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LADEIRA abaixo, a carrocinha,
Macia e leve, vai rodando…
Lili no assento vai sozinha;
Júlio a conduz, cantarolando.
Por entre as alas de verdura,
Num despertar de sons fagueiros,
A roda trépida murmura,
Correndo em torno dos canteiros,
E, onde ela passa, extensa fita
Avinca a terra úmida e fofa;
A manta escura e tão catita
O assento duro aquece e estofa.
Dentre a folhagem, trilo a trilo,
Pássaros dizem-lhe: Bom dia!
E, estridulando, acorda o grilo;
E o vento a música assovia.
E Júlio esquece, no trabalho,
Calor de sol, pena ou fadiga,
Pelo caminho abrindo atalho,
Cantando alegre uma cantiga.
Pagam-lhe tudo – o riso ledo
E a voz da irmã, radiosa e mansa;
E mais se esforça no brinquedo;
E roda o carro, e avança, e avança…
Nem olha ou sente as mãos vermelhas;
Do bem, que faz, palpita e goza;
Coram-lhe o rosto áureas centelhas
Da luz do sol, clara e formosa.
Ondeia no ar cheiroso e brando,
Almo frescor que revigora;
E a carrocinha vai rodando,
E sobe e desce, estrada em fora…
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