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Papa Inocêncio III (1160 – 1216)
Papa italiano da igreja apostólica romana (1198-1216) nascido no castelo de Gavignano, em Anagni, Frosinone, perto de Roma, considerado um dos mais importantes da Idade Média, que promoveu as violentas quarta cruzada (1202-1204), que saqueou Constantinopla, e a frustrada cruzada contra os hereges cátaros ou albigenses do sul da França, que preferiram morrer na fogueira a abjurar sua fé. De família nobre de origem germânica, aparentada com as principais famílias da aristocracia romana, era filho do Conde Trasimund de Segni e sobrinho do papa Clemente III, estudou teologia e direito canônico em Roma, completou os estudos de teologia na universidade de Paris e os de jurisprudência em Bolonha. Destacou-se logo por seus dotes de estudioso, a grande energia, as altas qualidades morais e a intuição política, tornando-se um importante teólogo e um dos grandes juristas de sua época. Após a morte de Alexandre III (1181) voltou à Roma e exerceu vários cargos eclesiásticos durante os curtos reinados de Lúcio III (1181-1185), Urbano III (1185-1187), Gregório VIII (1187), por quem foi ordenado subdiácono, e Clemente III (1187-1191), que o tornou Cardeal-Diácono de Saint George, em Velabro, e Saints Sergius e Bacchus (1190) e depois Cardeal-Pároco de St. Pudentiana (1190).
Durante o pontificado de Celestino III (1191-1198), membro da Casa de Orsini e inimigo da Corte dos Segni, retirou-se para Anagni, dedicando-se a meditação e a literatura. Com a morte de Celestino III em 8 de janeiro (1198), embora este tenha indicado em vida ao Colégio de Cardeais, Giovanni di Colonna como seu sucessor, contrariando seu antecessor foi eleito papa em 22 de fevereiro (1198) e adotou o nome de Inocêncio III (1198), com apenas 37 anos de idade. Consagrado dedicou o seu pontificado à reforma moral da Igreja, à luta contra os heréticos e os infiéis, à afirmação dos ideais teocráticos já expressos por Nicolau I, Gregório VII e Alexandre III, que ele desejou ratificar com maior autoridade e firmeza. Baseava-se em princípios do direito canônico e da escolástica para defender a supremacia papal sobre todos os que reinavam na terra, uma vez que considerava o papa, vigário de Cristo, o detentor de ambos os poderes, espiritual e temporal. Dobrou o poder de algumas grandes famílias da aristocracia romana e obteve o juramento de fidelidade do prefeito de Roma e do Senado (1198), enfraquecido após a morte do imperador Henrique VI (1197), cujo filho mais velho, Frederico II, rei da Sicília, tinha apenas 4 anos de idade, e impôs a soberania de Roma aos principais reinos europeus, aproveitando-se da vacância do trono. Nos anos seguintes, ainda foi forçado a abandonar Roma várias vezes nos confrontos com a aristocracia rebelde, até que chegou a um acordo (1205). Politicamente defendeu os direitos materiais da igreja como a anexação de Spoleto, Ancona e Ravena aos Estados Pontifícios.
Realizou a reforma da cúria romana e dos mosteiros, favoreceu a criação de ordens mendicantes, como franciscanos e dominicanos Convocada pelo pontífice no início de seu reinado, a quarta cruzada (1202-1204), chefiada por Balduíno de Flandres, Bonifácio de Montferrato e pelo doge veneziano Henrique Dândolo, encerrou-se com a conquista e o saque de Constantinopla e a fundação do Império Latino do Oriente, que foi obrigado a ratificar, contra a vontade. Esta cruzada assinalou uma interrupção dos ideais que haviam inspirado as cruzadas anteriores, deixando de ser um empreendimento coletivo de todo o mundo ocidental para se transformar em uma expedição de soberanos isolados ou de nações isoladas, levando ao enfraquecimento do entusiasmo pela reconquista da cidade santa, o que fatalmente contribuiu para o fracasso dos diversos movimentos cruzados posteriores. Convocou o Concílio IV de Latrão (1215), 12º Concílio Ecumênico, que consolidou a autoridade papal e realizou notáveis reformas eclesiásticas. Papa de número 177, morreu 16 de julho (1216), em Perugia, e foi sucedido por Honório III (1216-1227).
Fonte: www.dec.ufcg.edu.br
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