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“DINHEIRO a rodo, Tonico?”
– Assim; vai-se labutando,
Ora pobre, ora mais rico,
Sem nada de quando em quando.
“Bem fatigante, esta vida!…”
– Mas um dia se descansa,
E a gente esforços envida
Para vencer a provança.
É bom andar pelo mundo,
Do dever na linha reta.
“Mas não sentes, lá no fundo,
Uma tristeza secreta?”
– Não. Nem vejo que tristeza
Possa crescer na minha alma:
No trabalho a tendo presa,
Sinto-a leve, pura e calma.
“Pois não me acontece o mesmo;
Quantos dias, quantos, quantos,
Vagando, em sonhos, a esmo,
Meus olhos se enchem de prantos!”
– Choras?… Tu choras, Pedrinho?
E o pranto não te envergonha?
Quem anda no bom caminho,
Tem sempre a face risonha.
“Mas é tão penosa e custa
Tanto esta vida!…” – Que importa?
Acaso o labor te assusta?
Quem navega à terra aporta.
“Procura o bem no trabalho,
– Germen de paz, que floresce –
Não te metas por atalho,
E terás próvida messe.
“Opõe ao mal que te invade,
A ambição, o amor ao ganho.
Não há labor que degrade;
De nenhum mister me acanho.
“E assim, trabalhando presto,
Dia a dia, instante a instante,
Guardo o meu dinheiro honesto
E tenho a face radiante.”
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