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Durante o período do comércio transatlântico de escravos e da colonização, os africanos trouxeram muito pouco com eles para as Américas e o Caribe.
Privados de seus bens e pertences, para muitos africanos escravizados, as únicas coisas que eles eram capazes de carregar eram suas canções, histórias e sistemas de crenças espirituais.
Na tentativa de manter sua cultura e religião, os povos escravizados freqüentemente combinavam suas crenças tradicionais com as de seus proprietários no Novo Mundo; essa mistura levou ao desenvolvimento de várias religiões sincréticas.
No Brasil, uma dessas religiões era a umbanda, uma mistura de crenças africanas, prática indígena sul-americana e doutrina católica.
Portanto, a Umbanda é uma religião originalmente brasileira que miscigena elementos das mais diversas religiões e culturas mundiais.
Os conceitos relatados podem diferir em alguns tópicos por se tratar de uma visão generalista. Por se tratar de uma religião com diversas variações devem ser buscadas informações sobre suas mais variadas vertentes.
Umbanda – O que é
A Umbanda é uma religião brasileira, fundada em 15/11/1908, e fundamentada em 3 pilares que são sua base de sustentação: O AMOR, A CARIDADE E A HUMILDADE. Admite um deus único (OLORUM), que é o criador de tudo e todos. Seus adeptos (chamados também de “filhos de fé”) reverenciam entidades superiores denominados ORIXÁS, sendo o principal Jesus (OXALÁ).
Preto-Velho: É orientada também pelos guias espirituais – espíritos que atuam na Umbanda sob uma determinada LINHA que por sua vez está ligada diretamente a um determinado Orixá.
Os guias têm ricos conhecimentos de amor, caridade, fé, justiça e evolução, entre outros, que se manifestam através da mediunidade dos médiuns, sendo a prática da incorporação uma delas – ato pelo qual uma pessoa médium, consciente, semi-consciente ou não, permite que outros espíritos falem através de seu corpo físico.
Os guias possuem diversos arquétipos pelos quais se apresentam na mecânica da incorporação. Cada arquétipo está numa determinada Linha Vibracional dentre os 7 Orixás essenciais ou 7 Linhas.
Como exemplos desses arquétipos podemos citar: os Pretos Velhos, os Caboclos, os Baianos, os Boiadeiros e os Erês (Crianças).
Os arquétipos são apenas roupagens utilizadas pelos guias para se apresentarem nos terreiros e não entidades que necessariamente foram escravos, índios ou crianças.
Cada terreiro tem a sua forma de interpretar a Umbanda; os ritos também diferem de casa para casa. A maioria utiliza atabaques e outros instrumentos musicais para acompanhar os seus pontos cantados, mas alguns só cantam mantras.
Toda gira de umbanda tem como base o processo de defumação – elemento característico das giras – que consiste na queima de ervas essenciais, com o fundamento de limpeza do campo áurico energético das pessoas e do ambiente para que a faixa vibracional seja ajustada para o recebimento das entidades que ali trabalharão.
As giras se iniciam com os pontos cantados, defumação e a incorporação. Após a incorporação do médiuns (cavalos) pelos seus respectivos guias, inicia-se o atendimento espiritual para o público, em que a todos são convidados a tomar um “passe” com os guias que estão em terra, que trabalham exclusivamente para a caridade e se utilizam de alguns matérias como velas, ervas, pedras, pembas (giz) para riscar seus pontos riscados ou mandalas.
A Umbanda é genuinamente brasileira. A Prática da Umbanda nada tem a ver com o Candomblé ou com a Kiumbanda.
Trata-se de uma religião que trabalha diretamente com entidades do Plano Astral ou com seres da natureza (os elementais) e utiliza a mecânica da incorporação para trabalhar as necessidades emergenciais do homem, trazendo a força e a sabedoria dos mestres da Aruanda para a cura e a energização do campo astral humano, com a atuação nos centros de força dos corpos e nos campos energéticos das pessoas que “…vêm em busca de socorro, alivio e cura para suas dores morais e físicas”, e também traz muito ensinamento das verdades da espiritualidade maior.
Umbanda – Origem no Brasil
A Umbanda nasceu no Rio de Janeiro, no dia 15 de novembro de 1908, através do médium Zélio Fernendino de Moraes.
Teve-se inicio com o Cabloco da 7 Encruzilhadas, que afirmou que estava vindo naquele momento para oficializar uma nova religião que se chamaria Umbanda (para todas as bandas), ou seja, “para todos”, onde não existiria nenhum tipo de discriminação e onde todos seriam bem-vindos.
A partir daquele momento foi fundado o 1° terreiro de Umbanda, denominado “Centro de Umbanda Nossa Senhora da Piedade”, em homenagem à Maria, mãe de Jesus.
Também há informações que a Umbanda é tão antiga quanto o candomblé e veio junto com os negros da África, mas não se tem provas suficientes.
Sincretismo
Os negros nas senzalas cantavam e dançavam em louvor aos Orixás, entretanto seus senhores não gostavam, e tentavam convertê-los a fé cristã. Aqueles que não se convertiam eram cruelmente castigados.
Foi então que nasceu o sincretismo em que os negros africanos associaram os Orixás aos santos católicos de seus senhores. Embora aos olhos dos brancos eles estavam comemorando os santos católicos, na verdade estavam cultuando seus amados Orixás.
Em meio a essas comemorações eles começaram a incorporar os espíritos ditos Pretos-Velhos (espíritos de ancestrais, sejam de antigos Babalaôs, Babalorixás, Yalorixás e antigos “Pais e Mães de Senzala”: escravos mais velhos que sobreviveram à senzala e que, em vida, eram conselheiros e sabiam as antigas artes da religião da distante África), que iniciaram a ajuda espiritual e o alívio do sofrimento material daqueles que estavam no cativeiro.
Embora houvesse uma certa resistência por parte de alguns, pois consideravam os espíritos incorporados dos Pretos-Velhos como Eguns (espírito de pessoas que já morreram e não são cultuados no candomblé), também houve admiração e devoção.
Com os escravos foragidos, forros e libertados pelas leis do Ventre Livre, Sexagenário e posteriormente a Lei Áurea, começou-se a montagem das tendas, posteriormente terreiros.
Em alguns Candomblés também começaram a incorporar Caboclos (índios das terras brasileiras como Pajés e Caciques) que foram elevados à categoria de ancestral e passaram a ser louvados.
O exemplo disso são os ditos “Candomblés de Caboclo”. Muito comuns no norte e nordeste do Brasil até hoje.
No início do sec. XX com o surgimento da Umbanda, esta que muitas vezes era realizada nas praias começou a ser conhecida pelo termo macumba, pois macumba nada mais é que um determinado tipo de madeira usada para produzir o atabaque usado durante as giras; por ser um instrumento musical, as pessoas referiam-se da seguinte forma: “Estão batendo a macumba na praia”, ficando então conhecidas as giras como macumbas. Com o passar do tempo, tudo que envolvia algo que não se enquadrava nos ensinamentos impostos pelo catolicismo, protestantismo, judaísmo, etc, era considerado macumba.
Com isso, acabou por virar um termo pejorativo.
A mais antiga referência literária e denotativa ao termo Umbanda é de Heli Chaterlain, Contos Populares de Angola, de 1889. Lá aparece a referência à palavra Umbanda.
Umbanda – Origem
Umbanda
A origem do vocábulo está na raiz sânscrita AUM que, na definição de Helena Petrovna Blavatsky, em seu Glossário Teosófico, significa a sílaba sagrada; a unidade de três letras; daí a trindade em um.
É uma sílaba composta pelas letras A, U e M (das quais as duas primeiras combinam-se para formar a vogal composta O). É a sílaba mística, emblema da divindade, ou seja, a Trindade na Unidade (sendo que o A representa o nome de Vishnu; U, o nome de Shiva, e M, o de Brahmâ); é o mistério dos mistérios; o nome místico da divindade, a palavra mais sagrada de todas na Índia, a expressão laudatória ou glorificadora com que começam os Vedas e todos os livros sagrados ou místicos. Já a palavra Bandha, também de origem sânscrita, no mesmo glossário significa laço, ligadura, sujeição, escravidão. A vida nesta terra. Assim, analisando as duas palavras, podemos definir a Umbanda como sendo o elo de ligação entre os planos divino e terreno. Infelizmente, na época da revelação da Umbanda em terras brasileiras, não houve a preocupação em se manter a integridade do vocábulo.
A palavra mântrica Aumbandha foi sendo passada de boca a ouvido e chega até nós como Umbanda.
Com o passar do tempo as pessoas foram agregando metodologias, vocábulos e detalhes de praticas provindas de outras religiões como candomblé, por exemplo.
Esta fusão vem distanciando a verdadeira Umbanda dos seus fundamentos iniciais. Hoje ouve-se falar de Umbandomble (mistura de umbanda com candomblé) e outras “umbandas” como descrito abaixo, mas a verdadeira Umbanda, aquela nascida no Brasil em 1908 ainda continua sendo praticada em muitos terreiros e em casas nesse pais.
A incorporação de guias também ocorreu em outras religiões como no Candomblé de Caboclos ( desde de 1865 – as primeiras manifestações de Caboclos, Boiadeiros, Marinheiros, Crianças e Pretos-velhos aconteceram dentro do Candomblé de Caboclos ), no Catimbó, no Espiritismo. Em 1908, na Federação Espírita, em Niterói, um jovem de 17 anos, Zélio Fernandino de Moraes, foi convidado a participar da Mesa Espírita. Ao serem iniciados os trabalhos, manifestaram-se em Zélio espíritos que diziam ser de índio e escravo. O dirigente da Mesa pediu que se retirassem, por acreditar que não passavam de espíritos atrasados (sem doutrina).
As entidades deram seus nomes como Caboclo das Sete encruzilhadas e Pai Antônio. No dia seguinte, as entidades começaram a atender na residência de Zélio todos àqueles que necessitavam, e, posteriormente, fundaram a Tenda espírita Nossa Senhora da Piedade.
Zélio foi o precursor de um “trabalho Umbandista Básico” (voltado à caridade, assistencial, sem cobrança e sem fazer o mal e priorizando o bem), uma forma “básica de culto” (muito simples), mas aberta à junção das formas já existentes (ao próprio Candomblé nos cultos Nagôs e Bantos, que deram origem às religioes mais africanas – Umbanda Omoloko, Umbanda de pretos-velhos-; ou aquelas formas mais vinculadas ao espiritismo Kardecista – Umbanda Branca-; ou aquelas formas oriundas da Pajelança do índio brasileiro – Umbanda de Caboclo -; ou mesmo formas mescladas com o esoterismo de Papus – Gérard Anaclet Vincent Encausse -, esoterismo teosófico de Helena Petrovna Blavatsky (1831-1891), de Joseph Alexandre Saint-Yves d´Alveydre – Umbanda Esotérica, Umbanda Iniciática, entre outras) que foram se mesclando e originando diversas correntes ou ramificações da Umbanda com suas próprias doutrinas, ritos, preceitos, cultura e características próprias dentro ou inerentes à prática de seus fundamentos.
Hoje temos várias religiões com o nome “Umbanda” ( Linhas Doutrinárias ) que guardam raízes muito fortes das bases iniciais, e outras, que se absorveram características de outras religiões, mas que mantém a mesma essência nos objetivos de prestar a caridade, com humildade, respeito e fé.
Alguns exemplos dessas ramificações são:
Umbanda Popular – Que era praticada antes de Zélio e conhecida como Macumbas ou Candomblés de Caboclos; onde podemos encontrar um forte sincretismo – Santos Católicos associados aos Orixas Africanos;
Umbanda tradicional – Oriunda de Zélio Fernandino de Moraes;
Umbanda Branca e/ou de Mesa – Nesse tipo de Umbanda, em grande parte, não encontramos elementos Africanos – Orixás -, nem o trabalho dos Exus e Pomba-giras, ou a utilização de elementos como atabaques, fumo, imagens e bebidas. Essa linha doutrinaria se prende mais ao trabalho de guias como caboclos, pretos-velhos e crianças. Também podemos encontrar a utilização de livros espíritas como fonte doutrinária;
Umbanda Omolokô – Trazida da África pelo Tatá Trancredo da Silva Pinto. Onde encontramos um misto entre o culto dos Orixás e o trabalho direcionado dos Guias;
Umbanda Traçada ou Umbandomblé – Onde existe uma diferenciação entre Umbanda e Candomblé, mas o mesmo sacerdote ora vira para a Umbanda, ora vira para o candomblé em sessões diferenciadas. Não é feito tudo ao mesmo tempo. As sessões são feitas em dias e horários diferentes;
Umbanda Esotérica – É diferenciada entre alguns segmentos oriundos de Oliveira Magno, Emanuel Zespo e o W. W. da Matta (Mestre Yapacany), em que intitulam a Umbanda como a Aumbhandan: “conjunto de leis divinas”;
Umbanda Iniciática – É derivada da Umbanda Esotérica e foi fundamentada pelo Mestre Rivas Neto (Escola de Síntese conduzida por Yamunisiddha Arhapiagha), onde há a busca de uma convergência doutrinária (sete ritos), e o alcance do Ombhandhum, o Ponto de Convergência e Síntese. Existe uma grande influência Oriental, principalmente em termos de mantras indianos e utilização do sanscrito;
Umbanda de Caboclo – influência do cultura indígena brasileira com seu foco principal nos guias conhecidos como “Caboclos”;
Umbanda de pretos-velhos – influência da cultura Africana, onde podemos encontrar elementos sincréticos, o culto aos Orixás, e onde o comando e feito pelos pretos-velhos;
Outras formas existem, mas não têm uma denominação apropriada. Se diferenciam das outras formas de Umbanda por diversos aspectos peculiares, mas que ainda não foram classificadas com um adjetivo apropriado para ser colocado depois da palavra Umbanda.
Umbanda – Os Fundamentos
A Umbanda se fundamenta nos seguintes conceitos: A caridade é a base da umbanda, e ela pode se dar tanto por meio de auxílio espiritual com as consultas tanto como caridade que todos conhecemos.
Aceleração da evolução do ser através de ensinamentos assistemáticos e posteriormente sistemáticos.
Auxílio religioso e imagístico.
Culto aos Sagrados Orixás.
Integração do ser às hierarquias divinas.
Esgotamento e aceleração cármica do ser.
Umbanda – Um Deus único e superior
Zâmbi, Olorum ou simplesmente Deus – Em sua benevolência e em sua força emanada através dos Orixás e dos Guias, auxiliando os homens em sua caminhada para a elevação espiritual e social.Infelizmente deve-se aos limites da linguagem humana a falta de precisão em conceituar o que seria Deus.
Isto por que uma das características da Divindade Suprema é ser Infinito, sem medidas, o que remete apenas conhecer parcialmente sua Natureza.
Mormente cabe ao homem a aventura de tentar decifrar a Divindade, pela fé, pelo amor e pela razão e é sobre esta Grande Aventura Humana é que pretendemos falar.
Umbanda – Os Orixás
Os Orixás não são deuses como muitas pessoas podem conceber, assim como em outras religiões, mas sim divindades criadas por um único Deus: Olorun (dentro da corrente Nagô) ou Zambi (dentro da corrente Bantu).
Uma interpretação mais objetiva coloca os Orixás como manifestações de diferentes arquétipos universais, que seriam uma síntese de leis e princípios cósmicos e naturais, que representariam as diferentes manifestações da forças naturais expressos na forma de símbolos. Cada pessoa está ligada a um desses arquétipos(Orixás) e sua evolução deve seguir os padrões dessa síntese simbólica a qual a pessoa está relacionada.
Na Umbanda Esotérica e Iniciática temos a seguinte interpretação:
Os Orixás são vibrações de Deus, vem Dele, mas não são Ele, são princípios irradiados da Suprema Inteligência, regem a Criação e a Evolução em todo o Cosmos. Sete são as vibrações, que imprimem na natureza um ritmo setenário que pode ser visto nas cores, no som, nas formas, nos seres e em todos os elementos da natureza.
Na Umbanda (de uma maneira geral, pois existem variações referentes às diversas ramificações existentes), os Orixás são cultuados como divindades de um plano astral superior, que na Terra representam às forças da natureza (muitas vezes confunde-se a força da natureza com o próprio Orixá):
Oxum: As águas doces.
Iemanjá: As águas salgadas.
Iansã: Os ventos, chuvas fortes, os relâmpagos.
Xangô: A força das pedreiras.
Oxóssi: A energia das matas.
Ogum: Dos metais.
São 7 os Orixás ou Linhas na Umbanda, em ordem:
Oxalá: Representado por Jesus.
Oxossi: Representado pelos caboclos ou índios brasileiros ou não.
Ogum: Os chamados guerreiros.
Ibeji Bejada: A linha das crianças.
Oxum: Representada pela força da água doce, rios e cachoeiras.
Xangô: Representa a justiça e a força das pedreiras.
Yemanjá: Representa a água salgada, o mar.
A cada Orixá está associada uma personalidade e um comportamento diante do mundo e com seus filhos, os quais são seus protegidos e uma parte das emanações do Orixá presentes no Orí ou Camatuê (Camatua) desses filhos.
Existe a compreensão do trabalho dos Orixás na Umbanda em 7 Linhas.
Rubens Saraceni as divide da seguinte forma: Fé, Amor, Conhecimento, Justiça, Lei, Evolução, Geração.
Ainda, segundo Saraceni, os 14 orixás de Umbanda colocados pela ordem das linhas que trabalham:
Fé: Oxalá e Oya.
Amor: Oxum e Oxumaré.
Conhecimento: Oxóssi e Obá.
Justiça: Xangô e Eugunitá.
Lei: Ogum e Iansã.
Evolução: Obaluayê e Nanã Buroquê.
Geração: Yemanjá e Omulu.
Referências
Africanas, Indígenas, Europeias e Indianas. A Umbanda é uma junção de elementos Africanos (Orixás e culto aos antepassados), Indígenas (culto aos antepassados e elementos da natureza), Brancos (o europeu que trouxe seus Santos e a doutrina cristã que foram siscretizados pelos Negros Africanos) e de uma doutrina Indiana de reencarnação, Kharma e Dharma, associada a concepção de espírito empregada nas três Raças que se fundiram (Negro, Branco e Índio).
A Umbanda prega a existência pacífica e o respeito ao ser humano, a natureza e a Deus. Respeitando todas as manifestações de fé, independentes da religião.
A máxima dentro da Umbanda é “Dê de graça, o que de graça recebestes: com amor, humildade, caridade e fé”.
O culto umbandista
A Umbanda tem como lugar de culto o templo, terreiro ou Centro, que é o local onde os Umbandistas se encontram para realização de suas giras, sessões.
O chefe do culto no Centro é o Sacerdote (a Bá, ou Iyalorixá, ou a Diretora de culto, ou Mestra, ou a Mãe de Santo – para o Sacerdote feminino; ou o Babá, Babalorixá, os Diretor de culto, ou o Mestre, ou o Pai de Santo – para o Sacerdote masculino) ] que é quem coordena as sessões/giras e que irá incorporar o guia chefe que comandará a espiritualidade e a materialidade do local dos trabalhos.
Normalmente esse guia, que comanda, é um Preto-Velho ou Caboclo (varia de casa para casa, de Linha Doutrinária para Linha Doutrinária).
Os templos onde os “comandantes” são Pretos-Velhos seguem a corrente africana e os que têm os Caboclos como “comandantes” seguem a linha indígena. Mas, isso não é regra e pode variar de templo para templo.
As pessoas que recebem, incorporam entidades dentro dos terreiros, são ditos médiuns, cavalos ou “burros”. Pessoas que têm o Dom de incorporar os Orixás e Guias.
As entidades” que são incorporadas pelos médiuns podem ser divididas entre:
Falangeiros de Orixás: Xangô, Ogum, Oxum, Nanã, Iemanjá, Iansã, Obaluayê, Oxumaré, entre outros.
Guias: Pretos- velhos, Caboclos, Boiadeiros, Crianças, Exus, Marinheiros e Orientais.
Kiumbas, espíritos sem luz: esses, normalmente, são incorporados quando se está fazendo algum descarrego ou quando existe algum obsediado no local.
Umbanda – As sessões
O culto nos terreiros é dividido em sessões, normalmente de desenvolvimento e de consulta, e essas, são sub-divididas em giras.
Os dias da semana que acontecem as sessões variam de Centro para Centro. No nosso, elas se dão às segundas e sextas-feiras.
Nas segundas, são feitas as sessões de consulta com Pretos-Velhos, onde as pessoas conversam com nossas entidades, afim de obter ajuda e conselhos para suas vidas, curas, desobsessões e para resolver problemas espirituais diversos. As ocorrências mais comuns nestas sessões são o passe e o descarrego. No passe, os Pretos-Velhos, rezam a pessoa energizando-a e retirando toda a parte fluídica negativa que nela possa estar. O descarrego, é feito com o auxílio de um médium, o qual, irá incorporar o obsessor, ou captar a energia negativa da pessoa.
Então, o Preto-Velho faz com que essa energia seja deslocada para o astral.
Caso seja um obsessor, o espírito obsediador é retirado e encaminhado para a luz ou para um lugar mais adequado no astral inferior; caso ele não aceite a luz que lhe é dada.
Nesses casos pode-se pedir a presença de um ou mais Exus para auxiliar o Preto-Velho.
Nas sextas-feiras, ocorrem as giras de Caboclos, Boiadeiros, Orixás, Marinheiros, Pretos-Velhos, Crianças e Exus. Nessas giras são feitos os desenvolvimentos dos médiuns do terreiro. Nelas, são cantados os pontos e tocados os atabaques. As giras de Marinheiros e Exus são festivas, e, além de serem feitos os desenvolvimentos dos médiuns, são realizadas consultas com esses guias. Existem terreiros onde, além dos Pretos-Velhos, Marinheiros e Exus, também os Caboclos e Boiadeiros dão consultas e trabalham com o descarrego e a desobsessão.
Os dias de Consulta e/ou Desenvolvimento podem variar de casa para casa, de Linha Doutrinária para Linha Doutrinária. Normalmente são feitos as segundas-feiras e nas sextas-feiras; não sendo este parâmetro contado como regra.
Umbanda – Médiuns
Médium é toda pessoa que têm a qualidade de se comunicar com entidades desencarnadas ou espíritos, seja pela mecânica da incorporação, pela vidência (ver), pela audição (ouvir) ou pela pscicografia (escrever movido pelos espíritos).
O médium veio com a responsabilidade e com o compromisso de servir como um instrumento de guias ou entidades espirituais superiores. Para tanto, deve se preparar através do estudo, desenvolvendo a sua mediunidade sempre prezando a elevação moral e espiritual, a aprendizagem conceitual e prática da Umbanda, respeitar os guias e Orixás, ter assiduidade e compromisso com sua casa, ter caridade em seu coração, amor e fé em sua mente e espírito, e saber que a Umbanda é uma prática que deve ser vivenciada no dia-a-dia e não apenas no terreiro.
A mediunidade não deve ser vista ou vivenciada como um dom ou poder maior concedido ao médium, e sim como um compromisso e uma oportunidade que lhe foi dada antes mesmo da pessoa reencarnar.
Por isso não deve ser encarada como um fardo ou um forma de ganhar dinheiro, mas como uma oportunidade valiosa para praticar o bem e a caridade.
Existem médiuns que acabam distorcendo o verdadeiro papel que lhes foi dado, e se envaidecem agindo de forma leviana em suas vidas. O médium deve tangir sua vida como um mensageiro de Deus, dos Orixás e Guias. Ter um comportamento moral e profissional dignos, ser honesto e íntegro em suas atitudes, pois do contrário acaba atraindo forças negativas, obsessores ou espíritos revoltados que vagam pelo mundo espiritual atrás de encarnados desequilibrados que estão na mesma faixa vibracional que eles. Por isso, desenvolver a mediunidade é um processo que deve ser encarado de forma séria a regido através de um profundo estudo da religião e seguido pelo conceitos morais e éticos.
Ser orientado e iniciado por uma casa que pratica o bem é essencial.
As pessoas que são médiuns devem levar sempre a sério suas missões e ter muito amor e dar valor ao que fazem, ter sempre boa vontade nos trabalhos de seu terreiro e na vida do dia-a-dia.
O médium deve tomar, sempre que necessário, os banhos de descarrego adequados aos seus Orixás e Guias, estar pontualmente no terreiro com sua roupa sempre limpa, conversar sempre com o chefe espiritual do terreiro quando estiver com alguma dúvida, problema espiritual ou material.
Umbanda – História e Evolução
A umbanda, uma religião afro-brasileira, pode remontar muito de sua fundação às práticas tradicionais da África Ocidental; os escravos trouxeram consigo suas tradições para o Brasil e, ao longo dos anos, mesclaram essas práticas com as da população nativa sul-americana. À medida que os escravos de ascendência africana passaram a ter mais contato com os colonos, eles também começaram a incorporar o catolicismo em sua prática. Isso formou o que chamamos de religião sincrética, que é uma estrutura espiritual formada quando diferentes culturas são assimiladas juntas, combinando suas crenças para trabalharem juntas em um sistema coeso.
Umbanda
Na mesma época, outras religiões evoluíram no mundo caribenho. Práticas como a santeria e o candomblé se espalharam por vários lugares onde os escravos tinham uma grande população. Em Trinidad e Tobago, as crenças crioulas tornaram-se populares, resistindo à fé cristã dominante. Todas essas práticas religiosas da diáspora africana têm suas origens nas práticas tradicionais de vários grupos étnicos africanos, incluindo os ancestrais dos Bakongo, do povo Fon, dos Hausa e dos Yoruba.
A prática da umbanda tal como se apresenta hoje provavelmente evoluiu no Brasil em algum momento do final do século XIX, mas realmente decolou no início do século XX, no Rio de Janeiro.
Com o passar dos anos, ela se espalhou para outras partes da América do Sul, incluindo Argentina e Uruguai, e formou vários ramos semelhantes, mas distintamente únicos: Umbanda Esotérica, Umbanda d’Angola, Umbanda Jejê e Umbanda Ketu. A prática é próspera e estima-se que haja pelo menos meio milhão de pessoas no Brasil praticando umbanda; esse número é apenas um palpite, porque muitas pessoas não discutem publicamente suas práticas.
Fonte: www.conhecimentosgerais.com.br/www.learnreligions.com
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