Papa Martinho I

Papa Martinho I – ( ~ 585 – 655)

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São Martinho I, papa

Papa da Igreja Católica Romana (649-655) nascido em Tódi, na Umbria, eleito em 5 de julho (649) como sucessor de Teodoro I (642-649), durante seu governo teve o espinhoso dever de combater o Tipo, um famoso edito herético do imperador Constante II e, do lado sagrado, pela primeira vez se celebrou a festa da Virgem Imaculada, em 25 de março.

O novo papa, de caráter indomável, era profundo conhecedor dos segredos da Corte bizantina, onde residira longos anos como núncio, o chamado apocrisiário. Poucos meses depois de assumir, condenou os bispos do Oriente protegidos pelo Imperador bizantino e reuniu um concílio em Latrão, uma reunião de 150 bispos, os quais, apoiados nas decisões dos cinco primeiros maiores concílios, condenaram os editos heréticos Ektésis e Tipo, dos imperadores Heráclio e Constante II, uma firme condenação da heresia monotelista e dos editos imperiais referentes a ela.

O sínodo de Latrão definiu a doutrina católica sobre a vontade e a natureza de Cristo, condenando os monotelistas que só admitiam em Cristo a existência da vontade divina. Esse gesto despertou a ira do imperador do Oriente, Constâncio II, que não deu reconhecimento imperial a sua eleição e o declarou destituído.

Perseguido e ameaçado de morte, recebeu apoio do clero e do povo romano, mas para evitar derramamento de sangue, deixou-se prender em Latrão (653) pelo general Calíopas, governador de toda a Itália. Conta-se que papa, velho e enfermo, apresentou-se-lhe na igreja de Santa Maria Maior, transportado num leito, e levado pelo Tibre preso numa barca.

Meses e meses ele passou pelas ilhas do Mediterrâneo, até chegar a Constantinopla, onde foi julgado em praça pública (654) e condenado ao exílio como herege, inimigo da Igreja e do Estado. Não reconhecendo autoridade em seus juízes e não respondendo as inquisições, foi despido de suas vestes pontificais e, quase desnudo, conduzido acorrentado pelas ruas da cidade.

Exilado em Chersoneso, na ilha de Naxos, na Criméia, de lá escreveu aos Romanos duas nobres cartas, em que narrava seu martírio causado pelas enfermidades e pelo abandono. Lá morreu como mártir no ano seguinte, em conseqüência dos maus tratos sofridos, encerrando, assim, mais de três anos na prisão e no exílio, dos seis anos em que permaneceu no pontificado. O papa de número 74, faleceu nas terras despovoadas de Chersoneso, Criméia, e foi sucedido por São Eugênio I (655-657).

OBS: Lembrar que Martinho é o nome de somente três papas católicos, apesar de a numeração ascender a cinco; não existiram papas antecessores com o nome de Martinho II ou III.

Quando este papa ascendeu a trono papal e escolheu seu nome de sagração, acreditava-se que já teria havido três papas com esse nome e foi proclamado como o de número IV. Na realidade tratavam-se de papas com o nome de Marino ou Marinho. Assim a seqüência de nomes foi a seguinte:

– Papa Martinho I, papa de número 74 (649-655), o São Martinho I;
– Papa Marino I, papa de número 109, o Marino I (882-884) e confundido erroneamente como Papa Martinho II;
– Papa Marino II, papa de número 129.(942-946), o Marino II (942-946) e confundido erroneamente como Papa Martinho III;
– Papa Martinho IV, papa de número 190 (1281-1285);
– Papa Martinho V, papa de número 207 (1417-1431).

Fonte: www.dec.ufcg.edu.br

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