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Ecoturismo – O que é
Ecoturismo refere-se à recreação ao ar livre, passeios turísticos e estudos guiados de história natural em áreas naturais remotas ou frágeis, ou sítios arqueológicos e culturais.
Foi criado em sua forma atual na década de 1980, mas tornou-se conhecido pela primeira vez quando as Nações Unidas declararam o ano de 2002 como o Ano Internacional do Ecoturismo.
O ecoturismo geralmente envolve viagens, por pessoas chamadas ecoturistas, para se envolver em atividades como trekking e caminhadas, mergulho, montanhismo, ciclismo e remo, enquanto explora os destaques naturais de uma região, observa animais nativos e aprende sobre a história natural da região.
Os ecoturistas também podem visitar locais culturais e históricos locais e até participar de atividades culturais.
Muitos passeios ecológicos empregam guias e intérpretes nativos que podem ajudar os visitantes a apreciar plenamente o significado natural e cultural de sua experiência.
Ecoturismo – Brasil
O Ecoturismo surge no Brasil como uma proposta de contemplação e conservação da natureza.
Os debates sobre a necessidade de conservação do meio ambiente por meio de técnicas sustentáveis atingem a atividade turística e inserem uma nova maneira de vivenciar e usufruir as paisagens rurais, as áreas florestadas, as regiões costeiras, entre outros ecossistemas que são vistos como possíveis para um modelo de turismo mais responsável.
Este é o momento de discutir uma nova forma de uso e fruição dos espaços pelos turistas.
O turismo massivo é debatido como o agressor da paisagem natural e cultural, a vida nas grandes metrópoles (principais núcleos emissores de turistas) já exige uma nova conduta na busca pelo restabelecimento físico e emocional: buscam-se lugares remotos, de natureza preservada, paisagens bucólicas entrelaçadas com cultura e hábitos singulares.
O Brasil, sendo um dos países com maior biodiversidade, qualificado por seus biomas (Amazônia, Mata Atlântica, Campos Sulinos, Caatinga, Cerrado, Pantanal e Zona Costeira e Marítima) e seus diversos ecossistemas, apresenta um cenário rico para esse segmento. Tal cenário aporta recursos que possibilitam o desenvolvimento de várias práticas turísticas, explicitando aptidão especial para o Ecoturismo.
Esse segmento pode proporcionar experiências enriquecedoras e contribui para a conservação dos ecossistemas, ao mesmo tempo em que estabelece uma situação de ganhos para todos os interessados: se a base de recursos é protegida, os benefícios econômicos associados ao seu uso serão sustentáveis. Incorpora os recursos naturais ao mercado turístico, ampliando as oportunidades de gerar postos de trabalho, receitas, impostos e inclusão social e, acima de tudo, promover a proteção desse imensurável patrimônio natural.
Segundo diversas instituições e operadores especializados, esse tipo de turismo vem apresentando um crescimento contínuo no mundo e o Brasil, com tamanha exuberância, apresenta-se como potencial destino de grande competitividade internacional.
Considerando os aspectos peculiares que o caracterizam e lhe conferem identidade os recursos naturais, o Ecoturismo exige referenciais teóricos e práticos e suporte legal que orientem processos e ações para seu desenvolvimento, sob os princípios da sustentabilidade.
Ecoturismo – Entendendo o Segmento
Os temas ambientais ganham espaço nas discussões científicas e nos âmbitos político e social, surgindo uma nova ética do desenvolvimento que incorpora a qualidade ambiental e a inclusão social.
É fundamentado nessa premissa que se compreende o Ecoturismo, como uma atividade que se materializa pela interação e experienciação do ambiente de forma sustentável.
Meio ambiente e turismo
Ecoturismo
A questão ambiental inicialmente debatida na visão da ecologia geral ampliou as discussões para os sistemas ambientais, surgindo novos processos em que os sistemas humanos as economias, populações, culturas, governos e organizações podem fazer escolhas tecnológicas visando à conservação e à sustentabilidade. Sob essa ótica, o meio ambiente não é uma esfera desvinculada das ações, ambições e necessidades humanas conservá-lo e preservá-lo inclui, necessariamente, considerar a interação homem e natureza.
A partir da década de 1970, as preocupações com o desenvolvimento econômico, a degradação do ambiente e as questões sociais alcançaram a atividade turística. Com a Conferência de Estocolmo, em 1972, e a Rio 92, ampliaram-se os debates que se transformaram nos pressupostos da Agenda 21, que abordam os processos de desenvolvimento enfocando temas como ecotecnologias, requalificação do trabalho humano, desenvolvimento técnico- científico e sustentabilidade. Nesse contexto, a Agenda aponta o Ecoturismo como uma prática conservacionista, comprometida com a natureza, com a responsabilidade social e com o desenvolvimento local.
O setor de turismo tem a consciência de que a palavra ecologia pode ser utilizada como argumento eficiente para gerar novos fluxos de visitantes para atrativos naturais.
É preciso, portanto, encontrar o ponto de equilíbrio dessa inter-relação turismo e meio ambiente, de modo que a atratividade dos recursos naturais não seja a causa de sua degradação: A natureza e todos os seus componentes tornam-se pretextos para a descoberta, a iniciação, a educação, o espírito de observação e integração e, dessa forma, dá origem a um novo mercado?
Ecoturismo e desenvolvimento sustentável
Ecoturismo
O ecoturismo é apontado como uma ferramenta de sucesso para promover práticas econômicas sustentáveis em nações em desenvolvimento e para incentivar a conservação ambiental em todo o mundo.
O princípio orientador do desenvolvimento sustentável é atender às necessidades e aspirações da geração atual de pessoas de uma região sem comprometer as gerações futuras.
As políticas de desenvolvimento sustentável também buscam desenvolver sistemas econômicos que funcionem com pouco ou nenhum consumo líquido de recursos naturais e que evitem danos ecológicos. O ecoturismo, como outras estratégias de desenvolvimento sustentável bem-sucedidas, fornece um forte incentivo econômico para proteger os recursos naturais.
As economias que dependem dos dólares do ecoturismo têm um interesse óbvio em preservar as características naturais e culturais que esses naturalistas e exploradores amadores pagam para ver. Além disso, os impactos ambientais e as necessidades de recursos do ecoturismo, que incluem o desenvolvimento de sistemas de trilhas e estradas de acesso, uso de combustível e veículos para transporte de e para a natureza e estabelecimento de acampamentos, são mínimos, especialmente quando comparados às práticas de uso da terra. que as viagens comerciais da natureza muitas vezes substituem. Finalmente, a experiência em primeira mão de viajar no deserto, de observar a complexidade natural e de refletir sobre a fragilidade dos ecossistemas estressados pelos usos humanos muitas vezes dá aos ecoturistas e seus guias locais uma nova perspectiva sobre o valor da preservação ambiental e conservação de recursos.
Ecoturismo – Atividades praticadas
Ecoturismo
As atividades do segmento Ecoturismo como oferta turística correspondem à complementaridade das atividades tradicionalmente ditas turísticas (hospedagem, transporte, alimentação, recreação, entretenimento, operação, agenciamento, recepção, guiamento, condução e outras) e das práticas que as geram, ou seja, as atividades de experienciação da natureza e que dão consistência ao segmento, tidas como tipicamente eco turísticas.
Ao serem contempladas no âmbito desse segmento, quaisquer dessas atividades devem considerar:
Aspectos construtivos das instalações em relação ao porte, ao estilo arquitetônico e aos materiais utilizados, técnicas e procedimentos adotados. Meios e vias de transporte de baixa potencialidade de degradação e poluição e adequados ao ambiente.
Serviços e produtos harmonizados aos princípios da qualidade, da sustentabilidade e da cultura local.
As atividades tipicamente eco turísticas devem ocorrer estrita e necessariamente seguindo premissas conservacionistas. Podem realizar-se concomitantemente ou em conjunto com outras, de formas e por meios diversos, e devem ser estruturadas e ofertadas de acordo com normas e certificações de qualidade e de segurança de padrões reconhecidos internacionalmente. De modo geral, as atividades eco turísticas buscam atender às motivações específicas por meio de atividades passíveis de serem praticadas com outras finalidades, configurando outros segmentos. Porém, o que caracteriza o segmento são as atividades resumidas em observação e contemplação da natureza que podem ocorrer de diversas formas e meios.
a) Observação: exame minucioso de aspectos e características da fauna, flora, formações rochosas e outros, que exigem técnicas de interpretação ambiental, guias e condutores especializados, equipamentos e vestuário adequados.
Observação de fauna consiste em observar, identificar, estudar comportamentos e habitats de determinados animais, destacando-se:
Aves: também conhecida como birdwatch, demanda equipamentos específicos, cujo uso não é imprescindível, mas facilita e aumenta o aproveitamento da atividade. A observação de aves, nos mais variados aspectos de sua prática, ainda é pouco desenvolvida no Brasil, mas com perspectiva de se configurar em produto de destaque no mercado internacional, já que o País ocupa o terceiro lugar no mundo em matéria de diversidade no gênero, com um total de 1700 espécies, das quais 182 endêmicas.
Mamíferos: o Brasil, que possui grande parte dos mamíferos do mundo, apresenta algumas espécies consideradas ícones da nossa fauna, como a onça-pintada, o tamanduá-bandeira, a anta e o lobo- guará. Apesar da observação de determinados animais especialmente os de hábito solitário, discretos e com atividade noturna ou crepuscular ser difícil, é possível identificá-los e, de certa forma, conhecê-los, mesmo sem vê-los de fato, por meio da observação indireta de seus rastros (tocas, trilhas, restos alimentares, fezes e pegadas).
Cetáceos: como baleias, botos e golfinhos também conhecidos como whalewatch e dolphinwatch. Pode ocorrer de estações em terra (na costa e beiras de rios e lagos), de embarcações ou mergulhando. Nesse caso, merece atenção a regulamentação específica, que reúne medidas para possibilitar a observação sem perturbar o ambiente e sem comprometer a experiência do turista.
Insetos: muito desenvolvida em outros países, como nos Estados Unidos, a observação desses animais vem ocorrendo no Brasil ainda timidamente borboletas, vespas e abelhas, formigas, besouros, moscas e inumeráveis outros. No processo de identificação de insetos também são analisados vestígios e aspectos folhas utilizadas para alimentação, lagartas, vermes, crisálidas etc.
Répteis e anfíbios: considerado o primeiro em espécies de anfíbios e o quarto em répteis, destaca-se no País a observação de salamandras, sapos, rãs, pererecas, tartarugas, jacarés, lagartos, cobras. Sobre esse assunto, apontam-se os projetos brasileiros para a conservação da tartaruga marinha e do tracajá.
Peixes: a observação geralmente ocorre pela flutuação ou mergulho, com ou sem o uso de equipamentos especiais. Além de seu reconhecido papel nos ecossistemas aquáticos, os peixes têm forte apelo estético para atração de visitantes e reforçam o espetáculo de ambientes aquáticos privilegiados por ampliar o contato das pessoas com a ictiofauna. Nesse sentido, merecem destaque os projetos de conservação para cavalos-marinhos e as piscinas naturais presentes em todo o País.
Observação de flora: consiste em observar, identificar, estudar características da vegetação, destacando-se as plantas medicinais, ornamentais, utilitárias e de exuberância paisagística.
Formações geológicas: atividade ainda tímida no País que consiste geralmente em caminhada por área de ímpar diversidade geológica que oferece locais estratégicos para discussão da origem dos ambientes, sua idade, entre outros fatores, por meio da observação direta e indireta das evidências das transformações que ocorreram na esfera terrestre.
b) Contemplação: apreciação de flora, de fauna, de paisagens e de espetáculos naturais extraordinários como as Cataratas do Iguaçu, os Lençóis Maranhenses, o Delta do Parnaíba, a Floresta Amazônica, entre outros.
As atividades relacionadas são:
Caminhadas: percursos a pé para fins de contemplação, fruição e observação da natureza, com possibilidade de interpretação.
Mergulho: observação, contemplação e fruição de ambientes submersos, com ou sem a utilização de equipamentos especiais.
Safáris fotográficos: itinerários organizados para fotografar paisagens singulares ou animais que podem ser feitos a pé ou com a utilização de um meio de transporte.
Trilhas interpretativas: conjunto de vias e percursos com função educativa e vivencial. Pressupõe amplo conhecimento da fauna, flora, paisagem, clima e demais aspectos biológicos, geográficos, históricos da região. Podem ser autoguiadas ou percorridas com o acompanhamento de condutores, guias e intérpretes devidamente capacitados. A depender do tipo de trilha e grau de dificuldade, podem conter sinalização, equipamentos de proteção e facilitadores (corrimões, escadas, pontes), proporcionando interação do homem com a natureza e a compreensão da responsabilidade em relação aos recursos naturais.
Existe uma diversificada e significativa gama de outras atividades que, embora possam caracterizar outros tipos de turismo, podem também ser ofertadas em produtos e roteiros desse segmento: atividades de aventura, de pesca, náuticas, esportivas, culturais e várias outras, desde que cumpram as premissas, comportamentos e atitudes estabelecidas para o Ecoturismo.
O ecoturista
Tendo em vista as diferentes motivações e comportamentos do ecoturista, é muito difícil a definição de um perfil único para esse turista.
Os adeptos do Ecoturismo apresentam perfis diferenciados em função das diversas atividades motivacionais que determinam as características de cada público, abarcando, principalmente, uma faixa etária abrangente.
Geralmente, os turistas desse segmento querem ver, sentir, cheirar, tocar e comer o inusitado; lêem muito sobre o destino antes de planejar a viagem; anotam perguntas e querem respostas dos guias e do pessoal que os atendem; querem um tratamento personalizado e prezam pela segurança.
Entretanto é possível observar alguns elementos comuns e classificar como características do perfil de maior incidência no segmento os indivíduos:
Entre 25 e 50 anos.
Poder aquisitivo médio e alto.
Escolaridade de nível superior.
Profissão de caráter liberal.
Viaja sozinho ou em pequenos grupos.
Permanência média no destino:
Nacional: 4 dias.
Internacional: 10 dias.
Procedência de grandes centros urbanos.
Desejo de contribuir para a conservação do meio ambiente.
Esse tipo de consumidor, de modo geral, importa-se com a qualidade dos serviços e equipamentos, com a singularidade e autenticidades da experiência, com o estado de conservação do ambiente muito mais do que com o custo da viagem.
Bases para o Desenvolvimento do Ecoturismo
Em razão das características do Ecoturismo, especialmente na conservação e na atratividade da natureza, o segmento exige atitudes e comportamentos que remetem à necessidade de mudanças dos padrões de produção e consumo e uma postura ambientalmente responsável no manejo dos recursos naturais.
Portanto, orienta-se por marcos legais que, além dos aspectos turísticos, contemplam, de modo especial, as questões ambientais.
Fonte: institucional.turismo.gov.br/www.encyclopedia.com/material.nerea-investiga.org
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