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Papa Inocêncio VIII (1432 – 1492)
Sumo pontífice italiano da igreja católica apostólica romana (1484-1492) nascido em Gênova, cujo pontificado trouxe muito desprestígio para a Igreja e contribuiu para o declínio do prestígio papal, em virtude de sua fraqueza de espírito, embora tivesse o mérito de apoiar a empreitada de Cristóvão Colombo junto ao rei da Espanha. Pertencente a uma família da nobreza de Gênova, era filho de um senador romano, quando jovem levou uma vida libertina e teve dois filhos ilegítimos, Franceschetto e Teodorina. Mas depois regenerou-se e encaminhou-se para a carreira eclesiástica depois de ter concluído os estudos em Pádua, onde foi ordenado. Foi bispo em Savona (1467) e em Olfetta, Nápoles (1473) e tornou-se cardeal (1473) por ordem do papa Sisto IV. Foi eleito em 12 de setembro (1484) como substituto de Sisto IV (1471-1484), escolhendo o nome de Inocêncio VIII. Essa eleição já previa a fraqueza de que o eleito era possuidor. Os principais rivais e pretendentes a tiara papal eram Giuliano della Rovere, o mais ativo dos sobrinhos do papa Sisto V e futuro papa Júlio II (1503-1513) e Rodrigo Bórgia, o seguinte Alexandre VI (1492-1503), sobrinho de Calisto III (1455-1458).
Seu nome surgiu de um acordo entre Della Rovere e Bórgia. Eleito sobretudo por meio de intrigas, em uma época de crise moral do papado, condicionado pelos poderes políticos então dominantes. De caráter fraco, corrupto e nepotista, a primeira parte do seu pontificado foi dominada pelo Cardeal Giuliano della Rovere, mas pouco a pouco permitiu a Lorenzo de Médici conduzir sua política na última parte do seu pontificado. Defrontou-se com o rei de Nápoles, Fernando de Aragão, dando o seu apoio à chamada Conjura dos barões (1485), promovendo a insurreição de várias cidades do sul da Itália e entrando em contato com o rei da França, Carlos VIII, para convidá-lo para uma expedição contra Nápoles. Daí originou-se uma guerra (1489-1491), que terminou, por um lado, por causa das dificuldades do papa em controlar a turbulenta situação interna de seus Estados e, por outro, pela intervenção em seu favor de Milão e sobretudo de Florença. Isso consolidou as relações do papa com Lourenço de Médici, que casou sua filha Madalena com Franceschetto Cybo (1488), obtendo a nomeação para cardeal do filho João (1475-1521), então com treze anos e futuro papa Leão X, estipulando que ele não deveria assumir as vestes e obrigações cardinalícias até ter dezoito anos. Seu prestígio declinou mais ainda ao reconhecer a sua paternidade de Franceschetto, que vivia uma vida dissoluta, a quem muito favoreceu bem como ao sobrinho Lorenzo Cybo.
Numa atitude extremamente desonesta, aceitou do sultão Bayazid II grandes somas de dinheiro para deter em Roma o príncipe otomano Gem, irmão e rival do sultão. Para arrecadar fundos aumentou o número de cargos negociáveis e perdeu o controle da corrupção entre seus ministros, inclusive com a proliferação da venda de bulas falsificadas e teve que condenar à morte os falsificadores descobertos, porém o dano já era irreparável. Nesse ambiente de corrupção ética amadurecem as condições culturais para a reação protestante à Igreja Romana. De importância política para a Igreja em seu pontificado apenas a queda de Granada pelos exércitos de Fernando e Isabel, a pacificação entre os estados católicos e a condenação do comércio de escravos, além de ajudar Cristóvão Colombo no descobrimento da América. Foi protetor de artistas, literatos, humanistas, o que não o impediu de condenar as teorias de Pico della Mirandola, e seu sepulcro em São Pedro foi obra de Pollaiolo. No seu leito de morte reconheceu sua incapacidade e pediu aos cardeais perdão por ter feito tão pouco e suplicou a eles que elegessem um sucessor melhor. Papa de número 214, morreu no dia 25 de julho (1492), em Roma, e foi sucedido por Alexandre VI (1492-1503).
Fonte: www.dec.ufcg.edu.br
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