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Controle Biológico- O que é
O controle biológico é uma técnica utilizada para combater espécies que nos são nocivas, reduzindo os prejuízos causados por elas. Comumente, esse método consiste em introduzir no ecossistema um inimigo natural (predador ou parasita) da espécie nociva, para manter a densidade populacional dessa espécie em níveis compatíveis com os recursos do meio ambiente. Quando bem planejado, o controle biológico acarreta evidentes vantagens em relação ao uso de agentes químicos, uma vez que não polui o ambiente e não causa desequilíbrios ecológicos.
À medida que o homem toma consciência de que os inseticidas também prejudicam, procura recursos menos nocivos que possam ser igualmente eficientes no combate às pragas vegetais.
É o caso do uso de inimigos naturais de pragas que possam controlar as populações, principalmente dos insetos que competem com o homem. Os canaviais, por exemplo, podem ser protegidos de certas espécies de insetos comedores das folhas da cana-de-açúcar através do uso de fungos parasitas desses insetos. É método não-poluente, específico e acarreta prejuízos praticamente desprezíveis para o equilíbrio do ambiente.
A irradiação, com raios-gama, de machos de insetos-praga em laboratório é outra medida útil que leva à sua esterilização. Soltos na lavoura, encontram-se com muitas fêmeas, não conseguindo, porém, fecundar os óvulos. A população reduz e a praga fica sobre controle.
Abaixo, listamos alguns “controladores biológicos”:
Trichogramma
A utilização de agentes biológicos vem alcançando, nos últimos anos, grande sucesso na preservação dos agro ecossistemas.
Como alternativa à aplicação indiscriminada de agrotóxicos, o Centro Nacional de Pesquisa de Algodão da Embrapa, Campina Grande, PB, vem pesquisando, para a cultura do algodão, o uso do trichogramma no controle biológico e detém a tecnologia de criação massal, através do hospedeiro de substituição Sitotroga cerealella.
Explicando melhor, o trichogramma é um inseto diminuto, com menos de 1mm, parasitóide exclusivo de ovos. Prefere ovos de lepidópteros (borboletas) – a praga do algodão -, sendo, entretanto, parasitóide de cerca de 200 espécies de insetos. O controle de lepidópteros implica significativa redução no custo de produção, previne contra danos à cultura algodoeira, ao meio ambiente e ao homem e é inteiramente adequado ao manejo integrado de pragas. Trata-se de tecnologia de grande potencial, já praticada nos Estados Unidos, exigindo recomendações de uso em pacotes tecnológicos que devam incluir outros pesticidas seletivos.
Bacillus thuringensis
É uma bactéria que produz cristais proteicos insolúveis em água ou em soluções levemente ácidas. Ao serem ingeridos por larvas de certos insetos, como lagartas de Lepidoptera (borboletas), alcançam o intestino desses animais, dissolvendo-se no conteúdo intestinal, geralmente alcalino. A proteína dissolvida provoca a ruptura da parede do intestino e a morte do inseto, em consequência da invasão bacteriana dos tecidos.
Gambusia affinis: Peixe larvófago utilizado no combate às larvas de Anopheles (mosquito transmissor da malária).
Metagonistylum minense e Paratheresia claripalpis: Moscas (dípteros) que parasitam a broca-da-cana
Metarrhizium anisopliae: Fungo cinza que parasita insetos diversos, como lagartas, besouros, cigarrinhas etc. O micélio do fungo envolve o inseto, mumificando-o.
Beauveria sp: Fungo branco que parasita insetos diversos (lagartas, besouros, cigarrinhas etc)
Apanteles flavipes: Pequena vespa que injeta ovos em lagartas diversas (parasitas da cana-de-açúcar, do milho etc). Dos ovos eclodem larvas que destroem o inseto parasitado.
Calosoma: Besouro predador de lagartas desfolhadoras
Coccinella septempunctala: Inseto conhecido como joaninha, que atua como predador de diversas espécies de pulgões.
Baculovirus anticarsia
Vírus utilizado no combate à largata-da-soja
O controle biológico aplicado sem um estudo prévio do comportamento biológico das espécies envolvidas pode acarretar sérios distúrbios no equilíbrio natural de um ecossistema. Na Jamaica, por exemplo, em 1872, introduziu-se o mangusto (mamífero carnívoro) para combater ratos que causavam grandes prejuízos às plantações de cana-de-açúcar. O mangusto, entretanto, cumpriu bem demais o seu papel de predador de rato.
Praticamente dizimou não os ratos, como também populações diversas de outros mamíferos, além de aves terrícolas, répteis e crustáceos, alterando a harmonia do ecossistema em questão. Para completar, os poucos ratos que conseguiram sobreviver adaptaram-se à vida arborícola e acabaram constituindo uma população que voltou a causar danos significativos à cultura canavieira.
Outro exemplo célebre de controle biológico malsucedido ocorreu na Austrália em 1859. Foram introduzidos nesse continente alguns casais de coelhos, com o propósito de se combater ervas daninhas que infestavam certas regiões. Os coelhos, porém, não encontraram predadores e parasitas capazes de promover a regulamentação de sua população; proliferaram intensamente, devastaram as ervas daninhas e também as pastagens que serviam de alimento ao gado, grande fonte de riqueza do continente. Os coelhos, aparentemente inofensivos, tornaram-se o maior flagelo que a Austrália havia conhecido até então. Em 1950, a Austrália importou vírus causadores da mixomatose, uma doença que se manifesta apenas em coelhos e algumas lebres.
Graças a esse vírus, a população de coelhos da Austrália acha-se atualmente em equilíbrio, sendo, portanto, mantida dentro de uma densidade considerada tolerável em relação aos recursos da região.
“O crescimento na produção de trigo está sendo acompanhado por uma maior utilização do controle biológico do pulgão, uma das principais pragas que atacam essa cultura.
Os agricultores que decidiram investir mais na lavoura descobriram nessa tecnologia uma forma de cortar despesas e aumentar a produtividade. O controle biológico do pulgão é feito por meio do uso de vespas, que colocam seus ovos dentro do pulgão. Dos ovos eclodem larvas que em dez dias tomam conta do corpo da praga, provocando sua morte. Durante seu período de vida (uma semana) uma vespa coloca em média trezentos ovos em pulgões, multiplicando-se rapidamente e seguindo a praga pelas plantações. Assim, sem gastar nada, os agricultores podem controlar os pulgões e reduzir sensivelmente seus gastos com inseticidas. No Rio Grande do Sul, onde em toda a área plantada com trigo (1 milhão de hectares) essa técnica está sendo utilizada, os triticultores conseguiram diminuir em 95% as pulverizações.”
(Folha Agropecuária. Folha de S. Paulo, 10 de agosto de 1985).
Controle Biológico – Método
Controle Biológico
O controle biológico é um método para restringir os efeitos de animais, patógenos e plantas nocivos usando outros organismos úteis, por exemplo. microorganismos, insetos e plantas que inibem os organismos nocivos.
O método aproveita as interações ecológicas básicas entre os organismos, como predação, parasitismo, patogenicidade e competição. Hoje, o controle biológico é usado principalmente para controlar pragas no cultivo de culturas.
As vantagens do controle biológico são que não são adicionadas substâncias artificiais e que patógenos/animais que desenvolvem resistência contra agentes de controle biológico são raros. O controle biológico é um componente importante do manejo integrado de pragas.
O controle biológico, em geral, é o controle dos números de um organismo como resultado da predação natural por outro ou outros. Especificamente, o uso humano de predadores naturais para o controle de pragas, ervas daninhas, etc.
O termo também é aplicado à introdução de um grande número de machos esterilizados (geralmente irradiados) das espécies de pragas, cujos acasalamentos resultam na postura de ovos inférteis
O controle biológico é um componente de uma estratégia de manejo integrado de pragas. É definida como a redução de populações de pragas por inimigos naturais e normalmente envolve um papel humano ativo.
Tenha em mente que todas as espécies de insetos também são suprimidas por organismos naturais e fatores ambientais, sem intervenção humana. Isso é frequentemente chamado de controle natural.
Este guia enfatiza o controle biológico de insetos, mas o controle biológico de ervas daninhas e doenças de plantas também está incluído. Os inimigos naturais de pragas de insetos, também conhecidos como agentes de controle biológico, incluem predadores, parasitoides e patógenos. O controle biológico de plantas daninhas inclui insetos e patógenos.
Agentes de controle biológico de doenças de plantas são mais frequentemente referidos como antagonistas.
Predadores, como joaninhas e crisofíceos, são principalmente espécies de vida livre que consomem um grande número de presas durante sua vida.
Os parasitoides são espécies cujo estágio imaturo se desenvolve em ou dentro de um único hospedeiro de inseto, matando o hospedeiro. Muitas espécies de vespas e algumas moscas são parasitoides.
Patógenos são organismos causadores de doenças, incluindo bactérias, fungos e vírus. Eles matam ou debilitam seu hospedeiro e são relativamente específicos para certos grupos de insetos.
Cada um desses grupos de inimigos naturais é discutido com muito mais detalhes nas seções seguintes.
Os comportamentos e ciclos de vida dos inimigos naturais podem ser relativamente simples ou extraordinariamente complexos, e nem todos os inimigos naturais de insetos são benéficos para a produção agrícola.
Por exemplo, hiperparasitóides são parasitoides de outros parasitoides. Em batatas cultivadas no Maine, 22 parasitoides de pulgões foram identificados, mas estes foram atacados por 18 espécies adicionais de hiperparasitóides.
Uma alta taxa reprodutiva é importante para que as populações do inimigo natural possam aumentar rapidamente quando os hospedeiros estiverem disponíveis.
O inimigo natural deve ser eficaz na busca de seu hospedeiro e deve procurar apenas uma ou algumas espécies hospedeiras. As aranhas, por exemplo, se alimentam de muitos hospedeiros diferentes, incluindo outros inimigos naturais. Também é muito importante que o inimigo natural ocorra ao mesmo tempo que seu hospedeiro. Por exemplo, se o inimigo natural for um parasitoide de ovos, ele deve estar presente quando os ovos do hospedeiro estiverem disponíveis. Nenhum inimigo natural possui todos esses atributos, mas aqueles com várias características serão mais importantes para ajudar a manter as populações da praga.
Controle Biológico – Definição
Controle Biológico
Parasita: É um organismo usualmente menor que o hospedeiro. Os parasitas podem completar seu ciclo de vida em um único hospedeiro e na maioria das vezes não matam o hospedeiro. Ex. piolho.
Parasitoide: Inicialmente parasitam o hospedeiro causando sua morte até o final do seu ciclo evolutivo.É muitas vezes do mesmo tamanho do hospedeiro, mata este e exige somente um indivíduo para completar o desenvolvimento; o adulto tem vida livre.
Segundo a forma como se desenvolvem no corpo do hospedeiro podem ser:
Endoparasitóides – quando se desenvolvem dentro do corpo do hospedeiro,
Ectoparasitóides – quando se desenvolvem fora do corpo do hospedeiro,
Hiperparasitóides – quando se desenvolve em outro parasitoide.
Superparasitismo – fenômeno pelo qual vários indivíduos de uma espécie de parasitoide podem se desenvolver em um hospedeiro.
Parasitismo múltiplo – situação na qual mais de uma espécie de parasitoide ocorre dentro ou sobre um hospedeiro.
Adelfoparasitismo – Fenômeno no qual uma espécies de parasitoide é parasito de si mesma.
Cleptoparasitismo – Fenômeno no qual um parasitoide ataca preferencialmente hospedeiros que já estejam parasitados por outras espécies. O cleptoparasitóide não é hiperparasitóide, mas no caso existe um multiparasitismo, no qual há competição das duas espécies, com a espécie cleptoparasitóide usualmente dominando.
Heterônomos. O macho e a fêmea do parasitóide têm hospedeiros diferentes.
Poliembrionia. O adulto coloca um único ovo por hospedeiro, o qual, posteriormente, divide-se em muitas células, cada uma desenvolvendo-se independentemente. Formam-se diversos embriões a partir de um ovo parasitado.
Predador. Sempre atacam e matam sua presa. È um organismo de vida livre durante todo o ciclo de vida. Usualmente é maior do que a presa e requer mais do que uma para completar o seu desenvolvimento. Ex. leão
Os predadores podem ser classificados em:
Monófagos: Comem apenas uma espécie de presa.
Estenófagos: Comem um número restrito de espécies.
Oligófagos: Comem um número moderado de espécies.
Polífagos: Comem um grande número de espécies.
Insaciáveis: Matam indiscriminadamente. Ex. Aranhas
Em relação aos hábitos alimentares, durante o seu desenvolvimento, os predadores podem ser:
Completos: Possuem hábitos predatórios durante todas as fases de seu desenvolvimento.
Incompletos: Possuem hábitos predatórios apenas em uma fase do seu desenvolvimento.
Os entomologistas geralmente usam o termo parasito para designar insetos que parasitam e patógeno para organismos que causam doenças em insetos. Por outro lado, os parasitologistas empregam “parasitos” para qualquer organismo que viva em um hospedeiro, incluindo microorganismso e organismos multicelulares.
Estratégias de liberação
Liberação inoculativa: Liberação de um pequeno número de insetos. É para sistemas abertos com baixa variabiliade temporal. Aplica-se a culturas perenes ou semiperenes e florestas. É, portanto, típica do controle biológico clássico.
Liberação inundativa: É para sistemas com alta variabilidade temporal (culturas anuais).
Liberação inoculativa estacional: É normalmente feita em casas-de-vegetação no período de ocorrência da praga.é uma mistura do método inundativo e inoculativo, pois é liberado uma grande quantidade de insetos para se obter um controle imediata e espera-se o crescimento das populações para controle das gerações tardias.
Formas de exploração do hospedeiro
Coinobiontes: Parasitoides que permitem que o hospedeiro cresça (e continue a se alimentar) em tamanho após o parasitismo.
Idiobiontes: Ecto ou endoparasitóides de ovos e pupas, os quais matam seus hospedeiros antes da emergências e se desenvolvem em hospedeiros mortos ou paralisados. São os parasitoides de ovos, pupas e adultos, além dos parasitoides larvais que, por meio de “picadas”, paralisam permanentemente a presa.
Arrenotoquia: Ovos não fertilizados produzem machos e os fertilizados, fêmeas. Consequentemente, fêmeas virgens podem dar descendentes, mas eles serão todos machos. Espécies que seguem esse modo de reprodução são chamadas biparentais. Em algumas espécies biparentais, a fêmea copuladas pode produzir macho ou fêmeas por meio de um controle externo ou interno de fertilização.
Deuterotoquia: Maneira pela qual fêmeas não copuladas produzem machos e fêmeas. Essas espécies são chamadas uniparentais. Os machos haploides produzidos não são funcionais (ecológica e biologicamente). As fêmeas produzem em sua progênie de fêmeas uma condição diploide pro meio de vários mecanismos genéticos.
Telitoquia: As fêmeas virgens produzem somente fêmeas, e os machos são desconhecidos. Em alguns casos, espécies telítocas, sob determinadas condições de temperatura, mudam para deuterotoquia e produzem machos haploides e fêmeas diploides.
Pró-ovigenia: Caso em que, quando ocorre a emergência, todos os ovos estão maduros, prontos para serem colocados, sem necessidade de seu desenvolvimento.
Sinovigenia: Caso em que poucos ovos estão maduros quando ocorre a emergência, havendo um amadurecimento gradual. Com isso os adultos necessitam de proteínas em sua dieta. Muitas vezes, essa proteína é obtida em uma ação predatória, matando o hospedeiro pela introdução do ovipositor para se alimentar da hemolinfa exudada.
Voláteis químicos envolvidos na comunicação interespecifica predador (parasitóide )- presa
Alomônios: Substâncias que favorecem aquele que emite o sinal – por exemplo, venenos e secreções defensivas.
Cairomônios: Químicos que favorecem o receptor – por exemplo, Trichograma é favorecido pelas substancias químicas presentes nas escamas das asas de lepidópteros, deixadas por ocasião da postura e que irão atraí-lo.
Sinônimos: Voláteis químicos que favorecem tanto o emissor como o receptor, como o caso de plantas que, ao serem atacadas por herbívoros, liberam substâncias que atraem os parasitoides.
Apneumônios: Substâncias liberadas por organismos não vivos que atraem parasitoides.
Agentes de controle
O controle biológico envolve o reconhecimento de que todas as espécies de plantas e animais têm inimigos naturais atacando seus vários estágios de vida.
Dentre tais inimigos naturais existem grupos bastante diversificados, como insetos, vírus, fungos, bactérias, aranhas, peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos.
A forma mais conhecida de controle biológico é o controle de insetos por outros insetos.
Isto acontece o tempo todo nos sistemas agrícolas de forma natural, independentemente da ação do homem: por exemplo, muitos insetos se alimentam naturalmente de outros insetos, ou populações de insetos são às vezes sujeitas a epidemias as que acabam matando. No entanto, em alguns casos, a interferência do homem passa a ser necessária e são introduzidos ou manipulados insetos ou outros organismos para controlar quaisquer outras espécies que prejudicam os cultivos.
Os mais utilizados no controle biológico artificial são fungos, bactérias e vírus, para os quais há inclusive formulações comerciais a venda em lojas de produtos agrícolas (como o Dipel, entre outros).
Os animais insetívoros (peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos), por serem inespecíficos, apesar de destruírem um grande número de insetos, não são usados em controle biológico pelo homem.
Neste grupo incluem-se, por exemplo, lagartixas, sapos, rãs, tamanduás, tatus, etc.
Entre os agentes de controle microbiano de insetos que estão sendo utilizados no País destacam-se os fungos Metarhizium anisopliae, Beauveria bassiana e Sporothrix insectorum, os agentes de natureza viral Baculovirus anticarsia, Baculovirus erinnys e Baculovirus spodoptera e os produtos à base das bactérioas Bacillus thurigiensis e Bacillus sphaericus.
Vírus
Embora muitas viroses ocorram em insetos, é na família Baculoriridae que se concentram os mais importantes vírus empregados no controle biológico. Esses vírus tem sido usados efetivamente há mais de 50 anos.
É nessa família de vírus que estão aqueles que possuem corpos de inclusão visíveis ao microscópio ótico ou aqueles que são observáveis apenas por meio de microscópio eletrônico.
Os vírus contaminam os insetos por via oral sendo ingeridos junto com órgãos e tecidos foliares, principalmente folhas e caules.
Os sintomas do contágio são:
Paralisação da alimentação.
Movimentação lenta do inseto;
Perda de coloração do corpo;
Perda do brilho natural;
Busca pela parte mais alta da planta;
Morte de cabeça para baixo, pendurados.
Os vírus podem ser isolados de insetos contaminados. Neste caso, estes indivíduos devem ser macerados em uma solução tampão (para eliminar gorduras e regular o pH) e, em seguida, o material deve ser filtrado e centrifugado.
Vantagens
São bastante específicos;
Condições de armazenamento não são tão rigorosas;
Podem ser usados com risco mínimo de contágio de seres humanos (temperatura ótima de ação difere da temperatura do corpo humano).
Desvantagens
Falta de formulações adequadas;
Grande custo de produção;
Ação lenta;
Pequena atividade residual.
Bactérias
Bactérias que produzem esporos e mesmo bactérias não-esporulantes podem causar doenças em insetos. As pertencentes ao gênero Bacillus são as mais importantes para o controle biológico, sendo o Bacillus popillae utilizado desde a década de 30 no controle de coleópteros. Outras espécies do mesmo gênero produzem cristais protéicos que são tóxicos quando ingeridos por insetos. É o caso do B. thuringiensis, mais conhecido como Bt, largamente empregado contra dípteros, ortópteros, himenópteros e principalmente lepidópteros.
As bactérias contaminam os insetos por via oral, multiplicam-se no interior dos mesmos, e no caso de certos Bacillus produzem protoxinas na forma de cristais.
Os cristais atacados por proteases liberam toxinas que afetam os insetos com paralisia intestinal e suspensão da alimentação.
Alguns sintomas de contágio são:
Paralisação da alimentação;
Aumento da cápsula encefálica
Geralmente as bactérias entomopatogenicas podem ser agrupadas em 3 categorias:
Obrigatórias: Causam enfermidades especificas para os insetos, não crescem em meio artificial, e atingem um número muito limitado de espécies hospedeiras.
Facultativas: Invadem e lesionam tecidos suscetíveis e crescem facilmente em meio artificial. São as mais utilizadas em programas de controle biológico.
Potenciais: Multiplicam-se em meio artificial, e não possuem especificidade para o hóspede.
Fungos
Os fungos são os microrganismos mais frequentemente encontrados atacando insetos. Estima-se que os fungos sejam responsáveis por cerca de 80% das doenças de insetos. São conhecidas atualmente mais de 700 espécies de fungos que atacam insetos.
Assim como os fungos podem eventualmente causar doenças em plantas e mamíferos, também os insetos podem ser atacados por certos fungos. Se usados convenientemente, eles podem ser empregados no controle de insetos-pragas de plantas cultivadas ou mesmo de insetos vetores de doenças.
A principal forma de ação dos fungos é por contato, porém, este ocorre de forma lenta. Os insetos também podem ser contaminados por fungos por via oral, entretanto, este modo de ação não é significativo.
Alguns sintomas de ataque são:
Manchas escuras na pernas, segmentos e todo tegumento;
Paralisação da alimentação, o inseto tem aspecto débil e desorientado;
Aparecimento de coloração branquicenta, devido ao desenvolvimento do micélio, no inicio da contaminação;
Após o desenvolvimento da contaminação o corpo do inseto contaminado adquire a coloração característica do fungo que o atacou;
Em alguns casos os insetos que estão para morrer buscam a parte alta da planta.
Os fungos também podem ser isolados de insetos contaminados, com a utilização de técnicas microbiológicas utilizados no isolamento de fungos e outros microrganismos.
Desvantagens
Não são específicos.
Problemas de armazenamento (temperatura e umidade).
Protozoários: Apesar da grande importância dos protozoários como controladores de algumas populações de insetos, este grupo de patógenos não tem desenvolvimento satisfatório como inseticida microbiano.
Nematoides
Já os nematoides, como agentes de controle biológico apresentam a vantagem de serem mais eficientes, principalmente em nível de espécie.
Esta vantagem esta associada com a habilidade de busca do hóspede e a segurança que representam para os mamíferos.
Vantagens
Resistem a um grande número de defensivos agrícolas;
Efeito sinergistico como outros patógenos (ex. Bt);
Boa capacidade de adaptação a novos ambientes;
Não causam danos às plantas cultivadas por serem específicos aos insetos;
Muitas vezes se reproduzem sem a presença dos machos (partenogênese);
Não são nocivos aos animais domésticos.
Desvantagens
Dificuldade de obtenção e realização de grandes criações em meio artificial a um custo economicamente viável;
Dependência de fatores ambientais em sua aplicação;
Dificuldades de armazenamento por grandes períodos;
Dificuldades para obtenção de embalagens adequadas para o envio das doses produzidas;
Existência de mecanismos de defesa em alguns insetos.
Exemplos de sucesso
O primeiro relato de controle natural no Brasil foi feito em 1924, quando apareceu a chamada broca do café nas lavouras paulistas.
O Instituto Biológico identificou a praga e trouxe o primeiro método de controle biológico para o Brasil
Vários exemplos de programas bem sucedidos se seguiram (Tabela 1). Um de deles é o caso do vírus que ataca a lagarta da soja, desenvolvido pela Embrapa a partir de 1978.
Este trabalho mostrou aos agricultores que um determinado tipo de vírus que ataca lagartas em plantações de soja podia controlar grandes populações da praga sem efeitos negativos ao ambiente. Hoje, esse vírus é utilizado em mais de um milhão de hectares, com economia anual de 1,2 milhão de litros de inseticidas químicos, no que é o maior programa mundial em área tratada com um único agente de controle biológico.
O caso da cigarrinha da cana-de açúcar
Bons resultados têm sido obtidos com o controle de cigarrinha da cana-de-açúcar com o fungo Metharizium anisopliae, em especial no nordeste do Brasil, onde o inseto ataca as folhas.
Com a mudança radical na cultura por meio da eliminação de queimada da cana e da adoção do corte mecanizado ocorre o aumento significativo da matéria orgânica depositada no solo, influenciando diretamente a ocorrência de pragas e doenças, tais como: Migdolus spp., cupins, formigas cortadeiras, cigarrinhas, fungos, bactérias, nematoides e plantas daninhas infestantes.
O ataque das ninfas e adultos da cigarrinha provoca danos visíveis à lavoura, com colmos de cana mais finos e até mortos, causando redução de até 60% de peso e, principalmente, do teor de sacarose, devido à contaminação por toxinas e microrganismos, provocando perdas na produção de açúcar e de álcool. O trabalho desenvolvido pelo Instituto Biológico permitiu a utilização de novas cepas do fungo, mais efetivas no controle do inseto e hoje é difundida para produtores, empresas interessadas na produção de formulações comerciais.
O Instituto Biológico tem transferido, com apoio da FundAg, a tecnologia de multiplicação do fungo Metarhizum, utilizado no controle da cigarrinha em cana-de-açúcar, para o setor privado, viabilizando o estabelecimento de novos laboratórios de produção do fungo, além de acompanhar e monitorar a qualidade do produto final. Em, pelo menos, 160 mil hectares de cana-de-açúcar do Estado de São Paulo, já está sendo utilizado o controle de cigarrinhas, representando economia e redução de aplicação de defensivos químicos. A implantação do projeto reduziu em 3.238 toneladas o uso de produtos químicos no período de 2002/2003.
A queda nos custos também foi bastante sensível: o custo médio de tratamento utilizando defensivos químicos é de R$160,00/ha. O gasto com controle biológico cai para, apenas, R$40,00/ha, em média.
Redução de R$ 120,00/ha.
O caso da vespa da madeira
A vespa-da-madeira foi localizada em 1988 no Rio Grande do Sul e logo chegou a Santa Catarina e Paraná, atingindo cerca de 250 mil hectares. Altamente nociva, por danificar e matar árvores colocou em risco os quase dois milhões de hectares de Pinus existentes no Brasil. Os pesquisadores da Embrapa estão utilizando, para controle, um sistema que inclui principalmente um nematoide e mais três vespas parasitoides, reduzindo 70% da população da praga. Com isso, o país obtém uma economia anual de 6,6 milhões de dólares.
Esta tecnologia ganhou, em 2001, o Prêmio Finep de Inovação Tecnológica – Região Sul.
São utilizadas diversas técnicas, integrando o monitoramento constante nas áreas de cultivo, com vista a detectar precocemente a vespa e eliminar as árvores infestadas, o uso do nematóide entopatogênico da família Neothlenchidade, Delamus siricidicola, e a liberação das vespas parasitóides.
O nematoide ocorre na natureza, infestando as larvas da vespa e causando infertilidade. Sua aplicação é feita após a detecção da vespa na área, usando-se árvores-armadilha.
Estas são árvores estressadas pelas retirada da casca e pela aplicação de herbicidas no corte, que assim tornam-se atrativas para a vespa.
Dentro da árvore, os nematoides movimentam-se pela madeira até encontrarem as larvas do inseto, infectando-as.
O caso das formigas
De forma geral, as pessoas acreditam que todas as formigas são pragas, lembrando principalmente das formigas cortadeiras (saúvas e quenquéns). Ou senão, fazem referência às formigas que vivem nas casas.
No entanto, salvo dois ou três casos particulares, nem 5% das espécies de formigas são prejudiciais ao ser humano ou à sua agricultura. Excluindo as espécies cortadeiras, a “pixixica” e a “formiga de enxerto” nos cacauais da Bahia, as formigas em geral têm papel benéfico nos agroecossistemas. Por serem predadoras generalistas, ou seja, se alimentarem de diversos outros organismos, as formigas constituem uma fonte permanente de controle de outros insetos. Um dos motivos é que nos sistemas agrícolas tropicais existe um grande número de formigas de muitas espécies diferentes.
Diversas espécies de formigas receberam atenção especial dos pesquisadores e da população em geral por seu papel no controle biológico de insetos que danificam plantas cultivadas no sudeste da Bahia, no cacaueiro em particular. A caçarema, por exemplo, é um excelente predador de tripes e de percevejos do cacaueiro, enquanto a formiga Ectatomma tuberculatum ataca vaquinhas, formigas cortadeiras e lagartas.
A grande vantagem das formigas é que elas caçam em permanência na vegetação e não precisam de “reaplicação”. De forma tradicional, numerosos fazendeiros espalham as “caçaremas” nas suas plantações há décadas, apesar de campanhas de erradicação intensivas organizadas contra esta espécie entre os anos 1950 e 1970, na época onde se considerava que “um inseto bom é um inseto morto”.
Além destes, os percevejos-da-soja, a lagarta do cartucho-do-milho, a cigarrinha-das-pastagens, a vespa-da-madeira, a mosca-de-renda da seringueira e o pulgão-do-trigo são algumas das dezenas de pragas no Brasil que podem ser controladas sem uso de produtos químicos.
Fonte: www.geocities.com/www.floresta.ufpr.br/biocontrol.entomology.cornell.edu/www.encyclopedia.com
considero um programa para gerações futuras
acho de suma importância o controle biológico para termos produções mais saudáveis,torna a produção economicamente viável.