Nossa Senhora do Carmo

16 de Julho

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No princípio do século XV vivia em Caravaggio, lugarejo a 38 km de Milão, na Itália, uma jovem muito piedosa chamada Giannetta Vacchi, muito devota de Nossa Senhora.

Não deixava passar um só dia sem se recomendar à Mãe de Deus.

Contra sua vontade, casou-se com Francisco Varoli, que se transformou em verdadeiro carrasco.

Ela suportava as calúnias, insultos e espancamentos.

No dia 26 de maio de 1432, o marido agrediu-a de forma ainda mais brutal.

Ao vê-la ferida, ordenou-lhe que fosse sozinha catar feno. Sem se revoltar, Giannetta obedece. Confia em Deus e na intercessão da Virgem Maria. Dirige-se ao campo chamado “Mazzolengo”, distante cerca de uma légua de Caravaggio. Quando o dia chega ao fim, contempla o feno recolhido e vê que não terá forças para levá-lo.

Temendo mais castigos por parte do marido, ergue os olhos lacrimosos para o céu e exclama: “Oh, Senhora caríssima, ajudai-me. Só de vós espera socorro a vossa pobre serva”. De repente aparece-lhe uma Senhora esplendorosa tendo nos ombros um manto azul e um véu branco sobre a cabeça.

É Maria Santíssima que toca-lhe suavamente os ombros, fazendo-a ajoelhar-se e diz:

“Ouve atentamente, minha filha: o mundo, com suas iniqüidades, havia excitado a cólera do céu…. Mas eu intercedi pelos míseros pecadores… Vai comunicar a todos que devem jejuar numa sexta-feira a pão e água, e, em minha honra, festejar o sábado desde a véspera… Vai, filha, e manifesta a todos a minha vontade”.

Nossa Senhora do Carmo
Nossa Senhora do Carmo

Giannetta, a princípio, não se acha digna desta missão por ser pobre e desconhecida. A Senhora a encoraja e a abençoa, desaparecendo em seguida. Deixa no solo os sinais de seus pés. A jovem beija as santas pegadas e depois afasta-se contra a sua vontade, retornando à aldeia. Por onde passa vai narrando a quem encontra tudo o que tinha visto e ouvido. Todos crêem em sua palavra. Uma fonte começou a brotar no local da aparição e os milagres tiveram início.

A fama dos prodígios espalhou-se pelas cidades vizinhas até alcançar toda a Europa. Foi necessário construir-se uma igreja no local.

A primeira pedra do templo foi lançada no dia 31 de julho de 1432, mas só foi concluída 19 anos depois.

Depois de um século ameaçava ruir, pelo que foi preciso ser escorada. Depois, tornando-se pequena para acolher os peregrinos, foi ampliada por iniciativa de São Carlos Borromeu. Posteriormente, ameaçando novamente ruir, foi preciso demolí-la. Foi então que o arquiteto Pellegrini construiu o majestoso santuário, que é hoje uma das glórias da arte e da fé do povo italiano.

No Brasil há dois santuários dedicados à Nossa Senhiora de Caravaggio: um no estado de Santa Catarina, no vale de Azambuja (Brusque), para onde a devoção foi trazida por colonos italianos e outro no Rio Grande do Sul, na localidade de Caravaggio, na diocese de Caxias.

A festa de Nossa Senhora do Carmo prende-se intimamente à Ordem Carmelitana, cuja origem remonta aos tempos antigos, envolvidos em nuvens de venerandas lendas. A Ordem dos Carmelitas tem por propósito especial o culto da Mãe de Deus, Maria Santíssima, e pretende ter origem nos tempos do profeta Elias.

Está fora de dúvida que o paganismo anti-cristão não estava sem conhecimento das promessas messiânicas. A Mãe do Salvador vêmo-la preconizada pelas Sibilas, simbolizada pelas imagens de Isis e venerada nos mistérios pagãos.

Suposto isto,causaria estranheza, se o povo de Deus, possuidor das profecias mais claras e especializadas sobre a Mãe-Virgem, a vencedora da serpente, não tivesse tido palavra, instituição nenhuma, que dissesse respeito à Mãe do Salvador.

Não é a intenção de querer alegar os argumentos pró e contra desta piedosa opinião ou digamos mesmo, convicção dos religiosos Carmelitas.

De fato, na Ordem Carmelitana é guardada a tradição, segundo a qual o profeta Elias, vendo aquela nuvenzinha, que se levantava no mar, bem como a pegada de homem, teria nela reconhecido o símbolo, a figura da futura Mãe do Salvador.

Diz mais a tradição, que os discípulos de Elias, em lembrança daquela visão do mestre, teriam fundado uma Congregação, com sede no Monte Carmelita, com o fim declarado de prestar homenagens à Mãe do Mestre. Essa Congregação ter-se-ia conservado até os dias de Jesus Cristo e existido com o Título Servas de Maria.

Santa Teresa, a grande Santa da Ordem Carmelitana, reconhece no profeta Elias o fundador da Ordem. As visões da bem-aventurada Ana Catarina Emerich sobre a vida de Maria Santíssima, ocupam-se minuciosamente da Congregação dos Servos de Maria, no Antigo testamento.

Segundo uma piedosa tradição, autorizada pela liturgia, no dia de Pentecostes, um grupo de homens, devotos dos santos profetas Elias e Eliseu, preparado por São João Batista para o Advento do Salvador, abraçaram o cristianismo e erigiram no Monte Carmelo um santuário à Santíssima Virgem, naquele mesmo lugar, onde Elias vira aparecer aquela nuvenzinha, anunciadora da fecundidade da Mãe de Deus. Adotaram eles o nome de Irmãos da Bem-Aventurada Maria do “Monte Carmelo”.

MANIFESTAÇÃO DE NOSSA SENHORA A SÃO SIMÃO STOCK

Historicamente documentadas são as seguintes datas da Ordem de Nossa Senhora do Carmelo. Foi no século XII que o calabrez Bertoldo, com alguns companheiros, se estabeleceu no Monte Carmelo. Não se sabe se encontraram lá a Congregação dos Servos de Maria ou se fundaram uma deste nome; certo é que receberam em 1209 uma regra rigorosíssima, aprovada pelo Patriarca de Jerusalém – Alberto. Pelas cruzadas esta Congregação tornou-se conhecida também na Europa. Dois nobres fidalgos da Inglaterra convidaram alguns religiosos do Carmelo, para acompanhá-los e fundar conventos na Inglaterra, o que fizeram.

Pela mesma época vivia no condado de Kent um eremita que, havia vinte anos, habitava na solidão, tendo por residência o tronco oco de uma árvore. O nome desse eremita era Simão Stock.

Atraído pela vida mortificada dos carmelitas recém-chegados, como também pela devoção Mariana que aquela Ordem cultivava, pediu admissão como noviço na Ordem de Nossa Senhora do Carmo. Em 1225, Simão Stock foi eleito coadjutor Geral da Ordem, já então bastante conhecida e espalhada.

A Ordem começou a sofrer muita oposição, e Simão Stock fez uma viagem para Roma. Honório III, avisado em misteriosa visão que teve de Nossa Senhora, não só recebeu com toda deferência os religiosos carmelitas, mas aprovou novamente a regra da Ordem. Simão Stock visitou depois os Irmãos da ordem no Monte Carmelo, e demorou-se com eles seis anos.

Um capítulo geral da Ordem, realizado em 1237, determinou a transferência para a Europa de quase todos os religiosos, os quais, para se verem livres das vexações dos Sarracenos, procuraram a Inglaterra, onde a Ordem possuía já 40 conventos.

No ano de 1245, foi Simão Stock eleito Superior Geral da Ordem e a regra teve aprovação do Papa Inocêncio IV.

A Ordem de Nossa Senhora do Carmo, colocada sob a proteção da Santa Sé, começou a ter, então, uma aceitação extraordinária no mundo católico. Para isto concorreu poderosamente a Irmandade do Escapulário, que deve a fundação a Simão Stock.

Homem de grandes virtudes, privilegiado por Deus com os dons da profecia e dos milagres, empregou Simão Stock toda energia para propagar, na Ordem e no mundo inteiro, o culto mariano. Sendo devotíssimo a Maria Santíssima, desejava obter da Rainha celestial um penhor visível de sua benevolência e maternal proteção.

Foi aos 16 de julho de 1251 que, estando em oração fervorosa, a renovar o pedido, Nossa Senhora se dignou aparecer-lhe. Rodeada de espíritos celestes, veio trazer-lhe um escapulário. “Meu dileto filho – disse-lhe a Rainha do céu – eis o escapulário, que será o distintivo de minha Ordem.

Aceita-o como um penhor de privilégio, que alcancei para ti e para todos os membros da Ordem do Carmo. Aquele que morrer vestido deste escapulário, estará livre do fogo do inferno”.

Estando-lhe assim satisfeita a maior aspiração, Simão Stock tratou então de divulgar a irmandade do escapulário e convidar o mundo católico a participar dos grandes privilégios anexos. Extraordinária foi a afluência a tão útil instituição.

Entre os devotos do escapulário de Nossa Senhora do Carmo, vêem-se Papas, Cardeais e Bispos. Numerosos tem sido os príncipes que pediram ser inscritos na irmandade, como Eduardo III da Inglaterra, os imperadores da Alemanha, Fernando I e II e reis da Espanha, de Portugal e da França, além de muitas rainhas e princesas de diversas nações.

O Escapulário teve uma aceitação favorável e universal entre o povo católico. Neste sentido, só é comparável ao Rosário. Como este, também teve adversários; como o Rosário, também o escapulário tem sido agredido com todas as armas da impiedade, da malícia, do escárnio e do ódio.

Mas também, como o Rosário tem experimentado o efeito poderosíssimo da proteção da Mãe de Deus; só assim é explicável o fato de ter o escapulário passado incólume através de 750 anos e, hoje em dia, mais do que nunca, gozar da predileção do povo cristão.

Se bem que a visão que São Simão Stock afirma ter tido de Nossa Senhora, não possuía o valor da autoridade de artigo de fé, tão averiguada se apresenta, que desfaz qualquer dúvida que a respeito possa subsistir.

É Relatada com todas as minúcias pelo confessor do Santo, padre Swainton. Aprovada por muitos Papas, a irmandade do escapulário foi grandemente elogiada por Benedito XIV; mais de cem escritores dos séculos 13, 14 e 15, dos quais alguns não pertenciam à Ordem Carmelitana, se referem à visão de Simão Stock como a um fato que não admite dúvida. As universidades mais célebres, as de Paris e Salamanca, declaram-se igualmente a favor.

Dois decretos da Cúria Pontifícia, exarados pelos cardeais Belarmino e de Torres, declararam autêntica e verídica a biografia de São Simão Stock, que contém a narração da maravilhosa visão.

PRIVILÉGIOS CONCEDIDOS PELA VIRGEM MÃE A QUEM USAR O ESCAPULÁRIO

Dois são os privilégios da irmandade do escapulário, privilégios deveras extraordinários, que mereceram à instituição tão grande simpatia por parte do povo cristão.

O primeiro desses privilégios Maria Santíssima frisou-o bem, quando, no ato da entrega do escapulário disse ao seu servo São Simão Stock:

“É este o sinal do privilégio, que alcancei para ti e para todos os filhos do Carmelo. Todos aqueles que estiverem revestidos com este hábito, ver-se-ão salvos do fogo do inferno”.

O sentido desse privilégio é este: Maria Santíssima prometem a todos os que usam o hábito do Carmo, sua proteção especial, principalmente na hora da morte, que decide a história da humanidade.

O pecador, portanto, por mais miserável que seja, pondo a confiança em Maria Santíssima e vestindo seu hábito, tendo aliás a intenção firme de sair do estado do pecado, pode seguramente contar com o auxílio de Nossa Senhora, a qual lhe alcançará a graça da conversão e da perseverança. O escapulário não é um amuleto que assegure, sob qualquer hipótese, a salvação de quem o usar.

Contam-se milhares as conversões de pecadores na hora da morte, atribuídas unicamente ao escapulário de Nossa Senhora do Carmo; muitos também são os casos que mostram à evidência, que privilégio nenhum favorece a quem, de maneira nenhuma, se quer separar do pecado e levar uma vida digna e cristã.

Santo Agostinho diz a verdade, quando ensina: “Deus, que nos criou sem nossa cooperação, não nos pode salvar sem que o queiramos e desejemos”. Quem não quer deixar de ofender a Deus, morrerá na impenitência; e se Maria Santíssima não ver a possibilidade alguma de arrancar a alma do pecador aos vícios e paixões, fará com que na hora da morte, por uma casualidade qualquer, não se encontre o hábito salvador, o que se tem dado muitas vezes.

O Segundo provilégio é o tal chamado “privilégio sabatino”.

Um decreto da Santa Inquisição romana, datado de 20 de janeiro de 1613, dá aos sacerdotes da Ordem Carmelitana autorização para pregar a seguinte doutrina: “O povo cristão pode crer no auxílio que experimentarão as almas dos Irmãos e membros da Irmandade de Nossa Senhora do Carmo, auxílio este, segundo o qual todos aqueles que morrerem na graça do Senhor, tendo em vida usado o escapulário, conservado a castidade própria do estado, recitado o Ofício Parvo de Nossa Senhora, ou se não souberem ler, tiverem observado fielmente o jejum eclesiástico, bem como a abstinência nas quartas-feiras e sábados (exceto se a festa de Natal cair num destes dias), serão socorridos por uma proteção extraordinária da Santíssima virgem, no primeiro sábado que se lhe seguir ao trânsito, por ser sábado o dia da semana consagrado a Nossa Senhora (Bula sabatina de João XXII. 3, III 1322)

Desse privilégio faz menção o ofício divino da Festa de Nossa Senhora do Carmo, aprovado pelo Papa clemente X e Benedito XIII.

“A bem-aventurada Virgem – diz o ofício – não se limitou a cumular de privilégios aqui na terra e na Ordem Carmelitana. Com carinho verdadeiramente maternal, ela, cujo poder e misericórdia em toda parte são muito grandes, consola também, como piedosamente se crê, aqueles filhos no Purgatório, alcançando-lhes o mais breve possível a feliz entrada na Pátria Celestial”.

Para se tornar membro da Irmandade, é necessário que se cumpra as seguintes condições:

1. Inscrição no registro da Irmandade.

2. Ter recebido o escapulário das mãos de um sacerdote habilitado para fazer a recepção e usá-lo com devoção. No caso da mudança de um escapulário velho e gasto por um novo não carece a bênção. Quem, por descuido, deixou de usar por algum tempo o escapulário, participa dos privilégios da Irmandade, logo que se resolver a pô-lo novamente.

3. Convém rezar diariamente algumas orações marianas, como sejam: A ladainha lauretana ou seis Pai-Nossos e Ave-Marias ou sejam, ainda, o Símbolo dos Apóstolos (Credo), seguida da recitação de um Pai-Nosso, uma Ave-Maria e Glória. As bulas pontifícias nada prescrevem a este respeito desde o princípio, porém, se tem observado a praxe de fazer essas devoções diárias.

4. O privilégio sabatino exige ainda que se conserve a castidade própria do estado de cada um, e que se rezem as horas marianas. Quem não puder cumprir esta segunda condição, observe a abstinência de carnes nas quartas-feiras e sábados. As duas obrigações de recitar o ofício mariano e a abstinência de carne nas quartas-feiras e sábados podem, se para isso subsistirem razões suficientes, ser comutadas em outras equivalentes.

5. Aos sábados, o papa Pio X concedeu o seguinte privilégio: Para se tornarem membros da Irmandade de Nossa Senhora do Carmo, é suficiente que usem um escapulário bento por um sacerdote que possua a faculdade respectiva. Não se exige para eles a cerimônia da recepção e da inscrição no registro da irmandade. Como os demais membros, também devem rezar diariamente algumas orações em honra de Maria Santíssima. (4-1-1908).

A Irmandade de Nossa Senhora do Carmo é enriquecida de muitas indulgências, podendo todas ser aplicadas às almas do Purgatório, com exceção da indulgência plenária na hora da morte.

Reflexões

O fim, pois, que a irmandade de Nossa Senhora do Carmo se propõe é: propagar o reino de Deus, por meio da devoção a Maria Santíssima, meditar nas virtudes da Mãe de Deus e imitá-las, merecer uma proteção especial de Nossa Senhora, em todos os perigos do corpo e da alma, alcançar-lhe bênção na hora da morte e a libertação das penas do Purgatório.

O Escapulário é o hábito da salvação. Para que o possa ser, é preciso que seja a vestimenta da justiça. Se o maior interesse de Maria Santíssima é salvar almas, desejo maior não tem, senão que seus filhos se apliquem à prática das virtudes, do amor de Deus e do próximo, que sejam pacientes, humildes, mansos e puros e trabalhem pela santificação de sua alma.

A história da Irmandade de Nossa Senhora do Carmo é uma epopéia de feitos maravilhosos, na ordem sobrenatural. O escapulário tem sido a salvação de milhares e milhares de cristãos nas suas necessidades espirituais e materiais.

Para que nas mãos de Nossa Senhora possa ser efetivamente instrumento de salvação, indispensável é o renascimento espiritual de quem o leva, o cumprimento fiel dos deveres do estado de quem se diz devoto a Nossa Senhora do Carmo. Certamente, não é devoto a Maria Santíssima quem vive em pecado e ofende a Deus sem cessar.

Oração à Nossa Senhora do Carmo

“Ó bendita e imaculada Virgem Maria, honra e esplendor do Carmelo! Vós que olhais com especial bondade para quem traz o vosso bendito escapulário, olhai para mim benignamente e cobri-me com o manto da vossa maternal proteção.

Fortificai minha fraqueza com o vosso poder, iluminai as trevas do meu espírito com a vossa sabedoria, aumentai em mim a fé, a esperança e a caridade. Ornai minha alma com a graça e as virtudes que a tornem agradável ao vosso divino Filho.

Assisti-me durante a vida, consolai-me na hora da morte com a vossa amável presença e apresentai-me à Santíssima Trindade como vosso filho e servo dedicado; e lá do céu, eu quero louvar-vos e bendizer-vos por toda a eternidade.

Nossa Senhora do Carmo, libertai as benditas almas do purgatório. Amém!”

(3 Ave-Marias e Glória ao Pai)

Fonte: www.paginaoriente.com

Nossa Senhora do Carmo

16 de Julho

A palavra Carmelo significa “jardim”, quando abreviada se diz “Carmo”. O Monte Carmelo fica ao norte de Israel, situado na região da antiga Palestina, próximo a atual cidade de Haifa.

Neste cenário bíblico, no século IX antes de Cristo, viveu numa gruta o solitário profeta Elias, em espírito de penitência. Defensor da fé de um só Deus verdadeiro, ele profetizou a futura existência da mulher pura, a Virgem Maria, Mãe de Deus.

Desde então, o Carmelo se tornou local de retiro espiritual de muitos eremitas, que buscavam viver o modelo de perfeição monástica alcançada pelo profeta. No final do primeiro século depois de Cristo, chegaram pioneiros eremitas cristãos, que ao lado da fonte de Elias construíram uma capela em honra à Virgem Maria.

Em 1209, o superior da comunidade, Santo Brocardo recebeu a Regra de Santo Alberto, constituindo a Ordem da Bem-aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo, reconhecida pela Santa Sé, em 1226.

A partir de 1237 os carmelitas foram quase expulsos do Monte Carmelo, pois a Palestina vivia sob pressão cada vez maior dos muçulmanos, que acabaram por invadi-la. Eles se estabeleceram em Chipre e Sicília, na Inglaterra e França. Viviam pobres como os franciscanos e dominicanos, da Ordem dos Mendicantes, a qual não quiseram aderir. Surgiram então as rivalidades e a Ordem do Carmo começou a sofrer perseguições externas, as quais provocaram a desunião interna.

A solução foi enviar à Roma dois representantes carmelitas para conseguir o apoio do Papa. Eles apresentaram a antiga Regra de Santo Alberto adaptada aos novos tempos da Igreja, mantendo o carisma original e obtiveram sua aprovação.

A Ordem do Carmo atravessou essa fase difícil até meados de 1251, quando tudo se estabilizou. Nessa época, na Inglaterra, no Carmelo de Cambridge residia o Superior Geral, o já idoso Simão Stock, hoje Santo venerado na Igreja. Ele rezava com ardor à Santa Mãe, rogando com confiança por seu auxílio, para a Ordem criada em sua honra.

No dia 16 de julho de 1251, teve uma visão da Virgem Maria sentada numa nuvem cercada de anjos, confirmando sua proteção celeste. Como símbolo de sua união aos carmelitas, entregou à Stock o Escapulário do Carmo, prometendo a salvação e vida eterna à todos que o usassem com fé em Jesus Cristo.

A história dos carmelitas está repleta da presença da Virgem Maria. Devoção que espalharam ainda mais pelo mundo, graças a instituição do Escapulário de Nossa Senhora do Carmo, cujo símbolo de fé se difundiu por toda a cristandade.

Oração a Nossa Senhora do Carmo

Senhora do Carmo, protegei-nos de todos os perigos e dai-nos a graça de termos uma boa morte. Que sob o vosso olhar e sob a vossa proteção possamos obter a misericórdia de Deus todos os dias de nossa vida. Fazei crescer em nossos corações o amor, especialmente pelos que mais precisam de nossa atenção e carinho. Amém!

Fonte: www.paulinas.org.br

Nossa Senhora do Carmo

16 de Julho

SANTO ESCAPULÁRIO DE NOSSA SENHORA DO CARMO

Nossa Senhora do Carmo
Nossa Senhora do Carmo

Definição

O Escapulário do Carmo é um sinal externo de uma devoção Mariana, que consiste na consagração à Santíssima Virgem Maria, através da inscrição na Ordem Carmelita, na esperança de Sua proteção maternal.

O distintivo externo desta inscrição ou consagração é o pequeno escapulário marrom, conhecido por todos. Quando o fiel se consagra a Santíssima Virgem, através do Escapulário do Carmo, passa a ter direito a todos os privilégios espirituais e indulgências que esta Santa Ordem possui, mediante a aprovação dos Santos Padres.

Isto é, o fiel passa a ser irmão ou irmã do Carmo , com os mesmos direitos espirituais dos frades, freiras, monjas e dos irmãos da Ordem Terceira do Carmo: é , portanto, incluído , na grande família carmelitana . Dentre os tesouros espirituais que esta sagrada Ordem pode oferecer estão as milhares de Missas, que são celebradas pelos padres carmelitas de todo o mundo, nas intenções de toda a Ordem e família carmelitana!

Como o irmão ou irmã do Carmo não pode usar um hábito religioso como fazem os frades, as monjas e alguns irmãos leigos pertencentes a Ordem Terceira do Carmo, o Escapulário (também conhecido como “bentinho”) substitui o escapulário grande do hábito carmelita. Isto é, quem usa o Escapulário do Carmo, devidamente imposto por um sacerdote, de maneira devota , é o mesmo que estivesse usando o hábito carmelita.

Portanto, o Escapulário do Carmo não é um “santinho”, uma “medalha”, ou um objeto religioso qualquer! Por isso, seu uso somente é válido quando é imposto por um sacerdote e com um ritual próprio para tal procedimento. É uma devoção muito séria e importante na Igreja. Sua história vara os séculos (750 anos!).

O Escapulário de Nossa Senhora do Carmo é um sacramental ; isto é, segundo o Concílio Vaticano II, “um sinal sagrado segundo o modelo dos sacramentos, por meio do qual são transmitidos efeitos sobretudo espirituais, que se obtêm pela intercessão da Igreja” (documento conciliar, constituição “Sacrossanctum Concilium”, capítulo III, antigo 60, nº 621).

Quem Pode Receber o Escapulário ?

Todos os católicos, que o peçam, o podem receber, imposto por um sacerdote. Podem-no receber ainda as crianças batizadas, mesmo inconscientes e os doentes destituídos de sentidos, pois se parte do princípio que, se conhecessem o seu valor, o quereriam receber.

É ótimo o costume de o pôr logo no dia do Santo Batismo.

Como é o Escapulário ?

O Escapulário é de tecido de lã, de cor castanha ou preta, mas, o mais comum é o de cor castanha. O Escapulário do Carmo, uma vez bento e imposto, não precisa de uma nova benção quando se substitui por um outro novo.

A benção não está no Escapulário em si: a benção está na pessoa ! A medalha sim, precisa de nova benção.

No dia 16 de dezembro de 1910, Sua Santidade o Papa São Pio X concedeu que o Escapulário pudesse ser substituído por uma medalha que tivesse: de um lado uma imagem de Nossa Senhora do Carmo e do outro lado, uma imagem do Sagrado Coração de Jesus.

Importante: não vale receber a imposição com uma medalha: somente com o escapulário!

A medalha, quando for colocada, pode ser benta com um simples “sinal da cruz”, fazendo-se a intenção de usá-la para substituir o Escapulário.

O valor do Escapulário está no tecido (pois este simboliza a veste, o hábito carmelita), com a benção própria, e não nas imagens que costuma ter. Pode ser lavado, plastificado, pode-se mudar os cordões, etc.

Como e Quando Usá-lo ?

Usar sempre com respeito e devoção! O Escapulário é uma veste, um hábito religioso. Nos lembra que estamos vestidos com o manto protetor de Maria, com sua própria roupa (Nossa Senhora do Carmo veste o hábito da Ordem)!

Devemos andar sempre co o Escapulário. Nunca deixemos de usá-lo, mesmo ao tomar banho ou ao dormir. Infelizmente não sabemos em que dia, hora ou circunstâncias morreremos. Quem o recebeu e deixou de trazê-lo consigo (mesmo no caso de perda da fé ou da devoção), basta que comece de novo a usá-lo, sem precisar de nova imposição.

A graça do Escapulário do Carmo está ligada ao nosso corpo e à nossa alma. Porém, é necessário usa-lo.

Curiosidade: Sua Santidade o Papa São Pio X concedeu que os militares em campanha de guerra possam impor a si próprios o Escapulário, uma vez bentos pelo sacerdote e que, tendo acabado sua missão, continuem a usufruir todas as graças e privilégios a ele inerentes, sem terem de receber nova imposição pelo sacerdote.

Observação importante: certamente que o Escapulário não dispensa o fiel católico dos Sacramentos, que são os meios instituídos por Nosso Senhor Jesus Cristo como via normal para nos santificar.

QUALQUER SACERDOTE PODE IMPÔR O ESCAPULÁRIO?

No dia 28 de janeiro de 1964, o Papa Paulo VI concedeu que todos os sacerdotes pudessem impor o Escapulário e substituí-lo pela respectiva medalha, pois, até esse dia, era privilégio dos padres carmelitas ou de outros sacerdotes autorizados pela Santa Sé. Isto mostra o desejo da Santa Igreja e do Espírito Santo que a move de que todos o tragam consigo.

ORIGEM E PROPAGAÇÃO

No final do século XII, nascia, no Monte Carmelo, na Palestina, a Ordem dos Irmãos da Bem-Aventurada Sempre Virgem Maria do Monte Carmelo (nome completo da Ordem dos Carmelitas). Por causa da dominação mulçumana, naquelas terras, os frades se viram obrigados a emigrar para o ocidente.

Na Europa, tampouco foram bem recebidos por todos. Já existiam na época várias Ordens religiosas, e os Bispos queriam que não mais se fundassem novas Ordens, e sim, que as novas vocações fossem dirigidas para as Ordens já existentes.

A própria população achava que os carmelitas eram “aproveitadores”. Por causa disso tudo, o Superior Geral da Ordem Carmelita, o presbítero São Simão Stock homem de grande santidade, oração e penitência, vendo pesar sobre sua querida Ordem o perigo da extinção, e o peso esmagador do desprezo e da perseguição, se voltou para Maria Santíssima e, fervorosamente Lhe pediu que não desamparasse aquela Ordem a Ela consagrada, mas sim, que a protegesse e lhe desse maior estima.

Repetia, incansável e incessantemente, todos os dias, a seguinte oração:

“Flor do Carmelo,
Videira Florescente,
Esplendor do Céu!
Mãe sempre Virgem e Singular!
Aos carmelitas protegei com vosso amor,
Ó Estrela do Mar!”

No ano de 1251 , se realizou o prodígio: em um dia (16 de julho), a mesma divina Senhora, a Bem-Aventurada Virgem Maria, comovida pelas súplicas de seu amado filho, lhe aparece acompanhada por uma multidão de Anjos e, tendo em suas mãos benditas o escapulário da Ordem do Carmo, lhe dirigiu estas notáveis palavras:

“caríssimo filho, recebei o escapulário de vossa Ordem, sinal da minha confraternidade, privilégio para vós e, igualmente, para todos os irmãos do Carmo: todo aquele que morrer revestido deste Santo Escapulário, não arderá nas chamas do inferno, isto é, aquele que com ele morrer, se salvará! Este hábito é um sinal de salvação, uma segurança de paz e aliança eternas!”.

Essa grande promessa de morrer na graça de Deus quem, levando o Escapulário, piedosamente venha a morrer com ele, a recordava o Santo Padre Pio XII, em 11 de fevereiro de 1950:

“e, em verdade, dizia o Papa, não se trata de um assunto de pouca importância, e sim, no conseguir a vida eterna em virtude de uma promessa feita, segundo a tradição, pela Santíssima Virgem”. É, certamente, o Santo Escapulário, como que uma “tábua de salvação” mariana, prenda e sinal da proteção da Mãe de Deus. Mas não pensem os que vestem essa “tábua de salvação” que possam conseguir a salvação eterna abandonando-se à perdição e à queda espiritual (viver em estado de pecado mortal)…”

Observação: o próprio Pio XII usava o Escapulário desde os 08 anos de idade.

Publicado este privilégio milagroso, a Ordem do Carmo cresceu em merecimentos e em santidade; não só dentro dos conventos, mas também fora deles, muitas pessoas recebiam o Santo Escapulário (o de tamanho reduzido, obviamente): pontífices, reis, nobres, pobres e ricos, clérigos e leigos, de todos os tempos e lugares, se revestiam e dele se serviam como de um distintivo de filhos de Maria e forte escudo contra os inimigos da alma e do corpo.

Fonte: www.eternamisericordia.com.br

Nossa Senhora do Carmo

16 de Julho

Escapulário

Nossa Senhora do Carmo
Nossa Senhora do Carmo

O Escapulário do Carmo

Consiste em dois pedaços de pano marrom, unidos entre si por um cordão. Um pedaço de pano traz a estampa de Nossa Senhora do Carmo, e o outro a do Sagrado Coração de Jesus, ou o emblema da Ordem do Carmo. A palavra latina “scapulas” significa ombros, daí designar-se Escapulário este objeto de devoção colocado sobre os ombros.

Para os religiosos carmelitas, é símbolo de consagração religiosa na Ordem de Nossa Senhora do Carmo. Para os fiéis leigos, para o povo, é símbolo de devoção e afeto para com a mesma Senhora do Carmo. Nos meios populares, é conhecido como “bentinho do Carmo”.

“Para a Igreja, entre as formas de devoção mariana, está o uso piedoso do Escapulário do Carmo, pela sua simplicidade e adaptação a qualquer mentalidade” (Papa Paulo VI). Maria, Mãe de Jesus, é a “mulher que pisa na cabeça da serpente” (Gn 3,15), e aparece “vestida de sol, tendo a lua sob os pés e uma coroa de doze estrelas na cabeça” (Ap 12,1-17).

Origem do Escapulário

No século XI, um grupo de homens dispostos a seguir Jesus Cristo, reuniram-se no Monte Carmelo, em Israel. Ali construíram uma capela em honra de Nossa Senhora. Este local é considerado sagrado, desde tempos imemoriais ( Is 33,9;35,2; Mq 7,14), e se tornou célebre pelas ações do profeta Elias (1 Rs 18). A palavra “carmelo” quer dizer jardim ou pomar. Nasciam ali os carmelitas, ou a Ordem dos Irmãos da Bem-Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo.

Tempos depois, os carmelitas mudaram-se para a Europa e passavam por grandes dificuldades. No dia 16 de julho de 1251, quando rezava em seu convento de Cambridge, Inglaterra, S. Simão Stock, superior geral da Ordem, pediu a Nossa Senhora, um sinal de sua proteção, que fosse visível a seus inimigos.

Recebeu, então, de Nossa Senhora o escapulário, com a promessa:

“Recebe, filho amado, este escapulário. Todo o que com ele morrer, não padecerá a perdição no fogo eterno. Ele é sinal de salvação, defesa nos perigos, aliança de paz e pacto sempiterno”.

Quem segue Jesus e é devoto de Maria Santíssima, caminha a passos seguros no caminho da salvação. O escapulário é sinal da proteção de Maria.

A festa de Nossa Senhora do Carmo é celebrada todo 16 de julho de cada ano, desde 1332, e foi estendida à Igreja Universal no ano de 1726, pelo papa Bento XIII.

O papa João Paulo II, ao declarar que usa o escapulário desde sua juventude, escreve: “O Escapulário é signo de aliança entre Maria e os fiéis. Traduz concretamente a entrega, na cruz, de Maria ao discípulo João”(Jo 19, 25-27).

Os Santos e o Escapulário

Eis aqui alguns exemplos do apreço de Santos ao Escapulário do Carmo:

São Simão Stock, que teve a dita de receber o Escapulário das mãos da Rainha do Céu, no mesmo dia o tocou no corpo de um moribundo impenitente, obtendo o primeiro milagre do Escapulário com a imediata conversão do doente.

São João da Cruz, ao perguntar muitas vezes ao frade que o assistia em sua última doença, que dia da semana era, explicou: “ Pergunto porque me veio agora à memória quão grande benefício é o que faz Nossa Senhora aos religiosos de sua Ordem que portaram seu hábito e fizeram o que esse privilégio pede”. Realmente faleceu na alvorada de um sábado, 14 de dezembro de 1591.

Santa Teresa de Jesus com freqüência se gloriava de portar o escapulário “ como indigna Carmelita”. E zelava para que suas religiosas não deixassem de dormir com ele posto. Dirigindo-se a elas, escrevia: “Só posso confiar na misericórdia do Senhor… e nos merecimentos de Seu Filho e da Virgem Maria Santíssima, Sua Mãe, cujo hábito indignamente trago e vós trazeis”.

Santo Afonso Maria de Ligório não só usava o Escapulário, mas o recomendava insistentemente aos fiéis. O Escapulário com o qual foi enterrado permaneceu incorrupto no sepulcro, e é hoje venerado num relicário em Marianella, sua cidade natal.

São Pedro Claver serviu-se incessantemente do Escapulário do Carmo em seu apostolado com os negros na Colômbia. Conserva-se uma pintura representando-o no leito de morte, com um crucifixo em uma das mãos e o Escapulário sobre o peito; em volta à sua cama, muitos negros com o Escapulário ao pescoço, beijando os pés e as mãos do missionário.

São João Bosco recebeu-o na infância e o difundiu durante toda a vida. Enterrado em 1888 com o Escapulário, em 1929 foi encontrado o mesmo em perfeito estado de conservação, sob as vestes apodrecidas e os mortais mumificados desse grande apóstolo e incomparável educador da juventude.

São BoaVentura dizia: “Desafoguem o peito diante da Virgem do Carmo os pecadores mais empedernidos: revistam-se do seu Santo Escapulário e Ela os conduzirá ao porto da conversão. Honrem-na com o uso do Escapulário e demais obrigações ou obséquios da Confraria.

Privilégio Sabatino

A predileção de Nossa Senhora pela Ordem do Carmo foi confirmada, de modo ainda mais maternal, no século seguinte, quando, aparecendo ao papa João XXII, prometeu-lhe especial assistência aos que trouxessem o seu escapulário, e que os livraria do purgatório no primeiro sábado após sua morte. Essa segunda e sublime promessa é conhecida como privilégio sabatino.

Por Carmelitas se entendiam os membros das confrarias do Carmo. Entretanto, concedeu depois a Igreja a várias ordens religiosas a faculdade de benzer também pequenos escapulários e impô-los aos fiéis, independentemente de estarem ligados ou não às referidas confrarias.

Assim, estendem-se também a todos os que portam o Escapulário do Carmo aquelas mesmas promessas da Mãe de Deus. Deste modo, a divulgação do escapulário passou a ser universal, e juntamente com o rosário, um dos símbolos do católico piedoso e servo de Maria.

Mais de trinta Papas recomendaram o escapulário, usaram-no, propagaram-no com palavras as mais belas que o vocabulário humano permite. Em todo o mundo, mais de cem mil sacerdotes e bispos também o recomendaram ardentemente, por sete séculos, e milhões de católicos o vêm usando.

Um dos sintomas mais reconfortantes de religiosidade e devoção marianas que está se generalizando, é certamente o uso do Escapulário do Carmo, especialmente entre os jovens. O escapulário do Carmo tornou-se o veículo seguro, eficaz e mais fácil de garantir a eternidade!.

Histórico da Grande Promessa sobre o Escapulário de N. Sra. do Carmo

Na Idade Média, o escapulário era uma espécie de avental que caía na frente e atrás – “scapulas” – palavra latina que significa ombros, e era usado sobre uma roupa comum, pelos eremitas estabelecidos no Monte Carmelo, na Palestina, e que deu origem à Ordem do Carmo.

Viviam em pequenos eremitérios, da oração e da mendicância, até que com a conquista da Terra Santa pelos mulçumanos, tiveram que fugir para a Europa. Como já existiam outras ordens também mendicantes, eles não foram bem recebidos e encontraram grandes dificuldades, passando até pelo risco de extinção.

Foi então que o Carmelita Simão Stock, homem penitente e de grande santidade, foi eleito Superior Geral da Ordem. Angustiado com a situação em que se encontravam os seus irmãos carmelitas, começou a suplicar incessantemente a Nossa Senhora que protegesse a sua Ordem.

Assim, no dia 16 de julho de 1251, quando rezava em seu convento de Cambridge, Inglaterra, Nossa Senhora apareceu-lhe com o menino Jesus nos braços e rodeada de anjos.

Apresentou-lhe, então, um escapulário, dizendo-lhe:

“Recebe, filho muito amado, este escapulário da tua ordem, sinal de minha confraternidade. Será um privilégio para ti e para todos os Carmelitas. Todo o que com ele morrer não padecerá do fogo eterno. Ele é, pois um sinal de salvação, defesa nos perigos, aliança de paz e de pacto sempiterno”.

O Padre Simon Maria Besalduch, em sua obra “Enciclopédia Del Escapulario del Carmen”, nota que São Simão pediu à Virgem “um signo, um sinal, de sua graça que fosse visível aos olhos de seus inimigos”. E que Ela, ao entregar-lhe o escapulário, “declara que o entrega a ele e a todos os Carmelitos como um signo de sua confraternidade e um sinal de predestinação”.

Fonte: www.basilicadocarmocampinas.org.br

Nossa Senhora do Carmo

16 de Julho

A história de Nossa Senhora do Carmo é maravilhosa e seu nome deve-se ao Monte Carmelo, situado no atual Estado de Israel, junto ao Mar Mediterrâneo e vizinho da cidade de Nazaré. Foi em Nazaré que a Santíssima Virgem recebeu a visita do Arcanjo Gabriel, o qual lhe anunciou a Encarnação do Verbo, fato mais importante da história do universo.

O Monte Carmelo é uma célebre cadeia montanhosa do norte da Palestina. Esta montanha foi o cenário de importantes acontecimentos na história do Antigo Testamento. A história do Carmelo se identifica quase exclusivamente com as vicissitudes dos profetas Elias e Eliseu. À palavra Carmelo, é atribuído por vários estudiosos o significado de “vinha, jardim de Deus”.

A sensibilidade vivaz e poética dos autores bíblicos usa a imagem do Carmelo para evocar a idéia da beleza e da fecundidade. Por sua rica vegetação, pelo verde de suas árvores e arbustos, pela grande variedade da flora e da fauna, o Carmelo é considerado na Bíblia como terra de uma grande e rara formosura. Os profetas a utilizaram repetidamente nesta perspectiva.

E a Igreja canta a formosura da Virgem Maria com essas imagens bíblicas. O título mariano da Ordem, portanto, a invocação – Nossa Senhora do Carmo – está intimamente relacionado com a dedicação do primeiro oratório no Monte Carmelo a Nossa Senhora, pelos carmelitas.

A partir do século XII, eremitas ergueram mosteiros nessa colina marcada pelos acontecimentos sagrados, dando origem à ordem do Carmo.

A ordem do Carmo existe para Maria e Maria é tudo para o Carmelo, na sua origem e na sua história, na sua vida de lutas e triunfos, na sua vida interior e espiritual. Que Nossa Senhora do Carmo abençoe a todos nós e nos ensine a sermos autênticos discípulos-missionários de Jesus Cristo.

Nossa Senhora do Carmo
Nossa Senhora do Carmo

Ao olharmos para a história da Igreja encontramos uma linda página marcada pelos homens de Deus, mas também pela dor, fervor e amor à Virgem Mãe de Deus: é a história da Ordem dos Carmelitas, da qual testemunha o cardeal Piazza:

“O Carmo existe para Maria e Maria é tudo para o Carmelo, na sua origem e na sua história, na sua vida de lutas e de triunfos, na sua vida interior e espiritual”.

Carmelo (em hebraico, “carmo” significa vinha; e “elo” significa senhor; portanto, “Vinha do Senhor”): este nome nos aponta para a famosa montanha que fica na Palestina, donde o profeta Elias e o sucessor Elizeu fizeram história com Deus e com Nossa Senhora, que foi pré-figurada pelo primeiro numa pequena nuvem (cf. I Rs 18,20-45). Estes profetas foram “participantes” da Obra Carmelita, que só vingou devido à intervenção de Maria, pois a parte dos monges do Carmelo que sobreviveram (século XII) da perseguição dos muçulmanos, chegaram fugidos na Europa e elegeram São Simão Stock como seu superior geral; este, por sua vez, estava no dia 16 de julho intercedendo com o Terço, quando Nossa Senhora apareceu com um escapulário na mão e disse-lhe:

“Recebe, meu filho, este escapulário da tua Ordem, que será o penhor do privilégio que eu alcancei para ti e para todos os filhos do Carmo. Todo o que morrer com este escapulário será preservado do fogo eterno”.

Vários Papas promoveram o uso do escapulário e Pio XII chegou a escrever: “Devemos colocar em primeiro lugar a devoção do escapulário de Nossa Senhora do Carmo – e ainda – escapulário não é ‘carta-branca’ para pecar; é uma ‘lembrança’ para viver de maneira cristã, e assim, alcançar a graça duma boa morte”.

Neste dia de Nossa Senhora do Carmo, não há como não falar da história dos Carmelitas e do escapulário, pois onde estão os filhos aí está a amorosa Mãe.

Fonte: www.catequisar.com.br

Nossa Senhora do Carmo

16 de Julho

Escapulário

Nossa Senhora do Carmo
Nossa Senhora do Carmo

“A devoção do Escapulário do Carmo fez descer sobre o mundo copiosa chuva de graças espirituais e temporais”. (Pio XII, 6/8/50)

O que é?

O Escapulário ou Bentinho do Carmo é um sinal externo de devoção mariana, que consiste na consagração à Santíssima Virgem Maria, por meio da inscrição na Ordem Carmelita, na esperança de sua proteção maternal. O escapulário do Carmo é um sacramental.

No dizer do Vaticano II, “um sinal sagrado, segundo o modelo dos sacramentos, por intermédio do qual significam efeitos, sobretudo espirituais, que se obtêm pela intercessão da Igreja”. (S.C. 60)

Algumas informações:

Só pode benzer e impor Escapulário que estiver revestido de ordem sacra, ou seja, sacerdotes e/ou diáconos. Não importa qual seja o tamanho, matéria ou cor de que é feito o Escapulário. O seu uso diário e permanente, embora muito recomendado, não é essencial; essencial é o compromisso de viver cristãmente, à imitação de Maria Santíssima.

A Medalha-Escapulário substitui plenamente o próprio Escapulário. Quanto aos compromissos práticos, recomenda-se muito a recitação e a meditação do terço ou, pelo menos, uma parte dele ou qualquer outra prática de devoção a Maria.

Às paróquias do Carmo, Sodalícios da Ordem Carmelitana Secular, Confrarias do Carmo, Colégios, Hospitais, Asilos, Orfanatos consagrados a Nossa Senhora do Carmo recomenda-se a promoção dos Encontros da Família Carmelitana com a finalidade sobretudo, de estreitar os laços de verdadeira fraternidade cristã.

Temos todos um mesmo ideal de santificação e de auxílio mútuo neste empreendimento – e isto se torna mais fácil se tivermos consciência de que somos uma grande Família, de que somos todos irmãos do CARMO!

Texto retirado do livro “Fraternidade do Escapulário do Carmo” escrito por Frei Nuno Alves Corrêa.

O Poder do Escapulário

O Monte Carmelo, na Palestina, é o lugar sagrado do Antigo e Novo Testamento. É o Monte em que o Profeta Elias evidencia a existência e a presença do Deus verdadeiro, vendo os 450 sacerdotes pagãos do Baal e os 400 profetas dos bosques, fazendo descer do céu o fogo devorador que lhes extinguiu a vida. (III Livro dos Reis, XVIII, 19 seg.).

É ainda o Profeta Elias que implora do Senhor chuva benfazeja, depois de uma seca de três anos e três meses (III Livro dos Reis, XVIII, 45).

É no Monte Carmelo que a tradição colocou a origem da Ordem Carmelitana.

Alí, viviam eremitas entregues à oração e à penitência.

Há quem afirme que o primeiro oratório em louvor à Virgem Maria foi levantado no Monte Carmelo. Sempre foi transmitida a crença que aquela nuvem branca que surgiu do mar e se transformou em chuva benéfica é símbolo da Imaculada Conceição de Maria.

São Luis IX, rei da França, sobe ao Monte Carmelo. Encontra-se com aqueles eremitas e fica encantado, quando lhe contam que sua origem remonta ao Profeta Elias, levando uma vida austera de oração e penitência, cultivando ardente devoção à Nossa Senhora.

Trinta anos, antes de São Luis IX subir ao Monte Carmelo, dois cruzados ingleses levaram para a Inglaterra alguns monges.

Na Inglaterra, vivia um homem penitente, como o Profeta Elias, austero como João Batista. Chamava-se Simeão. Mas, diante de sua vida solitária na convacidade de uma árvore no seio da floresta, deram-lhe o apelido de Stock.

Dizem os historiadores que Nossa Senhora lhe apareceu, exortando-o a unir-se aos Monges Carmelitas.

Os Carmelitas transferiram-se do Oriente para a Europa, por causa das perseguições sofridas, com seus conventos destruídos, queimados, seus religiosos presos, mortos e os sobreviventes dispersos. Diferente porém não foi sua sorte na Europa.

São Simão Stock, unindo-se aos Carmelitas, tanto se distinguiu por sua piedade, austeridade, visão e liderança, acabando sendo eleito Superior de todos os Carmelitas da Europa, em 1245. Teve coragem de adaptar a vida dos Carmelitas, que devia ser um misto de contemplação e de atividade apostólica e pastoral.

Preparou os Religiosos, mandando-os às Universidades. Isto desagradou aos mais velhos. Se não bastassem as dificuldades internas, o clero diocesano que não aceitava os frades mendigantes Franciscanos e Dominicanos, fez guerra também aos Carmelitas. São Simão Stock até pensou em mudar o hábito que tanto chamava a atenção na Europa.

Sentindo ele sempre mais a oposição interna e externa e sendo já nonagenário, reconhecia que as provações eram superiores a suas forças.

Foi então que recorreu com muita confiança à proteção de Nossa Senhora.

Na noite de 16 de julho de 1251, no Convento de Cambridge, no condado de Kent, Inglaterra, assim rezava São Simão Stock na sua cela:

“Flor do Carmelo, Vinha florífera, Esplendor do céu, Virgem fecunda, singular. Ó Mãe benigna, sem conhecer varão, aos Carmelitas dá privilégio, Estrela do Mar!”.

Terminada estre prece, levanta os olhos marejados de lágrimas, vê a cela encher-se, subitamente, de luz. Rodeada de anjos, apareceu-lhe a Virgem Santíssima, revestida de esplendor, trazendo nas mãos o Escapulário dizendo a São Simão Stock, com inexprimível ternura maternal:

“Recebe, filho queridíssimo, este Escapulário de tua Ordem, como sinal peculiar de minha fraternidade, como privilégio para ti e para todos os Carmelitas. Quem morrer revestido dele não sofrerá o fogo eterno. Eis um sinal de salvação, de proteçao nos perigos, eis uma aliança de paz e de eterna amizade”.

Nossa Senhora voltou ao céu e o Escapulário permaneceu como sinal de Maria.

Na última aparição de Lourdes e de Fátima, Nossa Senhora traz o Escapulário.

São passados 733 anos, desde o dia 16 de julho de 1251. Todos os que trouxeram o Escapulário, com verdadeira piedade, com sincero desejo de perfeição cristã, com sinais de conversão, sempre foram protegidos na alma e no corpo contra tantos perigos que ameaçam a vida espiritual e corporal. É só ler os anais carmelitanos para provar a proteção e a assistência de Maria Santíssima.

O Escapulário é a devoção de papas e reis, de pobres e plebeus, de homens cultos e analfabetos. É a devoção de todos. Foi a devoção de São Luis IX, de Luis XIII, Luis XIV da França, Carlos VII, Filipe I e Filipe III da Espanha, Leopoldo I da Alemanha, Dom João I, de Portugal.

E a devoção dos Papas: Bento XV o pontífice da paz, chamou o Escapulário a “arma dos cristãos” e aconselhava aos seminaristas que o usassem.

Pio IX gravou em seu cálice a seguinte inscrição:

“Pio IX, confrade Carmelita”. Leão XVIII, pouco antes de morrer, disse aos que o cercavam: “Façamos agora a Novena da Virgem do Carmo e depois morreremos”.

Pio XI escrevia, em 1262, ao Geral dos Carmelitas:

“Aprendi a conhecer e a amar a Virgem do Carmo nos braços de minha mãe, nos primeiros dias de minha infância”. Pio XII afirmava: “É certamente o Sagrado Escapulário do Carmo, como veste Mariana, sinal e garantia da proteção e salvação ao Escapulário com que estavam revestidos. Quantos nos perigos do corpo e da alma sentiram a proteção Materna de Maria”.

O Papa João XXIII assim se pronunciou:

“Por meio do Escapulário do Carmo, pertenço à família Carmelitana e aprecio muito esta graça com a certeza de uma especialíssima proteção de Maria. A devoção a Nossa Senhora do Carmo torna-se uma necessidade e direi mais uma violência dulcíssima para os que trazem o Escapulário do Carmo”

Paulo VI afirmava que entre os exercícios de piedade devem ser recordados o Rosário de Maria e o Escapulário do Carmo.

O Papa João Paulo II é devotíssimo de Nossa Senhora e coloca a recitação do Rosário entre suas orações prediletas. Ele quis ser Carmelita. Defendeu sua tese sobre São João da Cruz, o grande Carmelita renovador da Ordem.

John Mathias Haffert, autor do livro “Maria na sua Promessa do Escapulário”, entrevistou a Irmã Carmelita Lúcia, a vidente de Fátima ainda viva e perguntou, por que na última aparição Nossa Senhora segurava o escapulário na mão?

Irmã Lúcia respondeu simplesmente:

“É que Nossa Senhora quer que todos usem o Escapulário”.

Artigo escrito por Dom Pedro Fedalto, Arcebispo de Curitiba para o Jornal Gazeta do Povo.

O Valor e o Significado do Escapulário

O Escapulário de Nossa Senhora do Carmo é um sinal de Maternidade Divina de Maria. Como tal, representa o compromisso de seguir Jesus como Maria, o modelo perfeito de todos os discípulos de Cristo.

O uso do Escapulário a Virgem nos ensina a:

Viver abertos a Deus e à sua vontade

Escutar e praticar a palavra de Deus

Orar em todo momento, descobrindo Deus presente em todas as circunstâncias

Estar aberto a caridade e as necessidades da Igreja

Alimentar a esperança do encontro com Deus na vida eterna pela proteção e intercessão de Maria.

O Escapulário do Carmo não é:

Um sinal de proteção mágica ou amuleto

Uma garantia automática de salvação

Uma dispensa de viver as exigências da vida Cristã.

O Escapulário em suas normas práticas:

O Escapulário é imposto só uma vez por um sacerdote ou pessoa autorizada

O uso do Escapulário exige no mínimo a oração de três Ave-Marias em honra a Nossa Senhora do Carmo

O Escapulário compromete com uma vida autêntica de Cristãos que se conformam com as exigências evangélicas, recebem os sacramentos e professam uma especial devoção à Santíssima Virgem.

Luiz Alberto Kleina

Fonte: www.carmo.org.br

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