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Economia Verde – Conceito
No nível mais básico, uma economia verde é aquela que gera prosperidade crescente, mantendo os sistemas naturais que nos sustentam.
Historicamente, é claro, a tendência não foi para o crescimento verde. Pelo contrário, a expansão econômica impôs demandas cada vez maiores aos sistemas naturais – tanto em termos da quantidade de recursos que extraímos ou colhemos quanto do volume de emissões e resíduos que esperamos que o meio ambiente absorva e neutralize.
Como se entende cada vez mais, isso não pode continuar indefinidamente: o meio ambiente tem limites naturais em termos de quanto pode fornecer e absorver.
A economia verde ainda não possui definição consensual, nem diretrizes claras, mas já se tornou suficientemente importante para ser o tema principal da maior conferência ambiental das últimas duas décadas, a Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que reúne representantes de 180 países entre 13 e 22 de junho, no Rio de Janeiro.
A definição mais largamente utilizada para a economia verde foi cunhada pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), sendo considerada aquela que promove a melhoria do bem-estar humano e da igualdade, e, ao mesmo tempo, reduz significativamente os riscos ambientais.
As três características principais das atividades dessa economia são: reduzir a emissão de carbono, ser eficiente no uso de recursos naturais e ser socialmente inclusiva.
Economia Verde – O que é
Uma economia verde é definida como de baixo carbono, eficiente em termos de recursos e socialmente inclusiva. Em uma economia verde, o crescimento do emprego e da renda é impulsionado pelo investimento público e privado em atividades econômicas, infraestrutura e ativos que permitem a redução das emissões de carbono e poluição, maior eficiência energética e de recursos e prevenção da perda de biodiversidade e serviços ecossistêmicos.
Esses investimentos verdes precisam ser viabilizados e apoiados por meio de gastos públicos direcionados, reformas de políticas e mudanças na tributação e regulamentação.
A ONU Meio Ambiente promove um caminho de desenvolvimento que entende o capital natural como um ativo econômico crítico e uma fonte de benefícios públicos, especialmente para pessoas pobres cujos meios de subsistência dependem de recursos naturais. A noção de economia verde não substitui o desenvolvimento sustentável, mas cria um novo foco na economia, investimento, capital e infraestrutura, emprego e habilidades e resultados sociais e ambientais positivos na Ásia e no Pacífico.
Economia verde – Consumo e Produção Sustentáveis
O papel da Economia Verde, Consumo e Produção Sustentáveis e Eficiência de Recursos para o Desenvolvimento Sustentável: Consumo e Produção Sustentáveis, visa melhorar os processos de produção e práticas de consumo para reduzir o consumo de recursos, geração de resíduos e emissões em todo o ciclo de vida de processos e produtos – enquanto Recursos Eficiência refere-se às formas como os recursos são usados para entregar valor à sociedade e visa reduzir a quantidade de recursos necessários, emissões e resíduos gerados, por unidade de produto ou serviço. A Economia Verde fornece uma abordagem macroeconômica para o crescimento econômico sustentável com foco central em investimentos, emprego e habilidades.
As três áreas principais para o trabalho atual sobre Economia Verde são:
1) Defesa da abordagem macroeconômica para o crescimento econômico sustentável por meio de fóruns regionais, sub-regionais e nacionais
2) Demonstração de abordagens de Economia Verde com foco central no acesso a finanças, tecnologia e investimentos verdes
3) Apoio aos países em termos de desenvolvimento e integração de políticas macroeconómicas para apoiar a transição para uma Economia Verde
Parcerias
Parcerias multissetoriais para a promoção de uma Economia Verde são apoiadas para acelerar e consolidar mudanças sustentáveis nos padrões de consumo e produção.
Além de governos e organizações sem fins lucrativos, a ONU Meio Ambiente aumentou seu envolvimento com o setor privado – que é um ator muito importante na promoção da eficiência de recursos e economia verde.
O crescimento da importância da economia verde é oportunidade estratégica ao desenvolvimento regional no Brasil
Economia Verde
O crescimento da importância da economia verde é outra oportunidade estratégica para o desenvolvimento regional no Brasil. As possibilidades no campo das energias renováveis, exploração da biodiversidade, das soluções sustentáveis no atendimento das enormes demandas brasileiras por moradia, transporte coletivo, saúde e outras, devem ser objeto de grande empenho da política regional.
É importante que os olhares não mirem somente as oportunidades já reveladas, mas também oportunidades e potencialidades implícitas e não reveladas. Neste caso, é pertinente que se pense em atividades e setores não existentes e que podem mudar o futuro das regiões.
Por fim, é preciso destacar dois componentes fundamentais da estratégia propugnada pela nova PNDR para o avanço do desenvolvimento produtivo em suas regiões elegíveis.
O primeiro é que o sentido geral deve ser comprometido com atividades portadoras de futuro. Como este documento já afirmou, o mundo vive um longo processo em direção a um novo paradigma tecno-produtivo e, portanto, não se pode apostar no velho paradigma. O segundo é a opção por uma abordagem sistêmica na formulação e implementação das políticas de desenvolvimento produtivo.
A estruturação e o fortalecimento de arranjos e sistemas produtivos e inovativos, com base local, mas articulados aos seus correspondentes nas demais escalas e orientado por um projeto nacional, constitui elemento essencial desta proposta.
Diretrizes Sugeridas:
Avançar na regionalização do Plano Brasil Maior
Explorar a diversidade como ativo para o desenvolvimento territorial e regional
Combinar os princípios de equidade e competitividade nas estratégias de desenvolvimento produtivo
Promover o desenvolvimento produtivo a partir da identificação e exploração das oportunidades e potencialidades locais e regionais
Buscar não somente as oportunidades já reveladas, mas também oportunidades e potencialidades implícitas e não reveladas que possam contribuir para mudar o futuro das regiões
Apostar principalmente nas atividades e tecnologias inovadoras e portadoras de futuro
Estimular a economia verde aproveitando amplamente suas possibilidades como mobilizadora e catalizadora de processos de desenvolvimento local e regional
Estruturar redes de Arranjos Produtivos Locais (APLs) para o fortalecimento e o adensamento de cadeias produtivas regionais selecionadas
Promover o adensamento e o enraizamento de empreendimentos industriais e agroindustriais, articulando-os às economias de base local
Implantar projetos de identificação, adensamento e incremento competitivo de APLs no entorno dos grandes projetos de infraestrutura
Implantar programas de fortalecimento e desenvolvimento de fornecedores locais e regionais.”
Rio+20: florestas e economia verde
Economia Verde
Rumo à Rio+20, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), a Comissão Econômica das Nações Unidas para a Europa (Unece, sigla em inglês), a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, sigla em inglês) e organizações da sociedade civil têm conduzido extensas pesquisas sobre o papel das florestas na transição para uma economia verde. Os estudos concluem que, se os planos de ação forem implementados com base em uma estrutura de governança cuidadosamente planejada, as florestas podem constituir uma ferramenta poderosa para o desenvolvimento econômico sustentável, bem como para uma transição global de sucesso para a economia verde.
As florestas naturalmente incorporam as características ideais de uma economia verde, qualificada esta como uma economia pautada em: baixo carbono, abundância de recursos e inclusão social.
A florestas também oferecem oportunidades excepcionais para o chamado emprego verde, que considera a redução de consumo de energia e matérias-primas, de emissões de gases-estufa e do desperdício e da poluição, ao mesmo tempo em que protegem e restauram ecossistemas. Contudo, o usufruto dessas características naturais das florestas está condicionado a uma governança adequada.
A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (conhecida como Rio +20) será um momento oportuno para a elaboração de uma convenção-quadro para a governança florestal no contexto da iniciativa global rumo à transição para uma economia verde.
Produtos e serviços florestais não somente constituem uma parcela significativa da economia global, mas são também ferramentas de incentivo ao desenvolvimento sustentável no contexto de uma economia verde. O manejo florestal, por sua vez, contribui para o aumento da produção e dos serviços, reforçando o mercado de emprego verde.
Aumentam as pressões sobre florestas
A cobertura florestal do planeta continua a diminuir em 13 milhões de hectares por ano. Com o consumo per capita em ascensão e a expectativa de que a população mundial atinja 9 bilhões em 2050, indubitavelmente a pressão para o desmatamento de florestas para construção urbana e uso agrícola se intensificará. A competição que ocorre sobretudo nos países em desenvolvimento (PEDs) pelo uso de terras agrícolas para a produção de alimentos ou para o cultivo de biocombustíveis contribuirá para a situação de risco das florestas. Adicionalmente, a crise econômica global, os efeitos destrutivos das mudanças climáticas e a concorrência sobre o uso de recursos naturais escassos constituem fatores relevantes, que contribuem para acelerar o desmatamento.
O fato de as florestas estarem sob a influência de diversos fatores que se estendem desde níveis populacionais e desenvolvimento a mudanças climáticas e economia evidencia a interconexão entre florestas e a teia da sociedade global. Portanto, se as florestas podem ser afetadas por diversos fatores mundiais, pode-se dizer que o inverso também é verdadeiro.
Com efeito, estudos indicam que as florestas têm grande poder para influenciar positivamente a redução da pobreza, saúde humana, comércio internacional, desenvolvimento econômico, segurança, biodiversidade e mudanças climáticas. De acordo com análise recentemente publicada pelo Pnuma, ecossistemas florestais biologicamente ricos fornecem abrigo, alimento, emprego, água, medicamentos e segurança para mais de 1 bilhão de pessoas, além de regularem o nosso clima. O setor florestal que inclui o manejo florestal e produtos e serviços florestais emprega de 119 milhões a 1,42 bilhão de pessoas em todo o mundo por meio de uma vasta gama de produtos e serviços.
Ao mesmo tempo em que madeira, celulose e papel se destacam como os principais produtos florestais comercializados internacionalmente, as florestas constituem igualmente uma importante fonte de energia, de alimentos e de lenha para as economias locais, respondendo por 1% do produto interno bruto (PIB) mundial. Adicionalmente, florestas nativas fornecem serviços cruciais para as comunidades que habitam florestas, tais como armazenamento de água, sumidouros de carbono e incentivo ao turismo.
Embora os produtos e serviços originários de florestas possuam valor monetário significativo na economia atual, o sistema não é capaz de reconhecer os valores intrínsecos das florestas como protetoras da biodiversidade e recursos valiosos. Sob uma economia verde que significa um sistema de interações entre os mercados, as forças ambientais e as políticas sociais sustentáveis no longo prazo, as florestas podem ser concebidas sob a ótica de seu valor intrínseco. Portanto, em uma economia verde, florestas virgens e manejadas de maneira sustentável serão mais valiosas do que se forem devastadas para ganhos financeiros no curto prazo.
Mecanismos mistos para a governança florestal
Uma questão importante a ser tratada na Rio+20 pela comunidade internacional refere-se a meios pelos quais a governança florestal pode atribuir números reais ao capital natural do setor para que a ?economia verde? atinja o seu potencial. A fim de garantir uma avaliação adequada do valor intrínseco das florestas, um grande número de grupos de interesse de todo o mundo (tais como organizações locais e internacionais de caráter não-governamental, governos, organizações internacionais, organismos de manejo de florestas, especialistas em biodiversidade e grupos indígenas) está sendo incluído no processo. Tendo em mente a vasta gama de questões envolvidas na temática florestal ? que inclui commodities, biodiversidade, desenvolvimento sustentável e questões de direitos humanos ?, a existência de uma grande variedade de interessados é essencial para uma avaliação política adequada.
No entanto, as contribuições de grupos de interesse envolvidos no processo consultivo da Rio+20 têm revelado uma preocupante divisão Norte/Sul quanto às abordagens sobre governança florestal, cujo sintoma se materializa na complexidade das estruturas da governança florestal. Em geral, as economias desenvolvidas do Norte acreditam que suas florestas boreais possuem maior valor como ecossistemas em pé, enquanto os PEDs do Sul tendem a atribuir maior potencial de desenvolvimento econômico aos produtos extraídos de suas florestas, como a madeira.
A multiplicidade de questões, usuários, usos e concepções sobre florestas tem resultado em uma miríade de mecanismos de governança, instrumentos e diversas abordagens para a implementação e execução do manejo florestal sustentável destaca um estudo realizado pelo Centro Pardee. Nesse sentido, ao invés de almejar uma concentração de mecanismos de governança florestal, o Centro Pardee recomenda em seu relatório que a elaboração de leis florestais seja feita país a país, sob o argumento de que esse formato permite compreender e implementar melhor as questões florestais.
Em seu Relatório Economia Verde, o Pnuma defende que a comunidade internacional assuma um papel com vistas ao fortalecimento da governança florestal por meio da criação, da implementação e de apoio a mecanismos de transparência.
Segundo o relatório, a melhor oportunidade disponível à comunidade internacional para a discussão sobre modos inadequados de manejo florestal e arrecadação de fundos para proteção de florestas consiste na aprovação de um mecanismo mais robusto de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (REDD+) da Organização das Nações Unidas (ONU). O mecanismo REDD+ ofereceria incentivos monetários e de competitividade aos atores do setor florestal para que estes se comprometessem com uma mudança de paradigma em direção a uma cadeia de valor florestal mais sustentável.
Por sua vez, o Projeto de Plano de Ação da Unece-FAO propõe uma estrutura para o desenvolvimento de indicadores de manejo florestal sustentável e instrumentos de avaliação de governança. A estrutura sugerida foca no estudo detalhado dos sistemas atualmente em vigor e na avaliação dessas políticas por meio da comunicação e da divulgação de informações em todo o mundo.
Consideradas em sua totalidade, as abordagens defendidas descrevem um sistema dinâmico e diferenciado de governança para o setor florestal, a fim de permitir implementação específica em cada país, com monitoramento e apoio internacionais. Caso a Rio+20 bjetive aprovar e implementar com sucesso uma estrutura como a descrita acima, o Pnuma destaca a necessidade de que questões relativas a transparência e construção do conhecimento sobre florestas ocupem uma posição central na estrutura proposta. Consequentemente, políticas de manejo florestal construídas sobre uma estrutura de governança forte auxiliariam na transição do setor para a economia verde.
Economia Verde – Resumo
Economia Verde
Uma economia verde:
Produz o mínimo possível de emissões de gases de efeito estufa,
Utiliza os recursos de forma muito eficiente, minimizando ou mesmo eliminando o desperdício
é socialmente inclusiva,
Luta contra novas mudanças climáticas enquanto se adapta aos impactos das mudanças climáticas que já ocorreram e
Baseia a atividade econômica no desenvolvimento sustentável.
Uma Economia Verde reconhece que o crescimento e o desenvolvimento econômico sustentável ocorrem por meio do uso e proteção eficiente e responsável dos ecossistemas e recursos naturais, para que possam continuar fornecendo os recursos, o meio ambiente e o clima dos quais nosso bem-estar e economia dependem.
Uma Economia Verde busca dissociar o uso insustentável de recursos, as emissões de gases de efeito estufa e o impacto ambiental negativo do crescimento econômico, permitindo que o crescimento econômico e o desenvolvimento sejam perseguidos de forma equitativa, socialmente inclusiva e sustentável.
Uma Economia Verde é uma economia resiliente, capaz de resistir e reduzir o impacto de vários choques e tensões que possam surgir.
Ao reduzir ou eliminar as atividades econômicas que prejudicam a saúde humana e ambiental, uma economia verde proporciona uma melhor qualidade de vida aos habitantes e apoia o comércio e a atividade econômica.
Perseguir uma agenda de Economia Verde requer investir em soluções ecologicamente corretas e socialmente justas em todas as esferas da economia.
Isto significa que a Economia Verde é de natureza transversal, abrangendo todas as indústrias e stakeholders dentro de uma economia (ou seja, não apenas aquelas que são normalmente consideradas as principais indústrias “verdes” de energia, resíduos e água). Essa abordagem abrangente é necessária para alcançar a coordenação e implantação de soluções na escala necessária para atender aos inúmeros objetivos de uma Economia Verde mencionados acima.
Fonte: www.revistareciclarja.com(Fábio Biolcati)/www.unep.org/www.eea.europa.eu/www.ecodesenvolvimento.org/ictsd.org
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