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O foyer logo se transformou no grande ponto de encontro. Ali as pessoas se exibiam, conversavam. Não havia nada mais luxuoso na cidade.
No final do século XIX, a cidade de São Paulo sofreu profundas transformações econômicas e sociais, em decorrência da expansão da lavoura cafeeira em várias regiões paulistas, assim como da construção da estrada de ferro Santos-Jundiaí e do fluxo de imigrantes europeus.
A população de São Paulo passou de 130 mil habitantes, em 1895, para 240 mil em 1900. A área urbana cresceu, rompendo os limites do perímetro do triângulo, fazendo surgir as primeiras linhas de bondes elétricos, os reservatórios de água e a iluminação a gás.
O parque industrial paulistano começou a formar-se, transformando o Brás e a Lapa em bairros operários, junto a indústrias próximas aos trilhos da estrada de ferro inglesa, nas várzeas alagadiças dos rios Tamanduateí e Tietê. A região do Bexiga foi ocupada por imigrantes italianos.
Três grandes realizações urbanísticas marcaram a última década do século XIX: a abertura da Avenida Paulista e a construção da Estação da Luz, em 1891, e a construção do Viaduto do Chá, em 1892, notável obra de Jules Martin, primeira pessoa a perceber a importância de ligar o “centro velho” com a “cidade nova”, que surgira na Rua Barão de Itapetininga e entorno.
O poder público municipal ganhou nova fisionomia. Desde o período colonial, a cidade era governada por uma Câmara Municipal, instituição que reunia funções legislativas, executivas e judiciárias.
Em 1898, com a criação do cargo de Prefeito Municipal, cujo primeiro titular foi o Conselheiro Antônio da Silva Prado, os poderes legislativo e executivo se separaram. Trens, bondes, eletricidade, telefone, automóvel, seguidos de protestos e reclamações dos moradores da cidade, acompanharam essas mudanças. A cidade se expandiu, exigindo calçamentos, praças, viadutos e parques.
Navios carregados de produtos finos, para damas e cavalheiros da alta sociedade paulista, passaram a transportar imigrantes italianos, visando a amenizar a crise social e econômica, gerada pela transição do trabalho escravo para o trabalho livre.
Em 1910, 40 mil portugueses e 100 mil italianos residiam São Paulo. Os novos imigrantes foram sendo assimilados pelas grandes fazendas e recém instaladas indústrias, após passarem por período de adaptação em hospedaria situada no bairro do Brás. A propósito, na coluna Há um Século, do Jornal O Estado de São Paulo, referente ao ano de 1897 e com o título Imigração, lê-se que 287 fazendeiros haviam procurado 2.265 famílias na hospedaria da capital.
A criação do Teatro Municipal
Junho de 1903
O Teatro Municipal foi idealizado no ano de 1895 para atender ao apelo de italianos influentes e apaixonados pela Ópera, que residiam em São Paulo. Com a aprovação da Câmara Municipal, em 1903, o Prefeito Antônio Prado lançou a pedra fundamental em terreno desapropriado no Morro do Chá. A 3 de fevereiro de 1903, o Vereador Gomes Cardim apresentou à Câmara Municipal o seguinte projeto de lei:
Art. 1º – Fica a prefeitura autorizada a entrar em acordo com o Governo do Estado sobre a transferência do terreno que este destina à construção de um teatro.
Art. 2º – Como condições de transferência poderão ser aceitas as de limite ao destino do terreno transferido e lotação mínima do teatro a construir.
Em sessão de 5 do mesmo mês e ano, o projeto foi aprovado e, no dia 7, promulgou-se a Lei no. 627, tendo o prefeito enviado à Câmara exposição de motivos, da qual foram extraídos os seguintes tópicos:
Nos termos da autorização que me destes pela Lei no. 627, de 7 de fevereiro de 1903, firmei com a Fazenda do Estado, em 10 de maio do mesmo ano, o termo de cessão, por este feito no município, dos terrenos desapropriados para a construção de um teatro, nesta Capital, entre as ruas Barão de Itapetininga, Formosa, Conselheiro Crispiniano e o futuro prolongamento da Rua 24 de Maio.
Realizando este acordo e tendo a Câmara entrado na posse da propriedade, sujeitei à Vossa consideração, em 4 de abril, as plantas e orçamento da construção, apresentadas pelos arquitetos Dr. Francisco de Paula Ramos de Azevedo, Domizziano Rossi e Cláudio Rossi, cuja competência profissional, bastante conhecida em São Paulo, oferecia, como então vos disse, suficiente garantia para a aprovação do projeto por eles organizado, ao mesmo tempo que vos pedia para fazer executar as obras do teatro por administração, em empreitadas parciais, por me parecer esse o melhor sistema de execução de trabalhos de tal natureza.
Prontamente, acedendo a esse pedido, decretastes a Lei no. 643, de 23 de abril de 1903, autorizando a Prefeitura a despender a quantia de 2.308:155$280 com as referidas obras, como vereis do relatório e mapas anexos apresentados por arquitetos, em 14 de maio seguinte, de conformidade com a citada Lei no. 643. A 26 de junho tiveram início os trabalhos de fundação do teatro, executando-se, durante o ano, outras obras, como vereis do relatório e mapas anexos apresentados à Prefeitura, pelo engenheiro diretor da construção, Dr. Ramos de Azevedo.
O terreno onde o Teatro Municipal seria construído estava localizado no Morro do Chá, tendo pertencido anteriormente ao Coronel Proost Rodovalho, concessionário de enterros, a Gustavo Sydow, dono de serraria, a Abílio Vianna e Rodolfo Miranda.
Construído entre 1903 e 1911 pelo escritório Ramos de Azevedo, segundo projeto de Domizziano Rossi e Cláudio Rossi, o Teatro Municipal pertence à fase madura do ecletismo no Brasil, quando as já aprimoradas técnicas construtivas e o material de construção, variado e custoso, foram adotados de modo a reproduzir fielmente os padrões acadêmicos internacionais.
A equipe, que durante nove anos consecutivos dedicou-se ao projeto e ao gerenciamento das obras, estabeleceu contato junto às principais empresas existentes na Europa, trazendo a São Paulo um ilimitado número de elementos decorativos, ainda hoje presentes em sua arquitetura.
A importância desse edifício e o prestígio dos modelos europeus, ao qual foi comparado, ao tempo de sua construção, encontram-se registrados na descrição de Artur Dias, no livro O Brazil Actual, publicado em 1904. Chama-se a atenção para os ornamentos estilo Luiz XV da fachada e para a sobriedade do conjunto, dentro da tradição clássica italiana.
No recinto doirado do Municipal a magnificência do auditório correspondia às realizações cênicas de um repertório eclético e de novas perspectivas artísticas com pinturas murais realizadas por Oscar Pereira da Silva. Vale lembrar aqui interessante artigo de Affonso de Freitas Júnior, membro do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo (citado por Loureiro):
No teto do salão nobre do Teatro Municipal de São Paulo, pintadas no próprio forro, há três cenas da antigüidade grega, imaginadas e executadas por Oscar Pereira da Silva. Eu vi o artista em 1910, sobre altos andaimes, pintando diretamente no estuque. A cena do centro do teto refere-se à Origem do Teatro Grego e a do seu lado direito à Música, enquanto que a da esquerda é dedicada à Dança.
Lembrou-se ao público paulista o fogo que destruiu o Teatro São José, fazendo-se referência aos dispositivos contra incêndio, à localização da orquestra, colocada abaixo do nível da platéia, de acordo com proposta de Wagner, e ao tamanho da sala de espetáculos, pouco menor que as da Ópera de Paris e de Viena.
Confusão na Noite de Gala
A inauguração oficial do Teatro Municipal de São Paulo deu-se em 12 de setembro de 1911, oito anos e meio depois de as obras terem tido início, noite marcada por fatos imprevisíveis, que muito abalaram os organizadores da festa. A estréia solene havia sido marcada para o dia 11 de setembro, porém os cenários enviados pela companhia lírica não chegaram a tempo. Não houve outra alternativa senão transferir o espetáculo para a noite do dia seguinte. E assim foi.
A inauguração do teatro causou o primeiro grande problema de trânsito da cidade. Na Praça da República às portas do Teatro, o congestionamento era total. Veículos vinham de todas as direções, saindo da Rua Sete de Abril, desciam a Conselheiro Crispiano.
Atravessavam o Viaduto do Chá, desembocavam na Rua Xavier de Toledo e chegavam principalmente pela Barão de Itapetininga. Caleças, tílburis, landôs e cerca de cem automóveis. Houve quem dissesse cento e cinqüenta. Muitos, quando chegaram, encontraram o segundo ato começado (…).
Os homens de fraque e as mulheres exibindo notável diversidade de toaletes, do faille liberty-gris-fer ao voilage de mousseline changeant, guarnecidas com franjas de vidrilhos, consideravam uma afronta não serem vistos, conduzidos por seus cocheiros de libré ou chaffeurs fardados. Terminado o espetáculo, nova confusão, pelo mesmo motivo (Jorge Americano, Loyola Brandão).
Para a inauguração, escolhera-se a ópera Hamlet de Ambroise Thomas, fato que ocasionou indignação e protestos. A proposta desagradara os nacionalistas. To be or not to be?. Muitos exigiam que se tocassem obras brasileiras, particularmente aquelas de Carlos Gomes, lembrando que a ópera Il Guarany, baseada no romance de José de Alencar, fora apresentado ao público em 1870, no Teatro Scala de Milão, assim como em outras grandes cidades européias.
Até Verdi assistira a récita de Il Guarany! Além disso, Hamlet já tinha sido representada no Teatro São José, em 1886. A escolha dessa ópera levantara protestos pela voz respeitável do Vereador Alcântara Machado, que transmitira representação, nesse sentido, do Centro de Ciências e Letras de Campinas e, pela imprensa, por intermédio de Armando Prado. A comissão, constituída por Ramos de Azevedo, Numa de Oliveira, Manuel Pedro de Villaboim e Alfredo Pujol, teve que ceder às pressões dos descontentes.
Para serenar ânimos e evitar apupos, a Empresa Celestino da Silva resolveu alterar o programa e a abertura de Il Guarany foi executada, sob a regência do Maestro E. Vitale. Foi esse o leit-motif da noite de gala, porém o programa inaugural, que deveria ser iniciado às 21 horas, só começou às 22 horas. Por causa desse transtorno e considerando-se o adiantado da hora, a apresentação do Hamlet, tendo no principal papel o célebre barítono Tita Ruffo, teve que ser interrompida, não chegando ao fim.
Terminado o espetáculo, a uma hora da manhã, repetiu-se o desfile de elegância, mas o congestionamento do tráfego tornou a imobilizar a pequena praça e as ruas Barão de Itapetininga e 24 de Maio, espaço reservado para o estacionamento de veículos, perturbando mais uma vez o humor das 1816 pessoas que compareceram ao espetáculo. Muitos saíram frustrados. A inauguração do Teatro Municipal foi irritante e cansativa, mas certamente inesquecível.
Viaduto do Chá em 1892, com o Vale do Anhangabaú cortado pelo viaduto. No fundo, no centro, o terreno onde será construído o Teatro Municipal.(Fotógrafo desconhecido).
Reprodução do cartaz de inauguração do Teatro Municipal em 1911. (Autores desconhecidos).
Teatro Municipal, 1911. No primeiro plano, à esquerda, o Viaduto do Chá. No centro, parte das plantações e as casas de aluguel da chácara do Barão de Itapetininga. No fundo, à esquerda, o Teatro São José, inaugurado em 1900; no centro, o Teatro Municipal recém-construído. (Foto de Aurélio Becherini).
Viaduto do Chá e Teatro Municipal, em 1914.(Foto de Aurélio Becherini).
Viaduto do Chá, em 1914, visto da esquina da Rua Direita com a Líbero Badaró em direção à Rua Barão do Itapetininga. No plano médio, no centro, o Viaduto do Chá; à direita, o Vale do Anhangabaú em obras de urbanização. No fundo, á esquerda, o Teatro São José; à direita, o Teatro Municipal. (Foto de Aurélio Becherini).
Viaduto do Chá, 1918, visto a partir do prédio localizado na esquina da Rua Libero Badaró, em direção à Rua Barão de Itapetininga. No primeiro plano, à esquerda, o bloco do Conde Prates ocupado pelo Hotel de La Rotisserie Sportsman; no centro, o cruzamento com a Rua Líbero Badaró; à direita, o bloco do Conde Prates ocupado pelo Automóvel Clube e pela Sociedade Hípica. No plano médio, à direita, o viaduto e, no centro, o Parque do Anhangabaú. No fundo, à direita, o Teatro São José e a Rua Barão de Itapetininga; no centro, o Teatro Municipal; à direita, a torre da Igreja do Rosário no Largo do Paissandu.(Foto de Aurélio Becherini).
Rua Barão de Itapetininga, 1918, vista a partir do Viaduto do Chá em direção à Praça da República. No primeiro plano, à esquerda, a saída do Viaduto do Chá para a rua. No plano médio, a Rua Conselheiro Crispiniano; à direita, o Teatro Municipal. (Foto de Aurélio Becherini).
Bibliografia
Amaral, Antonio Barreto do, História dos velhos teatros de São Paulo. São Paulo, Governo do Estado, 1959.
Americano, Jorge, São Paulo naquele tempo. Editora Saraiva. São Paulo, 1957.
Bens Culturais Arquitetônicos no Município e na Região Metropolitana de São Paulo. 1984. Secretaria dos Negócios Metropolitanos. São Paulo, 1984.
Brandão, Ignácio de Loyola, Teatro Municipal de São Paulo: grandes momentos/ texto Ignácio de Loyola Brandão, fotografia Romulo Fialdini, Cristiano Mascaro; ilustrações Roberto Stickel. DBA Artes Gráficas, São Paulo, 1993.
Bruno, Ernani Silva, História e tradições da cidade de São Paulo. Vol. III. São Paulo, Livraria José Olympio Editora, Rio de Janeiro, 1953.
Cerqueira, Paulo de Oliveira Castro, Um século de ópera em São Paulo, Editora Guia Fiscal, São Paulo, 1954.
Freitas, Sônia Maria de, E chegaram os imigrantes… (o café e a imigração em São Paulo) Sônia Maria de Freitas, São Paulo, 1999.
Leite, Aureliano, História da Civilização Paulista. Livraria Martins, São Paulo, s/d.
Loureiro, Maria Amélia Salgado, Evolução da casa paulistana e a arquitetura de Ramos de Azevedo. Voz do Oeste/Secretaria do Estado da Cultura. São Paulo, 1981.
Luz, Rogério Ribeiro da, Centro Velho de São Paulo Memória momento. Masso Ohno Editor, São Paulo, 1999.
Loureiro, Maria Amélia Salgado, A evolução da casa paulistana e a arquitetura de Ramos de Azevedo. Vozes do Oeste/ Secretaria do Estado da Cultura, São Paulo,1981.
Versaci, Francisco, Teatro Municipal, a casa de 4.500 contos de réis. Memória. Ano IV, No. 12, 1991.
Nelly Martins Ferreira Candeias
Fonte: www.jbcultura.com.br
Teatro Municipal de São Paulo
As obras de construção do Theatro Municipal começaram em 5 de junho de 1903 e foram concluídas em 30 de agosto de 1911. A casa foi inaugurada em 12 de setembro do mesmo ano, um dia depois do programado, com a encenação da ópera Hamlet.
Imponente e rebuscado, o Teatro foi construído para contentar os parâmetros europeus de cultura da então emergente aristocracia cafeeira. Os então novos ricos queriam dar status à cidade e apagar logo as características de vilarejo de seu recente passado.
A idéia de uma nova e moderna casa de espetáculos surgiu após o incêndio que destruiu o Theatro São José. Em 14 de agosto de 1900, foi apresentado o projeto de lei que colocaria em prática essa idéia. Em 13 de novembro do mesmo ano, o projeto tornou-se lei definitiva.
Porém um contratempo político atrasou o início das obras. O terreno da Praça João Mendes, onde se localizava o Theatro São João, pertencia ao Estado e este cedeu à Prefeitura em troca do edifício do Congreso, que pertencia à Câmara Municipal.
Outro terreno teve então de ser escolhido. Inicialmente, cogitou-se o Largo São Francisco. Mas opiniões técnicas apontaram sua posição atual como a melhor opção. O local foi adquirido em 1902.
O projeto foi desenhado pelos arquitetos italianos Domiziano Rossi e Cláudio Rossi -sem nenhum parentesco- que trabalhavam no escritório de Francisco de Paula Ramos Azevedo. A decoração do edifício ficou nas mãos do cenógrafo Cláudio Rossi, que acompanhou a confecção das obras de arte na Europa e supervisionou o embarque delas para o Brasil.
Com a instalação do Teatro, a vida cultural de São Paulo tornou-se rota das grandes óperas internacionais, que antes só se apresentavam na cidade do Rio de Janeiro.
O Teatro Municipal já passou por duas grandes reformas. Na primeira, coordenada pelo arquiteto Tito Raucht -de 1952 a 1955– realizou-se, por exemplo, a retirada de 202 assentos situados em pontos cegos e a modernização dos recursos de palco (como elevadores cênicos).
Mas outras mudanças causaram uma descaracterização do projeto original do Teatro. Construíram-se paredes, o tecido verde das cadeiras foi substituído por vermelho e foram passadas mãos de tinta e massa corrida em cima de pinturas e mosaicos, entre mais coisas. Já a segunda reforma -de fevereiro de 1985 a julho de 1988- restaurou o ambiente interno e a fachada exatamente como eram apresentados nos desenhos iniciais.
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Na primeira etapa dessa segunda reforma -de dezembro de 1986 a junho de 1991- a restauração consumiu US$ 26 milhões, segundo dados da Secretaria Municipal de Cultura. De 1989 a 1991, na segunda fase, os custos atingiram US$ 7,5 milhões, somando ao todo US$ 35 milhões.
Em 16 de julho de 1988, o Teatro Municipal foi reaberto, mas ainda estava rodeado de tapumes para a reforma da fachada. Em setembro de 1991 ele foi reinaugurado para a comemoração de seus 80 anos, já com a fachada totalmente recuperada.
Concebido essencialmente para receber óperas, atualmente o Teatro mantém corpos artísticos que amplificam suas opções culturais. São eles: Orquestra Sinfônica Municipal, Balé da Cidade de São Paulo, Coral Lírico, Coral Paulistano e Quarteto de Cordas.
Na Semana de Arte Moderna de 1922, o escritor Mário de Andrade discursou nas escadarias do local.
Fonte: sampacentro.terra.com.br
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